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Apostila Gestão Orç e Fin

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�PAGE �32�
Índice
1. Orçamento Público	5
1.1. Conceito	5
1.2. Funções do Orçamento	5
1.3. Orçamento e as Funções de Estado	5
1.4. Evolução Orçamentária	7
1.4.1. Orçamento Clássico ou Tradicional	7
1.4.2. Orçamento de Desempenho ou de Realizações	8
1.4.3. Orçamento-Programa	8
1.4.4. Tabela-Resumo de Técnicas e Práticas Orçamentárias	9
1.5. Orçamento Participativo	10
1.6. Marcos Legais	11
1.7. Prazos	11
1.8. Princípios Orçamentários	12
1.8.1. Princípios Orçamentários Clássicos	13
1.8.1.1. Princípio da Anualidade	13
1.8.1.2. Princípio da Clareza	13
1.8.1.3. Princípio do Equlíbrio	13
1.8.1.4. Princípio da Exclusividade	13
1.8.1.5. Princípio da Legalidade	13
1.8.1.6. Princípio da Não-Afetação (Não-Vinculação)	14
1.8.1.7. Princípio da Publicidade	14
1.8.1.8. Princípio da Unidade Orçamentária	14
1.8.1.9. Princípio da Uniformidade	14
1.8.1.10. Princípio da Universalidade	14
1.8.1.11. Princípio do Orçamento Bruto	15
1.8.2. Princípios Orçamentários Modernos	15
1.8.2.1. Princípio da Simplificação	15
1.8.2.2. Princípio da Descentralização	15
1.8.2.3. Princípio da Responsabilização	15
1.9. Enfoques do Orçamento	15
1.9.1. Enfoque Fiscal dos Orçamentos	15
1.9.2. A Necessidade de Financiamento do Setor Público - NFSP	16
1.10. O Processo - Roteiro do Ciclo de Elaboração e Execução Orçamentária Anual 	17
1.10.1. Meta Fiscal	17
1.10.2. Necessidades de Financiamento do Governo Central - NFGC	19
1.10.3. Lei Orçamentária Anual - LOA	24
1.10.4. O Ciclo Orçamentário	25
1.10.5. Tipos de Orçamento	26
1.10.5.1. Orçamento Fiscal	26
1.10.5.2. Orçamento da Seguridade Social	26
1.10.5.3. Orçamento de Investimento das Empresas Estatais	27
1.11. Classificação Orçamentária	27
1.11.1. Importância e Objetivos de um Sistema de Classificação	27
1.11.2. Vantagens de um Sistema de Classificação	28
1.11.3. Tipos de Classificação de Despesas Orçamentárias	28
1.11.3.1. Classificação Institucional ou por Órgão	29
1.11.3.2. Classificação Funcional	29
1.11.3.3. Regra de Tipicidade	31
2. SIAFI – Sistema de Administração Financeira do Governo Federal	33
2.1. Objetivos	34
2.1.1. Objetivos Primordiais	34
2.1.2. Objetivos Complementares	34
3. Receita Pública	34
3.1. Conceito	34
3.2. Classificação	35
3.2.1. Receita Pública Efetiva	35
3.2.2. Receita Pública Não-Efetiva	35
3.2.3. Receita Pública Originárias	35
3.2.4. Receita Pública Derivada	35
3.2.5. Receita Financeira	36
3.2.6. Receita Não-Financeira	36
3.2.7. Receitas Públicas Ordinárias	36
3.2.8. Receitas Públicas Extraordinárias	36
3.2.9. Receita Corrente Líquida	36
3.3. Reconhecimento da Receita Pública	36
3.4. Arrecadação da Receita Pública	36
3.5. Receitas Correntes	37
3.5.1. Receitas Correntes Intra-Orçamentárias	37
3.6. Receitas de Capital	38
3.6.1. Receitas de Capital Intra-Orçamentárias	38
3.7. Classificação das Receitas Correntes	38
3.7.2. Receita de Contribuições	39
3.7.3. Receita Patrimonial	40
3.7.4. Receita Agropecuária	40
3.7.5. Receita Industrial	40
3.7.6. Receita de Serviços	40
3.8. Classificação das Receitas de Capital	40
3.8.1. Operações de Crédito	41
3.8.2. Alienação de Bens	41
3.8.3. Amortização de Empréstimos	41
3.8.4. Transferências de Capital	41
3.8.5. Outras Receitas de Capital	41
3.9. Codificação Orçamentária da Receita	41
3.9.1. Codificação da Natureza da Receita	41
3.9.1.1. Detalhamento de Código da Natureza da Receita	42
3.10. Estágios da Receita Pública	42
4. Despesa Pública	43
4.1. Conceito	43
4.2. Da Estrutura	44
4.3. Dos Conceitos e Especificações	46
5. Execução dos Orçamentos	60
5.1. Execução Orçamentária	60
5.1.1. Detalhamento do Crédito Orçamentário	61
5.1.2. Créditos Adicionais	62
5.2. Estágios da Despesa	63
5.2.1. Empenho	63
5.2.1.1. Modalides de Empenho	64
5.2.1.2. Anulação	64
5.2.1.3. Pré - Empenho	65
5.2.2. Liquidação	65
5.2.2.1. Finalidade e Cuidados Especiais	65
5.2.3. Pagamento	66
5.3. Órgão Central do Orçamento	66
5.4. Órgãos Setoriais de Orçamento	66
5.5. Descentralização de Créditos	66
5.5.1. Conceito	66
6. Execução Orçamentária e Financeira	67
6.1. Exercício Financeiro	67
6.2. Órgão Central do Sistema Financeiro	68
6.3. Órgãos Setoriais do Sistema Financeiro	68
6.4. Descentralização dos Recursos Financeiros	68
7. Restos a Pagar	69
7.1. Normatização	69
7.2. Classificação	70
7.3. Inscrição	70
7.4. Pagamento	71
7.5. Validade	71
8. Das Transferencias Voluntárias	71
8.1. Formalização	72
8.2. Requisitos para Celebração	72
8.3. Portaria nº 448, de 13 de setembro de 2002	73
9. Despesas de Exercícios Anteriores	73
9.1. Normatização	73
9.2. Ocorrência	73
9.3. Formalização	74
9.4. Prescrição	74
10. Diárias	74
10.1. Normatização	74
10.2. Direito	75
10.3. Concessão	75
10.4. Casos Especiais	76
10.5. Proibição	76
10.6. Adicional sobre o Valor da Diária	76
10.7. Diárias para Colaborador Eventual	77
11. Suprimento de Fundos	77
11.1. Dos Valores Limites para Despesa de Pequeno Vulto	77
11.1.1. Limites para suprimento de fundos mediante depósito em conta-corrente	78
11.1.1.1. Limite máximo para realização por despesa de pequeno vulto em cada NOTA FISCAL/FATURA/RECIBO/CUPOM FISCAL	78
11.1.2. Limites para suprimento de fundos mediante Cartão de Pagamento do Governo Federal	78
11.1.2.1. O limite máximo para realização por despesa de pequeno vulto em cada NOTA FISCAL/FATURA/RECIBO/CUPOM FISCAL	78
11.2. Considerações comuns acerca dos limites da despesa de pequeno vulto	79
11.3. Dos Limites Orçamentários e Financeiros	79
11.3.1. Do Limite Orçamentário e Financeiro de Suprimento de Fundos - Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF	79
11.4. Da Proposta do Suprimento de Fundos	80
11.5. Da Concessão de Suprimento de Fundos	80
11.5.1. Concessão do Suprimento de Fundos - Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF	80
11.5.2. Concessão do Suprimento de Fundos - depósito em conta corrente	80
11.5.3. Considerações comuns acerca da concessão de suprimento de fundos	81
11.6. O que Constará no Ato de Concessão de Suprimento de Fundos	81
11.7. Da Entrega do Numerário	81
11.7.1. Entrega do numerário - Cartão de Pagamento do Governo Federal	81
11.7.2. Entrega do numerário - depósito em conta corrente	82
11.8. Da Utilização dos Recursos	83
11.9. Aspectos Contábeis e Orçamentários	83
11.10. Das Retenções	85
11.11 – Prestação de Contas	85
11.12. Restrições ao Suprido	87
11.13. Procedimentos Específicos	87
11.14. Contas-Correntes Bancárias	88
11.15. Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF	88
11.16. Procedimentos do Suprimento de Fundos por meio de Cartão de Pagamento do Governo Federal	89
11.16.1. Limite de gasto somente por fatura.	90
11.16.2. Limite de gasto por saque e/ou fatura	91
11.17. Base Legal	92
11.18. Base Administrativa	93
�
CURSO DE GESTÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA
1. Orçamento Público
1.1. Conceito
O Orçamento público é o instrumento de gestão de maior relevância e provavelmente o mais antigo da administração pública. No Brasil, é uma lei autorizativa que estima o conjunto das receitas públicas e fixa, em termos financeiros, os gastos governamentais para um determinado exercício. As despesas para serem realizadas precisam estar previstas no orçamento ou a ele serem incorporadas, por intermédio de alterações durante a execução. 
1.2. Funções do Orçamento
Nos dias de hoje, podemos reconhecer o orçamento público como um instrumento que apresenta múltiplas funções. A mais clássica delas, a função controle, teve início nos primórdios dos Estados Nacionais. Controle no sentido político da palavra, na medida em que minimizou o poder discricionário do governante, ao impor uma certa antecedência na criação e no aumento dos tributos. Desse momento em diante, o orçamento passa a servir como sinalizador à sociedade do quanto o governante vai arrecadar e em que irá gastar esses recursos arrecadados. 
Além da clássica função controle, o orçamento apresenta outras funções mais contemporâneas, do ponto de vista administrativo, gerencial, contábil,e financeiro. No Brasil, a função incorporada mais recentemente foi a função de planejamento, que está ligada à técnica de orçamento por objetivos. De acordo com essa idéia, o orçamento deve espelhar as políticas públicas, cuja tônica é tornar mais clara a finalidade dos gastos. 
Do ponto de vista macro-econômico, os orçamentos podem ser entendidos como uma expressão da situação fiscal dos governos. Aliás, atualmente esse é o aspecto mais destacado. Alguns estudiosos das finanças públicas têm defendido que este aspecto de expressão da situação fiscal dos governos deve ser o mais relevante. Como conseqüência, as demais funções do orçamento podem ficar relegadas a um segundo plano.
1.3. Orçamento e as Funções de Estado
Sabe-se que os governos costumam participar de muitas formas na economia dos países. A condução da política monetária, a administração das empresas estatais, a regulamentação dos mercados privados e, sobretudo, a sua atividade orçamentária, funcionam como meios dessa participação e influenciam o curso das atividades econômicas.
Ao tomar parte no curso das atividades econômicas, o Governo executa as funções econômicas que o Estado precisa exercer. Didaticamente, podemos dividir essas funções em três: a função alocativa, a função redistributiva e a função estabilizadora.
Ao exercer a função alocativa, o Governo dirige a utilização dos recursos da economia, incluindo a oferta de bens públicos. Com esta função o Governo pode criar incentivos para desenvolver mais certos setores econômicos em relação a outros. Como exemplo, imagine que o Governo tem interesse em desenvolver o setor de energia numa determinada região. Considere que o Governo definiu para essa região que a forma mais racional de energia é a gerada por hidroelétricas. Sendo assim, o Governo poderia alocar pesados recursos na geração, transmissão e distribuição dessa energia. Como conseqüência, seria de se esperar que o orçamento governamental apresentasse cifras substanciais alocadas em projetos de construção de linhas de transmissão ou, até mesmo, registrasse as despesas oriundas de incentivos fiscais concedidos às empresas construtoras dos complexos hidroelétricos. No entanto, lembre-se que num cenário real, onde os recursos financeiros são inferiores às possibilidades de gasto, ao optar pelo desenvolvimento de um setor, o governo acaba abrindo mão de outras escolhas possíveis. Note, então, que é justamente neste trade-off� que o governo materializa a sua função alocativa.
A função distributiva (ou redistributiva) diz respeito ao ajustamento da distribuição da renda das pessoas e empresas, para assegurar uma situação considerada socialmente justa. Esta função tem importância fundamental para o crescimento equilibrado do país. Por intermédio dela, o Governo deve combater os desequilíbrios regionais e sociais, promovendo o desenvolvimento das regiões e classes menos favorecidas. Como exemplo, imagine que o Governo deseje combater as desigualdades verificadas numa dada região, onde parte considerável da sua população é analfabeta. Seria de se esperar que o orçamento governamental contemplasse aquela abrangência geográfica� com ações vinculadas a algum programa de redução do analfabetismo, cujo financiamento poderia se dar por meio de recursos captados� de classes ou regiões mais abastadas. Como se pode concluir, o orçamento governamental é uma expressão da função redistributiva, exercida pelo Governo.
Por fim, a função estabilizadora está relacionada às escolhas orçamentárias na busca: do pleno emprego dos recursos econômicos; da estabilidade de preços; do equilíbrio da balança de pagamentos e das taxas de câmbio; e da estabilidade do crescimento econômico, com vistas ao desenvolvimento sustentável do país. 
No Brasil, principalmente nos últimos anos, a política de estabilização está focalizada no combate à inflação, na estabilização do nível geral de preços. 
1.4. Evolução Orçamentária
O surgimento do orçamento público está intimamente ligado à idéia de controle. Prova disso é que o orçamento originou-se pela necessidade de regular a discricionariedade dos governantes na destinação dos recursos públicos. Um dos vestígios mais interessantes dessa idéia está na Magna Carta inglesa, outorgada no ano de 1215, pelo Rei João Sem Terra. Porém, deve-se considerar que este é apenas um esboço daquilo que hoje se considera como orçamento público moderno. De lá para cá, foram desenvolvidas muitas técnicas orçamentárias, fazendo frente às exigências e necessidades dos novos arranjos entre o Estado e a sociedade.
Muito embora se possa reconhecer uma trajetória de avanços em matéria de orçamento público, não é comum verificarmos uma ruptura completa entre um modelo e outro, no processo de elaboração dos orçamentos. O que se observa, é que as novas técnicas foram sendo desenvolvidas e incorporadas paulatinamente ao modelo tradicional. 
Para efeitos didáticos, é possível relacionar algumas dessas técnicas ou práticas que são marcantes na evolução orçamentária. 
Na continuidade deste tópico serão apresentados os modelos de orçamento tradicional (ou clássico), de desempenho (ou de realizações) e por programas. À guisa de conclusão do tema, será mostrada uma tabela-resumo na qual são comparadas algumas das técnicas ou práticas orçamentárias mais difundidas.
1.4.1. Orçamento Clássico ou Tradicional
No Brasil, a prática orçamentária federal antecedente à Lei 4.320/64 baseava-se na técnica tradicional de orçamentação. Essa técnica clássica produz um orçamento que se restringe à previsão da receita e autorização de despesas. Não se verifica uma preocupação primária com o atendimento das necessidades da coletividade ou da própria Administração. Nem mesmo ficam claros os objetivos econômicos e sociais que motivaram a elaboração da peça orçamentária. Essas deficiências do orçamento tradicional desembocam na indefinição do programa de trabalho e do conjunto de objetivos que se pretende atingir.
Por outro lado, nesse modelo de orçamento, há uma preocupação exagerada com o controle do gasto, refletida na obsessiva elementação� da despesa. Outra característica desta técnica é a elaboração orçamentária com viés inercial (ou incremental). Ao tomar essa direção, a distribuição dos recursos para unidades orçamentárias� se dá com base na proporção do dos recursos gastos em exercícios anteriores e não em função do programa de trabalho que pretendem realizar. Neste caso, as distorções são inevitáveis, promovendo um ciclo vicioso baseado no incentivo ao gasto indiscriminado, apenas para garantir maior "fatia" nos orçamentos seguintes.
1.4.2. Orçamento de Desempenho ou de Realizações
A evolução do orçamento clássico trouxe um novo enfoque na elaboração da peça orçamentária. Evidenciar as "coisas que o governo compra" passa a ser menos importante em relação às "coisas que o governo faz". Assim, saber o que a Administração Pública compra tornou-se menos relevante do que saber para que se destina a referida aquisição. O orçamento de desempenho, embora já ligado aos objetivos, não pode, ainda, ser considerado um orçamento-programa, visto que lhe falta uma característica essencial, que é a vinculação ao Sistema de Planejamento.
1.4.3. Orçamento-Programa
O Essa técnica orçamentária foi introduzida na esfera federal pelo Decreto-Lei nº 200, de 23/2/67, que menciona o orçamento-programa como plano de ação do Governo Federal, quando, em seu art. 16, determina: “em cada ano será elaborado um orçamento-programa que pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizado no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual”.
Contudo, o marco legal que cristalizou a adoção do orçamento-programa no Brasil foi a Portaria nº 9 de 1974 expedida pelo Ministério do Planejamento, que instituiu a classificação funcional-programática. Essa portaria vigorou - com alterações no decorrer dos anos, porém sem mudanças estruturais - até 1999.Foi revogada a partir do exercício de 2000, sendo substituída pela portaria nº 42 de 1999 do então Ministério do Orçamento e Gestão, que instituiu uma classificação funcional e remeteu a estrutura programática aos planos plurianuais de cada governo e esfera da federação.�
A concepção do orçamento-programa está ligada à idéia de planejamento. De acordo com ela, o orçamento deve considerar os objetivos que o Governo pretende alcançar, durante um período determinado de tempo. Com base nesta característica, o orçamento-programa ultrapassa a fronteira do orçamento como simples documento financeiro, aumentando sua dimensão. 
Com base nisso, pode-se dizer que o orçamento passa a ser um instrumento de operacionalização das ações do governo, viabilizando seus projetos/atividades/operações especiais em consonância com os planos e diretrizes formuladas no planejamento.
Alguns autores têm destacado as seguintes vantagens do orçamento-programa em relação a métodos de elaboração orçamentária tradicionais:
a) melhor planejamento de trabalho;
b) maior precisão na elaboração dos orçamentos;
c) melhor determinação das responsabilidades;
d) maior oportunidade para redução dos custos;
e) maior compreensão do conteúdo orçamentário por parte do Executivo, do Legislativo e do público;
f) facilidade para identificação de duplicação de funções;
g) melhor controle da execução do programa;
h) identificação dos gastos e realizações por programa e sua comparação em termos absolutos e relativos;
i) apresentação dos objetivos e dos recursos da instituição e do inter-relacionamento entre custos e programas; e
j) ênfase no que a instituição realiza e não no que ela gasta.
Em sua elaboração, o Orçamento-Programa tem uma lógica que o distingue de outros modelos. Essa lógica pode ser traduzida em fases que, ao serem cumpridas, dão ao orçamento-programa toda a sua peculiaridade. São elas:
- Determinação da situação: identificação dos problemas existentes.
- Diagnóstico da situação: identificação das causas que concorrem para o aparecimento dos problemas.
- Apresentação das soluções: identificação das alternativas viáveis para solucionar os problemas.
- Estabelecimento das prioridades: ordenamento das soluções encontradas.
- Definição dos objetivos: estabelecimento do que se pretende fazer e o que se conseguirá com isso.
- Determinação das tarefas: identificação das ações necessárias para atingir os objetivos.
- Determinação dos recursos: arrolamento dos meios: recursos humanos, materiais, técnicos, institucionais e serviços de terceiros necessários.
- Determinação dos meios financeiros: expressão monetária dos recursos alocados.
Conforme já destacado a conclusão deste tema se dá com a apresentação de uma tabela que resume as técnicas orçamentárias apresentadas, além de um complemento com outras práticas orçamentárias, inclusive da experiência norte-americana. 
1.4.4. Tabela-Resumo de Técnicas e Práticas Orçamentárias
	Denominação
	Características
	Observações
	Orçamento de
Desempenho
	- Processo orçamentário que apresenta duas
dimensões do orçamento:
 * objeto de gasto;
 * um programa de trabalho, contendo as
ações desenvolvidas.
- Enfatiza o desempenho organizacional.
	Também conhecido como orçamento funcional. 
	Orçamento
Base-Zero
	- Processo orçamentário que se apóia na
necessidade de justificativa de todos os
programas cada vez que se inicia um novo
ciclo orçamentário.
- Analisa, revê e avalia todas as despesas
propostas e não apenas as solicitações
que ultrapassam o nível de gasto já existente.
	Abordagem orçamentária desenvolvida nos Estados Unidos, pela Texas Instrumentos Inc., durante o ano de 1969. Foi adotada pelo Estado da Geórgia (governo Jimmy Carter), com vistas ao ano fiscal de 1973.
	Orçamento-
Programa
	- Orçamento que expressa, financeira e
fisicamente, os programas de trabalho de
governo, possibilitando:
a) a integração do planejamento com o orçamento; 
b) a quantificação de objetivos e a fixação de metas;
c) as relações insumo-produto; 
d) as alternativas programáticas; 
e) o acompanhamento físico-financeiro;
f) a avaliação de resultados; g) a gerência por objetivos.
	Originalmente, integrava o sistema de planejamento, programação e orçamentação introduzido nos Estados Unidos, no final da década de 1950, sob a denominação PPBS (Planning Programming Budgeting System).
	Orçamento
Tradicional
	- Processo orçamentário em que é explicitado
apenas o objeto de gasto.
	Apresenta valores para as despesas com pessoal, material, serviços etc., sem relacionar os gastos a nenhuma finalidade (programa ou ação). Também é conhecido como Orçamento Clássico.
	Orçamento
Incremental (ou inercial)
	- Orçamento elaborado através de ajustes
marginais nos seus itens de receita e despesa.
	Repetição do orçamento anterior acrescido da variação de preços ocorrida no período.
	Orçamento
Com Teto Fixo
	- Critério de alocação de recursos através do
estabelecimento de um quantitativo financeiro
fixo (teto), obtido mediante a aplicação de um
percentual único sobre as despesas realizadas em determinado período.
	Esse percentual único serve de base para que os órgãos/unidades elaborem suas propostas orçamentárias parciais.
1.5. Orçamento Participativo�
Os orçamentos públicos nas democracias representativas são elaborados pelos poderes Executivo e Legislativo. Alias, segundo os juristas especializados, a principal razão da existência do Legislativo na sua função precípua de representação popular, está na comparticipação com o executivo na alocação dos recursos públicos por intermédio da elaboração dos orçamentos.
O orçamento participativo, incorpora ao processo decisória da elaboração orçamentária a população, seja por meio de lideranças da sociedade civil, seja por meio de audiências públicas ou por outras formas de consulta direta à população.
Foi e é exercitado no Brasil em muitas Prefeituras. Na União e nos Estados, embora durante o processo legislativo sejam feitas audiências públicas para captar sugestões da sociedade, não tem sido aplicado.
Trata-se de ouvir de forma direta as comunidades para a definição das ações do Governo para resolução dos problemas por elas considerados prioritários. 
No Brasil, dada a quantidade de despesas obrigatórias e a pouca flexibilidade para o redirecionamento das ações governamentais � , os processos que contemplam a participação popular na definição dos orçamentos se atêm a uma parcela restrita da alocação dos recursos.
1.6. Marcos Legais
A Constituição Federal de 1988 - CF/88 delineou o modelo atual de ciclo orçamentário, instituindo três leis cuja iniciativa é prerrogativa do Poder Executivo – O Plano Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentária - LDO e a Lei Orçamentária Anual - LOA.
Conforme dispõe o artigo 165 da CF/88, o PPA “estabelecerá de forma regionalizada, as diretrizes e metas para administração pública federal para as despesas de capital� e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.” Com duração de 4 anos, o PPA é elaborado no primeiro ano do mandato do governante eleito, com vigência a partir do segundo ano de mandato.
A LDO, orientará a elaboração orçamentária, definindo as prioridades e metas do PPA para o exercício financeiro subseqüente. Também deverá dispor sobre as alterações na legislação tributária, além de estabelecer a política das agencias financeiras oficiais de fomento.
Com a instituição da Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO incorporou novas atribuições associadas ao equilíbrio entre receitas e despesas que norteia todo ciclo de alocação dos recursos públicos, como será visto adiante.
A LOA, compreende o orçamento fiscal�, o orçamento da seguridade social� e o orçamento de investimento das estatais�. 
Cada um desses instrumentosdeve estar consubstanciado em lei, a partir de projetos cuja iniciativa pertence ao Poder Executivo, cabendo ao Poder Legislativo sua apreciação.
1.7. Prazos
Conforme já destacado, o PPA tem vigência de 4 anos. Na esfera federal, é enviado ao Congresso Nacional - CN até 31 de agosto do primeiro ano de mandato do Presidente da República, entrando em vigor a partir do segundo ano de mandato, estendendo-se até o primeiro ano de mandato do governo seguinte. Já o projeto da LDO é enviado ao CN até o dia 15 de abril, para que seja votado até o fim do 1º período da sessão legislativa, que é 17 de julho. Por fim, a LOA é encaminhada CN, na forma de projeto, até 31 agosto, devendo ser sancionada até o fim do segundo período legislativo.( EC nº 50 alterou período legislativo para 01 de fevereiro até 17 de julho e de 01 de agosto até 22 de dezembro) 
1.8. Princípios Orçamentários
Afinal, o que são os Princípios Orçamentários? De um modo objetivo, podemos dizer que os Princípios Orçamentários são aquelas regras mais fundamentais e que funcionam como norteadoras da prática orçamentária. São um conjunto de premissas que devem ser observadas durante cada etapa da elaboração orçamentária.
Um sentido mais rigoroso para este conceito foi expresso por SANCHES (1997)�: "é um conjunto de proposições orientadoras que balizam os processos e as práticas orçamentárias, com vistas a dar-lhe estabilidade e consistência, sobretudo ao que se refere a sua transparência e ao seu controle pelo Poder Legislativo e demais instituições da sociedade...".
Mesmo reconhecendo a importância dos Princípios orçamentários na formulação dos orçamentos, não há uma aprovação absoluta e unânime desses. Segundo SILVA (1962)�, "esses princípios não tem caráter absoluto ou dogmático, antes constituem categorias históricas e, como tais, estão sujeitos a transformações e modificações em seu conceito e significação". É comum encontrar na literatura clássica sobre orçamento doutrinadores divergindo sobre estrutura e conceituação do Princípios Orçamentários. Todavia, existem aqueles que são geralmente aceitos, os quais serão o objeto de nosso estudo neste tópico. 
Neste sentido, é bom ter em mente que a instituição dos Princípios Orçamentários remonta os tempos do Estado Liberal�, época em que as finanças públicas eram pouco complexas. SANCHES (1997), ao analisar os princípios orçamentários considerou-os em duas categorias distintas: os Princípios Orçamentários Clássicos (ou Tradicionais) e, os Princípios Orçamentários Modernos (ou Complementares). Os Princípios Orçamentários Clássicos são aqueles cuja consolidação deu-se ao longo do desenvolvimento do orçamento (desde a Idade Média, até meados do Século XX), e surgiram numa época em que os orçamentos tinham forte conotação jurídica. Talvez, aqui esteja a explicação de suas formas rígidas e simples. Já os Princípios Orçamentários Modernos, começaram a ser delineados na era moderna do Orçamento, quando sua função extrapolou as fronteiras político-legalistas, invadindo o universo do planejamento (programação) e da gestão (gerência).
Muitos autores reconhecem que vários Princípios Orçamentários Tradicionais estão acolhidos na ordem jurídica brasileira, seja de modo mais ou menos explícito. A seguir, destacam-se alguns dos princípios orçamentários clássicos mais essenciais. 
1.8.1. Princípios Orçamentários Clássicos
1.8.1.1. Princípio da Anualidade
De acordo com o Princípio da Anualidade, o orçamento deve ter vigência limitada a um exercício financeiro. Conforme a legislação brasileira, o exercício financeiro precisa coincidir com o ano civil. A LRF vem reforçar este princípio ao estabelecer que as obrigações assumidas no exercício sejam compatíveis com os recursos financeiros obtidos no mesmo exercício.
1.8.1.2. Princípio da Clareza
Para o Princípio da Clareza, o orçamento deve ser claro e de fácil compreensão a qualquer indivíduo.
1.8.1.3. Princípio do Equilíbrio
No Princípio do Equilíbrio fica evidente que os valores autorizados para a realização das despesas no exercício deverão ser compatíveis com os valores previstos para a arrecadação das receitas. O princípio do equilíbrio passa a ser parâmetro para o acompanhamento da execução orçamentária. A execução das despesas sem a correspondente arrecadação no mesmo período acarretará, invariavelmente, resultados negativos, comprometedores para o cumprimento das metas fiscais.
1.8.1.4. Princípio da Exclusividade
No Princípio da Exclusividade, verifica-se que a lei orçamentária não poderá conter matéria estranha à fixação das despesas e à previsão das receitas.
1.8.1.5. Princípio da Legalidade
O Princípio da Legalidade estabelece que a elaboração do orçamento deve observar as limitações legais em relação aos gastos e às receitas e, em especial, ao que se segue: exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercidas; cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado, ressalvadas as exceções expressas na Constituição Federal; utilizar tributo com efeito de confisco; estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
1.8.1.6. Princípio da Não-Afetação (Não-Vinculação)
Segundo esse princípio, nenhuma parcela da receita poderá ser reservada ou comprometida para atender a certos ou determinados gastos. Não é considerado um princípio clássico. Trata-se de dotar o administrador público de margem de manobra para alocar os recursos de acordo com suas prioridades. No Brasil, esse princípio não vem sendo observado. Nos últimos anos, paulatinamente têm sido criadas receitas com automática vinculação a áreas de despesas específicas. Exemplo: CPMF para Saúde. Recentemente, vários fundos foram criados vinculando a receita a áreas como telecomunicações, energia e ciência e tecnologia, para citar apenas essas. A vinculação, se por um lado, garante a regularidade no aporte de recursos para as determinadas áreas, por outro diminui significativamente a margem de manobra do governante para implementar políticas de acordo com suas prioridades. O resultado é que em algumas áreas há excesso de recursos que não podem ser carreados para outras que estão com escassez. O excesso de vinculação faz com que haja, em boa medida a priori, uma repartição definida legalmente entre as áreas de governo, diminuindo significativamente as alternativas de opções alocativas dos administradores públicos.
1.8.1.7. Princípio da Publicidade
O Princípio da Publicidade diz respeito à garantia da transparência e pleno acesso a qualquer interessado às informações necessárias ao exercício da fiscalização sobre a utilização dos recursos arrecadados dos contribuintes.
1.8.1.8. Princípio da Unidade Orçamentária
O Princípio da Unidade Orçamentária diz que o orçamento é uno. Ou seja, todas as receitas e despesas devem estar contidas numa só lei orçamentária.
1.8.1.9. Princípio da Uniformidade
Para a obediência do Princípio da Uniformidade, os dados apresentados devem ser homogêneos nos exercícios, no que se refere à classificação e demais aspectos envolvidos na metodologia de elaboração do orçamento, permitindo comparações ao longo do tempo.
1.8.1.10. Princípio da Universalidade
Para o Princípio da Universalidade,todas as receitas e todas as despesas devem constar da lei orçamentária, não podendo haver omissão. Por conta da interpretação desse princípio os Orçamentos da União incorporam receitas e despesas meramente contábeis, como por exemplo a rolagem dos títulos da dívida pública. Daí os valores globais dos orçamentos ficam superestimados, não refletindo o verdadeiro impacto dos gastos públicos na economia. Está em discussão a alteração da interpretação desse princípio, de forma acabar com essa distorção nos números globais da peça orçamentária.
1.8.1.11. Princípio do Orçamento Bruto
Determina que todas as receitas e despesa devem constar na peça orçamentária com seus valores brutos e não líquidos.
1.8.2. Princípios Orçamentários Modernos
1.8.2.1. Princípio da Simplificação
Para o Princípio da Simplificação, o planejamento e o orçamento devem basear-se a partir de elementos de fácil compreensão. Conforme o Manual Técnico que orientou a proposta orçamentária da União para o exercício de 2000, essa simplificação está muito bem refletida na adoção do problema como origem para criação de programas e ações�.
1.8.2.2. Princípio da Descentralização
Segundo o Princípio da Descentralização, é preferível que a execução das ações ocorra no nível mais próximo de seus beneficiários. Com essa prática, a cobrança dos resultados tende a ser favorecida, dada a proximidade entre o cidadão, beneficiário da ação, e a unidade administrativa que a executa.
1.8.2.3. Princípio da Responsabilização
Conforme o Princípio da Responsabilização, os gerentes/administradores devem assumir, de forma personalizada a responsabilidade pelo desenvolvimento de um programa, buscando a solução ou o encaminhamento de um problema.
Na literatura especializada, existem referências para tantos outros princípios, clássicos e modernos. Contudo, expõem-se aqui aqueles considerados mais úteis no escopo pretendido para este curso.
1.9. Enfoques do Orçamento
Considerando a multiplicidade de funções e nuanças que o orçamento público apresenta, pode-se aborda-lo sob dois pontos de vista distintos�: o enfoque fiscal e o enfoque programático.
Apesar dessa distinção, os dois enfoques são interdependentes, na medida em que os parâmetros monetários decorrentes do enfoque fiscal definem os limites para a programação das despesas.
1.9.1. Enfoque Fiscal dos Orçamentos
O enfoque fiscal privilegia o aspecto macro-econômico do orçamento, como instrumento de expressão das finanças públicas e da política fiscal�. Leva em consideração os grandes agregados de receita e despesa. Para esse enfoque, o respeito às restrições orçamentárias e a produção de resultados fiscais compatíveis com as metas previstas na LDO� é o ponto mais fundamental da elaboração orçamentária. Há uma certa primazia da dimensão econômica sobre os aspectos sociais.
1.9.2. A Necessidade de Financiamento do Setor Público - NFSP
A metodologia adotada para medir o resultado fiscal das finanças públicas no Brasil, em um determinado período, denomina-se Necessidade de Financiamento do Setor público – NFSP�. A NFSP corresponde à variação do endividamento do setor público não financeiro junto ao sistema financeiro e o setor privado.
Os resultados fiscais, para efeito da elaboração dos Orçamentos da União, são calculados segundo um critério denominado “acima da linha”�. Nesse critério, utiliza-se a estatística fiscal desagregada na qual são consideradas os fluxos de receitas e de despesas orçamentárias durante o exercício. Com base nessa metodologia, dois resultados são analisados: o resultado primário e o resultado nominal.
O resultado primário é apurado pela diferença entre as receitas e as despesas não financeiras�.
O resultado nominal é obtido pela incorporação das despesas decorrentes do pagamento dos juros nominais líquidos� ao resultado primário, o que representa a quantidade de recursos que o setor público precisa para financiar seu déficit ou, no caso de superávit, o quanto este tem de capacidade para amortizar sua dívida em um determinado período.
A partir da LRF, as metas de resultado devem ser explicitadas na LDO. Essa determinação é válida também para os estados, distrito federal e municípios. Uma vez definidas, as metas nortearão todo o processo de elaboração e execução orçamentária, como será visto mais adiante.
1.10. O Processo - Roteiro do Ciclo de Elaboração e Execução Orçamentária Anual �
Neste tópico será apresentada uma síntese das etapas do ciclo de alocação dos recursos públicos, expressa no orçamento. O quadro a seguir identifica as principais etapas que compõem o processo de elaboração e execução orçamentária da União.
1.10.1. Meta Fiscal
A elaboração orçamentária, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal� e da CF/88, começa com o estabelecimento das metas de resultado fiscal�. Estas metas fiscais estão associadas à política fiscal que os governos implementam. Em relação aos orçamentos, os resultados podem variar de equilibrado, à deficitário ou superavitário�. No caso do Governo Central, a tônica tem sido a busca de resultados primários positivos (superávites) com o objetivo de estabilizar a relação dívida/Produto Interno Bruto. De acordo com a LDO 2005, caberá ao Governo Central produzir no exercício financeiro de 2006 um superávit de 3,15% PIB (incluído o resultado das estatais, desconsiderados os resultados dos demais entes), Já para o Setor Público Consolidado (incluídos os resultados dos estados o equivalente a 4,25%
Portanto, é a partir deste número estabelecido na meta fiscal que o orçamento começa a ser elaborado. De acordo com a estimativa da receita descortina-se o espaço para a fixação da despesa.
Previsão das Receitas
O cálculo de previsão das receitas públicas procura levar em consideração um conjunto de fatores dinâmicos e complexos que afetam, para mais ou para menos, a sua realização. Como exemplo disto temos os chamados efeitos preço, renda, e legislação. Estes efeitos afetam o nível das receitas, se configurando em parâmetros fundamentais para suas estimativas. 
O efeito preço, considera o impacto da inflação sobre as receitas públicas. A arrecadação dos impostos, das taxas, das contribuições e de outras receitas do Governo sofre alterações (crescimento ou decrescimento) em função da variação do nível geral de preços. 
O mesmo raciocínio pode ser utilizado para o efeito-renda. A diferença está que em vez da inflação, o parâmetro considerado é o crescimento do produto - da renda da economia. Parte-se do princípio que se houver variação no PIB - que eqüivale á variação da renda agregada - as recitas públicas também variarão.
Outro aspecto levado em consideração se refere às alterações na legislação tributária. A instituição de novos tributos, a alteração de alíquotas ou outras modificações nas normas influenciam nos níveis de arrecadação. Simulações nesse sentido, são levadas em consideração. 
Um outro fenômeno que vem tornando-se bastante significativo para a previsão das receitas públicas é o aumento da produtividade da máquina arrecadatória�. 
Vale salientar que as estimativas são efetuadas segundo os tipos das receitas. Por exemplo, o imposto de renda apresenta uma “sensibilidade” em relação ao parâmetro de preço diferente do imposto sobre produtos industrializados. As receitas de prestações de serviços, variam em função de também de outros fatores. Daí, existe um acompanhamento específico para cada tipo de receita orçamentária, envolvendo os diversos atores responsáveis pelas receitas públicas.
1.10.2. Necessidades de Financiamento do Governo Central - NFGC�
O monitoramento do cumprimento das metas fiscais é contínuo. Se dá durante todo o processo de elaboração e execução orçamentária. Nesse sentido o cálculo da NFGC serve como referência para evidenciar a trajetória dos principais itens de receita e despesa.
A ocorrência de fatos supervenientes, que impliquem na alteração dos valores estimadostêm repercussão em todo processo alocativo. Faz com que se reveja, em muitos casos os limites orçamentários da programação da despesa.
Por exemplo, no caso de redução da receita estimada em um certo momento, é necessário acomodar a despesa de forma a não comprometer as metas já assumidas na LDO. O inverso também pode ocorrer. 
No ciclo orçamentário o cálculo das Necessidades de Financiamento de serve como guia para acompanhamento dos principais agregados de receita e despesa públicas. Nesse sentido a meta de resultado e a previsão das receitas contabilizadas limitarão a fixação do nível das despesas públicas.
Despesas Obrigatórias
O levantamento da NFGC evidencia o montante das despesas obrigatórias que é parâmetro fundamental na acomodação das demais despesas. 
Os valores dos grandes agregados das despesas obrigatórias, levantadas na esfera federal, são constituídas basicamente pelas transferências constitucionais�, sobretudo aquelas associadas aos fundos de participação dos estados - FPE e municípios� - FPM, despesas de pessoal e encargos sociais, dívidas públicas contratual� ou mobiliária�. Esse critério está associado ao processo de elaboração dos orçamentos da União. A LRF introduziu um conceito de “despesas obrigatórias de caráter continuado�” que difere do utilizado nesse tópico. 
Vejamos, por exemplo, como a Constituição Federal trata a questão das transferências aos FPE e FPM:
Art. 159 da CF/88: A União entregará
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, quarenta e sete por cento na seguinte forma: 
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal; 
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios; 
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; 
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados. 
§ 1º - Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-á a parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I.
§ 2º - A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido.
§ 3º - Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II. 
Para a estimativa das despesas de pessoal e encargos sociais, é feito um acompanhamento específico. Processa-se uma análise retrospectiva da execução desse grupo de despesa, são consideradas as reestruturação das carreiras, os aumentos previstos e outros fatores que influenciam nesse agregado de despesa. Este mesmo procedimento é aplicado para os benefícios previdenciários do Regime Geral da Previdência Social. 
Determinação de Limites para Despesas Discricionárias
A partir da determinação das despesas obrigatórias, considerados o volumes das receitas e as metas de resultados, calcula-se o montante possível para as chamadas despesas discricionárias. Isto é, aquelas despesas cujo o Governo tem uma maior margem de manobra para a decisão alocativa. É baseado nesta discricionariedade que o Governo opta por uma ou outra hipótese de despesa, ao contrário das despesas obrigatórias. É por intermédio dessas despesas que se materializam as políticas setoriais. Que o governante viabiliza suas promessas de campanha - dá o “tom“ da sua administração.
Os recursos reservados para estas despesas discricionárias são geralmente divididos entre atividades e operações especiais, por um lado, e projetos por outro. O primeiro grupo tem precedência na alocação. São denominadas de despesas discricionárias essenciais. Por exemplo, a manutenção de uma universidade ou de um hospital. 
Avalia-se, o montante de recursos necessários para manter o nível atual da oferta de serviços públicos – manutenção das atividades e das operações especiais de caráter permanente. Distribui-se esses limites para os respectivos órgãos responsáveis pelo desenvolvimento daquelas ações.
O grupo de projetos assim, fica relegado à última opção, concorrendo ainda com a possibilidade de se alocar recursos para expansão das atividades. Esse último grupo acaba se configurando como a variável de ajuste, estando seu aporte de recursos condicionado às outras variáveis já caracterizadas, que compõem o processo de definição dos orçamentos no enfoque fiscal.
Vale lembra que existe outro fator que limita a margem de manobra da alocação das despesas discricionárias – a vinculação de determinadas receitas áreas ou tipos de despesas específicas. Esse fator condiciona previamente boa parte da destinação das despesas discricionárias.
Propostas Setoriais
Em paralelo, tendo em vista o enfoque programático, já apresentado anteriormente, são feitas as propostas e definições qualitativas da programação orçamentária das diversas unidades - entenda-se como aquele desenho da estrutura programática formada pelos programas e ações (projetos, atividades e operações especiais) que elas pretendem implementar. Essas propostas qualitativas são captadas por meio do Cadastro de Programas e Ações�.
Vale relembrar que esta metodologia do enfoque programático garante a integração dos orçamentos com os planos plurianuais. Afinal, os programas são módulos comuns desses dois instrumentos de planejamento.
A partir da definição da estrutura programática é feita o detalhamento da proposta setorial. É neste momento que ocorre a junção do enfoque fiscal, (como expressão monetária do orçamento) com o enfoque programático. Onde se contrapõe o desejo do que se quer fazer (a partir da estrutura programática - programas e ações) com o que se pode fazer, a partir dos limites monetários que são dados dentro do enfoque fiscal. É o cotejo do "o que se quer fazer" com "o que se pode fazer", a partir de uma limitação financeira (restrição orçamentária), de onde derivam-se escolhas de alocação. Alguma programação acaba sendo preterida em relação a outra, conforme as prioridades definidas pelos agentes do sistema orçamentário. 
No enfoque programático, viu-se os programas e as ações orçamentárias - "o que vai ser feito", "como vai ser feito" e "onde vai ser feito" (localização do gasto). A partir dos limites monetários que são dados, no detalhamento da proposta os órgãos decidirão "quanto será feito" (as metas) em função do custo previsto para cada ação.
A figura a seguir mostra um esquema da informações necessárias para a programação das despesas orçamentárias, identificando a programação qualitativa definida no âmbito dos cadastros com o detalhamento físico e monetário anual.
	
Neste sentido, os órgãos (ou Ministérios, no caso da esfera federal) fazem suas propostas que são enviadas para o órgão central do sistema orçamentário (a Secretaria de Orçamento Federal, no caso da União), que tem o papel de analisar e consolidar estas propostas orçamentárias.
Consolidação das Propostas Setoriais
Em função do caráter dinâmico que processo orçamentário tem, o órgão central acaba realizando uma série de ajustes negociados com os órgãos setoriais, necessáriosà compatibilização da proposta setorial decorrentes de revisão das estimativas de receitas e despesas�. Esta circunstância ocorre durante todo o processo, uma vez que as estimativas de receita, o nível das despesas obrigatórias e os limites das despesas discricionárias podem sofre alterações a partir de fatos não previstos. A superveniência de fatos novos, relevantes para as estimativas, costuma implicar em revisão e ajuste da despesa discricionária, de forma a acomoda-la dentro dos novos níveis esperados de receita, afim de não comprometer as metas de resultado pactuadas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Essa dinâmica é válida não só para o processo de elaboração como durante a execução orçamentária.
É nesse momento que são compatibilizadas todas as classificações orçamentárias incluídas as fontes de recursos e formalizada a proposta de Lei Orçamentária Anual.
Processo Legislativo
Depois de consolidada a proposta orçamentária, com a chancela do Presidente da República, esta é enviada como Projeto de Lei para o Congresso Nacional, que é comparticipe na alocação dos recursos públicos. Começa, então, uma nova etapa da elaboração orçamentária: o processo legislativo do orçamento público. Nesta etapa, ocorrem as emendas, os ajustes e remanejamentos, sem que haja alteração nas metas de resultado anteriormente previstas. Esta etapa vai culminar com a votação e aprovação do projeto da lei orçamentária, já sensibilizado pela participação parlamentar. 
Execução Orçamentária
Na seqüência, o orçamento é enviado para a sanção do Presidente da República e proposição de eventuais vetos. A partir de então, começa a execução da Lei Orçamentária Anual - LOA que, como vimos, passou por etapas de elaboração, aprovação e sanção/veto. 
Dentro da idéia de ciclo orçamentário, a sanção da LOA encerra a etapa de elaboração e inaugura a etapa de execução. 
No início de cada exercício é feita a chamada programação orçamentária e financeira que busca a compatibilização temporal (cronograma) entre a realização da receita e a execução da despesa pública. 
Como vimos, a meta fiscal é um parâmetro essencial a ser perseguido, tanto na etapa de elaboração como na etapa de execução orçamentária, para todas as esferas de governo, conforme as determinações da LRF.
Desse modo, às vésperas da execução orçamentária começar é feita uma re-estimativa dos principais agregados de receitas e despesas, que norteará o primeiro bimestre de execução. Nos últimos anos, tem acontecido a publicação dos chamados decretos de contingenciamento, que limitam e restringem a movimentação financeira e orçamentária. Estas providências constrangem a execução da despesa, pois impõe-se um novo limite sobre o gasto autorizado na Lei Orçamentária. Note o que dispõe a LRF sobre esta questão:
Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
§ 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.(sem eficácia – ADIN 2238-5
§ 2o Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4o Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.
§ 5o No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.
 
1.10.3. Lei Orçamentária Anual - LOA
Estima a receita e fixa a despesa para o exercício, compreendendo:
- Orçamento Fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos, entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.
- Orçamento de Investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
- O Orçamento da Seguridade Social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
- Conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetos e metas constantes do anexo da LDO (Metas Fiscais).
- Conterá Demonstrativos regionalizado do efeito sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefício de natureza financeira, tributária e creditícia.
- Conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente Líquida, serão estabelecidos na Lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao atendimento de passivos contigentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.
Sistema de Orçamento
Estrutura Básica
1.10.4. O Ciclo Orçamentário
O ciclo orçamentário é a série de passos ou processos, articulados entre si, que se repetem em períodos prefixados, através dos quais orçamentos sucessivos são preparados, votados, executados, avaliados, controlados e julgadas as contas pela Corte de Contas, num processo de contínua realimentação. De um modo geral, o Ciclo Orçamentário abrangem quatro grandes fases, quais sejam:
1ª Fase: Elaboração e Apresentação
Com base no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei de Responsabilidade Fiscal, bem como nas normas estabelecidas pela Secretaria de Orçamento Federal – SOF/MPOG - Nível Federal, o Poder Executivo elabora e apresenta ao Legislativo a Proposta Orçamentária, contendo os itens abaixo:
	a) formulação do programa de trabalho (ações que se pretende executar), que abrange:
- o diagnóstico de problemas;
- a formulação de alternativas;
- a tomada de decisões;
- a fixação de metas e definição de custos.
	b) compatibilização das propostas setoriais à luz das prioridades estabelecidas e dos recursos disponíveis;
	c) montagem da proposta a ser submetida à apreciação do Legislativo.
2ª Fase: Autorização Legislativa
Compreende a tramitação da proposta de orçamento no Poder Legislativo, onde as estimativas de receita são revistas, as alternativas de ação são reavaliadas, os programas de trabalho são modificados através de emendas, as alocações são mais especificamente regionalizadas e os parâmetros de execução (inclusive os necessários a uma certa flexibilidade) são formalmente estabelecidos.
3ª Fase: Programação e Execução
Aqui o orçamento é programado, isto é, são definidos os cronogramas de desembolso, ajustando o fluxo de dispêndios às sazonalidades da arrecadação, as programações são executadas, acompanhadas e parcialmente avaliadas, sobretudo por intermédio dos mecanismos e entidades de controle interno. 
4ª Fase: Avaliação e Controle
Nesta fase, parte da qual ocorre concomitantemente com a deexecução, são produzidos os balanços, estes são apreciados e auditados pelos órgãos auxiliares do Poder Legislativo (Tribunais de Contas) e as contas julgadas pelo Parlamento. Integram também esta fase as avaliações realizadas por órgãos técnicos com vista à realimentação dos processos de planejamento e de programação.
1.10.5. Tipos de Orçamento
1.10.5.1. Orçamento Fiscal
Compreende os Poderes da União, seus fundos, órgãos, autarquias, inclusive as especiais, fundações instituídas e mantidas pela União.
1.10.5.2. Orçamento da Seguridade Social
Compreende todos os órgãos e entidades a quem compete executar ações nas áreas de saúde, previdência e assistência social, quer sejam da administração direta ou da indireta, bem como seus fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; compreende, ainda, os demais Programas de Trabalho dos órgãos e entidades, que também se envolvam com as referidas ações, inclusive os programas de apoio administrativo, tendo em vista o disposto no art. 194 da Constituição Federal.
1.10.5.3. Orçamento de Investimento das Empresas Estatais
Previsto no art. 165, § 5º, inciso II da Constituição Federal, é composto pelas empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
1.11. Classificação Orçamentária
Pretende-se analisar nesta unidade os sistemas de classificação orçamentária utilizados no Brasil.
1.11.1. Importância e Objetivos de um Sistema de Classificação
Um dos principais objetivos de um sistema de classificação orçamentária, nos dias atuais, é o de possibilitar a análise e a avaliação, dos ônus e benefícios dos programas de governo, bem como de estudar o impacto dos gastos públicos na economia. Pressupõe-se que, no regime democrático, o povo tem direito de saber o que fazem seus mandatários; porque o fazem; e que ônus e benefícios decorrerão dos atos do Governo.
O estabelecimento de classificações orçamentárias é uma das medidas mais importantes na administração pública. Essa importância decorre da estrutura de classificação constituir o marco para adoção de decisões em todo o processo orçamentário.
As classificações utilizadas devem, pois, facilitar a formulação de orçamento em consonância com os objetivos das políticas; refletir com precisão o que o governo se propõe a fazer com os recursos disponíveis; e proporcionar uma estrutura de controle administrativo que permita determinar o que foi concluído em relação ao orçamento aprovado pelo congresso. A estrutura de classificação deve servir com igual eficácia a esses diversos propósitos; daí se segue que a mesma classificação deve ser usada para se formular, apresentar, executar e controlar o orçamento.
Dentro dessa visão podemos então dizer que são quatro os objetos fundamentais de um sistema de classificação:
a) facilitar a análise dos efeitos econômicos e sociais das atividades governamentais;
b) facilitar a formulação dos programas que o governo elabora para cumprir suas funções.
c) contribuir para uma efetiva execução do orçamento; e
d) facilitar a contabilidade fiscal.
Um sistema de classificação orçamentária adequada deve, ainda, ser um instrumento de: planejamento, tomada de decisões, comunicação e controle.
Planejamento
É necessário o conhecimento tão completo quanto possível da estrutura, funcionamento e inter-relação dos vários setores da economia e do papel do governo nas mesmas. É mister, também, em face do planejamento administrativo, conhecer a utilização mais eficiente e econômica do pessoal, material, instalação, etc. a fim de realizar os objetos consubstanciados nos programas de trabalho.
Tomada de Decisão
A classificação pode também auxiliar o administrador público no processo decisório, na medida em que seja capaz de indicar as áreas de prioridades. Uma classificação do tipo funcional ou econômica veio melhorar consideravelmente o processo de tomada de decisões, possibilitando, por exemplo, avaliar o impacto do governo no consumo ou na formação de capital, os custos das diversas funções dos poderes públicos, etc.
Comunicação
A classificação permite ver claramente como serão feitos os gastos; quantos reais serão destinados à agricultura, educação, segurança, etc.; qual a contribuição dos Estados para formação bruta de capital nacional.
Controle
Historicamente, o elemento de controle tem prevalência sobre os demais 
no orçamento público. Entre os principais tipos de controle podemos destacar, o controle político-jurídico, que permite o conhecimento de como serão ou foram aplicados pelo Executivo os recursos aprovados pelo Legislativo; o controle financeiro-contábil, realizado através dos Balanços da União; e o controle administrativo que visa ao acompanhamento da execução dos programas de trabalho em suas várias etapas.
1.11.2. Vantagens de um Sistema de Classificação
Um sistema de classificação apresenta uma série de vantagens para quem o utiliza:
a) permite melhor conhecimento do assunto estudado, proporcionando maior facilidade de identificar novas relações; descobrir traços comuns e diferenciados;
b) facilita a uniformização da terminologia;
c) propicia sistematização mais adequada do pensamento; e 
d) reduz a pluralidade à unidade.
1.11.3. Tipos de Classificação de Despesas Orçamentárias
Diversas são as formas de classificação das despesas públicas. Neste Curso serão analisados, apenas, as classificações adotadas no orçamento público brasileiro.
1.11.3.1. Classificação Institucional ou por Órgão
Compreende os Órgãos Setoriais e suas respectivas unidades Orçamentárias. 
O objetivo desta classificação é demonstrar quanto cada órgão ou unidade organizacional está autorizado a gastar num determinado exercício.
A classificação por instituição ou organizacional apresenta a vantagem de permitir uma comparação imediata, em termos de dotações recebidas, entre os diversos órgãos. Tal informação pode, entretanto, gerar rivalidade interorganizacional nos gastos do governo.
Na prática orçamentária brasileira utiliza-se um campo de cinco dígitos para identificar essa classificação. Os dois primeiros algarismos são reservados para identificar o órgão, ou seja qualquer instituição que integra a estrutura administrativa dos três poderes da União; os três últimos identificam as unidades orçamentárias.
Nota: Um órgão ou uma unidade orçamentária da classificação institucional do orçamento pode, eventualmente, não corresponder a uma estrutura administrativa como, por exemplo: “Transferência a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “ Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, “Refinanciamento da Dívida Pública Federal” e “Reserva de Contingência”.
Exemplo de uma classificação institucional que corresponde a uma estrutura administrativa:
 25	201
Órgão: MINISTÉRIO DA FAZENDA
Unidade Orçamentária: BANCO CENTRAL DO BRASIL.
1.11.3.2. Classificação Funcional
Identifica as grandes áreas da atuação do Estado, fixando-se objetivos para cada uma delas e, em conseqüência, as ações que se pretende desenvolver para o alcance desses propósitos. É uma das primeiras condições para implantação do Orçamento-Programa.
A classificação funcional, composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, servirá como agregado dos gastos públicos por área de ação governamental, nas três esferas. Trata-se de uma classificação independente dos programas.
Por ser de aplicação comum e obrigatória no âmbito dos Municípios, Estados e da União, a classificação funcional permitirá a consolidação nacional dos gastos do setor público.
A Portaria MOG Nº 42, de 15/04/99, que revogou a Portaria SEPLAN Nº 9/74, estabelece uma nova classificação e conceitos da Funcional e da Estrutura 
Programática, conforme a seguir definidos:
Função
Representa o maior nível de agregação,através do qual o governo procura alcançar os objetivos nacionais.
Subfunção
Representa uma partição da função, visando a agregar determinado subconjunto de despesa do setor público.
Programa
Instrumento de organização da ação governamental, visando à concretização dos objetos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual.
Projeto
Um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação do governo.
Atividade
Um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa , envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário a manutenção da ação do governo.
Operações Especiais
As despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens e serviços. Ex: dívidas, ressarcimentos, transferências, indenizações, financiamentos e outras afins.
O Projeto apresenta as seguintes características:
- é parte do desdobramento de um programa; 
- tem objetivos concretos, que devem ser medidos física e financeiramente;
- é limitado no tempo;
- representa, sempre, implantação, expansão, modernização ou aperfeiçoamento da ação governamental;
- geralmente dá origem a uma atividade ou concorre para a expansão e/ou aperfeiçoamento de atividades existentes.
A Atividade apresenta as seguintes características: 
- é parte do desdobramento de um programa 
- tem objetivos que podem ser medidos quantitativamente e/ou qualitativamente;
- é permanente e contínuo;
- engloba esforços que tem como resultado um produto necessário à manutenção da ação de governo e a operação dos serviços públicos ou administrativos já existentes.
Se dá, ainda, o desdobramento dos projetos/atividades em subtítulos, que representam o menor nível de detalhamento, tendo por finalidade maior especificidade na operação das ações governamentais, ou seja, especificar a localização física integral ou parcial das respectivas atividades e projetos, não podendo haver, por conseguinte, alteração da finalidades e da denominação das metas estabelecidas. 
1.11.3.3. Regra de Tipicidade
A Portaria MOG Nº42/99, conforme já visto, atualizou a discriminação da despesa por funções, estabeleceu os conceitos de função, subfunções, programa, projeto , atividade e operações especiais, pois as subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas, ou seja, fora da regra de tipicidade. Por exemplo: uma atividade de pesquisa na FIOCRUZ do Ministério da Saúde deve ser classificada de acordo com sua característica na subfunção Nº 571 “Desenvolvimento Científico” (subfunção típica a função 19 “Ciência e Tecnologia” e atípica a função 10 “Saúde”), entretanto, será classificada na função 10 “Saúde”, portanto, preserva, na sua lógica de aplicação, a matricialidade da funcional – programática. 
Composição do código:
A classificação funcional e a estrutura programática adota um artifício que possibilita identificar se determinado programa de trabalho constitui um projeto ou uma atividade. É composto como segue:
1º e 2º Dígitos		- identificam a função
3º, 4º e 5º Dígitos		- identificam a subfunção
6º, 7º, 8º e 9º Dígitos	- identificam o programa
10º, 11º, 12º e 13º Dígitos - identificam o projeto/atividade, sendo que se o 10º dígito que identifica for par (2, 4, 6, ou 8), trata-se de uma atividade; e se for ímpar (l, 3, 5 e 7), trata-se de um projeto; se for 9, trata-se de projeto constante apenas no PPA, ou seja, projeto de parcerias com a iniciativa privada; se for zero (0), trata-se de operações especiais
14º, 15º, 16º e 17º Dígitos - identificam regionalização (subtítulo)
18º, 19º, 20º e 21º Dígitos - identificam a operação de crédito, se for o caso.
Exemplo
		
 20 605 0352 2145 0001 9999
Por esse critério de classificação é possível visualizar o orçamento por Poder, por função de governo, por subfunção, por programa, por categoria econômica.
A classificação funcional-programática representou um grande avanço na técnica de apresentação
O orçamento é estruturado de modo a agrupar as despesas e receitas segundo determinados critérios, os quais são definidos com o objetivo de atender às necessidades de informação demandadas pelos participantes do processo, como por exemplo:
- Quanto do total do orçamento é gasto na função Saúde?
- Quanto o governo federal gasta com pessoal e encargos sociais?
- Quanto custa anualmente o programa Saúde da Família?
- Quanto o governo gasta anualmente com juros da dívida externa?
- Quanto das receitas do orçamento federal é transferida para Estados e Municípios por determinação constitucional?
- Qual a arrecadação anual do Imposto de Renda pessoa física?
- Qual a despesa anual da Universidade Federal Fluminense?
Os métodos de classificação evoluíram ao longo do tempo de forma a homogeneizar as estruturas de informação segundo um esquema único com o objetivo de atender simultaneamente às diversas necessidades de informação.
As classificações orçamentárias permitem a visualização da despesa sob diferentes enfoques ou abordagens, conforme o ângulo que se pretende analisar. Cada uma delas possui uma função ou finalidade específica e um objetivo original que justificam sua criação e pode ser associada à uma questão básica que procura responder.
Resumidamente, temos as seguintes associações:
. Estrutura Programática – responde à indagação “para que” os recursos são alocados? (finalidade).
. Classificação Institucional – responde à indagação “quem” é o responsável pela programação?
. Natureza da Despesa – a despesa por natureza responde à indagação “o que” será adquirido e “qual” o efeito econômico da realização da despesa?
. Classificação Funcional – responde à indagação “em que área” de ação governamental a despesa será realizada?
A aplicação adequada da estrutura programática e das classificações orçamentárias tem como resultado a configuração de um orçamento onde estariam evidenciados separadamente:
. O que será implementado?
. Para quê?
. Qual o produto (finalidade, resultados esperados, serviços e bens a serem obtidos)?
. Quem na administração federal é responsável pela programação?
. Quais os insumos utilizados ou adquiridos na implementação?
. Em que área de ação governamental a despesa será realizada?
2. SIAFI – Sistema de Administração Financeira do Governo Federal
Trata-se de uma modalidade de acompanhamento das atividades relacionadas com a Administração Financeira dos recursos públicos, que centraliza e uniformiza o processo da execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil, recorrendo a técnicas eletrônicas de elaboração de dados, com o envolvimento das unidades executoras, setoriais e centrais, resultando na integração dos procedimentos concernentes, essencialmente: à Programação Financeira, à Contabilidade e a Administração Orçamentária.
Tais procedimentos visam:
a) O que? Implantar a utilização de técnicas eletrônicas de tratamento de dados que serão ampliadas progressivamente.
b) Para que? Dotar os órgãos de mecanismos mais adequados para desenvolvimento de suas respectivas execuções orçamentárias, financeiras, patrimoniais e contábeis.
c) Como? Agilizando e otimizando a correspondente programação e a utilização dos recursos do Tesouro.
2.1. Objetivos
2.1.1. Objetivos Primordiais
- Prover os órgãos participantes do sistema de mecanismos de controle de execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil, bem como do conhecimento dos saldos diários;
- agilizar a programação financeira;
- integrar e compatibilizaras informações disponíveis em todos os órgãos de controle;
- dotar a contabilidade pública de elementos que a convertam em fonte capacitada de informações gerenciais destinadas a todos os níveis; e
- conferir maior transparência aos gastos públicos.
2.1.2. Objetivos Complementares
- Implantação da conta única de caixa dos recursos do Tesouro e realização dos pagamentos exclusivamente pela via eletrônica;
- modernização e padronização da Administração Orçamentária, Financeira, Patrimonial e Contábil;
- eliminação de defasagem da escrituração contábil, bem como de inconsistência de dados que conduzem ao não aproveitamento adequado das informações; e
- transformar a contabilidade pública em fonte tempestiva e fidedigna de informações.
3. Receita Pública
3.1. Conceito
Define-se como receita pública todo o recebimento efetuado pela entidade com a finalidade de ser aplicado em gastos operativos e de administração. Nas entidades há de se distinguir duas modalidades de recebimentos. As receitas classificam-se como efetivas quando se realizam entradas patrimoniais; em caso contrário, isto é, se os recebimentos decorrerem da exclusão de valores patrimoniais são denominados de receitas por mutação patrimonial.
Normalmente as receitas públicas estão divididas em:
a) Orçamentárias: aquelas que forem previstas no orçamento; e
b) Extra-Orçamentárias: : as que decorrem de outras fontes e são, apenas, acessórias.
3.2. Classificação
O Manual de Procedimentos da Receita Pública, na sua 3º Edição aprovada pela portaria 340, de 26 de abril de 2006, conceitua como Receitas Públicas todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas.
De acordo com os conceitos contábeis e orçamentários estabelecidos, a Receita Pública pode ou não provocar variação na situação patrimonial líquida. Assim, conforme os efeitos produzidos ou não no Patrimônio Líquido, a Receita Pública pode ser efetiva ou não-efetiva.
3.2.1. Receita Pública Efetiva
A Receita Pública Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes e, por isso, alteram a situação líquida patrimonial.
3.2.2. Receita Pública Não-Efetiva
A Receita Pública Não-Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito e, por isso, não alteram a situação líquida patrimonial.
3.2.3. Receita Pública Originárias
É a Receita Pública Efetiva oriunda das rendas produzidas pelos ativos do Poder Público, pela cessão remunerada de bens e valores (aluguéis e ganhos em aplicações financeiras), ou aplicação em atividades econômicas (produção, comércio ou serviços). É uma classificação da Receita Corrente. As Receitas Originárias também são denominadas como Receitas de Economia Privada ou de Direito Privado. Ex: Receitas Patrimoniais, Receitas Agropecuárias, Receitas Comerciais, Receitas de Serviço, etc.
3.2.4. Receita Pública Derivada
É a Receita Pública Efetiva obtida pelo Estado em função de sua soberania, por meio de Tributos, Penalidades, Indenizações e Restituições. É uma classificação da Receita Corrente. As Receitas Derivadas são formadas por Receitas Correntes, segundo a classificação da Receita Pública por Categoria Econômica. Ex: Receita Tributária, Receita de Contribuições, etc.
3.2.5. Receita Financeira
São as receitas decorrentes de aplicações financeiras, operações de crédito, alienação de ativos e outras.
3.2.6. Receita Não-Financeira
São as receitas oriundas de tributos, contribuições, patrimoniais, agropecuárias, industriais, serviços e outras.
3.2.7. Receitas Públicas Ordinárias
São as receitas que ocorrem regularmente em cada período financeiro. Ex: impostos, taxas, contribuições, etc.
3.2.8. Receitas Públicas Extraordinárias
São aquelas que decorrem de situações emergenciais ou em função de outras de caráter eventual. Ex: empréstimos compulsórios, doações, etc.
3.2.9. Receita Corrente Líquida
Terminologia dada ao parâmetro destinado a estabelecer limites legais definidos pela LRF. A Receita Corrente Líquida é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes, consideradas as deduções conforme o ente União, Estado, Distrito Federal e Municípios. A metodologia para o cálculo da Receita Corrente Líquida é definida no Manual de Elaboração do Relatório Resumido da Execução Orçamentária, quando trata do Demonstrativo da Receita Corrente Líquida.
3.3. Reconhecimento da Receita Pública
É a aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade para reconhecimento e registro de direitos antes da efetivação do correspondente ingresso de disponibilidades. 
A Lei nº 4.320/64, em seus artigos 51 e 53, estabelece o direito de cobrança de tributos com base em duas ações governamentais: a instituição de tributo e a sua inclusão no orçamento mediante lei, observadas as regras constitucionais. Portanto, constitui-se reconhecimento de receita para o ente a combinação da instituição de um tributo e a sua inclusão no orçamento.
3.4. Arrecadação da Receita Pública
É a aplicação do regime orçamentário de caixa descrito no art. 35 da Lei nº 4.320/64, que resulta em registro contábil do ingresso de recursos entregues pelos contribuintes ou devedores, provenientes de receitas reconhecidas anteriormente ou no momento do recebimento. Considera-se também ingresso de disponibilidade de recursos a compensação ou quitação de obrigações utilizando-se de direitos ou conversão de obrigações em receita, cujos recebimentos estejam previstos no orçamento.
A Lei nº 4.320/64, em seu artigo 11, classifica a receita pública orçamentária em duas categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. Com a Portaria Interministerial STN/SOF n° 338 de 26 de abril de 2006, essas categorias econômicas foram detalhadas em Receitas Correntes Intra-Orçamentárias e Receitas de Capital Intra-Orçamentárias. Essa especificação deveu-se à necessidade de se evidenciar as receitas decorrentes de operações intra-orçamentárias, ou seja, operações que resultem, de um lado, de despesa de órgãos, fundos ou entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social, e, de outro lado, receita de outros órgãos, fundos ou entidades também constantes desses orçamentos no âmbito da mesma esfera de governo.
3.5. Receitas Correntes
São os ingressos de recursos financeiros oriundos das atividades operacionais, para aplicação em despesas correspondentes, também em atividades operacionais, correntes ou de capital, visando ao alcance dos objetivos constantes dos programas e ações de governo. São denominadas de receitas correntes porque não têm suas origens em operações de crédito, amortização de empréstimos e financiamentos nem alienação de componentes do ativo permanente. Elas são derivadas do poder de tributar ou resultantes da venda de produtos ou serviços colocados à disposição dos usuários.
Têm características intrínsecas de atividades que contribuem para a finalidade fundamental dos órgãos ou entidades públicas, quer sejam operacionais ou não operacionais.
3.5.1. Receitas Correntes Intra-Orçamentárias
Receitas correntes de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes do fornecimento de materiais, bens e serviços, recebimentos de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia,

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