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PROCESSO DA PASSAGEM DO CAFÉ CRU PARA TORRADOR E SISTEMA DE TORRA DISCIPLINA: SIMULAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS 1. INTRODUÇÃO O trabalho a seguir trata-se do processo de uma determinada Indústria de Alimentos em relação aos dispositivos e equipamentos utilizados para chegada do café cru ao torrador e respectivamente sua torra. Este processo apresenta malha de controle aberta e também fechada. Todo o processo que garante o funcionamento adequado em um sistema automatizado, estão descritos e explicados durante o trabalho. 2. PROCESSO/PRODUTO O sistema automatizado de passagem do café cru para o torrador e sua torra proporciona segurança à matéria-prima, no que diz respeito a sua integridade, já que a partir do momento em que o café é acondicionado ao silo, seu caminho até chegar ao torrador é totalmente fechado, evitando o contato externo. Além desta segurança podemos citar a agilidade, praticidade, custo, tempo, informações que não seriam possíveis de serem documentadas se o sistema fosse realizado de forma manual. Pensando de maneira retrógada se este processo não estive automatizado, a quantidade de produção poderia ser diminuída pela metade não atendendo a grande demanda sem contar que a segurança do processo também poderia estar em risco, já que nos dias atuais a segurança alimentar é um dos pré-requisitos dentro de uma Indústria Alimentícia. Na sequência tem-se as informações necessárias para entendimento deste processo. 3. PROCESSO: CAFÉ CRU AO TORRADOR E SUAS CONDIÇÕES DE TORRA Como já mencionado o processo escolhido foi o sistema utilizado em uma Indústria de Alimentos que produz café torrado e moído, a parte interessante para o projeto SCP é o transporte do café cru até o torrador e suas condições de torra, como será descrito abaixo. 3.1 Fluxograma do processo 3.2 Detalhes do processo Silo café cru: Tem-se disponível um silo de café cru, ele possui em seu interior cinco divisórias para que seja despejado o café de acordo com o blend feito pelo setor responsável dentro da Indústria. Ainda no interior do silo foram instalados quatro chaves “sensores” do tipo capacitivo (sensor de presença), que tem por finalidade acompanhar o nível de café que está sendo colocado, para que não haja falhas, como por exemplo transbordar o café e assim ter a perda do produto e consequentemente retrabalho ou até mesmo prejuízos para a Indústria. Válvula Vazão: A válvula controladora de vazão tanto no início do processo quanto no final depois do café torrado, atua controlando a saída de café que irá entrar no torrador conforme quantidade indicada pelo operador e no final a quantidade de café torrado que será retirado do torrador, da mesma forma. Balança inicial: Após a válvula aberta o café cru cai em uma balança do tipo célula de carga com transmissor, esta etapa tem por objetivo pesar o café que irá direto para o torrador, a quantia programada de café que irá se submeter a torra é normalmente de 480 kg. Queimador/fornalha: Necessário para a torrefação do café, o queimador é controlado por um sensor Termopar do tipo K, que faz a medição de temperatura (sendo elemento primário de medição de temperatura) que varia de 550 ºC à 950 ºC, a conexão do queimador com o torrador é feito por sinal pneumático que oferece segurança contra explosões. Ar quente: Com a chama produzida e controlada no queimador, passa pela tubulação ar quente que irá direto ao torrador, a temperatura desse ar pela tubulação é controlada por um termopar do tipo K que atua com limite máximo de 700ºC. Motor: O motor instalado no torrador tem o objetivo de girar o cilindro responsável pela agitação e consequentemente a torra uniforme do café. Torrador: Com a chegada do café ao torrador e o ar quente pela tubulação começa o processo de torra. Em seu interior ele possui controles de temperatura e pressão. Utiliza-se termopar do tipo J (transmissor indicador de temperatura) para o controle, as temperaturas variam conforme as fases da torra e o set point programado pelo operador, estão entre 610 à 649 ºC. O controle de pressão (transmissor indicador de pressão) faz a medição interna de pressão com controle de -6 +6 mmH2O, variando também conforme os estágios da torra. Estes dois dispositivos irão converter os dados para o protocolo de comunicação adequado e enviar para o CLP que é o controlador do sistema. Registrador: Antes de ir para o CLP os valores obtidos de temperatura e pressão são computados em um registrador, sendo um instrumento que registra a traço ou em pontos em um gráfico, podendo acompanhar pelo sistema todos os valores medidos pelos sensores acima citados. Controlador: O controlador recebe os dados e os compara com o set point e através de um sistema elétrico envia comandos para a válvula controladora de pressão do processo, que atua como registro modular, abrindo e fechando conforme a necessidade. Válvula pressão: De acordo com os comandos enviados pelo controlador, a válvula controladora de pressão atua como registro modular, abrindo e fechando conforme a necessidade, é uma espécie de correção para que a pressão dentro do torrador não ultrapasse os limites indicados pelo set point e ocorra problemas com o mesmo. Balança final: Esta balança tem a finalidade de pesar o café já torrado antes de ser liberado para o moinho, nesta etapa consegue-se ter o volume final do café torrado e assim poder fazer uma estimativa de quanto é a perda de café durante este processo, portanto teve-se uma entrada em média de 480kg de café cru e após a torra verifica-se uma quantidade de 415 kg de café torrado. 4. CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO As condições de operação são as condições em que o processo é subordinado, como a temperatura, pressão, etc, neste processos as condições que podem ser observadas são: Temperatura: As temperaturas deste processo variam à cada estágio, desde o queimador com 550 à 950 ºC, o ar quente que é controlado em uma temperatura máxima de 700 ºC e o torrador de 610 à 649 ºC já com o café em processo de torra. Pressão: A pressão medida dentro do tambor do torrador sofre variações entre 3.00, 2.70, 1.50, -1.2, -3.3bar, esta pressão deve ser extremamente controlada para que não haja riscos de danos aos equipamentos e até problemas mais graves como explosão. Com essa medição é possível controlar a válvula de controle de pressão que é acionada pelo controlador após comunicação com o set point. Vazão: A entrada de café para a balança inicial é de 480 kg e sua vazão à tubulação é calculada em de 80 kg/minuto, após a torra do café tem-se aproximadamente 415 kg de café torrado, dependendo da matéria-prima utilizada. 5. DISPOSITIVOS E EQUIPAMENTOS Silo de café cru (sensores) Este silo é abastecido com café cru para que na sequencia seja enviado para o torrador, a Figura 1 abaixo ilustra que dentro dele há quatro chaves do tipo capacitivo (sensor de presença), que tem por finalidade indicar o nível alto de café cru dentro do silo. Figura 1: Silo d café cru com quatro sensores capacitivos. Segundo Thomazini (2012), os sensores capacitivos são utilizados para a detecção de objetos de natureza metálica ou não, tais como: madeira, papelão, cerâmica, vidro, plástico, alumínio, laminados ou granulados, como é o caso, com grãos de café cru. Eles geram um grande campo eletrostático e detectam mudanças neste campo quando um alvo se aproxima da face ativa. As partes internas de um sensor como este são constituídas de uma ponta capacitiva, um oscilador, um retificador de sinal, um circuito de filtragem e um circuito de saída (THOMAZINI, 2012). Thomazini (2012), ainda explica que, quando o alvo se aproxima a capacitância do circuito é modificada e ao atingir um determinado valor ativa o oscilador que ativa o circuito de saída, comutando seu estado. Desta forma, excelentes sistemas para controle de níveis máximos e mínimos de líquidos ou sólidos são obtidos com a instalação destes sensores. Abaixo algumas ilustrações de sensores capacitivos. Fonte: Saber Eletrônica, São Paulo, 2006. Sensores de nível do tipo capacitivo. Balança (célula de carga + transmissor) Esta balança de célula de carga e transmissor, pesa até 600 kg, do tipo ALFA 3107C é um modelo completo com todas as funções. Recomendado quando se deseja automação local e comunicação com protocolos seriais, mantendo compatibilidade com transmissão analógica 4/20mA (ALFA, INSTRUMENTOS). Este modelo é utilizado para a balança inicial e também a final. Na Tabela 1 abaixo, segue quais as funções desta balança, ALFA 31017. Funções Falta-sobra Indicador de balança vazia Acumulador de pesagens Set points configuráveis Saída analógica 4/20mA Fonte: ALFA INSTRUMENTOS, 2017. Controle Queimador/ fornalha (Termopar Tipo K) Para que o café chegue ao torrador e seja submetido a torra, tem-se um queimador que varia seu fogo com controle de temperatura, Termopar do tipo K. Os termopares são dispositivos elétricos utilizados na medição de temperatura, neste caso temos o Termopar do tipo K, formado por fios de Chromel, como termoelemento positivo e Alumel como termoelemento negativo, sua medição é adequada para -200 ºC até 1260 ºC, seu uso pode ser considerado geral por ser muito resistente a oxidação em altas temperaturas. Na Tabela 2, pode-se observar a faixa de utilização deste tipo de dispositivo. Tabela 2: Faixa de utilização e limites de erro para o Termopar tipo K. Fonte: Saber Eletrônica, São Paulo, 2006. Controle Torra (termopar tipo J) Já dentro do torrador, o café a ser torrado é controlado por um dispositivo de temperatura, Termopar tipo J. Este dispositivo é formado por fios de Ferro puro como termoelemento positivo e Constant como termoelemento negativo, adequado para medição que variam de 0 ºC à 760 ºC, é recomendado para uso contínuo no vácuo ou em atmosferas oxidantes, redutoras ou inertes. Na Tabela 3, pode-se observar a faixa de utilização deste tipo de dispositivo. Tabela 3. Faixa de utilização e limites de erro para o Termopar tipo J. Fonte: Saber Eletrônica, São Paulo, 2006. Pressostato (transmissor indicador de pressão) No tambor, dentro do torrador um sensor de medição de pressão se encontra instalado, modelo Dwyer, mede a pressão interna com controle de -6 à +6 mmH2O. Abaixo na Figura 2, temos o modelo de pressostato que é um dispositivo comum em todos os setores industriais. Ele mede e regula a pressão em diversas aplicações e ajuda a proteger os equipamentos da sobrepressão, é constituído em geral por um sensor, um mecanismo de ajuste de set point e uma chave de duas posições, aberta ou fechada. Não é possível pensar na automação e refrigeração industrial moderna sem ele. Técnicos e engenheiros de manutenção, procuram a confiabilidade de um pressostato para que o sistema ou aplicação garanta suas funções. Figura 2. Modelo Pressostato Fonte: Saber Eletrônica, São Paulo, 2006. Registrador: São instrumentos que efetuam o registro de um dado ou um evento, imprimindo as informações em gráficos, podendo ser impressas contínua ou descontinua. As informações são de caráter permanente. O registrador tem como principal vantagem o fato de produzir um gráfico em tempo real do processo (THOMAZINI, 2012). Segue abaixo Figura 3 com modelo de gráfico de um registrador, importante ressaltar que as linhas cruzadas significam processo em funcionamento e as linhas retas processo parado. Figura 3. Registros de um processo Fonte: Industria Alimentícia A Controlador: O controlador age conforme as informações dos dispositivos instalados e confere com set point programado. Na Figura 4 abaixo, tem-se a ilustração do modelo de um controlador. A adequação às variáveis do processo é complexa e necessita de equilíbrio. Por isso, o controlador conta com um sistema avançado de auto sintonia de PID, onde há automaticamente a adaptação do aparelho às nuanças do processo controlado (THOMAZINI, 2012). Figura 4. Modelo de controlador Fonte: Therma Processo Industrial Registro modular (válvula): A válvula sendo do tipo esfera é um tipo de válvula que pode ser utilizada para controle on-off ou modulante; construída com sedes metálicas ou resiliente, aceita revestimentos internos anticorrosivos, construída em diversos materiais, bitolas e classes de pressão; aplicada em diversos tipos de fluidos tais como água, vapor, lamas, além de fluidos corrosivos com ou sem sólidos em suspensão. A capacidade de vedação também aumenta com o aumento da pressão diferencial (ΔP) através da válvula. A válvula pode ser construída no projeto à prova de fogo (fire safe). O acionamento é rápido através de um giro de 90°. As conexões podem ser flangeadas, rosqueadas ou solda de topo, são bidirecionais quanto ao sentido de fluxo. Fluxo direto e ininterrupto, proporciona baixa perda de carga (alta recuperação de pressão). A área de passagem pode ser plena, reduzida ou Venturi. A válvula de esfera de passagem reduzida é uma ótima opção para controle de fluxo, porém, o projetista deve estar seguro de que as tensões causadas pelas forças da tubulação no corpo da válvula serão reduzidas ao mínimo (MATHIAS, A.C, 2015). 6. MALHA FECHADA DE CONTROLE Neste processo a malha fechada de controle se encontra a partir do queimador, onde estão instalados os transmissores de temperatura, motor, transmissor de pressão, controlador do processo, válvula controladora de pressão acionada pelo controlador e a balança final que atuara após todo o processo de torra recebendo o café depois que a válvula de controle de vazão for acionada, verificando o volume final de café torrado. Segundo Mathias, 2015, malha fechada de controle é um sistema em que os sensores verificam o estado atual do dispositivo a ser controlado e esta medida é comparada com um valor predefinido (set point). Desta comparação resultará num erro, ao qual o sistema de controle fará os ajustes necessários para que o erro seja reduzido a zero. O sistema em questão é dito como controle supervisório monolítico que é projetar um único supervisor cuja função é habilitar ou desabilitar eventos controláveis, conforme a sequência de eventos observados na planta, de forma que o sistema em malha fechada obedeça a algumas regras operacionais especificadas. Neste caso o controlador compara os valores gerados pelos sensores com o set point e na sequencia fornece informações para o próximo dispositivo que é a válvula de controle de pressão para fazer a correção do erro do processo. 7. MAPEAMENTO DA INSTRUMENTAÇÃO 7.1 Fluxograma da instrumentação Sensor capacitivo LS 101 Termopar tipo K (ar quente) Válvula Controladora de Vazão (FCV 101) Tipo Elemento de 1ª medição (TE 101) Tipo K Transmissor Indicador de Temperatura (TIT 101) Tipo K Transmissor Indicador de Pressão (PIT 101) Controlador Lógico Programável (CLP) Válvula Controladora de Vazão (FCV 101) Válvula Controladora de Pressão (PCV 101) Célula de carga inicial Modelo Alfa /3107C Célula de carga final Modelo Alfa /3107C Registrador 8. PROTOCOLO DE COMUNICAÇÃO UTILIZADO O protocolo de comunicação utilizado é TCP/IP, rede ETHERNET. Este protocolo é como uma linguagem utilizada para fazer dois computadores ou um computador e um dispositivo (como o CLP) conversarem entre si. 9. CONCLUSÃO De acordo com o projeto estudado, a automação do processo do café cru até o torrador e sua torra, proporciona vantagens e benefícios tanto para empresa como para o produto em questão. Seu sistema pode ser considerado realimentação (feedback) que é o mais utilizado nas empresas de alimentos. Do ponto de vida econômico a aplicação deste processo garante rentabilidade à empresa, padronização do processo, diminuição de erros humanos, maior produção, menores perdas e melhorias na qualidade do produto, enfim é um processo de melhoria que envolve diretamente o produto oferecido a população. Mas como todo processo existem suas desvantagens, como a diminuição de mão-de- obra, gerando menos empregos e maior custo inicial, sendo assim investidores precisam ter um capital considerável para aplicação do processo. Ao final do estudo pode-se ter uma perspectiva diferente, ao ver todo o custo, equipamentos e pessoas qualificadas que se precisa para criar um sistema como este, refletindo no custo final do produto que as vezes achamos ser caro. 10. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS MATHAIS, A.C – Válvulas: Industriais, segurança e controle – São Paulo, Editora Artliber, 2015. SABER ELETRONICA. Revista: Automação em Industrias – São Paulo, Editora Saber, n 405, out 2006. THOMAZINI, D. A, PEDRO, U. B – Sensores Industriais – Fundamentos e aplicações. 5ª ed. São Paulo: Érica, 2012.
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