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Balantidium coli

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- Taxonomia
Reino Protista; Filo Ciliophora; Classe Litostomatea; Ordem Vestibuliferida; Família Balantiidedae; Gênero Balantidium; Espécie Balantidium coli.
- Morfologia
Tem duas formas evolutivas, o trofozoíto (entre 50-200 µm de comprimento e 40-70 µm de largura) e o cisto (entre 50-70 µm de diâmetro). Os trofozoítos apresentam cílios, um citostoma (abertura na membrana para ingestão de alimentos), vacúolos alimentares, um macronúcleo em forma de grão de feijão e um micronúcleo menor, nem sempre visível. Nos cistos, também é visível a presença do macronúcleo, do citostoma e ainda, de uma membrana adicional, a parede cistíca, que confere resistência ao parasito.
- Transmissão
Balantidium coli é um parasita que infecta humanos e é transmitido via fecal-oral, através da contaminação da água e da comida com fezes humanas contendo o cisto do Balantidium coli. Depois de digerido o cisto passa a colonizar o intestino grosso de humanos e animais (principalmente suínos), onde acabam se replicando por fissão binária. Os trofozoítos então são estimulados a produzir cistos para serem eliminados nas fezes, sendo essas fezes potenciais para a contaminação de novos indivíduos.
Os hospedeiros são principalmente pessoas com pouco acesso à higiene, saneamento básico, e que tem contatos com animais, principalmente suínos. Além disso, pessoas que vivem em regiões tropicais e subtropicais são mais acometidas por este parasita.
- Ciclo
O cisto é ingerido pelo consumo de água ou alimento contaminado. Quando o cisto chega ao intestino delgado, os trofozoítos são formados. Esses, então, colonizam o intestino grosso, vivendo no lúmen e se alimentando de partículas de comida e de bactérias da flora intestinal. Alguns trofozoítos invadem a parede do cólon usando enzimas proteolíticas e se multiplicam, alguns voltando para o lúmen. No lúmen podem desintegrar ou formar cistos. A formação de cistos é levada pela desidratação do conteúdo intestinal. Na sua forma madura, os cistos são liberados para o ambiente pelas fezes.
- Prevalência
A distribuição mundial da infecção por Balantidium coli é de 1%. Predominantemente encontrado em áreas da América latina, Filipinas e Nova Guiné. O risco de infecção pode aumentar em áreas onde existe contato próximo entre humanos e porcos, que é o principal reservatório para o Balantidium coli.
- Patogenia
A forma infecciosa do B. coli é o cisto, adquirido pelo hospedeiro por meio de ingestão de água ou comidas contaminadas. No duodeno, ocorre o desencistamento, em que parte desses trofozoítos sofre o encistamento e é eliminada nas fezes, a outra parte invade a parede do cólon e se estabelece. A capacidade destes microorganismos de causar ulcerações e perfurações no intestino deve-se à produção de hialuronidase, uma enzima que quebra o ácido hialurônico, que auxilia na adesão célula a célula da mucosa. O protozoário não produz toxinas. Outros órgãos podem ser acometidos pela invasão desse parasito, dentre eles estão os pulmões, trato genitourinário e apêndice. Alguns fatores que podem contribuir para a instalação do patógeno são o estado nutricional, flora intestinal, alcoolismo e doenças crônicas.
- Sintomas
O desenvolvimento da doença pode ser assintomático; sintomático leve - com diarréia sem sangue, cólicas, halitose e dor abdominal; ou severo - com diarréia com presença de sangue (devido a ulcerações na parede intestinal) e muco, tenesmo e perda de peso.
- Prevenção
A infecção por Balantidium coli pode ser previnida seguindo boas práticas de higiene. Lavar frutas e vegetais com água limpa antes do seu consumo, mesmo as que tem casca que pode ser removida.
- Tratamento
Os principais tratamentos de escolha para a balantidiose são a tetraciclina e o metronidazol, também podendo ser utilizado o iodoquinol. Há diferentes regimes de tratamento. Para o metronidazol, por exemplo, há cientistas que recomendam o uso por 5 dias, com doses variando entre 500 e 750 mg de 8 em 8 horas. A tetraciclina tem seu uso sugerido de 6 em 6 horas, por 10 dias, na dose de 500 mg. Já o iodoquinol deve ser usado por 20 dias, de 8 em 8 horas, na dose de 650 mg. Tratamentos alternativos são a nitazoxanida e a doxiciclina.
- Diagnóstico
O diagnóstico de infecção por este parasito pode se dar por análise microscópica das fezes do indivíduo que suspeita-se estar contaminado. O que se procura nesse método são os protozoários na sua forma de trofozoíto, principalmente se as fezes forem diarreicas; cistos podem ser encontrados, mas com menos frequência, e geralmente em fezes formadas. Ao deixar o cólon, o parasito perde sua viabilidade; assim, as fezes devem ser coletadas várias vezes e enviadas de imediato para análise.
Pode também ser feita uma biópsia do cólon. Esse método tem como objetivo avaliar a extensão do dano tecidual causado pelo protozoário. 
Em caso de suspeita de infecção pulmonar por B. coli, deve ser realizado um esfregaço do lavado broncoalveolar. A detecção é mais difícil pois os trofozoítos podem ser confundidos com células epiteliais ciliadas do trato respiratório, mas diferenciais como tamanho, formato e local da presença dos cílios podem ajudar no diagnóstico.
- Zoonotica
Os porcos são o maior reservatório para esse parasita, aumentando o risco em áreas onde existe contato direto entre as duas espécies. Porém, esses parasitas podem ser encontrados em outros primatas e também em algumas espécies da ordem Rodentia e Carnivora.
Por Ana Luíza Cidral, Andre Felipe Naidek, Jessica Bittar Camargo, Luciana Vargas, Marcos Fernando Sluzala.

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