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MACROECONOMIA

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ECONOMIA E MERCADO
MACROECONOMIA
MACROECONOMIA
A macroeconomia estuda os agregados econômicos e como as escolhas individuais afetam os agregados nacionais. Mas não é só isso, ela também se preocupa em estudar a economia regional ou nacional como um todo. 
Sendo assim, a contabilização dos agregados nacionais, chamada de contabilidade nacional, é feita pelos órgãos governamentais, como o IBGE, e órgãos estatísticos, como a FGV, os quais servem como parâmetro para que o governo faça os ajustes necessários na economia. 
Os países não interferem na economia somente por causa do desemprego ou para regulamentar o mercado. De acordo com Garcia e Vasconcellos (2014) também são motivos para a participação do governo na economia: 
Crescimento da renda per capita: o aumento da renda per capita faz com que ocorra um aumento da demanda de bens e serviços públicos (saúde, lazer, educação, segurança etc.); 
MACROECONOMIA
Mudanças tecnológicas: a invenção do telefone demandou a instalação de rede de telefonia fixa; no primeiro momento essa rede foi ofertada pelo governo, pois as empresas privadas não tinham capital suficiente e tampouco alcance nacional para as obras de infraestrutura necessárias. 
Mudanças populacionais: alterações na taxa de crescimento da população levam a um aumento nos gastos do Estado, devido ao aumento de sua despesa com saúde, lazer, educação, segurança etc.; 
Efeitos da guerra: durante a guerra, a presença do Estado na economia aumenta, devido à necessidade de financiar os esforços de guerra (armas, alimentação, transporte, saúde para os soldados etc.); 
Fatores políticos e sociais: o surgimento de novos grupos sociais na política nacional faz com que se exija do governo maior investimento em bens públicos (escolas, creches, hospitais etc.); 
Mudanças da Previdência Social: a ampliação do papel da previdência social acarretou aumento dos gastos do governo para a manutenção do mecanismo previdenciário. Inicialmente a previdência social foi concebida somente para a aposentadoria, porém atualmente é um instrumento para aposentadoria e também para distribuição de renda. 
FUNÇÕES DO GOVERNO NA ECONOMIA
Essas funções são:
A função alocativa: está relacionada com a alocação dos recursos do governo para oferecer bens e ser­viços que não são oferecidos adequadamente à população pelo mercado, ou seja, os bens públicos. 
A função distributiva do governo tem relação com a redistribuição de renda. Isso ocorre porque o mer­cado, pelo sistema de preços e salários, via de regra não distribui a renda de maneira igual entre os diver­sos setores da sociedade. Em decorrência dessa má distribuição de renda, o governo age através da tri­butação para corrigir essa falha, retirando recursos dos agentes mais ricos da sociedade (pessoas, setores ou regiões) e transferindo para os mais pobres (GARCIA; VASCONCELLOS, 2014).
FUNÇÕES DO GOVERNO NA ECONOMIA
 
A última função do governo é a função estabilizadora, que tem como objetivo interferir na economia para alterar o comportamento dos níveis de preço e de emprego. Essa intervenção ocorre através das políticas econômicas: política fiscal, política monetária, política cambial, política comercial e política de rendas. 
Portanto, a macroeconomia se preocupa em estudar os motivos que levam os governos a interferir na economia, assim como a maneira como essa intervenção deve ser feita.
POLÍTICA ECONÔMICA
O governo pode escolher interferir na economia a partir dos instrumentos de política econômica que tem à dis­posição. 
Mas o que é política econômica?
Podemos considerar como objetivos econômicos:
alto nível de emprego;
estabilidade de preços; 
distribuição de renda socialmente justa; 
crescimento econômico. 
O emprego e a inflação são questões trabalhadas na política econômica no curto prazo. Já a distribuição de renda e o crescimento econômico são trabalhados no longo prazo, pois dependem de mudanças estruturais na eco­nomia do país. 
Para que a política econômica consiga atingir seus objetivos ela dispõe de cinco instrumentos: a política fiscal, a monetária, a cambial, a comercial e a política de rendas (GARCIA, VASCONCELLOS, 2014). 
POLÍTICA ECONÔMICA
A política fiscal refere-se aos instrumentos de que o governo dispõe para arrecadar tributos e controlar suas despesas. Esse instrumento não só interfere no nível de tributação, mas também é um meio de estimular ou inibir o consumo das famílias e empresas, através da manipulação da alíquota e estrutura de impostos. 
A política monetária é a atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos na economia (VASCONCELLOS, 2015). Os instrumentos utilizados são: emissão de moeda, reserva compulsória, open market (compra e venda de títulos públicos), redescontos (empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais) e regulamentação sobre crédito e taxa de juros. Em julho de 2015 o COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu aumentar a taxa básica de juros, SELIC, para 8,5% ao ano a fim de controlar a inflação. 
POLÍTICA ECONÔMICA
Na política cambial ocorre atuação do governo sobre a taxa de câmbio, podendo ser ela fixa (determinada pelo governo) ou flexível (determinada pelo equilíbrio de mercado). A taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira em relação à moeda nacional e é determinada nesse mercado, ou seja, a partir da demanda e oferta por moeda estrangeira. Esse mercado se caracteriza por ter empresas e pessoas demandando moeda estrangeira e empresas e pessoas ofertando moeda nacional, pois como exemplo as empresas estão vendendo produtos no mercado externo e suas receitas ocorrem em dólar. 
POLÍTICA ECONÔMICA
O preço da moeda nacional em relação à moeda internacional é chamado de taxa de câmbio (R$/US$). As políti­cas cambial e comercial atuam sobre as variáveis do setor externo da economia. 
A política de rendas refere-se à intervenção direta do governo na formação de renda (salários, aluguéis) com o controle e congelamento de preços. Durante o governo Sarney (1985-1990) tivemos o congelamento dos preços com a intenção de conter a inflação. Atualmente temos a determinação do salário mínimo como uma ferra­menta de controle dos salários. 
A partir da identificação das políticas econômicas e de como elas podem afetar a economia, você já poderá com­preender como a economia funciona a partir de fluxos e como esses fluxos alteram os indicadores da economia, chamados de agregados macroeconômicos. Na próxima unidade você estudará os fluxos da renda, dispêndio e do produto, assim como os agregados macroeconômicos e a relação entre eles
TAXA DE JUROS x INVESTIMENTOS
As decisões dos empresários com relação à compra de máquinas, manutenção de estoques, de capital de giro serão determinadas pelo nível atual da taxa de juros e pela sua expectativa futura. Se o empresário tiver uma expectativa pessimista sobre a taxa de juros, ou seja, entender que no futuro ela estará maior, vai diminuir seus estoques e seu capital de giro no presente, pois no futuro ficará mais caro mantê-los (GARCIA; VASCONCELLOS, 2014). 
Também vão interferir nos investimentos em bens de capital; se as taxas estiverem muito altas, isso poderá invia­bilizar a tomada de empréstimos, e se poderá preferir a aplicação no mercado financeiro.
Para os consumidores a taxa de juros também é importante, pois quanto menor essa taxa maior o poder de com­pra do consumidor. Ao comprar uma televisão nova, se a taxa de juros estiver alta, o consumidor vai preferir guar­dar seu dinheiro e pagar à vista. Caso a taxa de juros esteja baixa, o consumidor poderá antecipar esse consumo e pagar de forma parcelada (GARCIA; VASCONCELLOS, 2014). 
Além disso, uma alta taxa de juros pode interferir na propensão marginal a consumir e a poupar, pois os con­sumidores estarão mais dispostos a preferir a poupança em relação ao consumo, enviando suas economias ao mercado financeiro.
POLÍTICA FISCAL E SEUS EFEITOS
A política fiscal é aquela em que o governo utiliza seus instrumentos de arrecadação de impostos
e controle de despesas para estimular ou inibir os gastos de consumo do setor privado. 
Esses instrumentos são chamados de tributos. Os tributos são constituídos por taxas, contribuições de melhoria e impostos. As taxas têm como função a cobrança pela utilização de serviços públicos específicos prestados ao contribuinte ou colocados à disposição para sua utilização. Um exemplo de taxa é a taxa de lixo, em que cada resi­dência paga uma taxa de acordo com a quantidade em quilos do lixo produzido (GARCIA; VASCONCELLOS, 2014). 
POLÍTICA DE RENDAS
É caracterizada como política de rendas a intervenção direta do governo na formação de renda por meio, por exemplo, de congelamento de preços, controle de salários, aluguéis. Essa política tem por objetivo a redistribuição de renda na economia. 
A Política Cambial e Comercial tem por objetivo administrar as contas externas do País. A Política Cambial compreende a atuação do Governo sobre a taxa de câmbio, refletindo o valor a que um País aceita negociar sua moeda. A taxa de câmbio pode incentivar ou desestimular as trocas internacionais, ou seja, os movimentos de mercadorias, serviços e capitais entre os países, o que impactará o resultado da Balança Comer­cial. A Política comercial, por sua vez, compreende os incentivos ou desestímulos à exportação e à importação. Por exemplo: taxas de juros subsidiadas aos exportadores, barreiras à importação, elevação ou queda de impostos sobre produtos importados.
POLÍTICA CAMBIAL E COMERCIAL
Setores da Economia e Agentes Econômicos 
Os setores da economia podem ser divididos em: Setor Primário, Setor Secundário e Setor Terciário. 
Primário: abrange a produção da agricultura, pecuária, pesca e extração vegetal; 
Secundário: faz parte dele a produção da indústria e da extração mineral; 
Terciário: serviços, comércio, transportes e comunicações, serviços públicos. 
Já os agentes econômicos podem ser definidos como as entidades que realizam as transações econômicas. Estão classificados em Empresas, famílias, Governo e o Resto do Mundo. 
Empresas: como já foi visto, são os agentes produtores de bens e serviços. Para produzir bens e serviços, compram os fatores de produção das famílias (terra, capital e trabalho), pagando a eles uma remunera­ção. 
Famílias: são as entidades que fornecem os fatores de produção às empresas e, numa economia com­pleta, também ao Governo. 
Governo: é constituído pelos órgãos da Administração Direta, de nível federal, estadual e municipal, que prestam serviços que são consumidos pela coletividade, como a defesa nacional, administração da jus­tiça, educação, etc. O Governo não tem o objetivo de conseguir lucro. Suas empresas públicas e de socie­dade mista estão incluídas como Empresas. 
Resto do Mundo: são todas as entidades que praticam atos econômicos com o país que se elabora a Contabilidade Social e que tenham a sua residência fora das fronteiras geográficas deste. Se estivermos trabalhando com a Contabilidade Social do Brasil, o resto do mundo são os agentes dos outros países. 
Fluxo circular do produto, da renda 
A macroeconomia utiliza o fluxo circular da renda para estudar como são formados o produto e a renda gerados pela atividade econômica. 
Como foi abordado resumidamente na Unidade 1, o fluxo circular da renda se dá pela interação entre os agentes econômicos: famílias, empresas, governo e setor externo (VASCONCELLOS, 2007). 
Podemos medir o resultado da atividade econômica do país por três óticas: 
A ótica da produção e venda de bens e serviços finais na economia, conhecida como ótica do produto (que observa os bens e serviços produzidos) e do dispêndio (que observa a economia pelas despesas para a produção dos bens e serviços). A ótica do produto e a do dispêndio são medidas pelo mercado de bens e serviços 
Fluxo circular do produto, da renda 
A família trabalha na empresa A, ou seja, fornece seu serviço de mão de obra para a empresa A. A empresa A utiliza essa mão de obra e os insumos que vai adquirir na produção do produto AB. Com o produto pronto, a empresa A oferece o produto AB no mercado de bens e serviços que serão comprados pela família. Esse é o fluxo circular do produto.
Fluxo circular do produto e dispêndio.
Fluxo circular da renda
Produto Nacional 
O Produto de uma economia é representado pelo valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período de tempo. 
Bens finais porque não se consideram os bens e serviços intermediários, como matéria-prima e componentes, para que não haja múltipla contagem. 
O Produto é definido por um período de tempo, ou seja, o Produto brasileiro de 2016 são todos os bens e serviços produzidos e realizados em 2016. Os estoques anteriores a esse ano não contam como Produto de 2016, e sim numa conta de variação de estoques. O Produto de uma economia é a soma dos produtos do setor primário, secundário e terciário.
Despesa Nacional 
A Despesa Nacional (DN) revela quais são os setores compradores do produto nacional. Ou seja, representa os gastos dos agentes econômicos ou quais os setores compradores do produto nacional. 
Suponha que o país produza apenas soja e trigo e que as famílias, as empresas, o governo e alguns países de fora comprassem o que nossa simples economia produziu. 
Essa seria a Despesa Nacional, que é o gasto dos agentes econômicos com o produto nacional. Mais especifica­mente: 
Despesa Nacional
Essa seria a Despesa Nacional, que é o gasto dos agentes econômicos com o produto nacional. Mais especifica­mente: 
Despesa Nacional = despesas das famílias (c) + despesas das empresas (i) + despesas do governo (g) + despesas líquidas do setor externo (X – M) 
DN = C + I + G + X – M 
Onde: 
C = Despesas ou consumo das famílias (bens que as famílias compram) 
I = Despesas das empresas, ou simplesmente, investimento. 
G = Despesas ou gastos do Governo para sua manutenção e para a coletividade. 
(X – M) = Despesas do Setor externo, onde X = exportações e M= importações. 
 
(*) Deveria ser somente os gastos que o resto do mundo teve comprando a mercadoria do nosso país, mas, as nossas empresas também gastaram - compraram (importaram) – mercadorias ou serviços dos outros países, as quais devem, ser excluídas da equação. 
 Renda Nacional
Como mencionado anteriormente, o consumo das famílias ocorre a partir da renda obtida das empresas. Assim, podemos afirmar que a renda das famílias, também chamada de renda nacional, representa a soma dos rendimentos pagos aos fatores de produção no período analisado. Ou seja, é o total de pagamentos feitos aos fatores de produção que foram utilizados para a obtenção do Produto da economia. As remunerações dos fatores de produção são pagas às famílias. 
Renda Nacional
Os rendimentos que compõem essa equação são os salários (w), os aluguéis (a), os juros pagos (j) e o lucro das empresas (l). 
Definidas as variáveis, podemos representar a equação da renda nacional da seguinte maneira:

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