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REVIÃO LIBRAS

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RESUMO – LIBRAS 
A língua de sinais é utilizada por sujeitos sinalizantes (surdos ou ouvintes que dominam a língua de sinais brasileira) em contextos específicos de interação cujo histórico aponta para preconceitos e mal-entendidos acerca das diferenças como um todo e da identidade do surdo na sociedade.
Informação Cultural (IC): Nas comunidades sinalizantes é hábito apresentar-se não somente informando o nome, mas também com um SINAL. Como se fosse um “batismo”. Cada pessoa tem um SINAL próprio que faz referência a alguma característica particular dela (somente referência física).
Informação Linguística (IL): as frases em Libras, muitas vezes, omitem algumas palavras que são usadas, são construções sintéticas, econômicas. Exemplo: Em português - “qual é o seu nome?”. Em LIBRAS - usa as palavras “seu” + “nome” e a interrogação é marcada pela expressão facial gramatical.
O surdo possui uma identidade e esta constrói a sua diferença. A sociedade atualmente não pode enxergar isso como deficiência, mas no plano da diversidade humana. Ou seja, o conceito deficiência tem que ser anulado para dar lugar ao conceito de eficiência. Temos que compreender e transformar a forma como vemos as pessoas surdas sob um novo patamar, uma nova visão antropológica. Que significa dizer: compreendo o surdo e sei que ele é um sujeito de cultura e línguas.
As deficiências não são uma ineficiência, mas sim uma manifestação inserida no contexto da diversidade humana, conceito sustentado pela certeza de que a existência encontra infinitas formas de se manifestar (um down, cadeirante). A diversidade humana é o que caracteriza a espécie Homo sapiens e legitima a crença de que todas as pessoas têm o direito de participar ativamente da sociedade.
Se todos somos absolutamente diferentes, como designar “os especiais”? As pessoas tentem a dizer que surdos são portadoras de necessidades especiais, mas por quê? 
Pelo sentimento de proximidade/intimidade que eu tenho pela pessoa? Ou estou falando que alguém é especial com base na sua deficiência? Para isso eu tenho dois caminhos:
Ou eu digo que ela é super-humano: visão grega, achavam que os surdos, por não falarem a língua oral eram filhos dos deuses, então eram intocáveis, pois permaneciam em silêncio. São mais humanos do que eu, e por isso são especiais.
Ou eles são menos humanos: visão dos românticos, o “coitadismo”, está faltando alguma coisa neles, na hierarquia da humanidade eles são menores que eu.
Quanto mais especial é uma pessoa, mais tempos a sensação de necessitar de conhecimentos e de condições especial para lidar com ela. Essa situação afasta pessoas com deficiência de pessoas sem deficiência.
INCLUSÃO: refere-se à participação legítima de todos os tipos de gente na sociedade, para que essa seja construída COM, POR e PARA todos. 
Por vezes pegamos alguém dizer: “ele é bonito, mas é surdo” “é inteligente, mas é surdo”. Nesse tipo de discurso o “mas” não é apenas uma conjunção adversativa dentro da gramática da língua portuguesa, é um “mas” discursivo que busca eliminar e não legitimar o sujeito outro – que nesse caso é o sujeito surdo – faz achar que o outro não pode ser. Esse “mas” confronta o outro na eliminação, adjetivam com o intuito de eliminar o sujeito por sua condição humana. Exemplo: se você é surdo, você está impedido de ser bonito, inteligente, educado, agradável e simpático”.
 O discurso sobre o surdo centrou-se no abafar, inferiorizar, descaracterizar as diferenças. Logo, precisamos de debates, discussões de forma a possibilitar a legitimação de todos. Equidade na relação social e percepção de convivência e relacionamento sobre os mesmos direito e deveres.
IDENTIDADE: Os surdos formam uma comunidade autêntica: língua, cultura, identidade próprias. Se caracteriza por estar no mundo visual e desenvolver sua experiência em língua de sinais.
É uma luta simultânea contra a dissolução e a fragmentação; a identidade é um “conceito altamente contestado”. O “campo de batalha” é o lugar natural da identidade. Ela deixa de ser, portanto, um atributo e passa a ser uma questão de luta, uma tarefa.
LÍNGUA: sistema de códigos linguísticos, estrutura a comunicação. A LIBRAS é uma língua natural, um sistema linguístico legítimo por atender todos os critérios de uma língua genuína.
LINGUAGEM: é qualquer forma de comunicação verbal ou não-verbal. Não trabalha com conceitos abstratos (limita).
MITO: É a inverdade. Quando a pessoa diz que “o surdo é mudo”, “língua de sinais é gesto”, ela se torna uma autoridade sem ser sobre o outro. Dentro dessa premissa, os “mitos” relacionados aos surdos e aos deficientes sofrem os impactos dessas desastrosas visões errôneas. Por isso que é errado falar: portador de necessidades especiais. O surdo é legítimo, e eu sou tão legítimo quanto ele. Nessa relação não temos mitos, temos pessoas reais com as mesmas capacidades, condições de ser humano.
 Os surdos, como qualquer ouvinte, possuem uma língua, na medida que, dotados desta capacidade linguística, decodificam logicamente o mundo, organizando-o em suas mentes, através dos recursos físicos e mentais dos quais dispõem. É uma língua específica que, ao invés de sinais orais e auditivos, usa sinais espaciais e visuais.
Os níveis de descrição da língua são os já conhecidos sintático, semântico, pragmático. Mas em função da língua de sinais usar as mãos como principal canal de manifestação, temos ainda o nível quirológico (aspecto manual em si).
Combinações que Constituem os Parâmetros da LIBRAS: 
Os parâmetros são fonemas unidades que formam as palavras, os léxicos.
Expressão Faciais e/ou Corporal = quirologia
Configuração das Mãos: o lugar onde as mãos devem estar na hora da produção do sinal.
Ponto de Articulação: é como as mãos devem estar configuradas, o sinal tem que ser feito no adequado ponto de espaço em relação ao corpo. Pode ser relativo a alguma parte do corpo que é tocada, ou relativo a um espaço neutro (vertical/horizontal).
Movimento: se deve ou não estar se movimentando e como deve ser feito: pode abarcar uma série de formas e direções diferentes, a partir da frequência (contínuo, retenção), do tipo (contato, contorno) e direcionalidade. 
Orientação: para que direção as mãos devem estar apontando. 
 Não basta conhecer os sinais, é preciso saber aplicar a eles a ao discurso os parâmetros da língua de sinais. Um sinal é produzido a partir da combinação de elementos espaciais, visuais e motores, é preciso considerar a posição do corpo e a expressão facial que acompanham a produção desse sinal.
 A necessidade de constante formulação e reformulação de políticas linguísticas e educacionais:
Discriminar, excluir indivíduos ou grupos em função de determinados usos da linguagem ou em nome da preservação de certas identidades: essas são as questões que vêm emergindo em polemicas geradas na atualidade. Tais questões trazem para o centro das discussões a vida política da linguagem e o caráter ético inerente aos estudos científicos da linguagem, suas aplicações políticas e educacionais.
A proposição de políticas linguísticas será eticamente efetiva se acompanhada de ações em torno do sujeito e da sociedade. Uma sociedade justa se constrói a partir de relações justas.
Políticas Linguísticas – Lei 10436/02: língua de expressão, interação e comunicação social das comunidades surdas brasileiras. LIBRAS como modalidade de fala: não substitui a modalidade escrita da língua portuguesa.
Ou seja, o surdo aprende a sua língua natural e na escola a língua portuguesa como 2ª língua. 
Se fôssemos criados na cultura inclusivista e includente, nossas práticas sociais e relações seriam mais abertas à diversidade, sem termos que passar por um período de conscientização, já que isso seria internalizado naturalmente em nossa mente. 
Todo processo de valorização da espécie humana por ela mesma acontece quando estamos dentro de uma ação de convivência. Conviver desmistifica tudo que preconcebem sobre o outro. Isso se dá em qualquer instância social. As relações se constroemquando se convive junto. Uma coisa que precisamos compreender bem são os estanques conceitos entre os termos relação e contato.
Todos nós nos beneficiamos quando há mais acessibilidade e espaços includentes. A inclusão é um movimento político que busca a equiparação de direitos. Expressão utilizada em substituição à “igualdade de oportunidades” para fortalecer o conceito de inclusão no âmbito dos direitos humanos, que articula o direito a igualdade com as diferenças.
Aqueles sujeitos que até então eram vistos como deficientes auditivos limitados em suas capacidades, passam a ser reconhecidos como sujeitos (surdos) complexos, com identidade própria e com um conjunto de hábitos, transmitidos principalmente através da sua língua, ao qual tem se convencionado chamar de “cultura surda”.
Embora bastante recorrente, o termo “cultura surda” ainda é alvo de muita polêmica. Para além da dificuldade habitual de se definir o que é ou não cultura, os sujeitos surdos estão – que queiram, quer não – inseridos em uma comunidade ouvinte e convivem com esses ouvintes, trocando experiências diariamente.
Surdo: é aquela pessoa que, com surdez congênita ou adquirida na infância, assume uma identidade surda. Deficientes auditivos: também com surdez congênita ou adquirida, se diferencia por negar a língua de sinais
Os surdos formam uma organização social autêntica, em um conjunto de atributos culturais inter-relacionados nos quais prevalecem as construções significativas de uma comunidade minoritária, que “passa pela mudança de paradigma da deficiência para o de minoria linguística e cultural.
<< Passa pela mudança de paradigma da deficiência para o de minoria linguística e cultural >>
DISACUSIA a ausência de audição e de DISACUSOS as pessoas que não ouvem (deficientes auditivos e surdos).
Aspectos Sociolinguísticos das Línguas de Sinais – Relações entre Linguagem e Sociedade:
A língua de sinais não é universal, tampouco é homogênea. Existe manifestações diversas de acordo com região, idade, sexo, status social e estilo. A LIBRAS apresenta todas essas variações como qualquer outra língua.
“A sociolinguística é uma área que estuda a língua em seu uso real, levando em consideração as relações entre a estrutura linguística e os aspectos sociais e culturais da produção linguística”.
“A língua é uma instituição social e, portanto, não pode ser estudada como uma estrutura autônoma, independente de contexto situacional, da cultura e da história das pessoas que a utilizam como meio de comunicação”. A LÍNGUA É UM FENÔMENO SOCIAL – ESTA RELACIONADO A VIVENCIA HUMANA.
A variação linguística encontrada na língua de sinais se assemelha muito com aquela encontrada nas línguas faladas:
Lexicais;
Fonético-fonológicas;
Sintáticas;
Diatópicas;
Diastráticas;
Diafásicas;
De gênero. 
Esses tipos distintos de variáveis linguísticas refletem nos campos de interação entre os membros de uma mesma comunidade.
O mais comum é que o padrão seja, no início, uma das variedades regionais de uma língua. Uma variante linguística torna-se padrão pela importância econômica, política e cultural.
A língua é o maior instrumento de interação social entre os membros de uma mesma comunidade linguística e reflete no campo da interação, as variações linguísticas. 
A cultura e a língua dos surdos não existem dentro de um ambiente geográfico, mas sim, no compartilhamento de outros aspectos sociolinguísticos, como as lutas, os valores, a forma de interpretação das coisas, o modo de organização do discurso, como modificam o mundo e as associações onde se reúnem.
Categorias Gramaticais: As palavras das línguas são agrupadas e organizadas em classes específicas. Essa organização ocorre em categorias gramaticais. Na LIBRAS como língua também possui as classes gramaticais, porém, como é uma língua cuja modalidade é viso-espacial provocará modificações no conceito de cada uma delas.
Na LIBRAS vamos ter: substantivo, adjetivo, pronome, verbo, pronome, numeral, advérbio, conjunção, preposição, interjeição. A LIBRAS só não utiliza dos artigos.
Pronome Pessoal: A forma do sinal utilizado com função de pronome pessoal é realizada pelo dedo indicador (um índex) diretamente apontado para um ponto no espaço. Se o referente (pessoa ou objeto) estiver presente na situação comunicativa
Dêixis: Utilização de elementos da linguagem através da demonstração – indicação –, que envolve basicamente os pronomes. Esses dêixis ou apontação são importantíssimos dentro da construção do discurso em línguas de sinais, para estabelecimento de contextos, de quem fala, a quem se fala e sobre quem se fala.
Pronomes Demonstrativos e Advérbios de Lugar: essas duas categorias não apresentam diferença, sendo possível diferenciá-las apenas a partir do contexto. As relações estabelecidas são as mesmas da norma padrão encontrada em boa parte das línguas orais, a saber: este/isto/aqui, esse/isso/aí, aquele/aquilo/lá. “Este” (indica o lugar em relação à primeira pessoa); “esse” (indica o lugar em relação à segunda pessoa); “aquele” (indica o lugar em relação à terceira pessoa).
Pronomes Interrogativos: Caracterizam-se, essencialmente, pela expressão facial interrogativa feita simultaneamente ao pronome. QUE/QUEM: usados no início da frase. “Quando”, “onde”, “por que”, “como”.
Pronomes Possessivos: não apresentam concordância de número (pelo menos não em relação ao objeto) e nem de gênero. Concordam sempre em relação à pessoa do discurso. Não há marcação de gênero em LIBRAS para os adjetivos, nem para os pronomes possessivos e substantivos. As palavras em língua de sinais são sempre neutras, o contexto é quem vai determinar. Será o sinal de mulher ou homem que irá determinar. Exemplos: “meu”, “teu/seu”, “dele (s)”, “nosso”, “vosso”.
Advérbio de Tempo: são utilizados como uma espécie de marca sintática para indicar o tempo verbal na frase, e também auxiliam na identificação do espaço. Em geral, ficam no início da frase, mas pode colocar no final também. Exemplo: “ontem”, “hoje”, “amanhã” e “agora”.
Adjetivo: não há concordância em relação ao gênero ou ao número. São fundamentais para a formação de classificadores descritivos, assumindo de maneira icônica a qualidade/forma de um objeto. São posicionados na frase logo após o substantivo.
Construção de sentenças em LIBRAS: as frases podem seguir ou não a ordem sujeito-verno-objeto, usada na construção de frases em língua portuguesa. Quando as sentenças não são construídas pela construção SVO, elas obedecem a uma lógica não-linear. 
A língua de sinais se estrutura a partir de recursos espaciais e visuais, ou seja, se utiliza do espaço para dar coerência e coesão às palavras que formam a sentença. Se faz necessário atenção às expressões faciais e corporais a serem realizadas. Em LIBRAS, encontramos quatro tipos de frases. Veja:
Afirmativa: expressão facial neutra.
Negativa: pode ser feita através de três processos: incorporação de um sinal de negação diferente do afirmativo; movimento negativo com a cabeça, simultaneamente à ação que está sendo negada; com o sinal “não”. 
Interrogativa: sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento da cabeça inclinando-se para cima e para baixo.
Exclamativa: sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento da cabeça inclinando-se para cima e para baixo.
Imperativa: expressa uma ordem, um pedido, uma orientação, conselho, mas não deixa de ser uma ordem. O imperativo pode ser afirmativo e negativo. Exemplo: Não faça isso! Cala a boca!
As frases na língua portuguesa seguem a ordem sujeito-verbo-objeto (SVO) – chamada de ordem básica ou ordem canônica. Em LIBRAS, no entanto, as sentenças nem sempre seguem essa ordem, pois não seguem necessariamente uma sequência linear de ideias. Na LIBRAS usamos sentenças na ordem básica (SVO) e sentenças que derivam dessa ordem, as chamadas ordem estruturais, não-canônicas, ordem em tópico-comentário. 
A ordem básica apenas informa, ensina, comunica. A ordem tópico-comentário persuadi e convence.
Se eu inverter: “Um carro eu comprei ontem” , tenho umaorganização tópico-comentário. A sentença SVO tem como objetivo informar, ensinar, e não persuadir ou convencer. Toda ordem contrária, ou toda ordem estrutural/frasal que desfaçam essa composição e os segmentos lexicais/as palavras na ordenação da frase, ou seja, tomam posições diferentes, são deslocados ou há uma mobilidade dentro dessa frase, em que esses mesmos segmentos SVO são deslocados em posições diferentes, chamamos isso de ordem estrutural ou ordem tópico-comentário.
No português “O macaco gosta de comer banana”, ficaria, em LIBRAS, “Comer banana o macaco gosta”.
O que aconteceu? O tópico da frase passou para o início, invertendo a ordem SVO.
A estrutura tópico-comentário é uma construção com diversas facetas, mas cuja característica principal é a de ser uma construção marcada, em que se coloca em evidencia um elemento, chamado de tópico, e faz-se sobre esse tópico um comentário. 
A organização tópico-comentário é recorrente em LIBRAS. Ela consiste em colocar o tópico no início da frase, seguindo de comentário. Na LIBRAS a ordem básica na estruturação das frases também é SVO. 
Todas as sentenças em SVO são gramaticais sem informações adicionais. Exemplo: João gostar Maria.
As sentenças em OSV e SOV são ordens derivadas somente mediante alguma marca especial (tem que servir a um propósito), tais como as marcações não-manuais: expressões faciais e corporais.
Exemplos: A Maria, João gostar ; De Charles, Fabiano gostar-não ; Rua acidente Não-enxergar ; Café açúcar, não-Y (o “y” entra como um sinal de negação, este café está sem açúcar) ; Pesquisar, ela não-gostar.
A flexibilidade da ordem de Frase na LIBRAS está relacionada ao mecanismo gramatical da tropicalização. Esse mecanismo está associado à marcação não-manual, as expressões faciais e corporais.
 Um classificador (CL) é uma forma que estabelece um tipo de concordância em uma língua. Na LIBRAS os classificadores são formas representadas por configurações de mão que, substituindo o nome que as precedem, podem vir junto de verbos de movimento e de localização para classificar/descrever/caracterizar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo. Os classificadores na LIBARS são marcadores de concordância de gênero para as pessoas, animais ou coisas. Ajudam construir sua estrutura sintática, através de recursos corporais
Obs: os verbos colocar e trocar vão sempre depender do classificador para designar ou modificar a sua ação verbal sobre determinado objeto. O verbo colocar é modificado pelo objeto que está incorporado. Ex: colocar bolo no forno. As vezes o CL refere-se ao objeto ou ser como um todo, outras refere-se apenas a uma parte.
Existem duas Classificações / Tipos de Verbos:
1) Direcionais: verbos que têm concordância. A direção do movimento marca no ponto inicial o sujeito e no final o objeto.
Os verbos com concordância são os que flexionam em pessoa, número e aspecto. A exemplo, temos: dar, enviar, responder, chamar, provocar. Inclui os verbos espaciais nesta classificação. Tais verbos possuem afixos locativos, como viajar, ir, chegar. 
Verbos direcionais que incorporam o objeto:
Trocar-Suco; Trocar-beijo; Trocar-copo; Trocar-cadeira; Eu ir casa.
2) Não-direcionais: verbos que não têm concordância, não se flexionam em pessoa, número e não tomam afixos locativos. Exemplos: conhecer, amar, aprender, saber, inventar, gostar. Para os verbos não direcionais, existem duas subclasses:
Ancorados no corpo: são verbos que exigem proximidade em relação ao corpo. Os que melhor representam são os de estado cognitivo, emotivo ou experienciais. Como: pensar, entender, gostar, duvidar, saber, odiar; e verbos de ação, como: conversar, pegar, pagar, falar. 
Verbos que incorporam o objeto: quando o verbo incorpora o objeto, alguns parâmetros se modificam para especificar as informações. Exemplo: cortar-tesoura; cortar-cabelo; cortar-papel.
FOCO: envolve construções duplas em que o elemento duplicado ocupa posição final. Exemplo: Eu poder ir poder.
É uma estrutura de fase, envolve somente núcleos. Exemplo: João dar livro Maria dar (informação acentuada).
As construções com foco, incluindo verbos sem concordância, podem derivar de estruturas SVO.
As construções com foco são aquelas que apresentam constituintes duplicados – uma ênfase – dentro da mesma oração.
É a língua que permite as interações sociais entre os indivíduos. Se não há uma língua em comum o que existe é uma barreira e aí sim a gente utiliza um interprete, gestos, mimica – ou seja, faz um monte de coisas, mas que ainda sim, a sensação que se tem é que ficou algo faltando. Pois somente a língua compartilhada com 2 ou mais indivíduos é plena para estabelecer uma relação interpessoal.
Fala e voz são conceitos diferentes. Voz = relacionada ao canal que transmite a emissão sonora da fala; Fala: é a materialidade, transmissão do pensamento. Portanto pode-se concluir que o surdo tem uma fala, tem uma língua que permite ele pensar, sentir, agir, reagir, planejar, idealizar e esta língua transmite uma fala em LIBRAS.
RESUMO: A LIBRAS possui classificadores, um tipo de morfema gramatical que é afixado a um morfema lexical ou sinal, para descrevê-lo quanto à forma e tamanho ou para descrever a maneira como esse referente se comporta na ação verbal.
Compreendemos a língua como uma atividade social usada para se comunicar, para expressar os pensamentos, as ideias, os desejos, assim como para promover a interação social entre os falantes. Devemos, é claro, considerar as situações contextuais na interlocução e a influência de diferentes fatores presentes nos diálogos.
Os significados residem em práticas interpretativas e essas se localizam em redes sociais nas quais o indivíduo está socializado, então as unidades “cultura” e “língua” não são as nações, os grupos étnicos ou algo parecido... ao invés, são redes de indivíduos em interação. 
Entretanto, só é possível compreender ou aceitar o conceito de cultura surda senão através de uma leitura multicultural, ou seja, a partir de um olhar de cada cultura em sua própria historicidade, em seus próprios processos e produções.
Não visualizamos a cultura surda como algo localizado, fechado, demarcado. Ao contrário, como algo híbrido, fronteiriço
Surdos reúnem-se frequentemente para contar histórias e, entre as preferidas, estão as histórias de vida, as piadas e aquelas que incluem elementos da cultura surda, com personagens surdos, com tramas que, em geral, envolvem as diferenças entre o mundo surdo e o ouvinte. (Alves e Karnopp, 2003).
A literatura surda começa a se fazer presente entre nós, se apesentando talvez como um desejo de reconhecimento, em que busca “um outro lugar e uma outra coisa”.
A literatura do reconhecimento é de importância crucial para as minorias linguísticas que desejam afirmar suas tradições culturais nativas e recuperar suas histórias reprimidas. Contrário de uma literatura adaptada, onde não se conta as histórias da comunidade local, não conta a história pela língua local, a não ser que seja pela tradução.
O termo “hibridismo” aparece com frequência em: “Todas as culturas estão envolvidas entre si” e “nenhuma delas é única e pura, todas são híbridas, heterogêneas”. 
Surdos participam muito pouco das ações culturais na sociedade. Isso ocorre, sobretudo, por causa da falta de acesso desta parcela da população às produções artísticas, já que a maioria das ações culturais tem sua comunicação com o público baseada na oralidade, ou seja, na fala.
Além de recursos que ajudam a comunicação deste público com a sociedade ouvinte, as novas tecnologias também possibilitaram que as produções de arte e literatura fossem acessadas por este nicho da sociedade. Um ponto a ser pensado é até onde as novas tecnologias irão ajudar a aumentar a inclusão de surdos na sociedade.
O aparato tecnológico, usado de forma segura, pode ser o caminho para que surdos tenham sua inclusão digital aumentada na sociedade.
Resumo: A LIBRAS é uma língua visual-gestual e recentemente seus usuários têm utilizado a escritaem seu cotidiano. Sign Writing é a forma de registro das línguas de sinais e raras são as obras literárias produzidas através dessa escrita.
Na LIBRAS, encontramos uma vasta e diversificada história de literatura popular, presentes em associações de surdos, em escolas, em pontos de encontro da comunidade surda.
As narrativas, os poemas, as piadas e os mitos (super-heróis) que são produzidos servem como evidências da identidade e da cultura surda.
A literatura surda este presente na comunidade surda e tem valor social relevante o para registrar as histórias das comunidades surdas, contar suas realidades sociais e acontecimentos vivenciados somente pelos surdos em sua culturalidade.

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