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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE (FURG) INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (ICB) Aula nº 4 Docente: Dra. Juliane Ventura Lima Química e metabolismo de carboidratos BIOQUÍMICA Curso-Enfermagem Tópicos a serem abordados na aula de hoje Química de carboidratos Via glicolítica Regulação da via glicolítica Monossacarídeos: Estrutura Aldotriose São compostos incolores, sólidos cristalinos, solúveis em água. São os carboidratos mais simples e quimicamente podem ser um poliidroxialdeído (aldose) ou poliidroxicetona (cetose). Cetotriose Açúcares de 6 carbonos são os mais abundantes na natureza; porém dois açúcares de 5 carbono são de extrema importância nas estruturas do DNA e RNA. Os açucares são classificados conforme o nº de átomos de carbono Quando o grupo carbonila está na extremidade → ALDOSE Grupo carbonila em qualquer outra posição→ CETOSE Monossacarídeos: Estrutura D-Glicose (Aldose) D-Frutose (Cetose) Comparação das estruturas da L-glicose e D-glicose Observe que na forma de cadeia aberta um dos átomos de carbono está ligado a um átomo de oxigênio para formar um grupo carbonila; enquanto cada um dos outros átomos de carbono têm um grupo hidroxila (OH) Muitos carboidratos, mas NÃO TODOS possuem fórmula empírica (CH2O)n; outros também contém nitrogênio, fósforo ou enxofre Estruturas Cíclicas Em soluções aquosas os açucares com mais de 4 carbonos predominam em estrutura cíclica. A ciclização acontece como resultado da interação de grupos funcionais em carbonos distantes. No caso das CETOSES há uma interação entre o carbono 2 e o carbono 5 a estrutura deste anel de 5 elementos é chamado de FURANOSE devido a semelhança com o furano. Neste caso, a interação acontece entre o carbono 1 e o carbono 5 formando um anel de 6 elementos é chamado de PIRANOSE devido a semelhança com o pirano. Em ambos os casos o carbono carbonílico torna-se um novo centro quiral, chamado carbono anomérico. Estruturas Cíclicas Furano Pirano Observe a estrutura semelhante... Como os monossacarídeos se ligam para formar açucares maiores? Pelas ligações glicosídicas Quando o carbono anomérico de um açúcar se liga a um grupo hidroxila de um outro açúcar A notação para a ligação entre 2 açúcares especifica qual a forma anomérica e quais carbonos estão envolvidos nas ligações glicosídicas. As notações para ligações entre moléculas de glicose podem ser: (14) e (16). Importância das ligações glicosídicas Quando açúcares maiores são formados, como oligossacarídeos e polissacarídeos a natureza química destes açúcares dependem de quais monossacarídeos e que tipo de ligações glicosídicas foram formadas. Ligações glicosídicas na cadeia linear (14) Ligações glicosídicas na cadeia linear (14) e nos pontos de ramificação (16) Oligossacarídeos Ocorrem frequentemente como Dissacarídeos Sacarose Lactose Maltose 2 monossacarídeos Ligações glicosídicas O C-1 da glicose está ligado ao C-2 da frutose a ligação glicosídica tem a notação , (1 2) perceba que os 2 carbonos anoméricos estão envolvidos nesta ligação. Sacarose Oligossacarídeos Lactose: dissacarídeo constituído de -D-galactose e D-glicose INTOLERÂNCIA À LACTOSE Em adultos, a deficiência da enzima Lactase nas vilosidades intestinais causa o acúmulo da lactose ao se ingerir um produto a base de leite A lactase é a responsável pela degradação da lactose em glicose e galactose, assim a glicose e a galactose podem ser absorvidas pela corrente sanguínea a partir das vilosidades Sem a lactase, a lactose acumulada no intestino pode sofrer a ação da lactase das bactérias intestinais, produzindo gás hidrogênio, dióxido de carbono e ácidos orgânicos. Estes produtos de reação bacteriana podem levar à problemas digestivos como a diarréia da mesma forma que a lactose acumulada. Os monossacarídios e alguns dissacarídios são agentes redutores Podem ser oxidados por agentes oxidantes com os íons cúprico ou férrico (aula prática) O carbono do grupo carbonila é oxidado a ácido carboxílico Açucares redutores: útil em análise de laboratório Sacarose: açúcar não-redutor Frutose: açúcar redutor Polissacarídeos Glicogênio Molécula de armazenamento de carboidratos em animais Ramificações com ligações (1 6) e ao longo da cadeia ligações (1 4) . Glicogênio Enzimas degradam o glicogênio e removem moléculas de glicose (atuam tanto na cadeia linear como nas ramificações) Local de ação da enzima As -amilases (enzimas da saliva e das secreções pancreáticas) hidrolisam o glicogênio e o amido ingeridos na dieta rompendo as ligações glicosídicas (1→4) consequentemente liberando a glicose Glicoconjugados GLICOPROTEÍNAS: está relacionado à resposta imune, por exemplo, anticorpos que se ligam à antígenos (substâncias estranhas ao organismo). Atuam como determinante antigênicos, as porções de uma molécula antigênica que os anticorpos reconhecem e se ligam GLICOLIPÍDEOS: são lipídeos de membrana nos quais os grupos-cabeça hidrofílico são oligossacarídeos que como nas glicoproteínas, agem como sítios específicos para o reconhecimento pelas proteínas que se ligam a carboidratos. Também são componentes de membrana. Consistem de um carboidrato ligado covalentemente a uma proteína (glicoproteína) ou lipídeo (glicolipídeo) formando uma molécula biologicamente ativa Tópicos a serem abordados na aula de hoje Química de carboidratos Via glicolítica Regulação da via glicolítica Glicólise: uma visão geral Possui um papel chave na maneira como os organismos extraem energia dos nutrientes Glicose Frutose-1,6- bifosfato 2 Piruvato Glicólise anaeróbica 2 Lactato Oxidação aeróbica Fermentação alcoólica anaeróbica 2 CO2 + 2 etanol Ciclo de Krebs Fosforilação oxidativa 6 CO2 + 6 H2O 2 ADP + 2Pi 2 ATP 2 NAD+ 2 NADH 2 NADH 2 NAD+ 2 NADH 2 NAD+ 2 NADH 2 NAD+ 6 O2 O piruvato formado pode ter muitos destinos Primeira fase da via glicolítica: fase de investimento de ATP Fase preparatória para a transferência de elétrons e para a fosforilação do ADP 1º Fase: Glicose →→→ Gliceraldeído-3-fosfato Conversão da glicose a gliceraldeído-3-fosfato 1º passo: Fosforilação da glicose a glicose-6-fosfato Glicose Glicose-6-fosfato Ponto de controle da via G= - 4,0Kcal/mol + ADP Mg2+ A atividade da hexoquinase é inibida pela glicose-6-fosfato 2º passo: Isomerização gerando frutose-6-fosfato Glicose-6-fosfato Frutose-6-fosfato G= + 0,4 Kcal/mol Redução do C-1 a um grupo OH e oxidação em C-2. Aldose→ Cetose 3º passo: Fosforilação da frutose-6-fosfato Conversão da glicose a gliceraldeído-3-fosfato Reação chave na Glicólise Comprometimento com a via Principal local de regulação da Glicólise (o ATP é um regulador da atividade da fosfofrutoquinase) 4º passo: Quebra de frutose-1,6-bisfosfato em 2 fragmentos de 3 átomos de carbono G= - 3,3 Kcal/mol Frutose 1,6 bisfosfato Gliceraldeído-3-fosfato Diidroacetona fosfato G= + 5,7 Kcal/mol Neste estágio não há mais volta.... Frutose-1,6 bisfosfato Frutose-6-fosfato Conversão da glicose a gliceraldeído-3-fosfato 5º passo: Conversão da Diihidroxicetona fosfato à gliceraldeído-3- fosfatoDiidroxiacetona fosfato Gliceraldeído-3-fosfato Triose fosfato isomerase Formação da segunda molécula de G3P Até aqui, a molécula de glicose que continha 6 carbonos, foi convertida em duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato (G3P)→ final da 1º fase. G= + 1,8 Kcal/mol Segunda fase da via glicolítica Fase de pagamento do ATP investido na primeira etapa 2º Fase: Gliceraldeído-3-fosfato →→→→→ piruvato Conversão do gliceraldeído-3-fosfato a piruvato 6º passo: Oxidação do gliceraldeído-3-fosfato a 1,3 bisfosfoglicerato 1º Reação de oxidação 2º Fosforilação 7º passo: Produção de ATP pela fosforilação de ADP Geração de 2 moléculas de ATP= até aqui ganho líquido 0. Gliceraldeído-3-fosfato 1,3 bisfosfoglicerato Gliceraldeído-3- fosfato desidrogenase G= + 3,0 Kcal/mol 1,3 bisfosfoglicerato 3 fosfoglicerato Fosfoglicerato quinase G= - 9,0 Kcal/mol + NADH 1º coenzima reduzida A produção de ATP requer iniciadores de alta energia como o 1,3 bisfosfoglicerato Conversão do gliceraldeído-3-fosfato a piruvato 8º passo: Mudança de posição do grupo fosfato 9º passo: Reação de desidratação 3-fosfoglicerato 2-fosfoglicerato Fosfoglicomutase G= + 2,1 Kcal/mol 2- fosfoglicerato Fosfoenolpiruvato Enolase G= - 0,8 Kcal/mol Preparando o esqueleto carbonado para as reações a seguir Durante o curso da reação a água se liga ao Mg2+. Isso mostra a importância dos cofatores na atividade de algumas enzimas 10º passo: Transferência do grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para o ADP Conversão do gliceraldeído-3-fosfato a piruvato Piruvato quinase G= - 15,0 Kcal/mol Devido a produção de ATP a energia liberada pela glicólise pode ser utilizada pelo organismo em outras vias ou reações que necessitam de energia Se não houvesse a produção de ATP esta energia seria perdida pelo organismo sob a forma de calor. Composto de “alta energia” A piruvato quinase é controlada pelos níveis de ATP Reações anaeróbicas do piruvato Conversão do lactato a piruvato no músculo Piruvato Lactato O lactato é o final da linha do metabolismo, porém pode ser reciclado para formar uma nova glicose num processo que veremos mais adiante (gliconeogênese). A lactato desidrogenase pode ser utilizada no diagnóstico de doenças do coração como o infarto do miocárdio O excesso de lactato no músculo pode causar cãimbra Tópicos a serem abordados na aula de hoje Química de carboidratos Via glicolítica Regulação da via glicolítica Pontos de controle da via glicolítica X X X (Inibida pela G6P) (Inibida pelo ATP) (Inibida pelo ATP) São de extrema importância uma vez que estas vias precisam ser “desligadas” quando não houver necessidade imediata de seus produtos.
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