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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Administração Pública A Opção Certa Para a Sua Realização 1 NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 Características básicas das organizações formais moder- nas: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e critérios de departamentalização. 2 Organização administrativa: centralização, descentraliza- ção, concentração e desconcentração; organização adminis- trativa da União; administração direta e indireta. 3 Gestão de processos. 4 Gestão de contratos. 5 Noções de processos licitatórios. 1 Características básicas das organizações formais mo- dernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, fina- lidades e critérios de departamentalização. Conceito de organização Recorrendo ao conceito clássico podemos definir qualquer organização como um conjunto de duas ou mais pessoas que realizam tarefas, seja em grupo, seja individualmente mas de forma coordenada e controlada, atuando num determinado contexto ou ambiente, com vista a atingir um objetivo pré-determinado através da afetação eficaz de diversos meios e recursos disponíveis, liderados ou não por alguém com as funções de planear, organizar, liderar e controlar. Desta definição de organização convém reter alguns conceitos fundamentais para a sua adequada compreensão, nomeadamente: 1. Atuação coordenada: para que exista uma organização, não basta que um conjunto de pessoas atuem com vista a atingir um objetivo comum; é necessário também que essas pessoas se organizem, ou seja, que desenvolvam as suas atividades de forma coordenada e controlada para atingir determinados resultados. Esta coordenação e controlo é geralmente efetuada por um líder mas encontram-se muitas vezes organizações em que estas tarefas são efetuadas por todos os membro em conjunto através, por exemplo, de um órgão colegial. 2. Recursos: representam todos os meios colocados à disposição da organização e necessários à realização das suas atividades. Neste recursos incluem-se os recursos humanos, os recursos materiais e tecnológicos, os recursos financeiros, a imagem de mercado e credibilidade perante o exterior. 3. Afetação eficaz: os recursos organizacionais descritos no ponto anterior são, por definição, escassos, daí que a sua alocação deva ser efetuada eficazmente por forma a que a probabilidade de atingir os objetivos pré-definidos seja a maior possível. É daqui que surge a principal justificação para a necessidade da gestão nas organizações. 4. Objetivos: Representam as metas ou resultados organizacionais pretendidos e a obter no futuro ou, por outras palavras, o propósito que justifica toda a atividade desenvolvida ou mesmo a própria existência da organização. Naturalmente, todas as organizações devem determinar não apenas os seus objetivos, mas também definir as medidas e formas de atuação e de alocação de recursos que se pensam mais adequadas para os atingir. 5. Contexto: Representa toda a envolvente externa da organização que, de forma direta ou indireta, influencia a sua atuação e o seu desempenho. Nesta envolvente externa inclui-se o contexto econômico, tecnológico, sócio-cultural, político-legal, e ainda um conjunto de elementos que atuam mais próximo e diretamente com a organização, tais como os clientes, os fornecedores, os concorrentes, as organizações sindicais, a comunicação social, entre outros. Paulo Nunes Tipos de organização Existem três tipos tradicionais básicos de estrutura organizacional: a organização linear, a organização funcional e a organização linha-staff. ORGANIZAÇÃO LINEAR É a estrutura organizacional mais simples e antiga, baseada na autoridade linear. A autoridade linear é uma decorrência do princípio da unidade de comando: significa que cada superior tem autoridade única e absoluta sobre seus subordinados e que não a reparte com ninguém. A organização linear ou estrutura linear tem suas origens na organização dos antigos exércitos e na organização eclesiástica dos tempos medievais. Entre o superior e os subordinados existem linhas diretas e únicas de autoridade(que significa o direito organizacional de exigir o cumprimento de ordens e execução de tarefas) e de responsabilidade (que significa o dever ou incumbência de seguir ordens e executar tarefas). Devido a estas linhas de autoridade e responsabilidade ocorre a cadeia escalar. ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL A organização funcional é a estrutura organizacional que aplica o princípio funcional ou princípio da especialização das funções.O staff ou assessoria funcional decorre desse princípio, que separa, distingue e especializa. Na antiguidade, o staff era constituído de chefes homéricos que aconselhavam os reis da Grécia e do conselho dos sábios que assessoravam os reis anglo-saxões. Mais recentemente, nota-se que à medida que as empresas crescem e o seu ambiente se torna mutável e competitivo, aumenta consideravelmente a necessidade de órgãos especializados capazes de proporcionar conselhos e inovações rápidas e substanciais. Essa flexibilidade indispensável à organização competitiva e inovadora é um dos principais fracassos da estrutura linear. Esta somente funciona em um ambiente estável e rotineiro. Taylor foi um dos defensores da organização funcional ao defrontar-se com o excessivo e variado volume de atribuições concentradas nos mestres de produção de uma siderúrgica americana que adotava a organização linear. Achava que a especialização do operário deveria ser acompanhada pela especialização dos supervisores e da gerência por meio da estrutura funcional. ORGANIZAÇÃO LINHA-STAFF Com o crescimento e complexidade das tarefas das empresas, a estrutura linear mostrou-se insuficiente para proporcionar eficiência e eficácia.As unidades e posições de linha (que têm autoridade linear) passaram a se concentrar no alcance dos objetivos principais da empresa e a delegar autoridade sobre serviços especializados e atribuições marginais a outras unidades e posições da empresa. Assim, as unidades e posições de linha se livraram de uma série de atividades e tarefas para se dedicarem exclusivamente aos objetivos básicos da empresa, como produzir, vender etc. As demais unidades e posições da empresa que receberam aqueles encargos passaram a denominar-se assessoria (staff), cabendo-lhes a prestação de serviços especializados e de consultoria técnica, influenciando indiretamente o trabalho dos órgãos de linha por meio de sugestões, recomendações, consultoria, prestação de serviços como planejamento, controle, levantamentos, relatórios etc. Assim, os órgãos de staff assessoram os órgãos de linha por meio de sua especialização técnica. Enquanto os especialistas de staff se aprofundam em um determinado campo de atividades, os gerentes de linha tornam-se os detentores da hierarquia da organização. Segundo Etzioni: Coercitiva: A coerção ou a força física é o principal meio de controle sobre os participantes operacionais, que não detém o poder... Segundo Etzioni: Coercitiva: A coerção ou a força física é o principal meio de controle sobre os participantes operacionais, que não detém o poder; Utilitária: A remuneração é o principal meio de meio de controle, o envolvimento calculista caracteriza a orientação da grande maioria dos participantes operacionais e mesmo dos membros das elites. Normalmente as empresas de negócios são utilitárias; Normativa: São aquelas empresas que dependem muito mais do comprometimento dos seus participantes operacionais do que das recompensas. Segundo Blau e Scott: Para Blau e Scott, as organizações devem ser agrupadas de acordo com o beneficiário principal da organização. Quatro categoria de participantes podem beneficiar-se com a existência da organização: Os próprios membros da organização, os proprietários ou dirigentes, clientes, sociedadeem geral. Membros da organização Certas organizações são criadas para criar algum tipo de serviço para seus próprios membros e não algum tipo de cliente externo. Exemplos: Cooperativas, Sindicatos, Consórcios e Clubes. Os associados e administração são seus próprios clientes. Proprietários ou dirigentes As organizações que tem interesses comerciais e finalidade lucrativa. As empresas privadas são também criadas para beneficiar seus criadores. Ao contrário da categoria anterior, não é prestar algum tipo de serviço , mas proporcionar um meio de vida ou acumulação de capital. Clientes da organização APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Administração Pública A Opção Certa Para a Sua Realização 2 Para Blau e Scott, há organizações que beneficiam tipos específicos de clientes. Exemplos: Hospitais, universidades, escolas, organizações religiosas. Público em geral Finalmente, há organizações que são criadas por iniciativa do estado para oferecer algum tipo de beneficio para a sociedade. Exemplos: Forças Armadas, Poder Judiciário, Policia, etc... (MAXIMIANO, 2000, p.99). A Organização como um sistema aberto e dinâmico A continuidade, a sobrevivência, o crescimento e o desenvolvimento de uma organização está na sua capacidade de interagir com o ambiente em que está inserida. A organização sofre influência externa, e influencia o ambiente em que faz parte, conforme o seu poder de: negociação, de pesquisa e desenvolvimento econômico, etc. Muitas das influências externas não podem ser previstas ou controladas. Sob o enfoque da teoria dos sistemas, as organizações caracterizam- se como um sistema aberto e dinâmico, onde o sistema é visto como um conjunto de elementos interdependentes que, interagem entre si, com determinados objetivos e efetuam determinadas funções. A organização é composta de vários sub-sistemas do sistema principal, cada um tem suas características próprias, porém de forma se relacionarem na constituição de um todo, e com objetivos ou uma razão que integra e justifica a reunião de suas partes. Segundo Pereira In: Catelli (1999), ...como um sistema aberto, a empresa encontra-se permanentemente interagindo com seu ambiente. Como sistema dinâmico, realiza uma atividade ou um conjunto de atividades, que a mantém em constante mutação e requerem seja constantemente orientadas ou reorientadas para uma finalidade principal. A estabilidade ou recorrência de atividades podem ser verificadas em relação às entradas de energia (inputs), à transformação de energias dentro do sistema e ao produto resultante (outputs), este modelo de sistema de input-output é tirado de sistema aberto, exposta por Von Bertalanffy (apud KATZ & KHAN , 1987). A organização como sistema apresenta um padrão de atividades de troca de energia, de caráter cíclico, o produto resultante do processo para o ambiente supre as fontes de energia para a repetição das atividades do ciclo. As organizações como sistema aberto para Katz & Khan (1987), tem características como: ciclos de eventos, entropia negativa, feedback, homeostase, diferenciacão e equifinalidade. A entropia negativa - os sistemas abertos precisam adquirir entropia negativa para sobreviver, os sistemas mantêm suas características internas de ordem, quando inputs são maiores que outputs no processo de transformação. O feedback, diz respeito aos inputs de informação e proporcionam alertas à estrutura sobre o ambiente e sobre seu próprio funcionamento do próprio sistema. A homeostase ou estado firme é mais um equilíbrio dinâmico do que estático, os sistemas abertos não se acham em repouso, os inputs de energia para deter a entropia agem para manter um certo equilíbrio no intercâmbio de energia, de modo que os sistemas sobrevivam. Os sistemas abertos em constantes movimentos, tendem a elaboração e diferenciação, devido a própria dinâmica de seus subsistemas como pela relação entre crescimento e sobrevivência. Os sistemas abertos são caracterizados pelo princípio da equifinalidade ou seja um sistema pode alcançar mesmo estado final com origem em diferentes condições iniciais e através de caminhos diversos de desenvolvimento. Segundo Bowditch & Buono (1997), a definição de um ambiente organizacional, há uma distinção analítica feita por teóricos da organização: ambiente geral versus específico. O ambiente geral da organização se refere aos fatores, condições, tendências que afetam ou podem vir a afetar todas as organizações, sendo importante a empresa acompanhar suas mudanças e tendências. Inclui as condições tecnológicas, sociais e econômicas, interações políticas, fatores geográficos e ecológicos, de mercado e culturais. O ambiente específico enfoca os fatores e as condições externas que tenham relevância imediata para a organização: clientes, fornecedores, sindicatos, concorrentes, sistemas bancários, governo, etc., o qual varia de empresa conforme o setor que está inserida, seus produtos e serviços ofertados. Dentro do conceito de um ambiente organizacional específico, há necessidade de se entender a relação entre organização e diversos grupos sociais, a chamada teoria dos Stackholders. A teoria dos Stakeholders, sugere que as organizações estejam a serviço da sociedade e não como o modelo dos stockholders onde uma organização é vista como uma porção de propriedade privada possuída por aqueles que dela tem ações, onde gestores cumprem suas obrigações básicas quando trabalham pelos interesses financeiros dos acionistas, sendo que os demais grupos constituídos pelos consumidores, fornecedores, concorrentes, funcionários, governos, sindicatos, comunidade local ou seja qualquer grupo ou indivíduos que possam afetar ou ser afetado pelo desempenho da organização são relegados a um plano secundário. Segundo, Bowditch & Buono (1997), “os acionistas continuam a ocupar um lugar de destaque, mas seus interesses específicos devem ser definidos no contexto mais amplo do interesse público”. A teoria dos Stakeholders propicia aos gestores uma maneira mais dirigida de pensar sobre o ambiente da organização com exigências novas, baseadas em expectativas da sociedade em mudanças e sobre o papel da organização com relação a sociedade, a compreensão e satisfação dos stakeholders são importantes para a continuidade do organização. A teoria geral de sistemas (também conhecida pela sigla, T.G.S.) surgiu com os trabalhos do biólogo austríaco Ludwig von Bertalanffy, publicados entre 1950 e 1968. A T.G.S. não busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais que possam criar condições de aplicação na realidade empírica. Os pressupostos básicos da T.G.S. são: Existe uma nítida tendência para a integração nas várias ciências naturais e sociais; Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas; Essa teoria de sistemas pode ser uma maneira mais abrangente de estudar os campos não físicos do conhecimento científico, especialmente as ciências sociais; Essa teoria de sistemas, ao desenvolver princípios unificadores que atravessam verticalmente os universos particulares das diversas ciências envolvidas, aproxima-nos do objetivo da unidade da ciência; Isso pode levar a uma integração muito necessária da educação científica. A importância da TGS é significativa tendo em vista a necessidade de se avaliar a organização como um todo e não somente em departamentos ou setores. O mais importante ou tanto quanto é a identificação do maior número de variáveis possíveis, externas e internas que, de alguma forma, influenciam em todo o processo existente na Organização. Outro fator também de significativa importância é o feed-back que deve ser realizado ao planejamento de todo o processo. Teoria dos sistemas começou a ser aplicada a administração principalmenteem função da necessidade de uma síntese e uma maior integração das teorias anteriores (Científicas, Relações Humanas, Estruturalista e Comportamental) e da intensificação do uso da cibernética e da tecnologia da informação nas empresas. Os sistemas vivos, sejam indivíduos ou organizações, são analisados como “sistema abertos”, mantendo um continuo intercâmbio de matéria/energia/informação com o ambiente. A Teoria de Sistema permite reconceituar os fenômenos em uma abordagem global, permitindo a inter- relação e integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de natureza completamente diferentes. Tipos de sistemas Há uma grande variedade de sistemas e uma ampla gama de tipologias para classificá-los, de acordo com certas características básicas. Quanto a sua constituição: Físicos ou concretos: quando compostos de equipamento, de maquinaria e de objetos e coisas reais (equipamento, objetos, hardware); Abstratos ou conceituais: quando compostos por conceitos, planos, hipóteses e idéias que muitas vezes só existem no pensamento das pessoas (conceitos, planos, idéias, software). Na realidade, há uma complementaridade entre sistemas físicos e abstratos: os sistemas físicos precisam de um sistema abstrato para funcionar, e os sistemas abstratos somente se realizam quando aplicados a algum sistema físico. Quanto a sua natureza: Fechados: não apresentam intercâmbio com o meio ambiente que os circunda, sendo assim não recebem nenhuma influencia do ambiente e por APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Administração Pública A Opção Certa Para a Sua Realização 3 outro lado não influenciam. Não recebem nenhum recurso externo e nada produzem que seja enviado para fora. Ex: A matemática é um sistema fechado, pois não sofrerá nenhuma influência do meio ambiente, sempre 1+1 será 2. Abertos: são os sistemas que apresentam relações de intercâmbio com o ambiente, por meio de entradas e saídas. Os sistemas abertos trocam matéria e energia regularmente com o meio ambiente. São eminentemente adaptativos, isto é, para sobreviver devem reajustar-se constantemente as condições do meio. A organização como um sistema aberto As organizações são por definição sistemas abertos, pois não podem ser adequadamente compreendidas de forma isolada, mas sim pelo inter- relacionamento entre diversas variáveis internas e externas, que afetam seu comportamento. Tal como os organismos vivos, as organizações têm seis funções primárias ou principais, que mantêm estreita relação entre si, mas que podem ser estudadas individualmente. Funções primárias das organizações: a) Ingestão: as organizações adquirem ou compram materiais para processá-los de alguma maneira. Para assistirem outras funções, como os organismos vivos que ingerem alimentos para suprirem outras funções e manter a energia. b) Processamento: no animal, a comida é transformada em energia e suprimento das células. Na organização, a produção é equivalente a esse ciclo animal. Os materiais são processados havendo certa relação entre entradas e saídas no qual o excesso é o equivalente a energia necessária para a sobrevivência da organização (transformação em produtos). c) Reação ao ambiente: o animal que reage frente a mudanças ambientais para sua sobrevivência deve adaptar-se as mudanças. Também nas organizações reage ao seu ambiente, mudando seus materiais, consumidores, empregados e recursos financeiros. As alterações podem se efetuar nos produtos, no processo ou na estrutura (mudanças face ao mercado). d) Suprimento das partes: os participantes da organização são supridos, não só do significado de suas funções, mas também de dados de compras, produção, vendas ou contabilidade, e são recompensados principalmente sob a forma de salários e benefícios. e) Regeneração das partes: as partes do organismo perdem sua eficiência, adoecem ou morrem e devem ser regenerados ou recolocados no sentido de sobreviver no conjunto. Os membros das organizações também podem adoecer aposentar-se, desliga- se da firma ou então morrer. As máquinas podem tornar-se obsoletas. Ambos os homens e máquinas devem ser mantidos ou recolocados – manutenção e substituição. f) Organização: administração e decisão sobre as funções; Principais características das organizações a) Comportamento probabilístico: as organizações são sempre afetadas pelas variáveis externas. O ambiente é potencialmente sem fronteiras e inclui variáveis desconhecidas e incontroladas. Por outro lado as conseqüências dos sistemas sociais são probabilísticas e não-determinadas. O comportamento humano nunca é totalmente previsível. As pessoas são complexas, respondendo a muitas variáveis. Por esta razão a administração não pode esperar que os consumidores, fornecedores, tenham um comportamento previsível e de acordo com suas expectativas. – sistema social num ambiente sem fronteiras, complexo e nem sempre previsível; b) Parte de uma sociedade maior: as organizações são vistas como sistemas dentro de sistemas. Os sistemas são complexos de elementos colocados em interação. Essas interações entre os elementos produzem um todo que não pode ser compreendido pela simples investigação das várias partes tomadas isoladamente. – ajuste constante entre grupos internos e externos (econômico e cultural); c) Interdependência entre as partes: uma organização não é um sistema mecânico, no qual uma das partes pode ser mudada sem um efeito concomitante sobre as outras. Em face da diferenciação das partes provocadas pela divisão do trabalho, as partes precisam ser coordenadas por meio de integração e de trabalho. As interações internas e externas do sistema refletem diferentes escalões de controle e da autonomia. Uma variedade de subsistema deve cumprir a função do sistema e as suas atividades devem ser coordenadas. – divisão de trabalho, coordenação, integração e controle; d) Homeostasia versus adaptabilidade: a homeostasia(auto regulação) garante a rotina e a permanência do sistema, enquanto a adaptabilidade leva a ruptura, à mudança e à inovação. Rotina e ruptura. Estabilidade e mudança. Ambos os processos precisam ser levados a cabo pela organização para garantir a sua viabilidade. – tendência a estabilidade e equilíbrio X tendência ao atendimento de novos padrões; e) Fronteiras ou limites: é a linha imaginária que serve para marcar o que está dentro e o que está fora do sistema. Nem sempre a fronteira de um sistema existe fisicamente. –fronteiras permeáveis- sobreposições e intercâmbios com os sistemas do ambiente; f) Morfogênese – capacidade de se modificar, se corrigir e de obter novos e melhores resultados Direito e Teoria dos Sistemas Para aplicação da Teoria Geral dos Sistemas no âmbito do Direito, pode-se apontar Claus-Wilhelm Canaris como uma doutrina que pode ofertar, sinteticamente, as diversas possibilidades que o tema apresenta no Direito contemporâneo. Para tanto vide seu Pensamento Sistemático e Conceito de Sistema na Ciência do Direito, em tradução portuguesa (Calouste Gulbenkian) efetivada pelo eminente Prof. Menezes Cordeiro. São diversas Escolas que se valem das noções de sistema, como no caso de Canaris e a Escola do Pensamento Sistemático, como também de Niklas Luhmann e sua visão autopoiética em um Pensamento Sistêmico. Mesmo escolas de base oitocentista, como a Escola da Exegese e a Pandectista, também dialogam com as esferas de sistemas e suas teorias. No direito civil-constitucional, matrizes contemporâneas começam a trabalhar com a teoria do caos, dialógica e teoria da complexidade, a partir da teoria dos sistemas e da cibernética. Escola Sistêmica 1950 - Bertalanffy busca, através da proposta da Teoria Geral dos Sistemas, uma conceituação geral que unisse e fundamentasse os diversos campos da ciência Abordagem sistêmica - nãointroduz novos elementos formadores de uma ou diversas ciências, mas sim uma nova forma de encará-las. Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem, como objetivos comuns, formando um todo e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema, cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter, se funcionassem independentemente. Qualquer conjunto de partes unidas entre si poder ser considerado um sistema, desde que a relação entre as partes e o comportamento do todo seja o foco de atenção. Tendência natural dos sistemas - desgaste. Tendência denominada entropia. À medida que a entropia aumenta, os sistemas se decompõem e existe a tendência para que este estado ocorra em função do tempo. Por outro lado, à medida que aumenta a informação, diminui a entropia, pois a informação é a base da configuração e ordem. Se por falta de comunicação ou ignorância, os padrões de autoridade, as funções, a hierarquia de uma organização formal passam a ser gradativamente abandonadas, a entropia aumenta e a organização vai se reduzindo a formas gradativamente mais simples e rudimentares de indivíduos e de grupos. Informação como meio ou instrumento de ordenação do sistema. Por outro lado, existe um equilíbrio dinâmico entre as partes do sistema, denominado homeostase (estado de equilíbrio do organismo vivo em relação às suas várias funções e à composição química de seus fluídos e tecidos). Os sistemas têm uma tendência a se adaptarem a fim de alcançarem um equilíbrio interno face às mudanças externas do meio ambiente. a) Amplitude do sistema - o tamanho, ou seja, a delimitação da fronteira de um sistema b) Natureza - sistemas abertos versus sistemas fechados b.1) fechados - característica básica de não apresentarem intercâmbio com o meio ambiente. Não influenciam e nem são influenciados por ele. A rigor não existem sistemas totalmente fechados mas eventualmente essa denominação é atribuída a sistemas cujo comportamento é totalmente determinístico e programado ou, por outro lado, aos sistemas APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Administração Pública A Opção Certa Para a Sua Realização 4 que são totalmente estruturados, onde os elementos e relações combinam-se de uma maneira peculiar e rígida, produzindo uma saída invariável. Chamados de sistemas mecânicos. b.2) abertos - apresentam intercâmbios com o ambiente, são influenciados e influenciam o ambiente através das entradas e saídas. São adaptativos - para sobreviverem devem se reajustar constantemente às condições do meio. Adaptabilidade é um contínuo processo de aprendizado e auto-organização Tarefa primária da Administração: administrar as condições limitativas que o ambiente impõe à empresa. Administrador - deve estar sempre atento tanto ao âmbito de sua área, como à inserção desta área num conjunto mais amplo. Estrutura Básica de um Sistemas (Sistemas Abertos) a) objetivo - finalidade para a qual o sistema foi criado b) entradas (input) - mão de obra, material, leis, etc… c) processamento (throughput) - parte do sistema que processa/transforma as entradas, produzindo resultados ou produtos d) saídas (output) - resultado do processo de transformação das entradas (não confundir com objetivo, eg. lucro) e) realimentação (feedback) - comparação entre o que havia sido planejado e o que efetivamente foi executado. Para a realização deste tipo de controle é necessária a existência de um padrão, com o qual serão comparados os resultados (ou saídas). Padrão - resultado de uma ação prévia de planejamento, que estabelece as condições esperadas das saídas. f) ambiente - onde o sistema está inserido; é de onde provêm as entradas; é onde o sistema lança suas saídas g) subsistemas - todo sistema é formado por partes menores denominadas subsistemas. Quantidade de subsistemas: diretamente relacionada à complexidade inerente ao sistema total. Figura 1. Componentes de um sistema [Oliveira 1992] Teoria Geral dos Sistemas Aplicada à Organização organização - encarada como um sistema aberto a) nenhuma estrutura social é auto-suficiente ou autocontida b) equifinalidade - sistemas abertos são caracterizados pela equifinalidade: um sistema pode alcançar, por uma variedade de caminhos, o mesmo estado final, partindo de diferentes condições iniciais. Existe mais de um modo de o sistema produzir um determinado resultado, ou seja, existe mais de um método para a consecução de um objetivo. Idéias Centrais: a) organização é um sistema aberto em contacto com o meio ambiente, procurando atingir um objetivo e formada por subsistemas. Os subsistemas estão diretamente relacionados às funções organizacionais e podem ser categorizados em: principais, complementares e de apoio, considerando, para tanto, o grau de contribuição para os objetivos da empresa. principais: produção, marketing, vendas complementares: recursos humanos, finanças, contabilidade apoio: auditoria, p.d. b) o ser humano é visto como elemento funcional pela T.G.S., em contrapartida ao homem econômico - Escola Científica homem social - Escola de Relações Humanas homem administrativo - Escola Comportamental homem organizacional - Escola Estruturalista enfatiza mais o 'papel' que o ser humano desempenha, do que o próprio ser humano. "Papel"- conjunto de atividades (cargo). [Oliveira 1992] Oliveira, D.P.R. Sistemas, Organização & Métodos, Atlas, 1992 Organização formal O conceito de organização tornou-se uma idéia-chave dos naturalistas e dos biólogos dos finais do século XVIII e durante o século XIX. A existência de um ser depende do seu grau de organização e da harmoniosa interdependência entre os seus diferentes órgãos e funções. O conceito de organização, que funcionaria como um sistema orgânico, está, portanto, ligado à idéia de hierarquia funcional (François Jacob). A engenharia mecânica desenvolveu, igualmente, a idéia de organização que funcionaria como um sistema mecânico onde as diferentes peças seriam elementos interdependentes associados a um movimento interligado. A metáfora do organismo como a da máquina está na gênese das primeiras análises sociais, tanto da sociedade como das organizações de trabalho. A fábrica tayloriana e fordista foi pensada à maneira do relógio: interligação ordenada e ritmada de tarefas, de operações e de funções. As organizações, enquanto construções sociais e enquadradoras da ação coletiva, são, pois, sistemas técnicos e humanos em permanente interação com o meio envolvente. Nas sociedades tradicionais, as organizações eram relativamente simples e funcionalmente não muito diferenciadas. A instauração da sociedade industrial levou a um processo de desenvolvimento organizacional, tanto no sector econômico, como no político, no administrativo e no cultural, processo orientado pelo princípio de diferenciação e de complexificação. O crescimento das organizações gera um elevado grau de hierarquização, o aumento dos circuitos de comunicação, como o estabelecimento de regras e de mecanismos de controlo. As grandes organizações modernas caracterizam-se, assim, pelo seu formalismo e pela sua superioridade técnica e instrumental (Max Weber). Por outro lado, o excesso de formalismo e de apego às normas e às rotinas pode gerar o hiperconformismo (R. K. Merton) e a ineficácia organizacional. A mudança organizacional e a relação constante da organização com a sociedade são processos característicos das organizações pós-modernas marcadas pela idéia da "desdiferenciação" funcional (Clegg) e do retorno à simplificação e à flexibilização hierárquica. As mudanças na organização não se podem isolar das mudanças sociais e culturais. Organização informal Anterior à organização formal, refere-se ao conjunto organizadode três tipos de fatores presentes no funcionamento organizacional. Em primeiro lugar, implica as relações socioafetivas concretas, que englobam as relações de simpatia-antipatia e de confiança-desconfiança. Em segundo lugar, comporta as relações comunicacionais não formalizadas, isto é, privadas, espontâneas, sem referência ao status e papel social. Em terceiro lugar, refere-se à ação dos grupos primários não oficiais, também chamados grupos "panelinha", caracterizados por relações personalizadas e conhecimentos diretos e frequentes. A justaposição destes fatores regula a vida organizacional, ora facilitando, ora bloqueando a própria tomada de decisão. Pressupõe-se que toda a organização formal, expressa num organograma denotativo das relações de autoridade, comporta uma organização informal, não prevista e não controlável, considerada, afinal, a "verdadeira organização", onde confluem múltiplos sistemas de interação. O conceito foi tratado em especial pela Escola das Relações Humanas, nos anos 30 do século XX, que, contrariamente à gestão científica, atribuiu à dimensão informal um papel preponderante na realização dos objetivos organizacionais. Todavia, só a partir dos anos 50 a dimensão informal das organizações ganhou relevo explicativo de vários fenômenos da vida organizacional que convergem para um "sistema concreto de ação", devido, especialmente, ao desenvolvimento dos estudos relativos aos sistemas sociotécnicos, à disfunção do modelo burocrático, à gênese de círculos viciosos e à cultura organizacional. A importância dada à organização informal vem a par de estudos sobre as relações de poder e de conflito no interior das organizações e sobre a função/disfunção do rumor. Neste plano, considera-se que a organização informal é o terreno de desenvolvimento das estratégias de poder que se sobrepõem, modelam e podem vir a deturpar a própria estrutura hierárquica de autoridade, na medida em que o ator, enquanto pessoa, é portador de uma margem de liberdade pronta a reagir contra o sistema, idéia tratada também por autores que se debruçaram sobre as organizações totalitárias, como Goffmam e Foucault. http://www.infopedia.pt/ ORGANIZAÇÃO FORMAL E INFORMAL O aspecto formal da organização abrange problemas de estruturas, normas, métodos e processos de trabalho, como concebidos pelos APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Administração Pública A Opção Certa Para a Sua Realização 5 criadores da organização. Por outro lado, quase sempre o quadro real do comportamento e de reações apresentada pelos membros de uma organização se afasta, ligeira ou amplamente do plano formal de duas maneiras: - O plano formal pode estar incompleto - pode não compreender integralmente o padrão de comportamento efetivamente seguido, e algumas partes do padrão de comportamento podem estar em contradição com o plano. Assim, emerge o outro angulo, a organização informal, que envolve o padrão de comportamento adotado - a maneira pela qual os membros da organização realmente se comportam, à medida que esses padrões não coincidem com o plano formal. Segundo Chester Bernard, a organização formal é um sistema de atitudes ou de forças de duas ou mais pessoas, coincidentemente coordenadas, enquanto a organização informal é um agregado de contatos e integrações pessoais e os agrupamentos de pessoas associadas. A distinção entre a organização formal e a informal é que enquanto a primeira é uma organização planejada e a segunda constitui o resultado da interação espontânea dos membros da organização, o impacto das personalidades dos atores sobre os papeis que lhe foram destinados. Portanto, não existe organização formal sem a sua informal contrapartida, pois o plano administrativo formal não pode nunca refletir adequada ou completamente a organização completa a qual se refere, pela razão obvia que de nenhum plano abstrato pode descrever exaustivamente uma totalidade empírica. Embora os objetivos de uma organização formal sejam mais explícitos, algumas vezes pode ocorrer que a estrutura informal tenha uma influencia tão penetrante que leve a uma definição da estrutura formal. Não se deve esquecer que as estruturas pode tornar-se um competidor em vez de um complemento da estrutura formal. A tarefa de administrar uma empresa -- planejar seus objetivos, mobilizar os meios necessários para atingi-los e controlar os resultados obtidos -- tem sido considerada tradicionalmente mais uma arte ou uma qualificação adquirida pela experiência do que um conjunto de técnicas baseadas no conhecimento científico. No mundo contemporâneo, contudo, os administradores de empresas, se desejam permanecer atualizados, aproveitar todas as oportunidades e enfrentar a concorrência, devem aplicar técnicas extremamente complexas, como a mercadologia, a análise financeira, a programação linear e outras que exigem sólida formação profissional e aprendizado permanente. Natureza e quadro jurídico da empresa Define-se uma empresa como um conjunto de pessoas e meios materiais cuja atividade é orientada para a produção de bens econômicos, isto é, bens ou serviços que satisfazem às necessidades humanas. Essa definição se aplica tanto às empresas capitalistas, próprias do sistema de livre mercado, que buscam a obtenção de lucro e decidem sua própria política econômica, quanto àquelas que atuam em um sistema econômico coletivizado, e que têm como objetivo o cumprimento de metas impostas através de um plano traçado pelas autoridades econômicas do estado. Mesmo nos países de economia de mercado existem empresas de propriedade pública, como é em geral o caso das redes de transporte urbano, das companhias estatais de petróleo etc., para as quais a obtenção de lucro pode ou não constituir o objetivo primordial. O que dá a uma instituição o caráter de empresa, seja qual for o sistema econômico e social em que esteja inserida, é sua atividade e não seu objetivo. Uma empresa é a combinação de bens materiais e de trabalho humano com a finalidade de produzir bens ou serviços. O conceito de empresa, surgido na área econômica, é de difícil apreensão do ponto de vista jurídico. Constituída por um conjunto de bens, regulado pelas normas do direito patrimonial, uma empresa é também uma reunião de pessoas. Trata-se, assim, de uma entidade de conteúdo econômico, ao mesmo tempo, social. Em consequência disso, aplicam-se ao campo empresarial diversos ramos da ciência jurídica, tais como o direito comercial, trabalhista etc. Por outro lado, a diversidade de formas que uma empresa pode assumir determina também as normas legais a ela aplicáveis. Direção e administração de empresas Quando a empresa é constituída de uma só pessoa, cabe a esta a determinação de objetivos e a escolha dos meios que serão empregados para sua consecução. Entretanto, de modo geral, as empresas se compõem de um grupo de indivíduos entre os quais alguns são responsáveis pela tomada de decisões. A questão se mostra mais complexa quando as contribuições das diversas pessoas que compõem a empresa não são iguais, e também porque umas contribuem, por exemplo, com capital e outras com trabalho. No mundo moderno a empresa é, na maior parte dos casos, uma associação de elementos muito heterogêneos, cujos interesses nem sempre coincidem, e podem mesmo mostrar-se diametralmente opostos. Esses interesses estão normalmente submetidos a uma regulamentação jurídica muito complexa. Em consequência disso, surge a figura do diretor ou administrador de empresas, que pode ou não ser a pessoa que detém a maior parte do capital. Pode acontecer que a empresa, em seu processo de crescimento, alcance dimensões tais que os dirigentes da entidade perdem o controle sobre a totalidade de seus processos. Torna-se então manifesta a necessidade de adotar uma adequada política de descentralização,que aplique também à alta direção o princípio da divisão do trabalho. Todavia, ocorre com frequência, sobretudo em empresas de tamanho médio ou em companhias familiares, cujo crescimento se dá com rapidez em determinadas circunstâncias, que a diretoria -- por inércia, desconfiança ou simples incapacidade de delegar um número cada vez maior de funções diretivas -- pretenda continuar controlando todo o processo empresarial. A incapacidade material de abranger todas essas funções dá origem a um verdadeiro gargalo, que pode prejudicar seriamente a tomada de decisões e outros aspectos da atividade empresarial. Funções de direção Os órgãos de direção da empresa têm a função específica, que só a eles compete, de determinar as políticas empresariais a curto e a longo prazo. Outra função da direção da empresa è a coordenação dos diferentes setores. Uma empresa pode ser comparada a uma máquina grande e complexa, cujas peças devem se adaptar entre si de modo a atingir uma otimização de seu funcionamento geral. Para pôr em prática sua missão, a direção da empresa dispõe de diferentes procedimentos que podem ser classificados como instrumentos de planejamento, de organização e de controle. Planejamento. Planejar é antecipar a forma em que se darão no futuro determinados acontecimentos. Por meio do planejamento se estabelece a ordem futura dos fatos que constituem o desempenho da empresa. Dessa maneira se assegura o funcionamento correto da entidade frente a interferências não previstas em seu processo produtivo. Pode-se considerar o planejamento como um conjunto de decisões antecipadas tendentes a guiar a empresa até seus objetivos. A forma de planejamento varia de acordo com o tipo de empresa. Existem setores produtivos em que as oscilações imprevistas do mercado, a escolha de opções que implicam grandes riscos e outras circunstâncias -- intrínsecas ou extrínsecas à empresa -- impõem um sistema de planejamento flexível, capaz de adaptar-se a qualquer momento a um ambiente em mutação. Por outro lado, há setores em que o planejamento deve ser muito rígido, com um grau bastante preciso de explicitação numérica dos resultados em cada uma das seções da empresa. É este habitualmente o caso das empresas estatais nos países de economia dirigida. O planejamento global da empresa deve ater-se, a curto prazo, às limitações que lhe impõe o setor mais fraco de todos os que constituem a entidade, adaptando o conjunto ao gargalo formado pelo referido setor. Assim, por exemplo, se a empresa tem diante de si um mercado de grandes possibilidades, mas sua capacidade de produção é insuficiente, o planejamento a curto prazo deverá tomar como referência essa capacidade limitada de produção, já que as potencialidades comerciais não poderão ser utilizadas em sua totalidade pela falta de produtos para vender. A longo prazo, ao contrário, o objetivo do planejamento deverá ser a redução da distância entre o setor fraco e os demais elementos da empresa. No caso citado anteriormente, seria necessário planejar a compra de novas máquinas, a contratação de pessoal e a disposição adequada de todos os elementos essenciais, com o objetivo de evitar que a capacidade produtiva da empresa constitua um obstáculo para sua expansão comercial. Organização A finalidade da organização é conseguir a maior eficácia possível no conjunto de operações que compõem a atividade da empresa. Para isso, a direção deve definir as funções, obrigações e responsabilidades dos diversos cargos e níveis hierárquicos, tratando de evitar lacunas e superposições. Além disso, é preciso elaborar a rede geral de informações da empresa, através da qual as ordens e diretrizes circulem da maneira mais fluente possível, desde os escalões superiores até os mais inferiores, enquanto os resultados e das informações referentes ao controle fluem em sentido contrário. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Administração Pública A Opção Certa Para a Sua Realização 6 Graças à organização, as operações de caráter repetitivo se mecanizam, de forma a tornar dispensável um processo de reflexão particularizado. Sua execução se faz automaticamente, com o consequente ganho de tempo e rendimento. A organização, quando bem imaginada e executada, deve permitir que a direção da empresa se ocupe exclusivamente das questões importantes. Os problemas menos relevantes se solucionam em níveis inferiores da estrutura, sem que a alta direção tenha que lhes dedicar seus esforços. O fato de que os diretores se vejam forçados a tomar decisões em assuntos de pouca importância denuncia falha na organização da empresa. O planejamento e a organização são dois fatores complementares: sem planejamento, uma empresa, apesar de perfeitamente organizada, não poderá funcionar adequadamente. Do mesmo modo, uma idéia, por melhor que seja, permanece parada na fase de planejamento se não houver uma organização adequada para levá-la a cabo. Princípios de organização empresarial Para a elaboração da estrutura organizacional correta de uma empresa é necessário considerar certos princípios, alguns de caráter geral e outros mais específicos. (1) Princípio da unidade de objetivos. A estrutura organizacional da empresa deve facilitar a contribuição de cada indivíduo, departamento ou órgão para atingir os objetivos da entidade. (2) Princípio da eficiência. A estrutura é eficiente se facilitar a consecução dos objetivos com um mínimo de custos. (3) Amplitude da autoridade. A expressão "amplitude de autoridade" é empregada com referência ao número de subordinados sobre os quais um chefe exerce controle direto e efetivo. Quanto maior essa amplitude, isto é, quanto maior o número de subordinados diretos, mais difícil e, para o chefe, manter um controle eficaz sobre suas atividades. Por outro lado, se numa organização se restringe demais essa amplitude, cria-se um número excessivo de escalões hierárquicos e a informação que deve circular entre eles terá que percorrer vários passos sucessivos até chegar ao indivíduo que dela necessita. Isso provoca maior lentidão no processo decisório e se traduz em falta de eficácia. É preciso encontrar um ponto de equilíbrio, em que a amplitude de autoridade seja suficientemente pequena para permitir o controle dos subordinados e aberta o bastante para não obstar o fluxo de informações nos vários escalões da empresa. (4) Divisão e especialização do trabalho. Aplica-se aos casos de tarefas repetitivas e rotineiras, que são as mais frequentes no cotidiano de uma empresa. A divisão de trabalho entre vários indivíduos ou grupos, dedicados a atividades específicas, permite centralizar a atenção em um número menor de operações ou problemas, trazendo maior rendimento com o mesmo esforço. Ainda que se reconheça a conveniência da divisão do trabalho e a consequente especialização dos membros da empresa, deve-se considerar que, levada essa prática além de certo limite, os resultados podem ser contraproducentes. De um lado surge o perigo de que a estrutura organizacional fique sobrecarregada, por tornar-se excessivamente complexa. De outro ângulo, é possível que o trabalhador venha a perder a sensação de realizar um trabalho útil, o que reduz sua motivação e faz diminuir a produtividade. (5) Unidade de comando. Um subordinado tem, em geral, um chefe do qual depende diretamente em seu trabalho. Na prática, contudo, é frequente o cruzamento dos fluxos de autoridade. Assim, por exemplo, o trabalhador de uma oficina depende de seu capataz, mas em questões referentes à disciplina pode estar subordinado ao chefe do pessoal. Em princípio, a unidade de comando significa que a organização deve estar disposta de modo tal que, em caso de conflito entre ordens emanadas de autoridades diferentes, fique clara a precedência de uma delas sobre as outras.(6) Autoridade e hierarquia. A autoridade consiste, nas palavras de Henri Fayol, no "direito de mandar e no poder de fazer-se obedecer". A par da autoridade se situa a responsabilidade; quem exerce a autoridade deve assumir a responsabilidade consequente. A hierarquia é uma estrutura dentro da qual cada indivíduo está subordinado a outro e, por sua vez, tem outros indivíduos a ele subordinados. A função da hierarquia baseia-se na descentralização das diretrizes de trabalho, mediante a delegação de autoridade. Isso permite a transmissão descentralizada de ordens, em sentido descendente, e a centralização das informações sobre os resultados, em sentido ascendente. Departamentalização da empresa O princípio da hierarquia e da autoridade produz uma diferenciação vertical de atividades na empresa. O princípio da divisão e da especialização do trabalho estabelece, por sua vez, uma diferenciação horizontal. A conjunção de ambas as diferenciações dá o perfil da estrutura organizacional. A departamentalização se refere à reunião das diversas atividades da empresa em seções, departamentos, setores etc. Esse agrupamento pode obedecer a diferentes critérios, dos quais o mais comum é o do agrupamento por funções. A departamentalização funcional se ajusta bem ao princípio da especialização e favorece o controle exercido pela alta direção da empresa. A departamentalização por produto é própria de empresas que fabricam ou comercializam um grande número de artigos diferentes. Favorece a diversificação da produção e o estabelecimento da administração por objetivos. Sua principal desvantagem em relação à departamentalização funcional, reside numa maior dificuldade para exercer um controle eficaz sobre o conjunto da empresa. Existem muitos outros critérios de departamentalização: por áreas geográficas, por processos produtivos etc. É possível também adotar uma departamentalização mista, que obedeça de forma simultânea a diversos critérios. Coordenação de atividades A departamentalização divide as atividades da empresa em grupos (departamentos). É preciso que haja coordenação e integração dessas atividades, de modo que todas elas se articulem adequadamente, visando atingir os objetivos da entidade. Para essa finalidade podem-se utilizar diversos procedimentos: o primeiro consiste na aplicação do princípio hierárquico, segundo o qual a integração se realiza mediante uma autoridade central, sistema que se mostra muito eficaz em organizações de pequeno tamanho. Em organizações de certa complexidade, o sistema hierárquico se mostra insuficiente e deve ser complementado com sistemas administrativos, que são procedimentos formais que levam à realização automática do trabalho rotineiro de coordenação. Outro meio de coordenação é a criação de comissões, que são grupos de pessoas, normalmente procedentes de diferentes seções ou departamentos, encarregadas de realizar em conjunto uma determinada tarefa. Por fim, a atuação, à margem da estrutura organizacional formal, de certas pessoas que agem como pontos de ligação facilita bastante a coordenação entre setores distintos de uma organização. Modelos comuns da estrutura organizacional A estrutura organizacional geralmente obedece a um dos três modelos básicos seguintes: linear, funcional ou matricial. A organização linear estará rigidamente fundamentada nos princípios da hierarquia e unidade de comando. Nela, cada subordinado obedece a seu chefe imediato e não há comunicação direta entre os diferentes grupos ou departamentos. A coordenação se efetua exclusivamente por meio da escala hierárquica. A organização funcional é aquela que se propõe a estabelecer a departamentalização por funções em todos os níveis da empresa. Nos casos em que se combinam numa mesma estrutura a organização funcional e uma organização orientada para a realização de projetos concretos, surge a chamada organização matricial. A característica determinante da organização matricial é a interação dos fluxos de autoridade: um deles, vertical, corresponde à organização funcional, o outro, horizontal, emana da autoridade técnica ou de projeto. Órgãos de assessoria. A designação órgão de assessoria, ou simplesmente assessoria, engloba pessoas ou departamentos desprovidos de autoridade e que, portanto, não se encaixam no esquema linear senão como adjuntos a órgãos de comando, com os quais colaboram na tomada de decisões. Controle. O controle tem a finalidade de avaliar em que medida são atingidos os objetivos da empresa, localizar possíveis desvios e pôr em execução mecanismos que permitam sua correção. Quando se realiza depois de efetuada a tarefa, o controle se denomina realimentação. Também é possível estabelecer um controle de pré-alimentação, que se exerce sobre as variáveis que intervêm, no processo antes que este ocorra. Existem muitos tipos diferentes de controle nas empresas, ou, em sentido mais geral, nas organizações. O controle de qualidade determina se um produto preenche os requisitos prefixados. O controle integrado de gestão consiste no emprego de um conjunto de subsistemas de controle, APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Administração Pública A Opção Certa Para a Sua Realização 7 que fiscalizam todos os aspectos da atividade empresarial e produzem periodicamente quadros de comando, quadros de pontos fracos e fortes, quadros comparativos com as demais empresas do setor etc., que refletem o estado da empresa em dado momento. O chamado PPBS (Planning- Programming-Budgeting System, ou Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento) é um sistema integrado de controle de programas e orçamentos, postos em prática pela primeira vez em 1961 no Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Mais tarde esse sistema se generalizou entre os órgãos do governo federal daquele país e também entre numerosas entidades públicas e empresas privadas. Evolução da administração de empresas Muitas atividades humanas que são hoje objeto de tratamento científico passaram por uma fase inicial em que eram tidas como arte ou como conjunto de conhecimento empíricos, só adquiridos pela experiência individual. A atividade empresarial não escapou a essa regra. Até o início do século XX essa atividade era vista como uma habilidade especial ou decorrente da intuição de certas pessoas. Mais tarde, com o descobrimento das leis que regem o funcionamento das empresas, multiplicaram-se em todo o mundo as instituições de ensino da administração. A análise operacional, a psicologia industrial, a mercadologia, a informática e a organização administrativa, entre outras, se tornaram disciplinas científicas cujo domínio é obrigatório para quem dirige as empresas. A chamada reciclagem, ou seja, a atualização permanente de conhecimentos específicos, é hoje prática indispensável para os profissionais da administração que desejam adaptar-se a novas técnicas e conceitos. Organização científica do trabalho: Taylor O americano Frederick Winslow Taylor foi o primeiro a dar tratamento científico aos problemas referentes à organização do trabalho. Na obra The Principles of Scientific Management (1911; Princípios de administração científica) Taylor desenvolveu duas teses fundamentais, extraídas da análise de um grande número de casos, e sistematizou suas observações sobre o funcionamento de diversas empresas em seu país. O pensamento de Taylor foi elaborado em torno de três eixos principais. Em primeiro lugar está a distribuição das tarefas, a qual deve ser feita com extremo cuidado, estabelecendo-se diversos escalões intermediários entre a direção da empresa e o operário que realiza o trabalho material. Taylor examinou em minúcias a função de controladores, chefes de equipe etc., e propôs pela primeira vez um sistema de comunicação interno para a empresa, de cima para baixo -- isto é,dos escalões superiores para os inferiores --, mediante instruções escritas, estudadas e preparadas com antecipação suficiente para a realização concreta das tarefas correspondentes. A segunda vertente básica do chamado taylorismo é o estudo detalhado dos movimentos e tempos necessários para realizar as tarefas, divididas em seus componentes mais elementares. Assim, pode-se chegar a uma fórmula capaz de otimizar métodos e tempos, de modo que o trabalho seja realizado com menor esforço e maior velocidade possível. Intimamente relacionado com o anterior está o terceiro fator: o estudo das máquinas necessárias para o processo produtivo e sua localização correta, com o objetivo de obter o máximo rendimento. As fórmulas de organização estabelecidas por Taylor tiveram êxito imediato. Rapidamente aplicadas pelas empresas nos anos que se seguiram à primeira guerra mundial, contribuíram para elevar consideravelmente a produção geral do sistema. Entretanto, o taylorismo teve pouca influência além da organização material das oficinas. Fayol e o fayolismo. Quase ao mesmo tempo em que Taylor realizava seus estudos nos Estados Unidos, surgiram na França os de Henri Fayol, engenheiro de minas. A análise de Fayol teve um enfoque oposto ao de Taylor. O autor francês dirigiu sua atenção à estrutura organizacional da empresa, começando pela cúpula desta. Distinguiu então seis diferentes classes de funções: técnica, comercial, financeira, de segurança, contábil, e administrativa. Destacou que a função de alta direção da empresa é quase exclusivamente administrativa e fixou princípios da administração, alguns dos quais já foram tratados aqui especificamente. As ideias de Fayol, que encarava o fenômeno empresarial sob uma ótica mais ampla que a de Taylor, tiveram grande repercussão e foram adotadas inclusive por algumas administrações públicas europeias. Entretanto, como aconteceu com o taylorismo, as empresas privadas americanas passaram a pôr em prática as ideias de Fayol antes mesmo de suas congêneres da Europa. Nascimento da moderna sociologia industrial. As concepções tayloristas e fayolistas (a chamada escola clássica de administração de empresas) partem de um princípio muito simples no que diz respeito à psicologia do trabalhador: o comportamento do homem frente ao trabalho é guiado unicamente pelo interesse material. Por isso, para que o trabalhador renuncie a sua espontaneidade natural e se adapte ao trabalho como um mero prolongamento da máquina -- requisito imprescindível para se conseguir a maior produtividade possível -- é necessário dar-lhe um incentivo. Só há duas maneiras de se conseguir isso: mediante aumento dos salários ou melhoria das condições de trabalho, como por exemplo, a diminuição da jornada. Os fundamentos psicológicos do taylorismo começaram a cair por terra a partir das experiências levadas a cabo por uma equipe dirigida pelo australiano Elton Mayo nas oficinas da companhia Western Electric, no estado de Illinois, Estados Unidos, entre 1927 e 1932. Com a finalidade de melhorar a produtividade dos operários, e dentro da lógica plenamente racional da escola da organização científica do trabalho, foram estudadas as condições ideais de iluminação das oficinas. Experimentaram-se vários tipos de iluminação, desde uma extremamente fraca até outra bastante intensa, conseguindo-se melhora de produtividade em todos os casos. Esse resultado era incompreensível do ponto de vista da organização científica do trabalho. Mayo e seus colaboradores demonstraram, contudo, que o aumento da produtividade não se devia a nenhuma causa material, mas sim à mudança ocorrida -- no momento da realização das experiências -- nas relações sociais entre a direção da empresa e os trabalhadores e, em consequência, à mudança entre os próprios trabalhadores. Depois de longos estudos, Mayo e sua equipe chegaram às seguintes conclusões: (1) o comportamento do trabalhador não é simplesmente individual e deve ser apreciado dentro do contexto do grau ao qual ele pertence; (2) há outras formas de motivação para o trabalho, além daquelas reconhecidas pela escola clássica; (3) além da organização formal, estudada racionalmente pela escola clássica, existe uma organização informal -- redes de amizade, liderança pessoal etc. -- que afeta o funcionamento do grupo. As pesquisas realizadas por Mayo vieram a constituir a base da sociedade industrial, desenvolvida sobretudo depois da segunda guerra mundial. Seu conhecimento é fundamental para a moderna administração de empresas. (Extraído de ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.) Organização como sistemas abertos Organização e o estabelecimento de uma estrutura formal de autoridade, mediante a qual se definem, dispõem e coordenam as fases e métodos de trabalho para se atingir um objetivo. A organização formal constitui um sistema estrutural. A estrutura formal da empresa está assentada nos princípios da divisão do trabalho, da especialização, da hierarquia, da autoridade e da responsabilidade. São estes, pois, os fundamentos da Organização. ORGANIZAÇÃO FORMAL As principais características da organização formal são: a. Divisão do Trabalho — Maneira pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma serie de pequenas tarefas. A divisão foi iniciada ao nível de operários, com a Administração Científica alçando os mais elevados escalões da organização, com a Teoria Clássica, cuja aceitação e divulgação foi devida aos seguintes fatores: padronização e simplificação das atividades do operário; melhor especialização com o detalhamento das tarefas; melhor aproveitamento do trabalho especializado através da departamentalização; melhor eficiência da organização; redução dos custos de produção, sobretudo os de mão-de-obra e de materiais diretos. b. Especialização — Cada órgão ou cargo passa a ter funções especializadas, como consequência da divisão do trabalho. Defendida pela Teoria Clássica com base no pressuposto de que a concentração de esforços em campos limitados permite incrementar a quantidade e qualidade da produção. c. Hierarquia — Como decorrência das funções especializadas surge a função de comando, que tem a missão de controlar e dirigir todas as atividades. Desta forma, a organização precisa de uma estrutura hierárquica, além da estrutura de funções. Daí o princípio de hierarquia que deve existir em toda organização formal. A hierarquia divide a organização em níveis de autoridade, onde os superiores possuem certo tipo de autoridade sobre os APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Administração Pública A Opção Certa Para a Sua Realização 8 inferiores. Portanto, a estrutura formal apresenta uma cadeia de níveis hierárquicos sobrepostos (cadeia escalar), formando geralmente uma pirâmide, tendo a direção no topo (nível decisorial), os executadores na base (nível operacional ou executório) e nos níveis intermediários as demais camadas hierárquicas. c. Autoridade — Dentro da organização existem pessoas cumprindo ordens de outras situadas em níveis mais elevados, o que denota suas posições relativas, bem como o volume de sua autoridade em relação às demais posições. e. Responsabilidade — Para os autores clássicos, a responsabilidade advém da relação superior-subordinado e do fato de alguém ter autoridade para exigir determinadas tarefas de outras pessoas. A essência da responsabilidade é a obrigação de utilizar a autoridade para exigir que sejam executadas as tarefas. f. Racionalismo — O princípio básico é que, dentro de certos limites, os seus membros se comportarão de acordo com as normas lógicas de comportamento prescritas para cada um deles. g. Coordenação — Para Fayol, a coordenação é a reunião, a unificação e a harmonização de toda a atividade e esforço. HIERARQUIA É a disposição de níveis verticaisde responsabilidades, em degraus de importância de cima para baixo. Estes níveis caracterizam todas as formas de esforço cooperativo organizado. O número de níveis aumenta à medida que a empresa cresce. DEPARTAMENTALIZAÇAO É o processo de estabelecer unidades compostas de grupos, com funções relacionadas. Cada agrupamento é atribuído a um chefe, com autoridade para dirigir tais atividades. Torna-se pois importante que tais atividades sejam agrupadas logicamente. Diversos são os critérios para proceder-se à Departamentalização: Por função: atividades similares; por áreas geográficas: têm por base a localização; por produto: segundo a linha de fabricação; por clientela: segundo o interesse do freguês ou cliente; por processo: de acordo com a tecnologia empregada. Identificadas as atividades da empresa, elas serão agrupadas. Este agrupamento ou arrumação das atividades será efetuado de acordo com os determinados critérios inicialmente propostos por LUTHER GULICK. Órgãos de Departamentalização Resulta na criação dos átomos da empresa, que são seus Órgãos ou Unidades Administrativas. Os órgãos se distinguem uns dos outros de acordo com o elemento hierárquico de sua denominação, que indicará a importância do órgão da empresa. Não existe nenhuma regra fixa para a hierarquização das denominações, sendo necessário, entretanto, que os títulos adotados sejam COERENTES e UNIFORMES para toda a empresa. Os títulos mais comumente adotados na Empresa Privada, para indicar posição hierárquica, são os seguintes: a) Diretoria (exemplificando: Diretoria de Administração) b) Departamento (Departamento de Pessoal) c) Divisão (Divisão de Recrutamento e Seleção) d) Seção (Seção de Seleção) e) Setor (Setor de Testes Psicotécnicos) Critérios de Departamentalização Como vimos, os critérios de Departamentalização utilizados para o agrupamento de atividades são por função (ou propósito), por produto (ou serviço), por processo, por clientela, por localização (ou área geográfica) e, antes de apresentar cada um individualmente, tornam-se necessários dois esclarecimentos: A grande maioria das empresas não adota um único Critério de Departamentalização, empregando em seu lugar um CRITÉRIO MISTO, de modo que não haja uma estrutura rígida e sim que as atividades sejam agrupadas de forma que contribuam melhor para a realização dos objetivos da empresa. Apesar do nome Departamentalização sugerir que os órgãos criados devam denominar-se Departamentos, isto não se verifica. A nomenclatura a ser utilizada fica a critério do organizador devendo apenas ser coerente e uniforme para toda a empresa, como já foi assinalado anteriormente. Departamentalização por Função (ou Propósito) Ocorre quando são agrupadas num mesmo órgão as atividades que possuam uma singularidade de propósitos ou objetivos. É talvez o critério mais extensamente empregado, e está presente em quase todas as empresas, em algum nível hierárquico da Estrutura de Organização. Departamentalização por Produto (ou Serviço) Ocorre quando são agrupadas, num mesmo órgão, as atividades diretamente relacionadas a um determinado produto ou serviço. Departamentalização por Processo Ocorre quando são reunidas, num mesmo órgão, as pessoas que utilizam um mesmo tipo de equipamento ou de técnica. Nos órgãos organizados de acordo com este critério, concentram-se todos ou quase todos os profissionais de determinada especialização ou profissão. Departamentalização por clientela Ocorre quando o grupamento de atividades num mesmo órgão é feito com o objetivo de servir um grupo determinado de pessoas ou clientes. Há um interesse fundamental pelo cliente que passa a ser a razão primordial para grupar as atividades. Departamentalização por Localização (ou Área Geográfica) Este critério ocorre particularmente em empresas cujas atividades são físicas ou geograficamente espalhadas, nas quais se torna conveniente que todas as atividades executadas numa determinada região sejam agrupadas e colocadas sob a chefia de um administrador local. Existem ainda outros critérios que podem ser adotados, como: por Período de Tempo. por Quantidade de Força de Trabalho por Conveniência Empírica Estes serão examinados em outra oportunidade. Administração Administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência), designa o desempenho de tarefas de direção dos assuntos de um grupo. É utilizada em especial em áreas com corpos dirigentes poderosos , como por exemplo no mundo empresarial (administração de empresas) e em entidades dependentes dos governos (administração pública). Administrar significa planejar, dirigir, organizar, coordenar, e controlar organizações e/ou tarefas, tendo como objetivo maior produtividade e/ou lucratividade. Para se chegar a isto, o administrador avalia os objetivos organizacionais e desenvolve as estratégias necessárias para alcançá-los. Este profissional, no entanto, não tem apenas função teórica, ele é responsável pela implantação de tudo que planejou e, portanto, vai ser aquele que define os programas e métodos de trabalho, avaliando os resultados e corrigindo os setores e procedimentos que estiverem com problemas. Como é função do administrador que a produtividade e/ou lucros sejam altos, ele também terá a função de fiscalizar a produção e, para isto, é necessário que fiscalize cada etapa do processo, controlando inclusive os equipamentos e materiais (recursos) envolvidos na produção, para evitar desperdícios e prejuízos pra a organização. Enfim, a administração é o processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos. O processo administrativo é inerente a qualquer situação em que haja pessoas utilizando recursos para atingir algum tipo de objetivo. Outro sentido da palavra refere-se à administração (ou seja, à oferta) de sacramentos, de justiça, medicamentos, etc. De acordo com a ciência da administração, a maioria das organizações humanas podem ser classificadas em 5 tipos: Piramidais ou Hierárquicas Comitês ou Juris Matriciais Ecológicas Organizações Compostas Teorias da administração de empresas Para fins de estudo, a teoria da administração pode ser dividida em várias correntes ou abordagens. Cada abordagem representa uma maneira específica de encarar a tarefa e as características do trabalho de administração.: Abordagem clássica da administração Administração científica Teoria clássica da administração Abordagem humanística da administração Teoria das relações humanas Abordagem neoclássica da administração APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Administração Pública A Opção Certa Para a Sua Realização 9 Teoria neoclássica da administração Administração por objetivos (APO) Abordagem estruturalista da administração Modelo burocrático da administração Teoria estruturalista da administração Abordagem Comportamental da Administração Teoria comportamental da administração Teoria do desenvolvimento organizacional (D.O.) Abordagem sistêmica da administração Cibernética e administração Teoria matemática da administração Teoria geral de sistemas Abordagem contingencial da administração Teoria da contingência Linha temporal das teorias da administração Ano:...Teoria: 1903...Administração científica 1909...Teoria da burocracia 1916...Teoria clássica da administração 1932...Teoria das relações humanas 1947...Teoria estruturalista 1951...Teoria dos sistemas 1953...Abordagem sociotécnica 1954...Teoria neoclássica da administração 1957...Teoria comportamental 1962...Desenvolvimento organizacional 1972...Teoria da contingência Teorias Administrativas, suas ênfases e seus principais enfoques Ênfase Teorias administrativas Principais enfoques Tarefas Administração científicaRacionalização do trabalho no nível operacional Estrutura Teoria clássica Teoria neoclássica Organização Formal; Princípios gerais da Administração; Funções do Administrador Teoria da burocracia Organização Formal Burocrática; Racionalidade Organizacional; Teoria estruturalista Múltipla abordagem: Organização formal e informal; Análise intra-organizacional e análise inter-organizacional; Pessoas Teoria das relações humanas Organização informal; Motivação, liderança, comunicações e dinâmica de grupo; Teoria do comportamento organizacional Estilos de Administração; Teoria das decisões; Integração dos objetivos organizacionais e individuais; Teoria do desenvolvimento organizacional Mudança organizacional planejada; Abordagem de sistema aberto; Ambiente Teoria estruturalista Teoria neo- estruturalista Análise intra-organizacional e análise ambiental; Abordagem de sistema aberto; Teoria da contingência Análise ambiental (imperativo ambiental); Abordagem de sistema aberto; Tecnologia Teoria da contingência Administração da tecnologia (imperativo tecnológico). As principais Teorias Administrativas e seus principais enfoques A teoria geral da administração começou com a ênfase nas tarefas, com a administração científica de Taylor. A seguir, a preocupação básica passou para a ênfase na estrutura com a teoria clássica de Fayol e com a teoria burocrática de Weber, seguindo-se mais tarde a teoria estruturalista. A reação humanística surgiu com a ênfase nas pessoas, por meio da teoria comportamental e pela teoria do desenvolvimento organizacional. A ênfase no ambiente surgiu com a Teoria dos Sistemas, sendo completada pela teoria da contingência. Esta, posteriormente, desenvolveu a ênfase na tecnologia. Cada uma dessas cinco variáveis - tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia - provocou a seu tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um gradativo passo no desenvolvimento da TGA. Cada teoria administrativa procurou privilegiar ou enfatizar uma dessas cinco variáveis, omitindo ou relegando a um plano secundário todas as demais. Áreas da administração Administração financeira Administração da produção Administração pública Logística Marketing Recursos humanos Sistema de informação Administração científica Taylor iniciou o seu estudo observando o trabalho do operário. Sua teoria seguiu um caminho de baixo para cima, e das partes para o todo; dando ênfase na tarefa. Para ele a administração tinha que ser tratada como ciência. Organização Racional do Trabalho: • Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: objetivava a isenção de movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio. • Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador a diminuição da produtividade e perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da rotação de pessoal • Divisão do trabalho e especialização do operário • Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como executar e as relações com os demais cargos existentes. • Incentivos salariais e prêmios de produção • Condições de trabalho • Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos • Supervisão funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados, e não por uma autoridade centralizada. Homem econômico: o homem é motivável por recompensas salariais, econômicas e materiais. A organização era vista como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam influências externas. O sistema fechado é mecânico, prevesível de determinístico. Fordismo: • Aperfeiçoamento e mecanização (esteira móvel) do sistema criado por Taylor. • 1913- proibição do uso do cronômetro (pelo estado americano) • 1914- Ford cria a linha de produção Características do Fordismo: • Crediário: atrair o consumo (até p/ os próprios operários) • Introduziu o marketing como nunca antes • Aumentou os salários a padrões desconhecidos • Reduziu a jornada de trabalho para 8 horas • Criou a Produção em Massa, a Verticalização (extração da matéria-prima até a comercialização do produto) e o "just in time" (não existe estoque, você produz o que vende) • Criou o trabalhador Ford (sob vigilância: hábitos dentro e fora da empresa) Princípios: • Intensificação: maior velocidade possível = linha de montagem • Economicidade: menor tempo possível, sem empaco de produção ("just in time") • Produtividade: máximo de produção no menor tempo. Cedido por: Abel Emilio B. Baronceli 4° de Tec. em redes de computadores TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO A Teoria clássica da administração foi idealizada por Henri Fayol. Caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do Homem Econômico e pela busca da máxima eficiência. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Administração Pública A Opção Certa Para a Sua Realização 10 Sofreu críticas como a manipulação dos trabalhadores através dos incentivos materiais e salariais e a excessiva unidade de comando e responsabilidade. Paralelamente aos estudos de Taylor, Henri Fayol defendia princípios semelhantes na Europa, baseado em sua experiência na alta administração. Enquanto os métodos de Taylor eram estudados por executivos Europeus, os seguidores da Administração Científica só deixaram de ignorar a obra de Fayol quando a mesma foi publicada nos Estados unidos. O atraso na difusão generalizada das ideias de Fayol fez com que grandes contribuintes do pensamento administrativo desconhecessem seus princípios. 14 princípios básicos Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor: Divisão do trabalho - Especialização dos funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência da produção aumentando a produtividade. Autoridade e responsabilidade - Autoridade é o direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade. Unidade de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contra-ordens. Unidade de direção - O controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos. Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas pra todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização. Prevalência dos interesses gerais - Os interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses individuais. Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria organização. Centralização - As atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas. Hierarquia - Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa. Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa em seu lugar. Equidade - A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa. Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem consequências negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários. Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo. Espírito de corpo - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos. Funções Precípuas da Gerência Administrativa Planejar - Estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como serão
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