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penal geral np 1 e 2

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PROVA PENAL NP2 
 
Conceitue e exemplifique: 
1) Crimes Comuns: É o que pode ser praticado por qualquer pessoa (lesão 
corporal, estelionato, furto).É definido no Código Penal. 
2) Crimes Especiais: São definidos no Direito Penal Especial. Crime que 
pressupõe no agente uma particular qualidade ou condição pessoal, que pode 
ser de cunho social. 
3) Crimes Próprios: São aqueles que exigem ser o agente portador de uma 
capacidade especial. O tipo penal limita o círculo do autor, que deve encontrar-
se em uma posição jurídica, como funcionário público, médico, ou de fato, 
como mãe da vítima (art. 123), pai ou mãe (art. 246) etc. 
4) Crime de Mão Própria (Atuação Pessoal): Distinguem-se dos delitos 
próprios porque estes não são suscetíveis de ser cometidos por um número 
limitado de pessoas, que podem, no entanto, valer-se de outras para executá-
los, enquanto nos delitos de mão própria – embora passíveis de serem 
cometidos por qualquer pessoa – ninguém os pratica por intermédio de outrem. 
Como exemplos têm-se o de falsidade ideológica de atestado médico e o de 
falso testemunho ou falsa perícia. 
5) Crimes de Dano: Só se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico 
visado, por exemplo, lesão à vida, no homicídio; ao patrimônio, no furto; à 
honra, na injúria etc. 
6) Crimes de Perigo: O delito consuma-se com o simples perigo criado para o 
bem jurídico. O perigo pode ser individual, quando expõe ao risco o interesse 
de uma só ou de um número determinado de pessoas, ou coletivo, quando 
ficam expostos ao risco os interesses jurídicos de um número indeterminado de 
pessoas, tais como nos crimes de perigo comum. 
7) Crimes Materiais: Há necessidade de um resultado externo à ação, descrito 
na lei, e que se destaca lógica e cronologicamente da conduta. Ex: Homicídio, 
furto e roubo. 
8) Crimes Formais: Não há necessidade de realização daquilo que é 
pretendido pelo agente, e o resultado jurídico previsto no tipo ocorre ao mesmo 
tempo em que se desenrola a conduta. A lei antecipa o resultado no tipo; por 
isso, são chamados crimes de conduta antecipada. Ex: Ameaça (art. 147). 
9) Crimes de Mera Conduta: A Lei não exige qualquer resultado naturalístico, 
contentando-se com a ação ou omissão do agente. Não sendo relevante o 
resultado material, há uma ofensa (de dano ou de perigo) presumida pela lei 
diante da prática da conduta. Ex: Violação de domicílio (art. 150). 
10) Crimes Comissivos: São os que exigem, segundo o tipo penal objetivo, 
em princípio, uma atividade positiva do agente, um fazer. Na rixa (art. 137) será 
o “participar”; no furto (art. 155) o “subtrair” etc. 
11) Crimes Omissivos: São os que objetivamente são descritos com uma 
conduta negativa, de não fazer o que a lei determina, consistindo a omissão na 
transgressão da norma jurídica e não sendo necessário qualquer resultado 
naturalístico. Ex: Não prestar assistência a uma pessoa ferida (omissão de 
socorro, art. 135). 
12) Crimes Comissivos por Omissão: A omissão consiste na transgressão 
do dever jurídico de impedir o resultado, praticando-se o crime que, 
abstratamente, é comissivo. Ex: Mãe que deixa de amamentar ou cuidar do 
filho causando-lhe a morte. 
13) Crimes Instantâneos: É aquele que, uma vez consumado, está encerrado, 
a consumação não se prolonga. Isso não quer dizer que a ação seja rápida, 
mas que a consumação ocorre em determinado momento e não mais 
prossegue. Ex: Homicídio. 
14) Crimes Permanentes: A consumação se prolonga no tempo, dependente 
da ação do sujeito ativo. Ex: Cárcere privado (art. 148). 
15) Crimes Instantâneos de Efeitos Permanentes: Ocorrem quando, 
consumada a infração em dado momento, os efeitos permanecem, 
independentemente da vontade do sujeito ativo. Na bigamia (art. 235), não é 
possível aos agentes desfazer o segundo casamento. 
16) Crime Continuado: Compreende uma pluralidade de atos criminosos da 
mesma espécie, praticados sucessivamente e sem intercorrente punição, a que 
a lei imprime unidade em razão de sua homogeneidade objetiva. 
17) Crimes Principais: Independem da prática de delito anterior. 
18) Crimes Acessórios: Sempre pressupõe a existência de uma infração 
penal anterior, a ele ligada pelo dispositivo penal que, no tipo, faz referência 
àquela. O crime de receptação (art. 180), por exemplo, só existe se antes foi 
cometido outro delito (furto, roubo, estelionato etc). 
19) Crimes Condicionados: A instauração da persecução penal depende de 
uma condição objetiva de punibilidade. (art. 7º, II). 
20) Crimes Incondicionados: A instauração da persecução penal não 
depende de uma condição objetiva de punibilidade. 
21) Crimes Simples: É o tipo básico, fundamental, que contém os elementos 
mínimos e determina seu conteúdo subjetivo sem qualquer circunstância que 
aumente ou diminua sua gravidade. Há homicídio simples, furto simples etc. 
22) Crimes Complexos: Encerram dois ou mais tipos em uma única descrição 
legal. Ex: Roubo (art. 157), que nada mais é que a reunião de um crime de 
furto (art. 155) e de ameaça (art. 147). 
23) Crime Progressivo: Um tipo abstratamente considerado 
contém implicitamente outro que deve necessariamente ser realizado para se 
alcançar o resultado. O anterior é simples passagem para o posterior e fica 
absorvido por este. Assim, no homicídio, é necessário que exista, em 
decorrência da conduta, lesão corporal que ocasione a morte. 
24) Delito Putativo: Dá-se quando o agente imagina que a conduta por ele 
praticada constitui crime mas em verdade constitui uma conduta atípica, ou 
seja não há punição para o ato praticado. 
25) Crime de Flagrante Esperado: Ocorre quando o indivíduo sabe que vai 
ser a vítima de um delito e avisa a Polícia, que põe seus agentes de sentinela, 
os quais apanham o autor no momento da prática ilícita; não se trata de crime 
putativo, pois não há provocação. 
26) Crime de Flagrante Forjado: Alguém, de forma insidiosa, provoca o 
agente à prática de um crime, ao mesmo tempo que toma providências para 
que o mesmo não se consuma. 
27)Crime Impossível: aquele que jamais poderia ser consumado em razão da 
ineficácia absoluta do meio empregado ou pela impropriedade absoluta do 
objeto. A ineficácia do meio se caracteriza quando o instrumento utilizado não 
permite que o delito possa ser consumado. Por exemplo: usar um alfinete para 
matar uma pessoa adulta ou produzir lesões corporais mediante o mero 
arremesso de um travesseiro de pluma, etc. A impropriedade do objeto se 
caracteriza quando a conduta do agente não pode provocar nenhum resultado 
lesivo à vítima. Por exemplo: matar um cadáver. 
28) Crime Consumado: Ato que já reuniu todos os elementos da definição 
legal de um crime. 
29) Crime Tentado: O ato que, tendo sua execução iniciada, por 
circunstâncias alheias à vontade do agente não chega a reunir todos os 
elementos da definição legal de um crime. 
30) Crime Falho: Em sendo a tentativa perfeita, o resultado não se verifica por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. Vale salientar que em tal crime o 
agente esgota todo o seu potencial lesivo sem contudo alcançar o resultado 
esperado. 
31) Crimes Unissubsistente: É o que se perfaz com um único ato, como a 
injúria verbal. 
32) Crimes Plurissubsistente: É aquele que exige mais de um ato para sua 
realização. Ex: Estelionato (art. 171). 
33) Crimes de Dupla Subjetividade Passiva: É aquele que tem, 
necessariamente, mais de um sujeito passivo, como é o caso do crime de 
violação de correspondência (art. 151), no qual o remetente e o destinatário 
são ofendidos. 
34) Crime Exaurido: É aquele em que o agente, mesmo após atingir o 
resultado consumativo, continua a agredir o bem jurídico. Não caracteriza novo 
delito, e sim mero desdobramento de uma conduta já consumada. Influencia na 
dosagem da pena, por pode agravar as consequências do crime, funcionando 
comocircunstância judicial desfavorável. 
35) Crime de Concurso Necessário: É o que exige pluralidade de sujeitos 
ativos. Ex: Rixa (art. 137). 
35)Crime Doloso: 
Teorias: 
 Teoria da Vontade: Dolo é a vontade de realizar a conduta e produzir o 
resultado. 
 Teoria da Representação: Dolo é a vontade de realizar a conduta, prevendo a 
possibilidade de produção do resultado. 
 Teoria do Assentimento: Dolo é a vontade de realizar a conduta, assumindo o 
risco pela produção do resultado. 
Teorias Adotadas pelo CP: O art. 18, I, do CP, diz que há crime doloso 
quando o agente quer o resultado (dolo direto) ou quando assume o risco de 
produzi-lo (dolo eventual). Na hipótese de dolo direto, o legislador adotou a 
teoria da vontade e, no caso de dolo eventual, consagrou-se a teoria do 
assentimento. 
36) Crime Culposo: No Crime Culposo, o agente não quer nem assume o 
risco de produzir o resultado, mas a ele dá causa, nos termos do art. 18, II, do 
CP, por imprudência, negligência ou imperícia. 
Teoria do Crime: Crime culposo é aquele resultante da inobservância de um 
cuidado necessário, manifestada na conduta produtora de um resultado 
objetivamente prevísivel, através de imprudência, negligência ou imperícia. 
37) Crime Preterdoloso: É apenas uma das espécies dos chamados crimes 
qualificados pelo resultado. Estes últimos ocorrem quando o legislador, após 
descrever uma figura típica fundamental, acrescenta-lhe um resultado, que tem 
por finalidade aumentar a pena.O resultado vai além do dolo do agente. Ex: O 
agente desfere um soco na vítima, apenas com a intenção de agredi-lo 
fisicamente, porém, a vítima sofre uma hemorragia e vem a óbito. 
38) Crime Simples: Tipo básico, fundamental, que contém os elementos 
mínimos e determina seu conteúdo subjetivo sem qualquer circunstância que 
aumente ou diminua sua gravidade. Há homicídio simples (art. 121, caput), 
furto simples (art. 155, caput) etc. 
39) Crime Privilegiado: Existe quando ao tipo básico a lei acrescenta 
circunstância que o torna menos grave, diminuindo, em consequência, suas 
sanções. São crimes privilegiados, por exemplo, o homicídio praticado por 
relevante valor moral (eutanásia, por exemplo). Nessas hipóteses, as 
circunstâncias que envolvem o fato típico fazem com que o crime seja menos 
severamente apenado. 
40) Crime Qualificado: É aquele em que ao tipo básico a lei acrescenta 
circunstância que agrava sua natureza, elevando os limites da pena. Não surge 
a formação de um novo tipo penal, mas apenas uma forma mais grave de 
ilícito. Chama-se homicídio qualificado, por exemplo, aquele praticado 
“mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe”. (art. 
121, parágrafo 2º, I). 
41) Crime Subsidiário: É aquele cujo tipo penal tem aplicação subsidiária, isto 
é, só se aplica se não for o caso de crime mais grave (periclitação da vida ou 
saúde de outrem – art. 132, que só ocorre se, no caso concreto, o agente não 
tinha a intenção de ferir ou matar). Incide o princípio da subsidiariedade. 
42) Crime Vago: É aquele que tem por sujeito passivo entidade sem 
personalidade jurídica, como a coletividade em seu pudor. É o caso do crime 
de ato obseno (art. 223). 
43) Crime de Mera Suspeita: O autor é punido pela mera suspeita despertada. 
Em nosso ordenamento jurídico, só há uma forma que se assemelha a esse 
crime, que é a contravenção penal prevista no art. 25 da LCP (posse de 
instrumentos usualmente empregados para a prática de crime contra o 
patrimônio, por quem já tenha sido condenado por esse delito). 
44) Crime Comum: Atingem bens jurídicos do indivíduo, da família, da 
sociedade e do próprio Estado, estando definidos no CP e em leis especiais. 
45) Crime Político: Lesam ou põem em perigo a própria segurança interna ou 
externa do Estado. Ex: Lei nº 7.170/83, São crimes políticos os que lesam ou 
expõem a perigo de lesão: I – a integridade territorial e a soberania nacional. 
46) Crime Multitudinário: Cometido por influência de multidão em tumulto 
(linchamento). 
47) Crime de Opinião: É o abuso da liberdade de expressão do pensamento 
(é o caso do crime de injúria – art. 140). 
48) Crime Inominado: Partindo da premissa de que em matéria penal não há 
direitos adquiridos, criou uma categoria de crimes consistentes na violação de 
uma regra ou bem jurídico do indivíduo consagrados pela lei penal, 
apresentando caráter ilícito pela ausência de qualquer direito, legal ou natural, 
que pudesse favorecer o agente. Seriam punidos no interesse do indivíduo e 
não no da sociedade. Não aceita pela doutrina esta teoria. 
49) Crime de Ação Multipla: O tipo contém várias modalidades de conduta, 
em vários verbos, qualquer deles caracterizando a prática de crime. Pode-se 
praticar o crime definido no art. 122, induzindo, instigando ou prestando auxílio 
ao suicida; o de fabricação, importação, exportação, aquisição ou guarde de 
objetos obsceno (art. 234) etc. Neste último, as condutas são fases do mesmo 
crime. 
50) Crime de Forma Livre: É o praticado por qualquer meio de execução. Ex: 
O crime de homicídio (art. 121) pode ser cometido de diferentes maneiras, não 
prevendo a lei um modo específico de realizá-lo. 
51) Crime de Forma Vinculada: O tipo já descreve a maneira pela qual o 
crime é cometido. Ex: O curandeirismo é um crime que só pode ser realizado 
de uma das maneiras previstas no tipo penal (art. 284 e incisos, CP). 
52) Crime de Ação Penal Pública: Púnivel mediante ação que pode ser 
movida pelo ofendido ou seu representante, se o ministério público não a 
mover no prazo legal (art. 29, CPP). 
53) Crime de Ação Penal Privada: Púnivel mediante ação que pode ser 
movida pela própria vítima, e não pelo ministério público. 
54) Crime Habitual: Constituido de uma reiteração de atos, penalmente 
indiferentes, que constituem um todo, um delito apenas, traduzindo geralmente 
um modo ou estilo de vida. Embora a prática de um ato apenas não seja típica, 
o conjunto de vários, praticados com habitualidade, configurará o crime. Ex: 
Curandeirismo, Exercer ilegalmente a medicina. 
55) Crime Profissional: Qualquer delito praticado por aquele que exerce uma 
profissão, utilizando-se dela para a atividade ilícita. Assim, o aborto praticado 
por médicos ou parteiras, o furto qualificado com chave falsa ou rompimento de 
obstáculos por serralheiro, etc. 
56) Crime Conexo: Crime que é pressuposto, elemento constitutivo, ou 
agravante de outro (art. 108). 
57) Crime de Impeto: Ocorre o crime de ímpeto no homicídio cometido sob 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação, vez que a 
pessoa age repentinamente. Logo se conclui, que crime de ímpeto é aquele em 
que o agente, de forma súbita e ligeira, pratica uma conduta delituosa sem 
qualquer arquitetura do plano delitivo - que é obra de um ato repentino deste. 
58) Crime Funcional: Cometido pelo funcionário público. Crime Funcional 
próprio é o que só pode ser praticado pelo funcionário público; crime funcional 
impróprio é o que pode ser cometido também pelo particular, mas com 
outro nomen juris (p. ex., a apropriação de coisa alheia pode configurar 
peculato, se cometida por funcionário público, ou a apropriação indébita, 
quando praticada por particular). 
59) Crime a Distância: É aquele em que a execução do crime dá-se em um 
país e o resultado em outro. Ex: O agente escreve uma carta injuriosa em SP e 
remete a seu desafeto em Paris. Aplica-se a teoria da ubiquidade, e os dois 
países são competentes para julgar o crime. 
60) Crime Plurilocal: É aquele em que a conduta se dá em um local e o 
resultado em outro, mas dentro do mesmo país. Aplica-se a teoria do resultado, 
e o foro competente é o do local da consumação. 
61) Delito de referência: É a denominação dada por Maurach ao fato de o 
sujeito não denunciar um crime conhecido quando iminente ou em grau derealização, mas ainda não concluído, questão que será analisada no concurso 
de agentes. 
62) Delito de Impressão: Causam determinado estado anímico na vítima. 
Dividem-se em: 
a) Delitos de inteligência: os que se realizam com o engano, como o 
estelionato. 
b) Delitos de sentimento: incidem sobre as faculdades emocionais, como a 
injúria. 
c) Delitos de vontade: incidem sobre a vontade, como o constrangimento ilegal. 
63) Crime de Simples Desobediência: Consiste crime desobedecer à ordem 
legal de funcionário público. O exemplo mais claro seria o da ocorrência de 
prisão por desobediência quando o suposto autor dos fatos for encontrado em 
atitude suspeita, e que tem sido uma constante quando atuamos em um 
Juizado Especial Criminal. O cidadão é abordado por policiais em atitude 
suspeita e desobedece a ordem de parar ou de se submeter à realização de 
uma busca pessoal. São comuns os casos de pessoas que são conduzidas 
para a delegacia de polícia e enviadas aos Juizados Especiais Criminais nessa 
situação. 
64) Crime Pluriofensivo: São os que lesam ou expõem a perigo de dano mais 
de um bem jurídico (ex. art.157, parágr.3. “in fine”) 
65) Crime Falimentar: São certos atos, previstos em lei, praticados pelo 
comerciante antes ou depois de decretada sua falência, como por exemplo, o 
desvio de bens, ou qualquer outro ato fraudulento, que cause ou possa causar 
prejuízo aos seus credores. “Os delitos falimentares são os chamados crimes 
do colarinho branco. Isto porque, a prática criminosa pelo empresário possui 
certos requintes que a distingue da delinqüência comum.” 
66) Crime a prazo: É aquele que se consuma após passado um período de 
tempo. Ex. art. 129, §1, I, CP. 
67) Crime gratuito: Entende-se por crime gratuito aquele praticado sem 
motivo. Porém, atenção, crime gratuito não se confunde com motivo fútil. No 
motivo fútil, o motivo existe, mesmo sendo pequeno ou insignificante. 
68) Delito de circulação: “Praticado por intermédio do automóvel” (Damásio E. 
de Jesus) 
69) Delito Transuente: Não deixa vestígios. 
70) Delito Não Transuente: Deixe vestígios. 
71) Crime de Atentado ou de Empreendimento: Delito em que o legislador 
prevê à tentativa a mesma pena do crime consumado, sem atenuação. (Ex: 
arts. 352 e 358) 
72) Crime em Trânsito: São delitos em que o sujeito desenvolve a atividade 
em um país sem atingir qualquer bem jurídico de seus cidadãos. 
73) Crimes Internacionais: São crimes que, por tratado ou convenção, o 
Brasil se obrigou a reprimir”. Podemos citar como exemplo o tráfico de 
mulheres, entorpecentes etc. 
74) Quase Crime: São os definidos no Código Penal no art. 17 (crime 
impossível) e art. 31 (participação impunível). 
75) Crime de Tipo Fechado: São aqueles que apresentam a definição 
completa, como homicídio. 
76) Crime de Tipo Aberto: são os que não apresentam a descrição típica 
completa”. A norma de proibição violada não aparece claramente. 
77) Tentativa Branca: Há a tentativa branca quando “o objetivo material não 
sofre lesão”. 
78) Tentativa Cruenta: Quando o sujeito atinge a vítima. 
79) Tentativa Incruenta: Quando a vítima não é atingida. 
80) Crime Consunto e Consuntivo: É a denominação que recebem os delitos, 
quando aplicável o princípio da consunção. Crime Consunto: é o absorvido; 
Crime Consuntivo: o que absorve. 
81)Crimes de Responsabilidade: Este tipo de crime é alvo de discussões, 
pois esta classificação suscita dúvidas no que concerne a sua interpretação. 
Por vezes é entendido como crimes e infrações de natureza político-
administrativas não sancionadas com penas de natureza criminal. Damásio de 
Jesus define, em sentido amplo, “como um fato violador do dever do cargo ou 
da função, apenado com uma sanção criminal ou de natureza política.” Divide 
ainda este tipo de crime em duas espécies: próprio, que constitui delito, e 
impróprio, que diz respeito à infração político-administrativa. 
82) Crimes Hediondos: Toda vez que uma conduta delituosa estivesse 
revestida de excepcional gravidade, seja na execução, quando o agente revela 
total desprezo pela vítima, insensível ao sofrimento físico ou moral a que a 
submete, seja quanto à natureza do bem jurídico ofendido, ainda pela especial 
condição das vítimas”. A Constituição Federal de 1988 considera estes crimes 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia (art. 5º, inc. XLIII). 
83) Crimes Contra a Economia Popular: Obter ou tentar obter ganhos ilícitos 
em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas, mediante 
especulações ou processos fraudulentos („bola de neve‟, „cadeias‟, 
„pichardismo‟, e quaisquer outros meios equivalentes)” – art. 2.º, IX, da Lei n. 
1.521/51. 
84) Crime contra as relações de consumo: É todo aquele que definido como 
tal, por lei, atinge de forma direta ou indireta os interesses e necessidades dos 
consumidores, bem como sua dignidade, saúde, segurança e interesses 
econômicos. Ex: Pool: coligação feita entre várias pessoas, físicas ou jurídicas, 
de caráter temporário, visando uma especulação econômica, com a finalidade 
de eliminar os concorrentes. 
85) Crime de Genocídio: É definido como “crime contra a humanidade, que 
consiste em cometer, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um 
grupo nacional, étnico, racial ou religioso, qualquer dos seguintes atos: I) matar 
membros do grupo; II) causar-lhes lesão grave à integridade física ou mental. 
86) Crimes Ambientais: ato que viola e vai contra as leis impostas pelos 
governos acerca do meio ambiente, sendo a sua culpabilidade um pressuposto 
da pena. 
87) Crime de Imprensa: Quando há conduta imprópria que resulte em 
situações de ofensa intencional a cidadãos ou instituições. "Caluniar alguém, 
imputando-lhe falsamente fato definido como crime, pena: detenção de seis 
meses a três anos e multa de um a 20 salários mínimos". (Constituição 
Federal, artigo 20). 
88) Contravenções Penais: São infrações consideradas de menor potencial 
ofensivo que muitas pessoas acabam cometendo no dia a dia, que chegam até 
a ser toleradas pela sociedade e até por autoridades, mas que não podem 
deixar de receber a devida punição. 
89) Crimes Eleitorais: Os crimes eleitorais são previstos no Código Eleitoral e 
em leis extravagantes, como nas Leis nº 9.504/97, 6.091/74, 6.996/82, 
7.021/82 e Lei Complementar nº 64/90, sendo definidos como condutas lesivas 
aos serviços eleitorais e ao processo eleitoral. Os crimes eleitorais são tidos 
como crimes comuns e, não como crimes políticos, conforme entendimento do 
Tribunal Superior Eleitoral (TSE, REspe nº 16.048-SP, Rel. Min. Eduardo 
Alckmin, DJU 14.04.2000, p. 96). O delito de corrupção eleitoral ou crime de 
compra de votos, previsto no art. 299 do Código Eleitoral, é o crime de maior 
incidência, em virtude do alto grau de corrupção no nosso País. 
90) Crimes Contra a Segurança Nacional: Trata-se de proteger a segurança 
do Estado, como bem interesse de importância fundamental. Essa tutela 
jurídica se dirige, no plano da segurança externa, à preservação da 
independência e da integridade do território nacional, e da defesa contra 
agressão no exterior. No plano de segurança interna, procura-se preservar 
contra a sedição, os orgãos em que se estrutura o governo, na forma em que a 
Constituição os prevê. 
91) Crimes Militares: Toda violação acentuada ao dever militar e aos valores 
das instituições militares. Ex: Dormir em serviço. 
Objeto do crime: 
O crime pode ter até dois objetos. O primeiro deles é o objeto jurídico, que é 
todo bem jurídico protegido pela lei penal. O segundo é objeto material, que é 
toda coisa ou pessoa sobre a qual recai a conduta criminosa. O objeto material 
do crime é a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. 
Sujeitos do Crime 
 Sujeitos do Crime: Sujeito Passivo (1) É o titular do bem jurídico protegidopela leipenal violaa por meio da conduta criminosa. ... 2) Sujeito passivo 
eventual, imediato, material, particular, acidental ou direto: é o titular do bem 
jurídico especificamente tutelado pela lei penal. 
Crimes Dolosos e Culposos 
 
O crime doloso, também chamado de crime ou dano comissivo ou intencional, 
é aquele em que o agente prevê o resultado lesivo de sua conduta e, mesmo 
assim, leva-a adiante, produzindo o resultado. 
 
 
Classifica-se em direto, quando há a previsão do resultado lesivo mais a 
vontade livre e consciente de produzi-lo, e indireto, quando há a previsão do 
resultado lesivo mais a aceitação de sua ocorrência. 
 
Crime Culposo: 
 
Culpa Inconsciente ou Pré- Consciente: é uma conduta voluntária, sem 
intenção de produzir o resultado ilícito, porém, previsível, que poderia ser 
evitado. A conduta deve ser resultado de negligência, imperícia ou 
imprudência. 
 
 
exemplos: 
 
• Imprudência: art. 121, § 3º do Código Penal (CP) - Homicídio culposo 
 
A pessoa que dirige em estrada, com sono, resultando em acidente fatal a 
outrem. 
 
 
• Negligência: art. 121, § 3º do CP - Homicídio culposo 
 
 
A pessoa que esquece filho recém-nascido no interior do carro, resultando em 
morte por asfixiamento. 
 
Pessoa iniciante na prática de artes marciais, durante o treinamento, causa 
lesão corporal em alguém, ao manejar incorretamente arma cortante. 
 
• Imperícia: art. 129, § 6º do CP - Lesão corporal culposa. 
 
Erro de tipo: 
O erro de tipo, que pode ser classificado em essencial ou acidental, incide 
sobre o fato típico, excluindo o dolo, em algumas circunstâncias. Por outro 
lado, o erro de proibição, que pode ser direto ou indireto, não exclui o dolo, 
pois incide na culpabilidade, terceiro requisito para a existência do crime. 
Crime Tentado 
Tentativa é a execução iniciada de um crime, que não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente; seus elementos são o início da 
execução e a não-consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 
Quando o processo executório é interrompido por circunstâncias alheias à 
vontade do agente, fala-se em tentativa imperfeita ou tentativa propriamente 
dita; quando a fase de execução é integralmente realizada pelo agente, mas o 
resultado não se verifica por circunstâncias alheias à sua vontade, diz-se que 
há tentativa perfeita ou crime falho. 
 
São infrações que não admitem tentativa: 
 
a) os crimes culposos; 
 
b) os preterdolosos; 
 
c) as contravenções; 
 
d) os omissivos próprios; 
 
e) os unissubsistentes; 
 
f) os crimes habituais; 
 
g) os crime que a lei pune somente quando ocorre o resultado, como a 
participação em suicídio; 
 
h) os permanentes de forma exclusivamente omissiva; 
 
i) os crimes de atentado. 
 
No crime continuado só é admissível a tentativa dos crimes que o compõe; o 
todo não a admite. 
 
Em se tratando de crime complexo, a tentativa ocorre com o começo de 
execução do delito que inicia a formação da figura típica ou com a realização 
de um dos crimes que o integram. 
 
Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, 
diminuída de um a dois terços; a diminuição de uma a dois terços não decorre 
da culpabilidade do agente, mas da própria gravidade do fato constitutivo da 
tentativa; quanto mais o sujeito se aproxima da consumação, menor deve ser a 
diminuição da pena (1/3); quando menos ele se aproxima da consumação, 
maior deve ser a atenuação (2/3). 
 
A desistência voluntária consiste numa abstenção de atividade: o sujeito cessa 
o seu comportamento delituoso; assim, só ocorre antes de o agente esgotar o 
processo executivo. 
 
Arrependimento eficaz tem lugar quando o agente, tendo já ultimado o 
processo de execução do crime, desenvolve nova atividade impedindo a 
produção do resultado. 
 
Quanto ao arrependimento posterior, nos termos do artigo 16 do Código Penal, 
nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o 
dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato 
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
 
Crime impossível é também chamado de quase-crime; tem disciplina jurídica 
contida no artigo 17 do Código Penal, segundo o qual “não se pune a tentativa 
quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do 
objeto, é impossível consumar-se o crime”; há dois casos de crime impossível: 
 
a) por ineficácia absoluta do meio; 
 
b) por impropriedade absoluta do objeto. 
 
Dá-se o primeiro quando o meio empregado pelo agente, pela sua própria 
natureza, é absolutamente incapaz de produzir o evento; ex.: o agente, 
pretendendo matar a vítima mediante propinação de veneno, ministra açúcar 
em sua alimentação, supondo-o arsênico; dá-se o segundo caso quando 
inexiste o objeto material sobre o qual deveria recair a conduta, ou quando, 
pela situação ou condição, torna impossível a produção do resultado visado 
pelo agente; nos dois casos não há tentativa por ausência de tipicidade; para 
que ocorra o crime impossível, é preciso que a ineficácia do meio e a 
impropriedade do objeto sejam absolutas; se forem relativas, haverá tentativa. 
 
Antijuricidade é a contradição do fato, eventualmente adequado ao modelo 
legal, com a ordem jurídica, constituindo lesão de um interesse protegido. 
 
A antijuricidade pode ser afastada por determinadas causas, as determinadas 
causas de exclusão de antijuricidade; quando isso ocorre, o fato permanece 
típico, mas não há crime, excluindo-se a ilicitude, e sendo ela requisito do 
crime, fica excluído o próprio delito; em conseqüência, o sujeito deve ser 
absolvido; são causas de exclusão de antijuricidade, previstas no artigo 23 do 
Código Penal: estado de necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento de 
dever legal; exercício regular de direito. 
 
Estado de necessidade é uma situação de perigo atual de interesses 
protegidos pelo direito, em que o agente, para salvar um bem próprio ou de 
terceiro, não tem outro meio senão o de lesar o interesse de outrem; perigo 
atual é o presente, que está acontecendo; iminente é o prestes a desencadear-
se. 
 
Legítima defesa, nos termos do artigo 25 do Código Penal, entende-se em 
legítima defesa quem, usando moderadamente os meios necessários, repele 
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
 
Quanto ao estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito, 
determina o artigo 23, III, do Código Penal, que não há crime quando o sujeito 
pratica o fato em estrito cumprimento do dever legal; é causa de exclusão da 
antijuricidade; a excludente só ocorre quando há um dever imposto pelo direito 
objetivo; o artigo 23, III, parte final, determina que não há crime quando o 
agente pratica o fato no exercício regular de direito; desde que a conduta se 
enquadre no exercício de um direito, embora típica, não apresenta o caráter de 
antijurídica. 
Crime Consumado e Crime Tentado. 
Art. 14 - Diz-se o crime: 
Crime consumado 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição 
legal; 
[...] (BRASIL, 1940)[2]. 
De acordo com o entendimento de Rogério Sanches e Rogério Greco o 
latrocínio é crime contra o patrimônio e considera a súmula mencionada 
acima como ele sendo consumado mesmo que não haja a subtração 
patrimonial dos bens da vítima. (CUNHA, 2015). 
Crime consumado e crime exaurido 
A consumação não se confunde com o exaurimento. Diz-se o crime como 
exaurido, também chamado de crime esgotado plenamente, quando da 
verificação de acontecimentos posteriores ao término do iter criminis, como 
exemplo,podemos citar o auferimento da vantagem/enriquecimento no crime 
de concussão; o recebimento do valor do resgate no crime de extorsão 
mediante sequestro. (CUNHA, 2015). 
APELANTE: ANTONIO CARLOS GOMES. APELADO: MINISTÉRIO 
PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ. RELATOR: DES. LIDIO J. R. DE 
MACEDO. APELAÇÃO CRIMINAL ADULTERAÇÃO DE SINAL 
IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR, MOTOCICLETA 
(ART. 311DO CÓDIGO PENAL). PLEITEADA ABSOLVIÇÃO. 
IMPOSSIBILIDADE. - AUSÊNCIA DE NORMA LEGAL A CONDUTA 
PRATICADA, POR SE TRATAR DE VEÍCULO BAIXADO. INOCORRÊNCIA. 
CONDUTA TÍPICA. PROVAS INCONTESTES. IDONEIDADE E UNICIDADE 
DOS DEPOIMENTOS TESTEMUNHAIS CORROBORADOS PELA 
CONFISSÃO DO APELANTE. CRIME CONSUMADO. MOTOCICLETA 
BAIXADA NO DETRAN. TIPO PENAL EXAURIDO NA CONDUTA DO 
APELANTE. PLACA DO VEÍCULO QUE CONSTITUE SEU SINAL 
IDENTIFICADOR EXTERNO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO NÃO 
PROVIDO. 
I. Consoante se extrai dos autos, o apelante Antonio Carlos Gomes conduzia 
um veículo motocicleta Yamaha TT 125, cor preta, placa AGA-3204, em via 
pública, mesmo sendo esta baixada no DETRAN, fato este inconteste nos 
autos, pois confirmado pelos depoimentos, inclusive de Rodrigo Schuh, 
Policial Militar. 
II. De igual modo, não há dúvidas a respeito da autoria, tendo o próprio 
recorrido confessado em juízo a adulteração de sinal identificador do veículo, 
nele inserindo placa pertencente a outra motocicleta, esta, inclusive, com 
Boletim de Ocorrência de "clone" pelo proprietário lesado. 
III. Destaco que na fase inquisitiva o apelante esclareceu que a motocicleta 
lhe pertencia, afirmando tê-la adquirido para fins de desmanche. Segundo sua 
narrativa, a mesma já constava como baixada no DETRAN e, portanto, não 
mais possuía placa de identificação e nem mesmo número de chassis, motivo 
pelo qual nele inseriu a placa que teria encontrada na rua, utilizando-a. 
IV. Ademais, o apelante sabedor da situação da motocicleta, já baixada no 
DETRAN, é evidente que pretendeu modificar seus sinais primitivos, posto 
que ele mesmo confirmou, tanto em juízo como na fase de inquérito policial, 
ter fixado placa pertencente a outra motocicleta, a fim de possibilitar a 
circulação daquela, causando, inclusive, prejuízo a terceiro, pois consignado 
pela Policia Militar, que havia alerta de "clone" da referida placa AGA - 3204. 
(TJ-PR 8523148 PR 852314-8 (Acórdão), Relator: Lidio José Rotoli de 
Macedo, Data de Julgamento: 26/07/2012, 2ª Câmara Criminal).[3] 
Há crimes cuja consumação se protrai no tempo, até que se cesse o 
comportamento do agente, crimes permanentes. São três consequências do 
crime permanente: (CUNHA, 2015) 
a) A prescrição somente começa a correr depois de cessada a permanência 
(art. 111, III, CP); 
b) Admite a prisão em flagrante a qualquer tempo durante a permanência; 
c) Aplicação da lei nova, ainda que mais gravosa, enquanto durar a 
permanência. (CUNHA, 2015). 
Súmula 711, STF (BRASIL, 2003)[4]: A lei penal mais grave aplica-se ao 
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à 
cessação da continuidade ou da permanência. 
Classificação do crime quanto ao momento consumptivo 
 
No crime material, o tipo penal descreve a conduta e o resultado naturalístico, 
indispensável para a consumação, como por exemplo, crime de homicídio; 
crime de furto. (CUNHA, 2015). 
No crime formal, o tipo penal descreve a conduta e o resultado naturalístico, 
dispensável para a consumação. Caso haja a consumação do crime formal, o 
Juiz mais severamente punirá o agente, utilizando esta consumação para fins 
de aplicação da pena. (CUNHA, 2015). 
No crime de mera conduta, o tipo penal descreve apenas a conduta, não 
prevendo qualquer resultado naturalístico, como exemplos, violação de 
domicílio, crimes omissivos próprios, como o crime de omissão de socorro. 
(CUNHA, 2015). 
Consumação formal e consumação material 
Consumação formal se dá quando ocorre o resultado naturalístico nos crimes 
materiais ou quando o agente concretiza a conduta descrita no tipo formal ou 
de mera conduta. É a consumação prevista na lei, ligada, deste modo, à 
tipicidade formal. (CUNHA, 2015). 
PENAL. PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO 
MAJORADO PELO EMPREGO DE ARMA DE FOGO E ARMA BRANCA E 
PELO CONCURSO DE PESSOAS. PROVA DE AMBAS AS MAJORANTES 
PELO DEPOIMENTO DAS VÍTIMAS E, MESMO, PELA CONFISSÃO DOS 
APELANTES. ARMA APREENDIDA E PERICIADA, NÃO OBSTANTE A 
PRESCINDIBILIDADE DE PERÍCIA NA ARMA PARA A CARACTERIZAÇÃO 
DA CAUSA DE AUMENTO DE PENA. CONCURSO DE CRIMES FORMAL E 
MATERIAL. DESÍGNIOS AUTÔNOMOS. APLICAÇÃO CUMULATIVA DAS 
PENAS RECLUSIVAS ATRIBUÍDAS A CADA UM DOS TRÊS ROUBOS 
PRATICADOS PELOS APELANTES. PENA DEFINITIVA MANTIDA. 
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 
I - Hipótese em que restou comprovado o uso de arma de fogo, tanto em 
razão dos depoimentos das vítimas, quanto pela própria confissão dos 
apelantes. Lado outro, embora prescindível a realização de perícia na arma 
apreendida para a configuração da majorante em questão, no caso dos autos, 
o artefato foi apreendido e periciado, razão pela qual de todo improcedente o 
pleito de seu decote. 
II – As provas carreadas aos autos demonstram que os apelantes praticaram 
roubo contra três vítimas/patrimônios diversos, duas das quais estavam juntas 
numa motocicleta, quando, por ação única, os apelantes, com desígnios 
autônomos, roubaram-nas. Reconhecimento do concurso formal impróprio, 
com aplicação cumulativa das penas nos termos do artigo 69, CP. De outro 
lado, em relação ao roubo da terceira vítima, seguramente ocorreu concurso 
material de crimes, uma vez que a vítima trafegava sozinha numa rua de 
bairro, quando abordada pelos apelantes, os quais, com o uso de um revólver 
e de um facão, subtraíram para si a quantia de R$: 100,00 (cem reais). O 
roubo dessa terceira vítima foi cumulativo com o roubo das vítimas que 
trafegavam juntas na motocicleta. Há, aqui, uma sucessão de crimes, em que 
os apelantes, mediantes ações distintas, assaltaram mais de uma pessoa. 
Ocorrência de concurso material e de concurso formal impróprio de crimes, o 
que autoriza a soma das penas reclusivas aplicadas a cada um dos crimes. 
II - Recurso conhecido e não provido. (TJ-AL - APL: 00001295820118020011 
AL 0000129-58.2011.8.02.0011, Relator: Des. Sebastião Costa Filho, Data de 
Julgamento: 09/04/2014, Câmara Criminal, Data de Publicação: 
10/04/2014)[5]. 
Consumação material se dá quando está presente a relevante e a intolerável 
lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. É relacionada à tipicidade 
material. (CUNHA, 2015). 
CRIME TENTADO 
A tentativa não constitui um crime sui generis, com pena autônoma 
delimitada. (CUNHA, 2015). 
Art. 14 - Diz-se o crime: 
[…] 
Tentativa 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias 
alheias à vontade do agente. 
[...] (BRASIL, 1940)[6]. 
PENAL E PROCESSUAL. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO. 
CONDENAÇÃO PORCRIME CONSUMADO. RESTABELECIMENTO DA 
SENTENÇA. CRIME TENTADO. REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO. 
HABEAS CORPUS. VIA INADEQUADA. 1. O intento de firmar a existência de 
crime (extorsão mediante sequestro) tentado (conatus), ao invés do 
consumado, conforme fixado no acórdão da apelação demanda inegável 
revolvimento fático-probatório, não condizente com o espectro restrito e 
angus todo habeas corpus. 2. Pleitos deste jaez não podem transformar o 
writ, que tem seus contornos específicos, em recurso revisor da apelação e, 
quiçá, esta Corte em terceira instância. 3. Ordem denegada. (STJ - HC: 
105891 SP 2008/0098479-2, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS 
MOURA, Data de Julgamento: 04/08/2011, T6 - SEXTA TURMA, Data de 
Publicação: DJe 17/08/2011)[7]. 
É a tentativa violação incompleta da mesma norma de que constitui o crime 
consumado como violação plena. Por conseguinte, não há que se falar em 
crime detentativa, mas apenas tentativa de crime. (CUNHA, 2015). 
Elementos da tentativa 
1) Início da execução; 
2) Não ocorre a consumação do delito por circunstâncias alheias à vontade do 
agente; 
3) Dolo de consumação: Apenas este terceiro elemento é dito por Flávio 
Monteiro de Barros e Luiz Flávio Gomes. Rogério Sanches entende que o 
dolo de consumação é presumido, já que não se consumou o crime pela 
vontade que é alheia a do agente. (CUNHA, 2015). 
4) Resultado possível: Este último elemento é posicionamento de Rogério 
Sanches, que entende que este seria o elemento diferenciador entre o crime 
tentado e o crime impossível. (CUNHA, 2015). 
Consequências da tentativa 
A tentativa é, em regra, punida com a pena do crime consumado diminuída, já 
que o parágrafo único ressalva ao seu início que poderá haver disposição em 
contrário. (CUNHA, 2015). 
Art. 14 - Diz-se o crime: 
[…] 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias 
alheias à vontade do agente. 
Pena de tentativa 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a 
pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
[...] (BRASIL, 1940)[8]. 
No crime subjetivamente consumado a intenção do agente era de matar; no 
crime objetivamente consumado, efetivamente o agente matou a pessoa; no 
crime objetivamente tentado, o agente não conseguiu matar a pessoa por 
circunstâncias alheias, a qual justifica a diminuição da pena. (CUNHA, 2015). 
Excepcionalmente, a tentativa de crime é punida como o crime já consumado, 
sem que haja a redução, quando houver previsão legal especial para tanto. 
(CUNHA, 2015). 
Art. 352, CP - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido 
a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: Pena 
- detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à 
violência. (BRASIL, 1940)[9]. 
Art. 309, Código Eleitoral – Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em 
lugar de outrem: Pena - reclusão até três anos. (BRASIL, 1965)[10]. 
O crime excepcional em que a tentativa não possui qualquer redução quando 
comparado ao crime consumado é denominado de Crime de Atentado ou 
Crime de Empreendimento. A tentativa tem a mesma pena da consumação, 
sem redução. (CUNHA, 2015). 
Existe ainda o crime em que a tentativa é punida, mas a consumação não o é. 
São os crimes de lesa pátria, da Lei 7170/1983, que enuncia os crimes contra 
a segurança nacional: Art. 11, Lei 7170/1983 (BRASIL, 1983)[11]: Tentar 
desmembrar parte do território nacional para constituir país independente. 
Pena: reclusão, de 4 a 12 anos. 
Diferença entre desistência voluntária e arrependimento eficaz 
Qual a diferença que existe entre a desistência voluntária e o arrependimento 
eficaz? 
Na desistência voluntária o agente inicia os atos executórios, mas ele não 
termina todos os atos executórios, no meio dos atos executórios ele desiste 
de prosseguir na execução. Por que? Por vontade própria. 
Enquanto que no arrependimento eficaz o agente termina todos os atos 
executórios, mas ele se arrepende e consegue reverter com o seu 
arrependimento e não conseguir o resultado. 
Então na desistência voluntária o agente faz uma parte dos atos de execução, 
e no arrependimento eficaz ele faz todos os atos de execução. É como se eu 
dissesse o seguinte: a desistência voluntária está para a tentativa imperfeita, 
assim como o arrependimento eficaz está para a tentativa perfeita quanto aos 
atos executórios. Mas na desistência voluntária o agente faz uma parte dos 
atos e no arrependimento eficaz ele faz todos os atos e responde somente 
pelos os atos que ele praticou. 
Eu teria como exemplo: uma pessoa dá um tiro na outra, guarda a arma e vai 
embora, isto é uma hipótese de desistência voluntária. Se a pessoa dá um 
veneno e depois dá um antídoto depois de envenenar, isto seria hipótese de 
arrependimento eficaz. Nos dois casos o agente responde apenas pelos atos 
que ele praticou. 
Arrependimento posterior 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou 
da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a 
dois terços. 
 
 Não obstante deslocado à teoria do crime dentro do Código Penal, porquanto 
deveria estar localizada no tópico da aplicação da pena, esta causa geral de 
diminuição da sanção penal encerra um favor ao autor do delito cometido sem 
violência ou grave ameaça à pessoa. Quando ele repara o dano ou restitui a 
coisa, a redução da pena, na etapa de sua dosimetria, é obrigatória. 
 
 No mais, embora a reparação do dano e a restituição da coisa possam dar a 
entender que se tratam de situações próprias dos crimes contra o patrimônio, 
o teor da norma alcança também outros delitos alheios à tutela de tal bem 
jurídico, sendo amplamente aplicável desde que a conduta inicial do autor 
venha desassistida de alguma violência ou grave ameaça. 
 
 Não bastasse, a incidência do dispositivo no caso concreto deve ser 
decorrência de uma liberalidade do próprio agente, quando ele age pela própria 
consciência. Novamente, aqui, não se compreende a aplicação de tal causa de 
diminuição quando o autor do fato é coagido a reparar o dano ou restituir a 
coisa, seja pela autoridade policial ou por terceiros. 
 
 A diminuição ocorre no mínimo em um terço (1/3) e no máximo em dois terços 
(2/3). 
 
 O ato de arrependimento do autor deve também ocorrer antes do recebimento 
da denúncia ou queixa. Após, será uma circunstância atenuante genérica, na 
forma do artigo 65, inciso III, "b", do Código Penal. 
O que é crime impossível, e qual teoria o Brasil adota? 
rime impossível, na conceituação de Fernando Capez, "é aquele que, pela 
ineficácia total do meio empregado ou pela impropriedade absoluta do objeto 
material é impossível de se consumar ". (CAPEZ, Fernando. Curso de direito 
penal. Volume 1: parte geral - 11 Edição revisada e atualizada - São Paulo: 
Saraiva, 2007, p. 256). 
O renomado jurista Antonio José Miguel Feu Rosa (1995, p.312) 
convencionou chamar de crime impossível "a atitude do agente, quando o 
objeto pretendido não pode ser alcançado dada a ineficácia absoluta do meio, 
ou pela absoluta impropriedade do objeto ". (ROSA, Antonio José Miguel Feu. 
Direito penal: parte geral. São Paulo: Revista dos tribunais, 1995). 
Por sua vez, para reforçar as explanações aqui sedimentadas, o 
art. 17 do Código Penal dispõe que: 
"Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou 
por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime ." 
O crime impossível é também chamado pela doutrina de quase-crime, 
tentativa inadequada ou inidônea. 
O honrado Tribunal de Justiça de Mato Grosso em caso envolvendo a 
discussão em baila, já julgou o seguinte: 
E M E N T A. "CRIME IMPOSSÍVEL - FURTO - AUSÊNCIA DE BENS A 
SUBTRAIR - EXECUÇÃO INIDÔNEA - INIDONEIDADE ABSOLUTA DO 
OBJETO - CARACTERIZAÇÃO DA CONDUTA ATÍPICA - RECURSO 
PROVIDO. Restando comprovado a impropriedade absoluta do objeto, não há 
falar-se em tentativa, mas sim em crime impossível. Inteligência do 
art. 17 do Código Penal . (Tribunal de Justiça de Mato Grosso - Relator 
convocado composta pelo Dr. Adilson Polegato de Freitas - Primeira Câmara 
Criminal. Recurso de Apelação Criminal n.º 10049/2006 - Classe I - 14 - 
Comarca de Tangará da Serra) ". 
Portanto, das breves leituras empreendidas no texto, infere-se que crime 
impossível, é aquele em que o objeto material por sua total impropriedade é 
inidôneo para que o ilícito se consume ou o meio de execução empregado 
pelo agente no cenário fático é absolutamente despido de força para produzir 
o efeito e o resultado almejado. 
Ateoria adotada pelo direito pátrio é a teoria objetiva temperada ou 
moderada, onde exige que o meio empregado pelo agente e o objeto sobre o 
qual recai a conduta seja absolutamente inidôneos para produzir a finalidade 
e o resultado buscado. 
O instituto ao que se denomina crime impossível ou quase-crime apresenta-
se em três espécies: 
a) delito impossível por ineficácia absoluta do meio; 
b) delito impossível por impropriedade absoluta do objeto material; 
c) crime impossível por obra de agente provocador.

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