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07/11/2016 1 Prof.ª Dr.ª Janaina Vieira Bromatologia Análise sensorial Histórico Embora a indústria de alimentos sempre tenha reconhecido a importância da qualidade sensorial de seus produtos, os métodos utilizados pra medi-la variaram em função do estágio de evolução tecnológica da indústria Histórico Embora a indústria de alimentos sempre tenha reconhecido a importância da qualidade sensorial de seus produtos, os métodos utilizados pra medi-la variaram em função do estágio de evolução tecnológica da indústria 1ª Fase Antes de 1940 Época artesanal da indústria de alimentos A qualidade sensorial era determinada pelo proprietário Histórico 2ª Fase 1940 a 1950 Expansão da indústria de alimentos e incorporação de pessoal técnico vindo da área química ou farmacêutica Conceitos de controle de processo e de produtos final foram introduzidos métodos químicos e instrumentais utilizados, não sensoriais 3ª Fase 1950 a 1970 Considerou-se o homem como o instrumento de medida das características sensoriais dos alimentos Os principais avanços forma: Circulo de Kramer Entendimento de que o homem tem habilidade natural de comparar, diferenciar e quantificar atributos sensoriais Desenvolvimento de pesquisas básicas Histórico No final da 3ª fase desenvolveram-se muito dos métodos de avaliação sensorial Instrumentos capazes de imitar ou duplicar a ação humana foram desenhados Métodos estatísticos capazes de correlacionar medidas sensoriais e instrumentais foram desenvolvidos 4ª Fase Após 1970 Definiu-se que Qualidade sensorial de um alimento não é uma característica própria do alimento, mas sim o resultado da interação entre o alimento e o homem As técnicas para análise sensorial objetiva são distintas das técnicas utilizadas para estudos subjetivos Equipe de julgadores devidamente selecionados e treinados Definição A análise sensorial é uma ciência interdisciplinar na qual se convidam avaliadores, que se utilizam da complexa interação dos órgãos dos sentidos (visão, gosto, tato e audição) para medir as características sensoriais e a aceitabilidade dos produtos alimentícios e muitos outros materiais 07/11/2016 2 Definição Disciplina científica usada para evocar, medir, analisar e interpretar reações das características dos alimentos e materiais: como são percebidas pelo sentido da visão, olfato, sabor e audição Explicando Evocar: preparação da análise em si Medir: os dados numéricos são coletados para medir a relação entre as características do produto e a percepção humana Analisar: métodos estatísticos para a análise dos dados Interpretar: a base de dados e a informação estatística originadas de uma análise sensorial somente são úteis quando interpretadas dentro do contexto das hipóteses e do conhecimento prévio de suas implicações para a tomada de decisão Aplicações Controle das etapas de desenvolvimento de um novo produtos Avaliação do efeito das alterações nas matérias-primas ou no processamento controle tecnológico sobre o produto final Redução de custos Seleção de nova fonte de suprimento Controle de efeito da embalagem sobre os produtos acabados Controle de qualidade Estabilidade durante o armazenamento: vida de prateleira Graduação ou avaliação do nível de qualidade do produto Teste de mercado de um novo produto ou do produto reformulado Receptores Introdução O que é percepção? A avaliação sensorial baseia-se em técnicas que são fundamentais na percepção psicológica e fisiológica ESTÍMULO OBSERVADOR SENSAÇÃO CONSCIÊNCIA PERCEPÇÃO Introdução Entre sensação e percepção há uma diferença Olhar e ver Escutar e ouvir A mente armazena as percepções na memória, as quais são modificadas pelas novas percepções. Isso chamamos de impressão No processo total de percepção, os sinais, a integração e a interpretação não são facilmente separáveis O grau de apreciação de um produto alimentício está ligado a esse processo subjetivo Círculo de Kramer (1968) Definição dos atributos primários que integram a qualidade sensorial dos alimentos e os órgãos sensoriais a eles relacionados 07/11/2016 3 O olfato e o nariz Cheiros são produzidos por misturas extremamente complexas de moléculas voláteis odoríferas Para alimentos utiliza-se o termo ODOR/AROMA Termo complexo na área de alimentos devido à fadiga e adaptação Fadiga: provar seguidamente e não distinguir mais as diferenças Adaptação: impacto ao sentir um “cheiro” e depois de um certo tempo se acostumar O olfato e o nariz Enquanto mastigamos um alimento, seu aroma característico é liberado na boca, passando às narinas pela nasofaringe A percepção consciente se dá quando as fibras nervosas do nervo olfatório conduzem o estímulo, permitindo a discriminação de odores Em seguida ocorre o armazenamento de informações na memória olfativa Área olfatória O olfato e o nariz As características de um alimento dependem mais do aroma do que apenas do gosto, e ambos, juntos, constituem o sabor ou flavor Odor Aroma volátil percebido nas narinas posteriores por meio da inalação ou inspiração dos componentes voláteis do alimento, antes de colocá-lo na boca Aroma É a percepção dos componentes voláteis do alimento na boca, os quais são percebidos nas narinas posteriores da nasofaringe durante a exalação respiratória ou após deglutição O olfato e o nariz O nariz humano ainda é mais sensível que as análises químicas É mais difícil discriminar diferentes tipos de intensidades de odores do que qualificá-los ou reconhecê-los A sensibilidade varia com o indivíduo e diminui com a idade Anosmia: a não percepção de um odor ou um certo odor O gosto e a língua São conhecidos 5 gostos por certas regiões da mucosa da boca e da língua Doce Salgado Ácido Amargo Umami *A percepção do metálico tem sido separada dos outros gostos, é considerado sensação 07/11/2016 4 Atualmente acredita- se que a sensibilidade a cada gosto em localizações particulares da língua é similar, contrariando a interpretação antiga O gosto e a língua A percepção do gosto ocorre por meio de células receptoras localizadas na parte frontal, lateral e no fim da língua, bem como no palato, bochechas e esôfago O gosto e a língua Os gostos básicos interagem e podem mascarar ou reforçar outro Umami Significa agradável, gostoso É baseado na atuação do glutamato monossódico (realçador de sabor) Foi reconhecido como gosto básico em meados de 1996, pelo fato de existir um receptor específico que o identifica e transmite o sinal para o cérebro, como os demais gostos básicos O gosto e a língua A sensibilidade para o gosto é medida utilizando-se substâncias puras em soluções aquosas A sensibilidade é maior às temperaturas entre 20 e 30 °C Ageusia: é a não percepção de um gosto Hipoageusia: diminuição da percepção Disgeusia: distorção do gosto O gosto e a língua Sabor ou flavor Sensação mista, mas unitária, que envolve o olfato e o gosto e um conjunto de elementos que influenciam na percepção do sabor, como: sensações de temperatura, pressão, adstringência, pungência, etc. Quando os consumidores descrevem o “gosto” dos alimentos e bebidas, normalmente eles estão se referindo ao sabor O gosto e a língua O nervo trigêmeo tem a função mista: motora e sensitiva Controla a musculatura da mastigação e a sensibilidade facial*Irritação química (pungência): se refere ao estímulo das terminações no nervo trigêmeo localizado na córnea e cavidades nasal e oral *Adstringência (sensação tátil, “amarra na boca”) *Pungência (sensação de irritação nas mucosas nasal e bucal) 07/11/2016 5 Nervo trigêmeo A visão e o olho O sentido da visão dá a informação sobre o aspecto de um alimento Estado Tamanho Forma Textura Cor Antecede na recepção a todas as outras informações, e pode até gerar uma resposta (“sensação de água na boca”) Impacto visual é um elemento que a indústria alimentícia utiliza para tornar um alimento apetitoso Tato e receptores do tato Fornece informação sobre a textura, forma, peso, temperatura e consistência Na boca e na mão As sensações despertadas no manuseio complementam a informação que chega pela visão Os receptores do tato na boca estão localizados nas bochechas, lábios, gengivas, língua e palato Tato e receptores do tato Os receptores são extremamente sensíveis e discriminam partículas de 20 a 25 µm (textura granular) Atualmente Textura dos alimentos: em função do estado físico “viscosidade” ou “corpo”: alimentos líquidos homogêneos “consistência” ou “firmeza”: alimentos semissólidos ou líquidos heterogêneos “textura”: alimentos sólidos Tato e receptores do tato Alimentos Ostras Geleias e gelatinas Maturação de frutas Queijo A audição e o ouvido Os alimentos originam certos sons aos consumidores São sons provocados pela mordida ou mastigação Estes sons complementam a percepção da textura e fazem parte da satisfação de comer O receptor é o ouvido interno As vibrações de mastigação e de deglutição alcançam o ouvido interno por meio da trompa de Eustáquio ou pelos ossos do crânio 07/11/2016 6 A audição e o ouvido Alimentos Biscoitos Chocolates Maça suculenta Interações sensoriais As informações provenientes das 5 vias sensoriais são detectadas no cérebro e há sempre interações e associações Cor e temperatura Textura e gosto Cor e odor Há diferenças na sensibilidade individual para os gostos, formas, luzes, odores Essa variabilidade é reforçada um pouco pela educação, nível social, estrutura cultural e pela personalidade Layout do laboratório Introdução Todos os testes dever ser realizados em ambientes tranquilos O provador tem que ter concentração As condições devem ser especiais para que o degustador não julgue o produto com interpretações pessoais, mas avalie o mais objetivamente possível O local Longe de odores Longe de barulho Fácil acesso Laboratório As cabines Individuais, idealizadas para possibilitar total concentração e prevenir a interação entre os julgadores Independente do local de preparo das amostras Laboratório 07/11/2016 7 Laboratório Cabines sensoriais Cabines sensoriais Procedimento para os testes Reunir maior n° de informações sobre o teste Definição do “problema” O que se deseja medir Planejamento adequado do teste que será utilizado Horário ideal dos testes é 2h antes ou depois das refeições Veículo Deve ser oferecido água, pão ou biscoito “água e sal” para fazer o branco entre as amostras Procedimento para os testes A quantidade de amostra deve ser controlada e com o mínimo de manuseio da amostra Para testes de preferência e aceitabilidade o produto deve ser apresentado na forma em que é normalmente consumido Normalmente Para unidades (doces em barra, bala,etc.): 1 unidade Para alimentos sólidos: 25g Para alimentos líquidos: 15mL Para bebidas: 50mL Procedimento para os testes A quantidade de amostra oferecida deve ser suficiente para o julgador avaliar e tirar a conclusão, depende do teste também Cuidado com: uso de perfumes e cosméticos fortes, café, chicletes, o ato de fumar; isto deve ser feito com no mínimo 20 min. de antecedência As amostras devem ser provadas da esquerda para a direita, na ordem em que foram apresentadas Quando houver teste de odor e sabor, iniciar sempre com o teste de odor 07/11/2016 8 Procedimento para os testes Preparo da amostra Importante: definir e padronizar a quantidade e temperatura ideais para a degustação das amostras Temperatura: Tabela de Adranees Garantir que o conjunto de amostras estejam na mesma temperatura Uniformidade das amostras deve ser garantida Tamanho Tipo de corte Orientação das fibras, etc. Tabela de Adranees Produtos Teste de aroma (°C) Teste de sabor (°C) Cerveja 4 5 Pão 22 22 Refrigerantes 7 a 10 7 a 10 Café 71 68 Sorvete 10 a 12 10 a 12 Água 22 22 Sopa 71 68 Existem outras formas de apresentação de acordo com a temperatura Preparo da amostra A codificação é indispensável, utilizar três dígitos ao acaso A ordem deve ser balanceada e aleatória As amostras devem aparecer o mesmo número de vezes em uma determinada posição Em ordem casualizada para cada julgador Definir o n° máximo de amostras a serem apresentadas para que não haja fadiga sensorial: Natureza do produto Intensidade e complexidade da propriedade sensorial avaliada Experiência do julgador Tipo de teste utilizado Quantidade disponível de produto e tempo que se dispõe 1ª Posição 2ª Posição 3ª Posição 1 2 3 1 3 2 2 1 3 2 3 1 3 1 2 3 2 1 Possíveis posições de apresentação de três produtos: 1, 2, e 3 1 2 3 4 5 6 Preparo da amostra Emprego de delineamentos Blocos completos balanceados Cada julgador avalia todas as amostras em uma só sessão Blocos incompletos balanceados Útil para grande n° de amostras Os provadores não provam as mesmas amostras Mas cada amostra é avaliada o mesmo n° de vezes 07/11/2016 9 Métodos sensoriais Introdução A escolha de um método está baseado em O produto é aceito/preferido pelos consumidores? Existe diferença perceptível entre o produto em estudo e algum produto convencional? Quais os principais pontos de diferença e suas intensidades? As respostas as essas 3 questões é que definem os tipos de métodos 54 Métodos afetivos ou subjetivos Métodos discriminatórios Métodos descritivos Métodos afetivos ou subjetivos Ferramenta importante Obtém diretamente a opinião do consumidor em relação a ideias e características específicas ou globais do produto Conhecidos como “teste de consumidor” Determinam qual produto é preferido e/ou mais aceito por determinado público-alvo, em função de suas características sensoriais 55 Locais de aplicação O local exerce grande influência nos resultados Localização geográfica Modo como os produtos são percebidos pelo consumidor Três locais mais indicados Ambientes de laboratório Locais centrais Domicílio 56 Diferentes resultados com o mesmo produto em locais diferentes Classificação dos testes afetivos TESTES AFETIVOS QuantitativosQualitativos Visam obter respostas subjetivas de um pequeno subgrupo dos consumidores sobre as características sensoriais do produto São utilizados para avaliar as respostas dos consumidores em relação ás suas preferências, gostos, opiniões e aos atributos sensoriais dos produtos Métodos sensoriais Comparação pareada Duo-trio Comparação múltipla Triangular Ordenação Estímulo constante Diluição Limites Métodos subjetivos Métodos discriminativos Métodos descritivos Comparação pareadaEscala hedônica Escala de atitude Ordenação Avaliação de atributos Perfil de textura Análise ADQ Perfil de sabor Testes de diferença Testes de sensibilidade Tempo - intensidade Análise sensorial Provador Produto 07/11/2016 10 Teste de Comparação Pareada Objetivo Compara a preferência das amostras pelo consumidor Princípio 2 amostras são apresentadas ao julgador, solicitando que escolha a preferida Equipe sensorial 60 julgadores 62 Teste de Comparação Pareada 63 Resultado Anote o número total de testes aplicados e some o número de provadores que preferiram cada amostra Identifique a amostra indicada pela maioria dos provadores como sendo a mais preferida (com maior total de respostas) Consulte a tabela apropriada e verifique o número mínimo de respostas para o número total de testes aplicados, a 5% de significância ou menos Se a soma da amostra indicada como preferida for maior ou igual ao número mínimo tabelado, conclua que há preferência significativa de uma amostra em relação à outra em nível de significância testado Teste de Comparação Pareada 64 Teste de ordenação preferência Objetivo Avalia a ordem de preferência das amostras pelo consumidor Princípio 3 ou mais amostras são apresentadas ao julgador, solicitando que as ordene em ordem crescente ou decrescente, de acordo com sua preferência Equipe sensorial 60 julgadores 65 Teste de ordenação preferência As amostras devem ser apresentadas simultaneamente, em ordem balanceada e aleatorizada Recomenda-se que o provador faça uma primeira ordenação das amostras e teste-as de novo para verificar se a ordem está realmente correta 66 Resultados Testes de ordenação bilateral (bicaudal), pois não existe uma ordem predeterminada Realizar uma tabela colocando os resultados e a ordem em que as amostras se encontraram Teste de ordenação preferência Colocar nota para cada amostra 07/11/2016 11 Resultados Os resultados são calculados pela soma das ordens para cada amostra e avaliados estatisticamente pelo Método de Friedman, usando a tabela de Newell e MacFarlane Este teste estatístico indica a diferença crítica entre os totais de ordenação, de acordo com o número de tratamento testado e o número de julgamentos obtidos. Se duas amostras diferirem por um número maior ou igual ao número tabelado, pode-se dizer que há diferença significativa entre elas Teste de ordenação preferência 68 Teste de ordenação preferência Resultados Se as diferenças entre a soma das ordens de 2 amostras diferirem por um valor maior ou igual ao valor tabelado (crítico), existe diferença significativa entre elas ao nível testado Amostras (A) (B) (C) (D) Somatória total Σ (A) Σ (B) Σ (C) Σ (D) Diferença versus A - Σ (A) -Σ (B) Σ (A) -Σ (C) Σ (A) -Σ (D) Diferença versus B - - Σ (B) -Σ (C) Σ (B) -Σ (D) Diferença versus C - - - Σ (C) -Σ (D) Resultados A amostra que apresentar diferença significativa entre as outras é que será considerada a de maior preferência, independente se sua soma é superior ou inferior. Teste de ordenação preferência 70 Escala hedônica Também chamado de “Teste de aceitação por escala hedônica” O indivíduo expressa o grau de gostar ou de desgostar de um determinado produto Forma globalizada Atributo específico É importante que as escalas possuam nº balanceado de categorias para gosto e desgosto Escala hedônica Recomenda um nº de julgadores entre 50 e 100 Adultos Escala hedônica de 9 pontos Crianças Escala facial com menor graduação e auxílios das figuras das caretas Escala hedônica – 9 pontos 1 – Desgostei muitíssimo 2 – Desgostei muito 3 – Desgostei (regularmente) 4 – Desgostei ligeiramente 5 – Indiferente 6 – Gostei ligeiramente 7 – Gostei (regularmente) 8 – Gostei muito 9 – Gostei muitíssimo Escala hedônica – 5 pontos 1 – Adorei 2 – Gostei 3 – Indiferente 4 – Não gostei 5 – Detestei Escala hedônica – 7 pontos 1 – Desgostei muito 2 – Desgostei moderadamente 3 – Desgostei ligeiramente 4 – Indiferente 5 – Gostei ligeiramente 6 – Gostei moderadamente 7 – Gostei muito Escalas 07/11/2016 12 Escala hedônica para adultos Escala hedônica para crianças Escala hedônica Resultados Os dados coletados podem ser avaliados estatisticamente pela análise de variância (ANOVA) Comparação das médias de pares das amostras pelo Teste de Tukey Se for empregada a escala hedônica com comparação a um padrão de referência, utiliza-se o teste de Dunnett Por meio de atitude ou intenção, o indivíduo expressa sua vontade de consumir, adquirir ou comprar um produto que lhe é oferecido Atitude de compra Atitude de consumo Escala de atitude As amostras codificadas e aleatorizadas podem ser apresentadas sequencialmente ao julgador para serem avaliadas através de uma escala pré-definida Recomenda-se 50 a 100 julgadores Resultados Os dados são avaliados pelas frequências através dos gráficos de histogramas Escala de atitude 07/11/2016 13 Métodos discriminativos Teste de diferença Introdução Estabelecem a diferenciação qualitativa e/ou quantitativa entre as amostras São divididos em Testes de diferença A tarefa é encontrar a resposta se existe diferença sensorial significativa entre 2 (duas) amostras Testes de similaridade A tarefa é demonstrar que não existe diferença significativa entre 2 (duas) amostras, que elas são similares Introdução É um cenário comum para a indústria Produto é reformulado com um novo ingrediente ou fornecedor Houve uma alteração no processo industrial O fabricante quer assegurar de que o produto mantenha o mesmo padrão sensorial original Os testes são os mesmos para um teste de diferença ou de similaridade, porém, o delineamento (n° de julgadores envolvidos) e a análise estatística são diferentes Métodos sensoriais Comparação pareada Duo-trio Comparação múltipla Triangular Ordenação Estímulo constante Diluição Limites Métodos subjetivos Métodos discriminativos Métodos descritivos Comparação pareada Escala hedônica Escala de atitude Ordenação Avaliação de atributos Perfil de textura Análise ADQ Perfil de sabor Testes de diferença Testes de sensibilidade Tempo - intensidade Análise sensorial Provador Produto Comparação pareada Objetivo Saber se uma amostra apresenta certo atributo sensorial em maior intensidade que a outra amostra É um teste direcional, porque chama a atenção do julgador para um determinado atributo sensorial A conclusão sobre a diferença é apenas no atributo solicitado No teste são apresentadas 2 amostras e o julgador tem de dizer qual das 2 tem maior intensidade de uma característica bem definida Comparação pareada 07/11/2016 14 Comparação pareada Resultados A interpretação dos resultados baseia-se no n° de julgamentos totais Se o n° de julgamentos for maior ou igual ao valor tabelado conclui-se que existe diferença significativa entre as amostras ao nível de probabilidade correspondente n° de julgamentos totais n° de julgamentos corretos Amostra: n° Nome do julgador Ordem de apresentação Resposta do julgador (C) ou (E) 1 A B 2 B A 3 A B 4 B A 5 A B 6 B A p n° de julgamentos totais (p) n° de julgamentos corretos Valor tabelado (nível de probabilidade) Correta (C); Errada (E); p = n° de julgadoresou julgamentos Comparação pareada Teste triangular Baseiam-se na diferença percebida entre produtos Determina a diferença global ou de um atributo específico Aplicado para produtos com pequenas diferenças Utilizam equipes de 20 a 40 julgadores Equipes altamente treinadas: 8 a 9 julgadores Teste triangular Cada julgador recebe 3 amostras codificadas e é informado que 2 amostras são iguais e uma é diferente Em seguida, é solicitado ao julgador provar as amostras da esquerda para a direita e identificar a diferente A escolha é forçada e a probabilidade de acertos é p = 1/3 Teste triangular Teste triangular Resultados A interpretação dos resultados baseia-se no n° de julgamentos totais Se o n° de julgamentos for maior ou igual ao valor tabelado conclui-se que existe diferença significativa entre as amostras ao nível de probabilidade correspondente n° de julgamentos totais n° de julgamentos corretos 07/11/2016 15 Amostra: n° Nome do julgador Ordem de apresentação Resposta do julgador (C) ou (E) 1 A A B 2 B A A 3 A B A 4 A B B 5 B B A 6 B A B 7 A A B p n° de julgamentos totais (p) n° de julgamentos corretos Valor tabelado (nível de probabilidade) Correta (C); Errada (E); p = n° de julgadores ou julgamentos Teste triangular P value (p) Estatisticamente significativo Corresponde ao menor nível de significância que pode ser assumido para rejeitar a hipótese nula; É denominado por α; Dizemos que há significância estatística quando o p- value é igual ou menor que o nível de significância adotado; Os níveis de significância mais utilizados são 5% e 1%; De maneira prática é o nível de confiabilidade nos resultados; Na análise sensorial utilizamos p 5% ou p < 0,05; Quando o valor do p for menor que 5%, rejeitamos a hipótese nula (H0) e aceitamos a hipótese alternativa (H1) Dizer que um resultado é estatisticamente significativo significa que as diferenças encontradas são grandes o suficiente para não serem atribuídas ao acaso Alguns termos... Exemplo Uma empresa está testando uma nova embalagem para o molho de tomate e deseja saber se a nova embalagem provocará alteração perceptível na cor do produto, após 4 meses de armazenamento Objetivo do teste Determinar se a interação da nova embalagem com o molho causará alteração perceptível na cor do produto Seleção de amostras Embalar o molho do mesmo lote em embalagem nova (A) e na embalagem normal (B). Armazenar por 6 meses. Planejamento Aplicar o teste triangular com 30 provadores Resolução Número total de respostas: 30 Número de respostas indicando a amostra da embalagem nova como diferente: 13 Número mínimo de respostas coincidentes (tabela) para o nível de significância de 5% = 15 Conclusão Se 13<15, conclui-se que não há diferença significativa (p>0,05) na cor entre as amostras acondicionadas na embalagem nova e na usual, após 6 meses de armazenamento. Comparação múltipla Conhecido também como Diferença do controle Avalia, simultaneamente, uma ou mais amostras quanto a um atributo específico, determinando a diferença e o grau da diferença em relação ao controle (C) Comparação múltipla O julgador recebe a amostra controle, especificada com a letra C ou P, e as demais amostras codificadas É importante se introduzir uma amostra igual ao controle entre as codificadas Recomendam-se 20 a 50 julgamentos Com poucas pessoas, pode-se realizar o teste com repetições 07/11/2016 16 Comparação múltipla O julgador avalia a amostra e dá valores às amostras comparando com o controle através de uma escala Resultado é avaliado por meio da análise de variância e teste de comparação múltipla de médias Ficha Comparação múltipla Amostra: n° Nome do julgador Ordem de apresentação Comentários 1 A B C 2 A C B 3 B C A 4 B A C 5 C A B 6 C B A Soma dos valores por amostra Σ am (A) Σ am (B) Σ am (C) Σ total am Soma dos valores por julgador Σ julg (1) Σ julg (2) Σ julg (3) Σ total julg. Média dos valores por amostra Σ am (A)/p Σ am (A)/p Σ am (C)/p n° de julgamentos totais (p) n° de amostras ou tratamento (n) n° de observações (N = n x p) Tabela para resultados Duo-trio Detecta diferença sensorial entre uma amostra e um padrão (P) São apresentados simultaneamente o padrão e 2 amostras codificadas, sendo uma delas idêntica ao padrão Cabe ao julgador identificar a amostra igual ao padrão A escolha é forçada A probabilidade de acertos é de 50% (p=1/2) A interpretação do resultado se baseia N° total de julgamentos x N° de julgamentos corretos Se o n° de julgamentos for maior ou igual ao valor tabelado conclui-se que existe diferença significativa entre as amostras ao nível de probabilidade correspondente Exercício Situação: Um fabricante deseja mudar o fornecedor de cacau por outro mais barato, porém, não quer que as características sensoriais de seu chocolate alterem. Objetivo do teste: Determinar se ao utilizar o cacau do fornecedor X causará alguma alteração perceptível no produto. Seleção de amostras: Preparar as duas amostras: formulação usual (A) e formulação com o cacau do fornecedor X (B). Planejamento: Aplicar o teste Duo Trio com 26 julgadores Exercício Delineamento: A ordem de apresentação das amostras deve ser balanceada entre os julgadores: AB, BA; intercalando as amostras no padrão. 07/11/2016 17 Exercício Resultados / Conclusão: Número total de respostas: 26 Número de respostas indicando a amostra igual ao padrão corretamente: 23 Número mínimo de repostas coincidentes (tabela 2) para o nível de significância de 5% = 18. Como 23>18, portanto existe diferença sensorial entre as duas amostras em nível de 5% de significância, logo, conclui-se que o cacau não deve ser substituído pelo produto do fornecedor X porque foi percebida uma diferença sensorial significativa (p< 0,05), entre as duas amostras. Ordenação O objetivo é comparar diversas amostras ao mesmo tempo com relação a um determinado atributo e verificar se estas diferem entre si, ordenando-as em ordem crescente ou decrescente em relação a intensidade de percepção O número deve ser no mínimo de 15 julgadores selecionados A análise dos resultados deve ser feita pelo teste de Friedman, utilizando-se a tabela de Newell e Macfarlane, que indica a diferença crítica entre os totais de ordenação de acordo com o número de tratamentos testados e o número de julgamentos obtidos Ordenação Aplicação Uma série de três ou mais amostras codificadas aleatorizadas é apresentada ao julgador para que ordene em ordem crescente ou decrescente da intensidade do atributo específico ou mais preferido O resultado é dado pela soma das ordens obtidas dos julgadores a cada uma das amostras Se a diferença entre as somas das ordens for maior ou igual ao valor tabelado, conclui-se que existe diferença significativa entre as amostras ao nível de significância correspondente Ordenação Métodos discriminativos Teste de sensibilidade Testes de sensibilidade Medem a habilidade de perceber/identificar e/ou diferenciar qualitativa e/ou quantitativamente um ou mais estímulos, pelos órgãos dos sentidos Medem a capacidade dos indivíduos de utilizar os sentidos do olfato e sabor, e a sensibilidade para distinguir características específicas Objetivo Selecionar e treinar julgadores Determinar limiares de detecção, reconhecimento e diferença de ingredientes 07/11/2016 18 Classificação (NBR 13172, 1994) Teste de limite Teste de estímulo constante Teste de diluição Teste de limite Séries crescentes e decrescentes de concentração são apresentadas, uma após a outra, para a determinação do limiar de detecção Teste de estímulo constante Séries crescentes e decrescentes de concentração são testadas contra um estímulo-padrão Procedimento Cada comparação de estímulo (gosto ou olfato) é testada contra um estímulo padrão em igual número de vezes O julgador deve identificar qual a de maior intensidade de um determinado estímulo Teste de diluição Técnica que determina a maior quantidade de material-teste que não pode ser detectado quando é misturado com um material padrão Procedimento Uma série de amostras é preparada, representando 6 a 10 concentrações crescentes de substância-teste diluída no padrão selecionado A série de concentrações deve ser testada contra o padrão, utilizando-se o teste triangular ou duo-trio Recomenda-se o uso de séries logarítmicas de concentrações e testes preliminares para alocar a faixa apropriada de concentração Métodos descritivos Introdução Métodos descritivos São métodos que descrevem qualitativa e quantitativamente as amostras Tem como objetivo caracterizar as propriedades sensoriais do produto alimentício Características de aroma Sensações olfatórias (vanila, frutoso, floral, fantasia, etc) Sensações nasais (pungente, refrescante, etc) Características de aparência Cor (tonalidade, luminosidade, uniformidade, pureza) Textura visual (liso/grosseiro, brilhante/fosco, enrugado) Tamanho e forma (dimensões e geometria) Interações entre pedaços ou partículas (aglomerado/solto) Características de sabor Sensações olfatórias (vanila, frutoso, floral, etc) Sensações de gosto (doce, amargo, ácido, azedo) Sensações bucais (quente/frio, adstringente, metálico, pungente, etc Características de textura oral Propriedades mecânicas/reação do produto à pressão (dureza, viscosidade, fraturabilidade) Propriedades geométricas (granuloso, arenoso) Propriedades relacionadas com a presença, liberação e adsorção da gordura ou óleo e da umidade 07/11/2016 19 Aspecto quantitativo Na análise descritiva, o julgador avalia o grau de intensidade com que cada atributo está presente no alimento Os julgadores devem ser treinados a usarem escalas de forma consistente com relação à equipe sensorial, com relação às amostras e por meio de todo o período de avaliação Métodos descritivos Classificação Avaliação de atributos – testes de escala Perfil de textura Perfil de sabor Análise descritiva quantitativa – ADQ Perfil livre Tempo-intensidade Teste de amostra única ADQ Equipe sensorial: 12 a 8 julgadores Etapas: RECRUTAMENTO SELEÇÃO TREINAMENTO PROVA DE DESEMPENHO ANÁLISE DESCRITIVA FIM... 120
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