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aula3 transicao do capitalismo ao feudalismo

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A transição do capitalismo ao feudalismo 
Vamos ver cada período separadamente. 
A transição da antiguidade para o feudalismo entre os séculos IV a XI. Assim como 
ocorreu com o feudalismo, o sistema econômico característico da antiguidade 
também entrou em colapso, sendo progressivamente substituído pelo modo de 
produção feudal, Entretanto, como acontece nos processos históricos que levam 
séculos para se consolidar, não houve um rompimento abrupto, nem aquelas antigas 
estruturas despareceram por completo. Na antiguidade romana, vigorava o modo de 
produção escravista e foi justamente a crise do escravismo um dos fatores 
responsáveis pelo fim deste império. Entretanto, embora o Feudalismo não tenha 
utilizado mão de obra escrava, ele herdou da antiguidade um outro tipo de mão de 
obra, o colonato que, no feudalismo, darão origem as relações de servidão. Na 
relação de colonato, o trabalhador figa lidado a terra, nela permanecendo até o fim 
de sua vida. No feudalismo, essa é também a definição de servidão. Além disso, o 
servo terá diversas obrigações para seu senhor como o pagamento de impostos e 
vínculos de sociabilidade. 
 
Porque é importante ressaltarmos essa herança? 
Porque através dela podemos entender de que forma os sistemas mudam, mas não 
desaparecem, legando heranças aqueles que o substituem. Isso constitui a própria 
dinâmica da História e vai acontecer quando falarmos, mais adiante, da transição do 
feudalismo para o capitalismo. 
 
O Renascimento Urbano e a expansão da atividade Mercantil, entre os séculos XI e 
XIV. Podemos situar neste intervalo as origens do mundo moderno. 
Conforme a sistema feudal, baseado na agricultura e na posse da terra prosperava, as 
cidades, que tinham sido o centro da vida política e econômica durante a 
antiguidade, foram deixadas de lado. Não quer dizer que elas tenham desaparecido, 
apenas perderam a importância que tinham para as sociedades romana e grega. 
As cidades italianas foram as primeiras a se destacar no processo de renascimento 
urbano, como é o caso de Florença, Veneza e Genova. Dentre os diversos motivos 
para o pioneirismo italiano, podemos destacar a posição geográfica privilegiada de 
algumas dessas cidades, próximas ao Mediterrâneo. O Mediterrâneo será, neste 
contexto, uma das principais rotas mercantis da Europa. 
As cruzadas, as famosas expedições religiosas que ocorreram com o objetivo de 
retomar a terra santa entre os séculos XI e XII, tiveram um papel crucial no 
 
 
renascimento urbano. A medida que ampliava, a presença europeia no oriente, as 
cruzadas acabaram por estabelecer novas rotas comerciais Oriente – ocidente. Por 
estas rotas transitavam, sobretudo, especiarias e produtos de luxo, como a seda 
oriental. Esses produtos entravam na Europa e eram comercializados através das 
feiras. Estas feiras ganharam tanta importância social e econômica que em alguns 
lugares, elas se tornaram permanentes, como foi o caso de Flandres no norte da 
Bélgica e Champagne, na França. 
 
O desenvolvimento comercial em Flandres originou as ligas ou hansas, união de 
diversas cidades para administrar as relações comerciais. A mais importante ficou 
conhecida como Liga Hanseática, e reunia dezenas de cidades. 
É importante frisar que o comércio estava profundamente ligado ao renascimento 
urbano. Foi o comércio que ampliou as relações econômicas existentes, alterando o 
panorama medieval. Com a diversidade comercial, o sistema financeiro foi, aos 
poucos, criando raízes e estabelecendo um padrão de valor monetário. Ou seja, as 
moedas voltaram a circular e, ainda que não existisse uma única moeda, essa 
retomada monetária seria fundamental para o nascimento do capitalismo. 
As cidades medievais eram, inicialmente, fortificadas. Ou seja, por razões de 
segurança, era comum um muro ser erguido para proteger o pequeno núcleo urbano. 
Esta estrutura era chamada de burgo e seus habitantes, burgueses. Com a expansão 
comercial, as cidades ultrapassaram suas muralhas e se expandiram. Seus habitantes 
dedicavam-se ao artesanato e ao comércio. 
 
O artesanato acompanhava o crescimento mercantil. Só para lembrar: quando 
falamos em artesanato, neste período, estamos nos referindo a artigos feito 
manualmente. Portanto, os artesãos medievais incluíam diversas profissões como 
ferreiros, sapateiros e tecelões. Esses profissionais reuniam-se em corporações de 
ofício, associações que tinham como objetivo garantir o preço e a qualidade dos 
produtos vendidos, além de garantir o monopólio de seus membros sobre este 
comércio. 
 
Organizações como as ligas e as corporações de ofício exemplificam a mudança 
econômica que a idade média esta vivendo. A estrutura feudal, aos poucos, não mais 
dará conta da estrutura econômica criada pela multiplicidade de relações mercantis 
e o modo de produção feudal entrará em colapso. 
 
 
Por último, falemos da transição do feudalismo para o capitalismo, entre os séculos 
XIV e XV. 
 
Como historiadores, não podemos dissociar as diversas instancias que compõem a 
vida em sociedade. Dessa forma, todos os aspectos sociais – política, cultura e 
economia – estão interligados e agem diretamente um sobre o outro. É claro que é 
possível privilegiar um olhar em detrimento de outro e assim temos a história 
cultural, a história política e a história econômica. Mas, mesmo nos estudos mais 
específicos, não é possível ignorar que haja uma interação direta entre todos estes 
aspectos. 
 
Isto posto, é importante que entendamos a transição feudalismo – capitalismo, como 
sendo fruto de diversos fatores que, relacionados, provocam o desgaste de um 
sistema e a sua substituição por outro. 
 
Durante a Idade Média, a relação de trabalho estava centrado no binômio 
senhor/servo. O senhor feudal era dono das terras, o servo, sua força de trabalho e a 
produção do feudo era voltada para sua subsistência. Podemos dizer que o feudo era 
uma unidade produtiva fechada, o que explica a pouca importância das relações 
comerciais da alta idade média. 
 
Nessa estrutura, não existia o trabalho assalariado, uma das bases fundamentais do 
capitalismo. Entre os séculos XIV e XV, após a consolidação das cidades e a do 
comércio, temos a ascensão da burguesia enquanto classe social. Os burgueses 
substituirão os senhores feudais como donos dos meios de produção e o trabalhador 
venderá sua força de trabalho, quebrando a relação servo/senhor e acabando com os 
vínculos de dependência pessoal nas quais esta relação se baseava. Temos, nesta 
fase de transição, o que chamaremos de pré capitalismo pois, embora já houvesse 
relações econômicas baseadas na moeda, estas coexistiam com a troca de produtos – 
característico da economia feudal. O trabalho assalariado ainda não era dominante e 
os artesãos eram donos de seus próprios meios de produção, como ferramentas e 
matéria prima. No capitalismo haverá uma separação – enquanto a classe 
trabalhadora vende sua força de trabalho, os burgueses são donos dos meios de 
produção. Como essa estrutura ainda esta se esboçando, não podemos chamar esta 
fase de capitalista.

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