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ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 1 Prezado aluno, Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do conteúdo. Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a respeito de cada item. Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu aprendizado! Bons estudos! ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 2 Introdução Nesta aula, trataremos do alinhamento entre os processos estratégicos e os projetos nas organizações. Primeiramente, você verá que esses processos são orientados a atender os objetivos empresariais. Em seguida, você conhecerá os métodos e critérios de seleção de projetos para, por fim, entender como se formam os portfólios organizacionais. Objetivo: • Reconhecer a necessidade de articulação entre gerenciamento de projetos e processos de gestão estratégica; • Descrever os métodos de seleção de projetos; • Construir um portfólio de projetos. Conteúdo Reconhecendo uma necessidade Vamos iniciar esta aula como uma discussão muito polêmica hoje em dia: Você acredita que existe uma conexão entre estratégia organizacional e gestão de projetos? ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 3 Diante da realidade atual do mundo dos negócios, a resposta a essa pergunta não é muito motivadora: as empresas estão falhando em reconhecer essa interdependência. A gestão de projetos tem sido caracterizada sem uma visão sistêmica – coordenada e sincronizada com a estratégia empresarial. Vejamos por que isso acontece... A consistência da implantação da estratégia dentro da empresa depende do alinhamento de seus recursos internos: eles precisam atuar em harmonia com os requisitos para que essa estratégia seja cumprida. Logo, os conflitos na destinação de recursos precisam ser resolvidos, e suas prioridades estabelecidas. Não podemos aceitar que problemas de determinada área sejam solucionados em detrimento de outro setor de negócios igualmente relevante para a organização. Por isso, é importante alinhar as estratégias às ações efetivas da empresa! Elaboração do planejamento estratégico A elaboração do planejamento estratégico é o que garante a sustentabilidade das organizações! Quando o associamos às ações empresariais através de uma gestão integrada, é possível examinar cada projeto sob a perspectiva dos objetivos que se pretende alcançar. Portanto, é importante que as empresas identifiquem os processos capazes de transformar a estratégia em ação ou em projetos, de modo a desenvolver e sustentar as vantagens competitivas esperadas. Devido a essa importância, a busca por novos instrumentos de gestão tem sido permanente por parte das organizações. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 4 Leia o artigo da Globo News, que trata sobre popup store , ou seja, lojas, hotéis e até restaurantes temporários. Estes empreendimentos que abrem as portas já com data para fechá-las podem e são usadas como ferramentas estratégicas à diversos empreendimentos, seja para dar visibilidade à marca, seja para ampliar contato com fornecedores , alcançar determinado nicho de consumidores. Conheça também The Cube by Eletrolux, o conceito de restaurante popup da Eletrolux. Atenção As organizações modernas caracterizam-se por formar um grande conjunto de projetos e por executá-los de diversas maneiras. Mas, para que esses planos de trabalho apresentem resultados positivos, todos precisam ser consistentes e coerentes entre si, além de alinhar-se com a estratégia e os objetivos organizacionais. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 5 Articulação entre estratégias e projetos Você sabe por que podemos deduzir que a estratégia das organizações já expressa os objetivos a serem alcançados por ela? Primeiro, porque o conceito de estratégia não é apenas um componente do planejamento estratégico da empresa, mas o vetor de orientação de seus projetos. Segundo, porque no contexto de elaboração estratégica, são levantados os pontos fortes ou potenciais da empresa – aqueles que a auxiliam a aproveitar oportunidades ou superar ameaças e, finalmente, alcançar seus objetivos. Justamente por isso, as estratégias organizacionais precisam ser transmitidas a todos os níveis da corporação e articuladas às ações empresariais. Até porque as pessoas só poderão contribuir com seu processo de implantação e com o papel que lhes cabe se puderem compreender os fundamentos e os conceitos estratégicos do ambiente empresarial em que atuam. Essa articulação, cujo instrumento de ação é o PROJETO, consiste em relacionar a organização, seus recursos e processos com o posicionamento estratégico da empresa. Trata- se do que chamamos de aderência estratégica. Aderência estratégica Um projeto com elevada aderência estratégica é desenvolvido para atender às estratégias empresariais e está ligado aos fundamentos da concepção que envolve a VISÃO, a MISSÃO e os FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO da organização. Mas a aderência estratégica não deve ser percebida como uma característica estática dos projetos. Afinal, em decorrência de mudanças no ambiente, ela também precisa ser adaptada ao longo do desenvolvimento da empresa. Trata-se de uma adequação entre os seguintes domínios da organização: ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 6 • Externo – aquele relacionado ao âmbito de negócios, no qual a empresa busca diferenciais competitivos para lidar com a concorrência; • Interno – aquele relacionado à lógica de gestão da empresa e ao desenvolvimento de recursos para alcançar os objetivos organizacionais. Veja alguns exemplos de empresas que se podem valer da aderência estratégica para atingir o sucesso: Exemplo 1 Determinada fábrica de sapatos pretende aumentar suas vendas elevando a capacidade de produção dessa mercadoria. Nesse caso, a empresa pode desenvolver um projeto para a aquisição de novos equipamentos, novas instalações etc. Exemplo 2 Uma indústria de confecções realiza o processo de tintura para gerar seus produtos, mas ele ainda é crítico em termos de diferenciação para o sucesso no mercado. A fim de melhorar a qualidade de seus artigos, a empresa pode desenvolver um projeto que estimule a produção de roupas tingidas de forma artística. Essas situações hipotéticas apresentam projetos que podem ser pensados para que a empresa mantenha seu nível de competitividade no mundo corporativo.Mas como é possível selecionar os projetos adequados que estabeleçam relação estreita com os objetivos da empresa? Descubra-o mais adiante! Atenção Ignorar a importância da aderência estratégica significa deixar de reconhecer as prioridades da empresa. Os projetos deveriam ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 7 decorrer de decisões que proporcionassem o direcionamento dos negócios nos médio e longo prazos. Quando isso não acontece, esses planos de trabalho desviam recursos necessários a outros projetos com maior grau de aderência à estratégia empresarial. Seleção de projetos e de estratégias O principal objetivo das organizações é gerir, de forma eficiente, seu portfólio de projetos e maximizar o retorno de sua carteira de projetos, seguindo critérios estratégicos. Em outras palavras, é preciso considerar a probabilidade de sucesso de tais planos de trabalho, com base nos seguintes requisitos: • Visão estratégica da empresa; • Riscos dos projetos; • Avaliação econômica e financeira desses projetos. Por isso, dentro do ambiente organizacional, o processo de decisão envolve, normalmente, dados financeiros, múltiplos critérios e vários agentes. A escolha por determinado projeto deve-se fundamentar em opções que apresentem o melhor desempenho estratégico, a melhor avaliação ou, ainda, o melhor equilíbrio entre as expectativas e os possíveis resultados decorrentes dele. Assista o vídeo do palestrante Ricardo Vargas, especialista em gerenciamento de projetos porfólio e riscos. Atualmente atua como diretor do Grupo de Práticas de Projetos do Escritório de Serviços de Projetos das Nações Unidas (UNOPS, na sigla em inglês). Videocast - Critérios de Seleção de Projetos. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 8 Métodos financeiros – quantificáveis Os métodos de seleção de projetos podem ser quantificáveis e não quantificáveis. Vamos conhecer, agora, os primeiros, que envolvem análises econômicas e financeiras de planos de trabalho empresariais. Os métodos financeiros (quantificáveis) abordam os indicadores mais utilizados para a avaliação de investimentos e projetos nas organizações modernas – aqueles que, na maioria das vezes, são tomados como única forma de aprovar ou descontinuar alternativas de aplicações de capital. Trata-se de métodos que resultam em: • Valores monetários. De fácil compreensão para toda a corporação; • Valores não monetários. Cuja finalidade é especificar certas condições para a avaliação da viabilidade do projeto. Abrir uma filial da churrascaria Porcão na Índia por exemplo é completamente inviável por questões óbvias. Atenção Se forem utilizados individualmente, tais procedimentos técnicos poderão levar a decisões equivocadas. Mas quais são os critérios de análise econômica e financeira? A análise financeira de uma alternativa de projeto pesquisa o retorno sobre os investimentos e os custos para produzir as receitas. Todos esses gastos são avaliados com base em preços de mercado, impostos etc. Além disso, a definição de um horizonte temporal também é um ponto importante para esse método de análise, cujo resultado consiste na estimativa do impacto que determinado projeto pode representar para a organização. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 9 Essa estimativa pode ser obtida através de alguns indicadores econômicos. Vamos conhecê-los? Métodos financeiros: Valor Presente Líquido O Valor Presente Líquido (VPL) é a forma de seleção e priorização de projetos mais simples e utilizada atualmente. Podemos calcular o VPL de uma lista de projetos mais importantes da organização e classificá-la de acordo com o resultado obtido – do maior para o menor. Dessa forma, as organizações autorizam os planos de trabalho conforme sua ordem de preferência. Para encontrarmos o VPL, precisamos transferir todos os valores dos projetos para o momento presente – ou seja, a DATA ZERO –, descontando-os a uma Taxa Mínima de Atratividade (TMA) quando comparados com o valor do investimento. Se o saldo for positivo, a opção será viável. Em outras palavras: Quanto maior o saldo positivo, mais atrativa será a alternativa. Veja, a seguir, um exemplo de cálculo do VPL. Suponha que a empresa XYZ esteja avaliando o projeto A, cujo Fluxo de Caixa é o seguinte: Sabendo que o custo de capital da empresa é de 10%, vamos calcular, agora, o VPL: ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 10 Atenção Para a análise econômica e financeira quanto à viabilidade de projetos, a regra do VPL é a seguinte: • VPL > 0: Projeto pode ser aceito; • VPL = 0: Projeto pode ser aceito; • VPL < 0: Projeto é rejeitado. Esse método pode maximizar o valor da carteira de projetos da empresa, até porque são escolhidos os melhores resultados de cada componente. Mas, infelizmente, as probabilidades de riscos dos projetos são ignoradas, já que, nesse caso, as projeções financeiras são exatas. Métodos financeiros: Taxa Interna de Retorno Da mesma forma que o VPL, a Taxa Interna de Retorno (TIR) é um dos métodos de análise de investimentos mais utilizados pelas empresas, por ser de simples aplicação e interpretação. Afinal, é muito fácil raciocinar em termos de taxas! A TIR é a taxa que iguala o valor presente das saídas previstas dos projetos com as entradas estimadas de Fluxo de Caixa. Em outras palavras, trata-se de tornar a soma dos valores atuais dos Fluxos de Caixa igual a zero. Nesse caso, a decisão gerencial compara a TIR com a Taxa de Atratividade (TA) determinada pelos acionistas – aquela que representa o limite mínimo de aceitação das alternativas de projetos. Logo, se: ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 11 Atenção A TIR deve SEMPRE levar em consideração os demais parâmetros dos métodos financeiros de análise de projetos. Veja, a seguir, um exemplo de cálculo da TIR. A empresa Delta precisa escolher o melhor de dois projetos mutuamente excludentes – de igual risco –, denominados M e N. Veja, na tabela a seguir, os Fluxos de Caixa relevantes para cada um deles: Sabendo que o custo de capital da empresa é de 14%, vamos calcular, agora, a TIR de ambos os projetos: Cálculo da TIR M Cálculo da TIR N ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 12 Métodos financeiros: Tempo de Retorno do Investimento ou Payback O Tempo de Retorno do Investimento ou Payback é o método de análise financeira que apresenta o período de tempo necessário para que as entradas líquidas de caixa recuperem o investimento inicial do projeto. Projetos que conseguem reaver esse valor de forma mais rápida podem ser considerados atraentes e menos arriscados para a organização. Veja, a seguir, um exemplo de cálculo de Payback. As empresas empregam essa regra como item secundário de avaliação e definem um tempo esperado de retorno de investimento para suas iniciativas, de acordo com as características e os tipos de projetos que existem em seu portfólio. Método de Apoio à Decisão – não quantificável Vamos conhecer, agora, a técnica de seleção de projetos subjetiva e não quantificável. Trata-se do Método de Apoio à Decisão (MAD)! Sabemos que tomar uma decisão quanto a planos de trabalho envolve várias questões complexas, de ordem financeira ou não. Mas, de acordo com Casarotto Filho e Kopittke (2008, p. 284), muitas vezes, a dimensão econômica não é determinante para essa decisão. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 13 O fato é que podemos nos ver diante dediversas opções até semelhantes em termos financeiros e precisamos escolher uma delas para desenvolvermos nossos projetos. O MAD permite, justamente, avaliar cada alternativa e sua influência sobre os objetivos da empresa, levando em consideração fatores não quantitativos ou qualitativos. Atenção A principal vantagem do MAD é a obtenção de consenso de uma equipe multidisciplinar na tomada de decisão. Primeiro, é importante que todos concordem com o ranking de critérios das alternativas. Cada membro desse grupo pode apresentar seus pontos de vista e julgamentos para que uma conclusão possa ser alcançada em conjunto. Isso se torna viável porque as abordagens desse método assumem que, na maioria das situações, é possível identificar um pequeno número de opiniões – no máximo 10 – para construir um conjunto de critérios representativos e simples o suficiente como base de discussão para todos os envolvidos no processo decisório. Der acordo com Boas (s/d), existem diversos tipos de MAD que utilizam analogias, diagramas, árvores de decisão, estruturas hierárquicas ou, até mesmo, simples palavras. Vejamos o exemplo no gráfico: Essa representação se baseia em uma análise comparativa fundamentada em três princípios básicos: ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 14 • Decomposição; • Julgamentos comparativos; • Síntese das prioridades. Fonte: Gartner, 2001 apud Boas, s/d. Como já mencionamos anteriormente, os critérios de decisão podem ser quantitativos ou qualitativos. Nesse caso, não há necessidade de uma escala numérica, e as comparações devem ser feitas de forma relativa entre as alternativas. Portfólio de projetos Agora que você já conhece os métodos de seleção de projetos e seus critérios estratégicos, saiba como é possível gerenciar o portfólio desses planos de trabalho. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 15 No atual ambiente de negócios, há uma grande limitação de recursos – dinâmicos e complexos – que exige das organizações o aprimoramento de seu foco e de suas estratégias. Por isso, as propostas mais lucrativas – aquelas que trazem maior valor para as empresas – começaram a ganhar prioridade nas carteiras de projetos. Estas, por sua vez, passaram a ser geridas com maior rigor para a destinação de recursos. Os principais objetivos da gestão de portfólio de projetos são: Maximização do valor Este objetivo procura maximizar o valor do portfólio na alocação dos recursos, considerando algumas metas das organizações, tais como o Payback e a TIR. Trata-se de escolher um conjunto de projetos que traga a maior rentabilidade possível para a empresa e de alcançar outros objetivos qualitativos. Equilíbrio do portfólio Este objetivo é alcançado quando selecionamos um conjunto de projetos que atenda, amplamente, à estratégia organizacional em diferentes dimensões, tais como prazos, níveis de riscos e retornos financeiros que se traduzam na sustentabilidade necessária à empresa. Alinhamento estratégico Este objetivo busca garantir uma estreita identificação entre o portfólio de projetos e a estratégia organizacional. Para isso, precisamos reunir um grupo de projetos que estejam alinhados com o ambiente empresarial, seus recursos e seu direcionamento estratégico. Só assim é possível implementar e executar a estratégia da empresa como forma de promover seu diferencial competitivo. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 16 Gerenciamento de portfólios O processo de alinhamento estratégico é realizado de acordo com uma série de etapas que serão apresentadas a partir de agora. Bonin (2010, p. 28) afirma que, de acordo com o Project Management Institute (PMI), o processo de gerenciamento de portfólio de projetos deve ser concebido em nove etapas divididas em dois grupos: Alinhamento de processos Grupo relacionado ao alinhamento estratégico organizacional – aquele que determina como os projetos serão categorizados, avaliados, selecionados e gerenciados no portfólio da empresa. Identificação do portfólio Este processo tem a finalidade de construir uma lista atualizada com os componentes já presentes no portfólio de projetos e os novos elementos que serão gerenciados pela empresa. Em outras palavras, trata-se da relação de todo o inventário de projetos da organização bem como de suas propostas. Categorização dos produtos Este processo reúne os projetos em grupos de acordo com critérios definidos, de modo que estejam alinhados com a estratégia organizacional. Sendo assim, eles são agrupados por objetivos comuns e podem ser medidos nas mesmas bases. Essa categorização permite classificar as alternativas de projetos para os processos seguintes. Avaliação dos Produtos ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 17 Trata-se da análise de cada uma das alternativas de projetos que considera os aspectos relevantes para cumprir a estratégia organizacional dentro de sua categoria. Cada opção deve estar plenamente alinhada com a estratégia da empresa e maximizar o valor dos recursos que serão alocados no futuro. Todas as informações, todos os dados e documentos que servirem para a avaliação deverão seguir junto às alternativas. Seleção dos produtos Além das informações reunidas durante o processo de avaliação, para selecionarmos os projetos, devemos considerar os dados produzidos pelos métodos quantitativos e qualitativos. Podemos utilizar, também, a análise de vantagens e desvantagens, bem como os pontos positivos e negativos de cada alternativa, considerando as metas traçadas. O objetivo principal desta etapa é produzir uma lista de opções, categorizá-las, avaliá-las e, por fim, selecioná-las, de modo que estejam plenamente alinhadas à estratégia organizacional. Dessa forma, é possível maximizar os retornos dentro das limitações de recursos físicos e financeiros da empresa para seguir adiante rumo à fase de priorização de projetos. Priorização Este processo é iniciado com a análise de cada alternativa em relação às fases anteriores, considerando a lista de opções categorizadas, avaliadas e selecionadas com recomendações. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 18 A listagem de saída desta fase também atenta para a avaliação de riscos, o volume de trabalho e a capacidade de alocação de recursos da organização. Balanceamento de Portfólio A partir dos processos desenvolvidos até então, esta etapa reúne uma composição de alternativas com maior potencial para que, coletivamente, apoiem à estratégia organizacional. Autorização Após a concretização das etapas anteriores, obtemos a lista de todos os projetos ativos incluídos no portfólio da empresa. A finalidade deste processo é alocar, formalmente, os recursos necessários para desenvolver os projetos aprovados na fase de seleção. Monitoramento e controle de processos Grupo que analisa a performance dos indicadores de desempenho de projetos com o intuito de alinhá-los aos objetivos estratégicos da empresa. Revisão do portfólio Este processo é realizado, de forma cíclica, em um período apropriado e predeterminado pela organização. Sua função é manter os projetos coerentes com a estratégia organizacional e aplicar, efetivamente, os recursos disponíveis ao longo do tempo. Periodicamente, são coletados e reportados os indicadores de desempenho que geram: • Diretivas para cada projeto; • Recomendações para o balanceamento de portfólio e para o negócio;• Redefinição do critério de seleção; ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 19 • Índices de performance atualizados; • Relatório de alcance de metas estratégicas. Mudança estratégica Normalmente, mudanças apenas incrementais na estratégia da organização não requerem alterações no portfólio de projetos. Por outro lado, mudanças significativas no ambiente externo provocam transformações no direcionamento estratégico da empresa e impacto em seu portfólio, afetando, consequentemente, o alinhamento de sua estratégia. Por isso, aliado à etapa anterior de revisão, este processo visa capacitar a organização a lidar com essas modificações próprias do mercado. Aprenda Mais Para saber mais sobre a aplicação do MAD, leia o texto Execução da análise multicritérios Para saber mais sobre Projetos na gestão de portfólio, leia a publicação de Ricardo Viana Vargas sobre gestão de portfólio. Referências BOAS, C. de L. V. Análise da aplicação de Métodos Multicritérios de Apoio à Decisão (MMAD) na gestão de recursos hídricos. Disponível em: http://www.cprm.gov.br/. Acesso em: 19 nov. 2013. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 20 BONIN, L. F. L. Gerenciamento de portfólio visando à redução de complexidade. 2010. 57 f. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC em Engenharia de Produção Mecânica) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2010. CASAROTTO FILHO, N. C.; KOPITTKE, B. H. Análise de investimentos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2008. CHIAVENATO, I.; SAPIRO, A. Planejamento estratégico – fundamentos e aplicações. 10. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2010. FREZATTI, F. Gestão da viabilidade econômico-financeira dos projetos de investimentos. São Paulo: Atlas, 2012. MARTIN, J. D.; SHERIDAN, T. Avaliação de projetos e investimentos. Porto Alegre: Bookman Exercícios de fixação Questão 1 Assinale, entre as opções a seguir, aquela que representa a fase atual de integração entre a estratégia empresarial e a gestão de projetos: a) Há necessidade de estabelecermos uma conexão mais estreita entre a gestão de projetos e o desdobramento da estratégia em projetos. b) A gestão de projetos tem sido caracterizada por uma visão sistêmica – coordenada e sincronizada com a estratégia empresarial. c) Os recursos internos precisam estar alinhados, de forma que atuem em harmonia com os requisitos para o cumprimento da estratégia. d) É importante que as organizações identifiquem os processos de gestão que transformem a estratégia em ação ou em projetos. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 21 e) As organizações modernas caracterizam-se por reunir projetos consistentes, coerentes entre si e totalmente alinhados com sua estratégia. Questão 2 Analise a definição a seguir: “Trata-se da somatória de todos os valores do Fluxo de Caixa – saídas previstas + receitas estimadas – no instante ZERO, que considera determinada Taxa de Atratividade (TA)”. Este tipo de seleção de projetos representa o(a): a) Valor Presente Líquido b) Taxa Interna de Retorno c) Critério não quantificável d) Método de Apoio à Decisão e) Tempo de Retorno do Investimento Questão 3 A definição do grupo de alternativas de projetos e a elaboração do conjunto de critérios de seleção fazem parte do seguinte processo de análise: a) Gestão de portfólio b) Aderência estratégica c) Método de Apoio à Decisão d) Análise econômico-financeira e) Equilíbrio do portfólio de projetos ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 22 Questão 4 O processo que serve para agrupar os componentes identificados em relevantes grupos de projetos, dentro dos quais uma gama de decisões e critérios é aplicada para a avaliação, seleção, priorização e balanceamento de portfólio é denominado: a) Revisão b) Autorização c) Identificação d) Categorização e) Mudança estratégica ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 23 Aderência estratégica: Denominação que explica o relacionamento de um dado projeto com o processo de elaboração da estratégia empresarial. Gestão de projetos: Forma especializada de gestão que visa elaborar, com rapidez e eficiência, as estratégias de negócios, através do plano de orçamentos e da definição de tarefas a serem realizadas a partir de cronogramas. O orçamento de capital, de investimentos e de despesas deve- se referir aos projetos que implantam a estratégia. Grupos: Podemos formar grupos de projetos relacionados com: • A elevação da rentabilidade; • A ampliação da participação nos mercados; • A redução de custos; • O impacto no meio ambiente; • A obrigação legal; • A qualidade e o desenvolvimento dos produtos; • Os sistemas de informações; • A melhoria da produtividade; • A expansão de mercados; • O aumento das vendas; • A inovação etc. Indicadores de desempenho: Entre os indicadores de desempenho utilizados na revisão de portfólio de projetos, podemos citar: • Alocação de recursos; • Capacidades; • Restrições etc. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 24 Portfólio de projetos: Coleção de projetos de uma organização. Qualitativos: Apesar de suas limitações, os modelos qualitativos de seleção de projetos são muito úteis e aplicáveis, e devem ser utilizados com o propósito de escolher as melhores alternativas de projetos. Aula 4 Exercícios de fixação Questão 1 - A Justificativa: Infelizmente, a gestão de projetos ainda não se constitui em um único ambiente de ampla cooperação quanto à prioridade estratégica, no qual todos os participantes da empresa atuam em prol de objetivos comuns. Questão 2 - A Justificativa: Para encontrarmos o VPL, precisamos transferir todos os valores dos projetos para o momento presente – ou seja, a DATA ZERO –, descontando- os a uma Taxa Mínima de Atratividade (TMA) quando comparados com o valor do investimento. Questão 3 - C Justificativa: O processo do Método de Apoio à Decisão (MAD) permite avaliar cada alternativa de projetos e sua influência sobre os objetivos da empresa, levando em consideração um conjunto de critérios representativos que serve de base para o processo decisório. Questão 4 - D ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 25 Justificativa: O processo de categorização reúne os projetos em grupos de acordo com critérios definidos, de modo que estejam alinhados com a estratégia organizacional. Sendo assim, eles são agrupados por objetivos comuns e podem ser medidos nas mesmas bases. Esta etapa permite classificar as alternativas de projetos para os processos seguintes. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 26 Audemir Leuzinger de Queiroz cursou Mestrado em Logística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), é Especialista em Engenharia Econômica pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) e em Ciências Contábeis pela Fundação Getulio Vargas (FGV-RJ), Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e realizou cursos de extensão universitária em Planejamento Estratégico, Marketing e Finanças pela PUC-RJ. Exerceu, ao longo de vários anos, os cargos de supervisor de diretoria em unidades do Grupo Souza Cruz e em empresas coligadas em várias partes do País, e de Diretor Executivo dos setores de Finanças, Contabilidade, Informática e Logística na Ediouro Publicações S/A. Além disso, foi Coordenador Nacional dos cursos de Pós-Graduação da área de Gestão e Coordenador Geral do curso de Graduação Tecnológica em Logística na Universidade Estácio de Sá (UNESA). Atualmente,é professor de Logística Aplicada ao e-Commerce na FGV-RJ e de Logística Empresarial no Instituto Nacional de Desenvolvimento em Educação Continuada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (INDEC-UFRJ). Também atua como docente do curso de Pós-Graduação em Administração Estratégica oferecido pela UNESA, ministrando a disciplina Planejamento Estratégico, nas modalidades presencial e a distância. Nessa instituição, é, ainda, Coordenador dos cursos de Pós-Graduação da referida área e de Logística Empresarial. Currículo lattes: href="http://lattes.cnpq.br/8665913435065636" <font color="#0033FF">http://lattes.cnpq.br/8665913435065636
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