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semana 4 Jorge

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA 
CRIMINAL DO ESTADO DE CURITIBA/PR 
Processo nº ... 
JORGE, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência, atarvés de seu advogado abaixo assinado, na forma do artigo 403,§ 3º do 
Código de Processo Penal, oferecer os presentes,
MEMORIAIS 
Mediante os fatos e fundamentos a seguir expostos: 
I- DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela suposta prática de crimes de estupro de vulnerável, previsto no artigo 
217- A, na forma do artigo 69, todos do Código de Processo Penal, pois teria praticado sexo oral e 
vaginal com a suposta vítima. 
JORGE trocou telefones e contatos nas redes sociais com ANALISA e ao 
acessar a página de A NALISA na rede so cial, no dia seguinte, descobre que, apesar da 
aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze) anos de idad e, tendo JORGE ficado em 
choque com essa constatação, pois ANALISA não aparentava ser menor de idade. 
Sendo seu medo corroborado com a chegada da notícia, em sua residência, da 
denúncia movida por parte do Ministério Público Estadual.
Em suas alegações finais, o Ministério Público pede a condenação do réu nos termos propostos 
na exordial. 
Contudo, esta tese não deve prevalecer. Senão, vejamos. 
II DO DIREITO 
a) DO ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL 
JORGE ao conhecer ANALISA em uma balada o nde se frequenta maiores de 18 
anos, e ANALISA, linda jovem com formas de mul her e não de menina, não tinha como 
saber inequivocamente sua idade, posto que ded uziu ser maior devido ao ambiente e 
comportamento da jovem, que de forma voluntária praticaram sexo oral e vaginal. 
Nos moldes do art. 20, CP, o erro DE TIPO ES SENCIAL gera a atipicidade d a 
conduta, o que no caso em tela gera absolvição. 
b) DA EXISTÊNCIA DE CRIME ÚNICO 
Subsidiariamente, não sendo aceita, a t ese de atipicidade da conduta do réu, 
deve-se considerar a existência de crime único e não concurso de crimes, posto que o 
art. 217-A do Código Penal tem como tipo ter conjunção carnal ou prat icar outro ato 
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. Para o STJ prevalece a tese de crime úni co, 
por ser um tipo penal misto alternativo (e não cumulativo), assim sendo deverá ser 
afastado o concurso material de crimes para o caso em tela. 
c) DO AFASTAMENTO DA AGRAVANTE DE EMBRIAGUES PRE-ORDENADA 
Não há que se falar em embriagues pré -ordenada, posto que JORGE não estava 
embriagado ao conhecer ANALISA. As testemunhas de acusação n ão vir am o s fatos e 
não houve prova pericial para comprovar a embriagues de J ORGE, sendo assim justa a 
medida de afastamento da agravante caso não seja reconhecida a atipicidade da conduta. 
d) DA PENA BASE NO MINIMO LEGAL 
JORGE, réu primário, possuidor de bons antecedentes, com residência fixa, com 
boa conduta social, e no caso em tela n ão teve o anim us necandi do tipo p enal em que é 
acusado, posto não agir com má inten ção d e se aproveitar da suposta in genuid ade de 
ANALISA, fará jus a pena base no mínimo legal como medida necessária de 
reprovabilidade do ato. 
e) DA APLICAÇÃO DO REGIME SEMI ABERTO 
Ainda que o crime de estupro de vulnerável, arti go 217- A do CP, estar elencado 
como infração hedionda na lei 8.072/90, conforme artigo 1º, IV, o STF declarou a 
inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º desta l ei, sendo certo que o juiz ao fixar o 
regime inicial para o cumprimento de pena deve analisar a situação em concreto e não o 
preceito em abstrato. Sendo assim, diante da ocorrência de crime único, cuja pena no 
mínimo legal deverá ser fix ada em 8 (oito) anos de reclusão, sendo o réu primário e de 
bons antecedentes, o regime semiaberto é a melhor solução p ara o réu, pois o artigo 33, 
§2º, alínea “a”, do CP, impõe o regime fechado para crimes com pen as superiores a 8 
(oito) anos, o que não é o caso. 
III PEDIDO 
Face ao exposto requer: 
a) Absolvição do réu, com base no art. 386, III, do CP P, por ausência de tipicidade; 
b) caso não seja esse o e ntendimento para ab solvição, que seja concedido o afastamento 
do concurso material de crimes previsto no art 69 do CP, sendo reconhecida a existência de crime 
único; 
c) fixação da pen abase no mínimo legal, o afastamento da agravante da embriaguez 
preordenada e a incidência da atenuante da menoridade; 
d) que seja indeferida a circunstância prevista no artigo 61, II, “l” do Código Penal ; 
e) numa remota hipótese condenatória , seja fixada pena no mínimo legal com base no artigo 59 
do Códogo Pena; e
f) fixação do regime semiaberto para início do cumprimento de pena, com base no art. 
33, § 2º, alínea “b”, do CP, diante da inconstitucionalidade do ar tigo 2º, § 1º, da lei 
8.072/1990. 
Curitiba, 29 de abril de 2014
. 
ADVOGADO 
OAB/UF

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