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Aula 03

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE 
VITÓRIA-ES 
 
 
 
 
Gerson, brasileiro, solteiro, médico, portador da carteira de identidade nº 
XXXXXXX, (expedido pelo), inscrita no CPF sob nº XXXXX, residente na rua 
XXXX, nº XX, bairro XXXX, Vitória/ES, vem, por meio de seu advogado ao qual 
esta subscreve, procuração em anexo, com endereço profissional na Avenida 
Almirante Barroso, n° 63, sala 2714, Centro, Rio de Janeiro, RJ, Cep: 20031-003, 
vem, por seu advogado, infra-assinado, propor a presente ação: 
 
AÇÃO PAULIANA / REVOCATÓRIA PARA ANULAÇÃO DE NEGÓCIO 
JURÍDICO 
 
pelo rito comum, em face de em face de Bernardo, brasileiro, viúvo, profissão, 
portador da carteira de identidade nº, expedido pelo, inscrito no CPF sob o nº, 
endereço eletrônico, residente e domiciliado, Salvador/BA. Janaína, menor 
impúbere, representada por sua genitora, brasileira, estado civil, profissão, 
portadora da carteira de identidade nº, endereço eletrônico, residente e 
domiciliada, Macaé/RJ, pelos fatos e fundamentos jurídicos, que serão expostos 
a seguir: pelos fatos e motivos de direito a seguir expostos: 
 
DA GRATUIDADE JUDICIÁR IA 
Requer o Autor, nos termos da lei nº 1.06 0 de 1950, que lhe seja deferi do os 
benefícios da justiça Gratuita, tendo em vista em que o mesmo não pode arcar 
com a s custas processuais e co m o s honorários advocatícios se m o prejuízo do 
sustento próprio. 
DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO/CONCILIAÇÃO 
 
 A parte autora deseja participar na audiência de conciliação a ser 
designada por este respeitável juízo. 
 
1- DOS FATOS 
 
Ocorre que o Autor, é legítimo credor quirografário de Bernardo, 
conforme se extrai da nota promissória emitida em favor do mesmo no valor de 
R$80.000,00 (oitenta mil reais), vencida em 10 de outubro de 2016, acostada aos 
autos. O cerne da ação e s tá no fato de que Bernardo, dias após o vencimento 
da dívida e o não pagamento da mesma, fizera uma doação, de seus dois 
imóveis, um localizado na cidade de Aracruz e o outro localizado em Linhares, 
ambos no Espírito Santo, no valor d e R$ 300.000,00, para sua filha Janaina, 
menor impúbere, residente em Macaé /RJ, com sua genitora, com 
estabelecimento de cláusula de usufruto vitalício em favor do próprio 
Executado, além da cláusula de incomunicabilidade, conforme Certidão de 
Ônus Reais. Cumpre ressaltar que as dívidas de Bernardo já ultrapassam a 
soma d e R$ 400.00 0,00, e o imóvel doado para sua filha encontra-se aluga do 
para terceiros. 
 
2 - DA FUNDAMENTAÇÃO 
 
2.1 - DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
Excelência, o negócio jurídico do caso ora em análise, não deixa dúvidas 
sobre passividade de anulação, visto tratar-se de patente meio ilícito utilizado 
pelo devedor com o fito de resguardar os imóveis de uma possível execução 
judicial, proveniente, pois, das inúmeras dívidas que o Réu possui. Tanto é que 
as doações se deram, de modo impudico, acrescente-se, logo após o 
vencimento da dívida contraída, tornando-se insolvente. Restando em nítida 
fraude contra os credores, sujeitando-se, assim, a anulação das transações, em 
consonância ao que dita o artigo 158 combinado com o artigo 171, ambos do 
código civil pátrio. Nesse sentido: 
“Art.158 - Os negócios de 
transmissão gratuita de bens ou 
remissão de dívida, se os praticar 
o devedor já insolvente, ou por ele 
s reduzido à insolvência, ainda 
quando o ignore, poderão ser 
anulados pelos credores 
quirografários, com os lesivos dos 
seus direitos”. 
 
 
“Art. 171. Além dos casos 
expressamente declarados na lei, é 
anulável o negócio jurídico:(...)II 
- por vício resultante de erro, 
dolo, coação, estado de perigo, 
lesão ou fraude contra credores”. 
 
Cumpre ressaltar que o negócio jurídico também está eivado do vício de 
nulidade, haja vista a flagrante simulação da doação ocorrida a menor 
impúbere, com o estabelecimento de cláusula de usufruto vitalício para o Réu, 
mantendo este, o domínio de fato sobre os bens, e que outro objetivo não seria 
tal cláusula, se não burlar a justiça e os direitos dos credores, em uma ação 
executiva judicial? Nesse senti do expõe o artigo 167 do código civil: 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico 
simulado, m as subsistirá o que se 
dissimulou, se válido for na 
substância e na forma. 
 
§ 1o Haverá simulação nos negócios 
jurídicos quando: 
 
I - Aparentarem conferir ou 
transmitir direitos a pessoas 
diversas daquelas às quais realmente 
se conferem, ou transmitem. 
 
 
Deste modo, por todo exposto, requer o Autor, a anulação do negócio 
jurídico gratuito que o correra no caso aqui discutido, tendo em vista o claro 
objetivo de ferir o direito do credor. 
 
2.2 - DO TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL 
O Autor emitiu em favor do ora Réu nota promissória no valor de R$ 
80.000,00 0 (oitenta mil reais), sendo que o seguinte título executivo se resta 
vencido desde 10 de outubro de 20 16, com isso, o Autor tornara-se legítimo 
credor quirografário de quantia líquida, certa e exigível (no atendimento do que 
dispõe o artigo 784, I e II do CPC ), não conseguindo, frise-se, até a presente 
data, conciliar com o devedor, meios para saldar a dívida contraída, muito pelo 
contrário, a bem verdade, fora surpreendido com os recursos danosos 
utilizados pelo Réu afim de guarnecer seu patrimônio e deixar seus credores 
sem possibilidades de recuperarem os créditos expedidos, ou em outras 
palavras, “ a ver navios”. Nesses termos: 
Art. 784. São títulos 
executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota 
promissória, a duplicata, a 
debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou 
outro documento público 
assinado pelo devedor; 
 
2.3 - DA PENHORA E ALIENAÇÃO DOS BENS DO EXECUTADO 
 
Excelência, uma vez constatada a nítida fraude contra os direitos de 
legítimos credores empregada pelo Réu, e a vista de tal repugnante a to, o 
doutor magistrado declare a anulação dos negócios jurídicos ocorridos, 
vem, o Autor , desde logo, requerer a alienação ou a penhora dos bens do 
mesmo, afim de que, deste modo, seja devidamente pago a dívida na quantia 
certa contraída, ou ainda , caso assim julgue o nobre magistrado, o C redor, 
desde logo, declara que aceita receber as quantias relativas aos alugueis dos 
imóveis até que ocorra o efetivo pagamento total do débito, qual seja o 
montante de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), como é sabido, tais bens 
encontram-se alugados e rendendo frutos financeiros ao Réu. N esse senti do: os 
artigos 824, 825 e 831 do CPC: 
 
Art. 824. A execução por quantia 
certa realiza-se pela expropriação 
de bens do executado, ressalvadas 
as execuções especiais. 
 
Art. 825. A expropriação consiste 
em: I - adjudicação; 
II - alienação; 
III - apropriação de frutos e 
rendimentos de empresa ou de 
estabelecimentos e de outros bens. 
 
Art. 831. A penhora deverá recair 
sobre tantos bens quantos bastem 
para o pagamento do principal 
atualizado, dos juros, das custas e 
dos honorários advocatícios. 
 
 
2- DA JURISPRUDÊNCIA 
 
Nesse contexto, urge trazer à baila o entendimento jurisprudencial do nosso 
Egrégio Tribunal de Justiça do Espírito Santos, cuja transcrição segue abaixo: 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO 
PAULIANA – FRAUDE CONTRA CREDOR – 
CARACTERIZADA – RELATIVIZAÇÃO DA 
ANTERIORIDADE DO CRÉDITO – 
POSSIBILIDADE - ANULAÇÃO DE 
NEGÓCIO JURÍDICO – OCORRÊNCIA – 
RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA 
MANTIDA. 1. A denominada ação 
pauliana ou ação revocatória é 
disciplinada pelo Código Civilna 
parte em que trata de fraude 
contra credores (arts. 158 a 165) 
e tem por objetivo a anulação de 
ato jurídico lesivo ao credor 
quando configurada a intenção do 
devedor em desviar seu patrimônio 
para terceiro, com escopo do bem 
não ser atingido por uma execução 
ou um cumprimento de sentença. 2. 
É possível a relativização da 
anterioridade do crédito, 
requisito para o reconhecimento 
da fraude contra credores, quando 
configurada a fraude 
predeterminada em detrimento de 
futuros credores. 3. Recurso 
improvido para manter a sentença. 
 
TJES, Classe: Apelação, 
18120005584, Relator : TELEMACO 
ANTUNES DE ABREU FILHO, Órgão 
julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL , 
Data de Julgamento: 08/11/2016, 
Data da Publicação no Diário: 
18/11/2016) 
 
 
4- DOS PEDIDOS 
 
Diante de todo o exposto, restando evidente e cristalino o direito que 
fundamenta a presente ação, no mérito, requer o autor, seja citada os réus para 
comparecer em audiência, e, querendo ofereça sua contestação, sob pena de 
revelia e confissão, julgando ao final procedente os pedidos; 
 
 
a) A designação de audiência de conciliação/mediação e intimação do réu 
para seu comparecimento; 
b) O deferimento do pedido de justiça gratuita, visto que o mesmo é pobre no 
sentido jurídico do termo. 
c) Citação para integrar a relação processual; 
d) Seja a presente ação julgada procedente, com a consequente declaração 
de anulação do negócio jurídico; 
e) Do reconhecimento do título extrajudicial que deu início a ação proposta, 
por ocorrência de sua quantia certa, líquida e exigível, em atendimento 
ao que dispõe o artigo 784, II do C P C; 
f) Deixar expresso a possibilidade receber as quantias relativas aos alugueis 
dos imóveis até que o corra o efetivo pagamento total do débito, qual seja 
o montante de R $ 80.000,00 (oitenta mil reais), com o é sabido, tais bens 
encontram -se alugados e rendendo frutos financeiros ao Réu. 
g) Condenar a parte ré no pagamento das custas processuais e dos 
honorários sucumbenciais na base de 20% (vinte por cento) do valor da 
condenação. 
 
5 –DAS PROVAS 
 
 Protesta o Autor pela produção de todas as provas em direito 
admitidas, principalmente testemunhal e documental. 
 
6- DO VALOR DA CAUSA 
 
 Dá-se a causa o valor de R$ 80.000,00 (Oitenta mil reais). 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2017. 
 
ANDERSON LUIS DE SOUZA RUFINO 
OAB/RJ 000.000

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