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AULA 1 caso concreto respondido

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AULA 1
DIREITO CIVIL III – Arthur cabral bestene
Aplicação Prática Teórica
O professor Antônio José começou a aula de Direito Civil III com a seguinte afirmação:
- Avontade é um dos principais elementos para a formação dos contratos. Deve ser valorizada. Porém dentro de toda a lógica normativa que envolve os deveres e obrigações contratuais. Assim o contrato se tornou um instituto funcionalizado, isto é, uma vez não cumprida a sua função, não possui efeitos jurídicos. Nesse contexto a autonomia de vontade das partes dentro da relação negocial existente está condicionada ao cumprimento da função social. A seguir, o professor colocou as seguintes perguntas no quadro:
a) Quais as condições de validade do contrato?
Capacidade e legitimidade do agente; objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei. (Art. 104, CC).
A validade do contrato exige, precipuamente, acordo de vontades e também:
Agente capaz: aptidão de alguém para exercer por si os atos da vida civil. Os artigos 3º e 4º do Código Civil excluem certas pessoas desta capacidade, considerando-os absolutamente incapazes e relativamente incapazes.
Objeto lícito, determinadoou determinavele possível: o objeto do contrato deve ser aquele não proibido por lei, possível de ser individualizado para distinção entre outros e apto a ser o motivo do contrato.
Forma prescrita ou não defesa em lei: há casos em que a lei determina forma especial aos contratos, que se desobedecida, os tornam nulos de pleno direito. Para aqueles casos em que há liberdade de forma, as partes devem agir sempre de boa-fé, em conformidade com a lei.
b) O que significa e qual arelevânciada autonomia da vontade das partes numa relação contratual?
Uma vez externada as manifestações de vontades, o contrato se concretiza, estabelecendo um vínculo obrigacional entre as partes.
Este princípio consiste basicamente na liberdade conferida às partes contratantes, de criarem relações jurídicas, de acordo com suas intenções e necessidades, desde que obedeçam às regras impostas pela lei.
Silvio Rodrigues afirma: “O Princípio da Autonomia da Vontade consiste na prerrogativa conferida aos indivíduos de criarem relações na órbita do direito, desde que se submetam as regras impostas pela lei e que seus fins coincidam como o interesse geral, ou não o contradigam.” (RODRIGUES, Silvio. Dos Contratos e das declarações unilaterais de vontade. São Paulo: Saraiva, 2007, p.15).
Segundo STRENGER: “a autonomia da vontade como princípio deve ser sustentada não só como um elemento da liberdade em geral, mas como suporte também da liberdade jurídica, que é esse poder insuprimível no homem de criar por um ato de vontade uma situação jurídica, desde que esse ato tenha objeto lícito“. (STRENGER, Irineu. Da autonomia da vontade: direito interno e internacional. São Paulo: LTr, 2000, p. 66.)
Que o contrato faz a lei entre as partes, ou seja, as partes podem de forma livre fixar o conteúdo dos contratos e decidir sobre as cláusulas que lhe são convenientes. (Pacta sunt servanda -do Latin Literal “Servo quem assume pacto”, que significa “os pactos assumidos devem ser respeitados” ou mesmo “os contratos assinados devem ser cumpridos”.
c) O que vem a ser afunçãosocial do contrato?
É o limite da autonomia privada. Nessa limitação, a função social docontrato impõe aos contratantes deveres de duas naturezas: de realizar sua função econômica dentro da sociedade, fazendo circular as riquezas e, assim, impulsionando o seu progresso material e consequentemente instalando o bem-estar social; e o segundo, denão prejudicar os interesses extracontratuais, de terceiros ou da coletividade, quando da regulação de seus próprios interesses.
Éum dos instrumentos utilizados para se alcançar a solidariedade social estampada no texto constitucional, e determina a primazia do interesse social sobre o individual, obrigando os indivíduos a circularem riquezas de forma harmônica com os interesses da sociedade e a busca da solidariedade. (Art.421 e 422, CC).
Função social do contrato é a relação dos contratantes com a sociedade, pois produz efeitos perante terceiros. A principal conseqüência jurídica da função social dos contratos é a ineficácia de relações que acaba por ofender interesses sociais, a dignidade da pessoa.
É possível em um contrato ótimo para as partes haver boa-fé. No entanto, esse contrato pode ofender a terceiros, no caso, a sociedade. O contrato ótimo para empresas pode lesar consumidores, afetando, por exemplo, a livre iniciativa. Ou seja, satisfaz interesses individuais, mas afeta os meta-individuais.
1HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO. VALIDADE DO CONTRATO A PRAZO DETERMINADO. Hipótese em queéválido o contrato a prazo determinado ajustado com o empregado aprovado em processo seletivo público, jáque atendida a forma prevista no edital do concurso, bem como os requisitos contidos no art. 443,§2º, a, da CLT. Recurso ordinário da reclamante não provido.
(TRT-4 - RO: 00014469820125040028 RS 0001446-98.2012.5.04.0028, Relator: EMÍLIO PAPALÉO ZIN, Data de Julgamento: 03/07/2014, 28ªVara do Trabalho de Porto Alegre)
2AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. PARCELA INSTITUÍDA POR INSTRUMENTO NORMATIVO. NATUREZA NÃO SALARIAL. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DAS VONTADES COLETIVAS. Indevida a integração ao salário de parcela - auxílio-alimentação - instituída por força de instrumento normativo, que expressamente afasta a sua natureza salarial. Aplicação do princípio da autonomia das vontades coletivas, previsto no art. 7º, XXVI, da CF.
(TRT-4 - RO: 00015604120115040232 RS 0001560-41.2011.5.04.0232, Relator: JOÃO PAULO LUCENA, Data de Julgamento: 10/07/2014, 2ªVara do Trabalho de Gravataí)
3AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRATO DE ARRENDAMENTO. PEDIDO DE RESCISÃO CONTRATUAL. OMISSÃO INEXISTENTE. ACÓRDÃO RECORRIDO QUE CONCLUIU PELA AUSÊNCIA DE PROVAS QUANTO À INIDONEIDADE DA AGRAVADA E À DESOBEDIÊNCIA DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO. REVISÃO OBSTADA PELA SÚMULA N. 7/STJ. 1. As questões trazidasàdiscussão foram dirimidas pelo Tribunal de origem de forma suficientemente ampla, fundamentada e sem omissões. Deve ser afastada a alegada violação ao art. 535 do Código de Processo Civil. 2. Inviável a análise do recurso especial quando dependente de reexame de matéria fática da lide (Súmula 7 do STJ). 3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(STJ - AgRg no Ag: 1076606 MG 2008/0142789-8, Relator: Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, Data de Julgamento: 19/05/2015, T4 - QUARTA TURMA, Datade Publicação: DJe 01/06/2015)

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