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Instituto de Química Engenharia Química Laboratório de Engenharia Química I Marco Antonio Gaya de Figueiredo Prática 1 Peneiramento Alunos: Matrícula Ana Clara Pinto Dantas de Souza Rego 2012.2.0560811 Bruna Barros Pozes da Silva 2012.2.0695911 Brunna Torres de Souza Soares 2012.2.0558711 Caique Siqueira da Silva 2012.2.0560311 Carolina Lopes de Freitas 2012.2.0559911 Em 2016.2 1. INTRODUÇÃO Materiais sólidos estão presentes na rotina da indústria química, seja como matéria- prima de um processo ou recuperado como produto no final. Sólidos possuem algumas especificidades que exigem cuidados especiais em seu manuseio, transporte e armazenamento. Alguns dos parâmetros utilizados para o estudo de partículas são: esfericidade, porosidade, massa específica real e aparente, entre outros. Em situações operacionais práticas as partículas são tratadas em conjunto, na forma de população de partículas. Por maior que seja a homogeneidade do material, partículas não são totalmente idênticas e por isso se fazem necessários artifícios para que partículas semelhantes possam ser reunidas em um subgrupo dentro da população que compõem. Essa classificação é essencial, por exemplo, para a escolha do equipamento de separação adequado para o processo. O peneiramento vibratório é uma técnica que promove a separação do material sólido em diversas frações com base no tamanho das partículas. O processo consiste em um empilhamento de peneiras em ordem crescente de número de mesh. Quanto menor o número de mesh, maior será o tamanho de partícula retido na peneira. Dessa forma, o sólido em cada peneira tem um diâmetro maior que o da malha em que está retido, e menor do que o da malha acima. São promovidos vários ciclos de vibração durante determinados períodos de tempo até que se atinja um ponto no qual a quantidade de partículas em cada uma das peneiras permaneça constante. 2. OBJETIVO Determinar a distribuição cumulativa experimental de uma amostra de areia, comparando os dados obtidos com os modelos de Gates-Gaudin-Shaumann (GGS), Rosin- Rammler-Bennet (RRB) e Sigmóide. Adicionalmente, calcular o diâmetro médio de Sauter. 3. METODOLOGIA Para a realização do procedimento experimental utiliza-se uma série de peneiras com tampa e fundo de diversos tamanhos em mesh (16, 20, 28, 35, 42, 50, 60, 65, 80 e 100), um agitador mecânico e uma balança analítica. A figura 1 mostra o arranjo da primeira série de peneiras (16 a 42 mesh) no agitador mecânico: Figura 1 – Peneiras e agitador mecânico. Pesam-se as peneiras e os fundos. Constrói-se a metade da série no agitador, com a amostra na peneira de topo, e se deixa vibrar por aproximadamente 30 minutos. Pesa-se o conteúdo do fundo e de uma peneira do meio. Continua-se o peneiramento por períodos de 10-15 minutos, até que o peso do conteúdo do fundo e da peneira do meio seja constante. Posteriormente, se pesa o conteúdo de todas as peneiras. Repete-se este mesmo procedimento para a segunda metade da série, mas esta vez, usando o conteúdo do fundo da série anterior. 4. RESULTADOS A tabela 1 mostra os resultados obtidos para as pesagens totais, conforme diferentes ciclos de agitação: Tabela 1 – Pesagem total e ciclos de agitação. Primeira metade (16 - 42 mesh) Segunda metade (50 - 100 mesh) Tempo (min) Massa do conteúdo do meio e fundo (g) Tempo (min) Massa do conteúdo do meio e fundo (g) 0 - - 0 - - 30 360,99 440,32 30 359,15 360,87 40 360,62 445,39 40 359,98 360,83 50 360,63 449,00 60 - - A tabela 2 exibe os valores obtidos através da pesagem de cada peneira, para assim determinar o quantitativo de massa retida. A partir desses dados foram realizados os cálculos da fração mássica (xi) e fração mássica cumulativa (Xi), sendo: 𝑥𝑖 = 𝑚𝑖 ∑ 𝑚𝑖 𝑋𝑖 = ∑ 𝑚𝑖 10 𝑖=1 ∑ 𝑚𝑖 A fração mássica indica o percentual da amostra total que ficou retido em determinada faixa. Já a fração mássica cumulativa representa a fração mássica menor ou igual a abertura da faixa em questão. Por exemplo, sabemos através da fração mássica cumulativa que 100% das partículas da amostra de areia passaram pela abertura de 16 mesh, logo são menores ou iguais a 1,190 mm. Tabela 2 – Pesagens parciais e frações mássicas distributiva e cumulativa. Peneira (Mesh) Abertura (mm)* Massa peneira (g) Massa peneira + amostra (g) Massa amostra (g) xi (%) Xi (%) 16 1,190 441,72 443,16 1,44 0,62 100,00 20 0,840 442,19 442,65 0,46 0,20 99,38 28 0,646 342,01 360,60 18,59 8,02 99,18 35 0,500 353,62 433,80 80,18 34,58 91,16 42 0,383 354,52 397,68 43,16 18,61 56,59 50 0,297 396,32 420,80 24,28 10,47 37,97 60 0,250 333,96 374,81 40,85 17,62 27,50 65 0,229 336,82 359,38 22,56 9,73 9,89 80 0,177 343,24 343,31 0,07 0,03 0,16 100 0,149 380,94 381,24 0,30 0,13 0,13 Fundo 0,000 360,83 360,83 0,00 0,00 - *Conversão baseada em dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) Figura 2 – Frações mássicas distributiva e cumulativa apresentadas respectivamente na forma de histograma e de linhas. O diâmetro médio de Sauter (Dsauter) consiste em um diâmetro de partícula cuja relação superfície/volume é a mesma para todas as partículas. É definido como: 𝐷𝑠𝑎𝑢𝑡𝑒𝑟 = 1 ∑ 𝑥𝑖 𝐷𝑝,𝑖 𝑛 𝑖=1 Sendo: xi: Fração mássica Dp,i: Diâmetro médio de partícula por faixa Tabela 3 – Diâmetro médio por faixa para o cálculo de Dsauter. Faixas Dpi (µm)* Dpi médio (µm) xi (%) xi/Dpi 149 - 0 74,5 0,00 0,0000 149 - 177 163 0,13 0,0008 177 - 229 203 0,03 0,0001 229 - 250 239,5 9,73 0,0406 250 - 297 273,5 17,62 0,0644 297 - 383 340 10,47 0,0308 383 - 500 441,5 18,61 0,0422 500 - 646 573 34,58 0,0603 646 - 840 743 8,02 0,0108 840 - 1,190 1015 0,82 0,0008 * 1mm=1000 µm Soma 0,2509 D sauter (µm) 3,9862 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 5 10 15 20 25 30 35 40 F ra çã o M á ss ic a C u m u la ti v a ( % ) F ra çã o M á ss ic a ( % ) Faixas de tamanho (mm) Distribuição Tamanho de Partícula Os modelos GGS, RRB e Sigmoide consistem em funções de probabilidade que se ajustam aos dados obtidos experimentalmente. Trata-se da probabilidade de se encontrar determinada massa de partículas com diâmetro menor ou igual a dado diâmetro Dp. As relações entre X e Dp são mostradas abaixo: Tabela 4 – Modelos e respectivas linearizações. Nome X Linearização GGS ( 𝐷𝑝 𝐶1 ) 𝑛 ln 𝑋 = 𝑛. ln (𝐷𝑝) − 𝑛. ln (𝐶1) RRB 1 − exp (− ( 𝐷𝑝 𝐶1 ) 𝑛 ) ln(− ln(1 − 𝑋)) = 𝑛. ln(𝐷𝑝) − 𝑛. ln (𝐶1) Sigmoide 1 1+( 𝐶1 𝐷𝑝 ) 𝑛 𝑙𝑛 ( 𝑋 1−𝑋 ) = 𝑛. ln(𝐷𝑝) − 𝑛. ln (𝐶1) Para todos os casos, o ajuste da versão linearizada resultará em coeficientes angulares 𝑛 = 𝜃2 e coeficientes lineares 𝜃1 = −[𝑛. ln(C1)], ou seja, C1 = exp(− 𝜃1⁄𝜃2). Figura 3 – Coeficientes linear (𝜃1) e angular (𝜃2). Retrabalhando as equações e realizando regressões lineares, os seguintes resultados foram obtidos: Figura 4 – Regressão para o modelo GGS. Figura 5 – Regressão para o modelo RRB. Figura 6 – Regressão para o modelo Sigmoide. y = 3,3579x - 20,949 R² = 0,7735 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 0 2 4 6 8 ln( X ) ln (Dp) Modelo GGS GGS Linear (GGS) y = 3,8175x - 23,103 R² = 0,8606 -8 -6 -4 -2 0 2 4 0 2 4 6 8 ln ( -l n ( 1 -X )) ln (Dp) Modelo RRB Modelo RRB Linear (Modelo RRB) y = 6,2976x - 35,789 R² = 0,9347 -10 -5 0 5 10 15 0 2 4 6 8 ln ( X /1 -X ) ln (Dp) Modelo Sigmoide Modelo Sigmoide Linear (Modelo Sigmoide) Vale destacar que para o valor de Xi = 1, como mostrado na tabela 5, obteríamos uma inconsistência matemática para o cálculo da ordenada nos modelos RRB e Sigmoide. Para solucionar o problema e não perder a coerência dos dados, foi utilizado o valor de 0,9999, que é muito próximo a 1 e permite que as subtrações em questão não resultem em zero. Tabela 5 – Resultados para construção da linearização. Abcissa Ordenada GGS RRB Sigmoide Xi Dpi (µm) ln (Dp) ln (X) ln (-ln (1-X)) ln (X/1-X) 0,0013 74,5 4,3108 -6,6502 -6,6496 -6,6489 0,0016 163 5,0938 -6,4405 -6,4397 -6,4389 0,0989 203 5,3132 -2,3138 -2,2622 -2,2097 0,2750 239,5 5,4786 -1,2908 -1,1343 -0,9692 0,3797 273,5 5,6113 -0,9682 -0,7389 -0,4906 0,5659 340 5,8289 -0,5694 -0,1810 0,2650 0,9116 441,5 6,0902 -0,0925 0,8864 2,3338 0,9918 573 6,3509 -0,0082 1,5695 4,7962 0,9938 743 6,6107 -0,0062 1,6256 5,0754 1,0000 1015 6,9226 0,0000 2,2203 9,2103 Tabela 6 – Parâmetros obtidos através da linearização. GGS RRB Sigmoide 𝜃1 -20,949 -23,103 -35,789 𝜃2 3,3579 3,8175 6,2976 R² 0,7735 0,8606 0,9347 C1 512,2028 424,9053 293,8174 n 3,3579 3,8175 6,2976 A partir dos dados dos coeficientes C1 e 𝑛 pode-se construir um gráfico comparativo entre os dados experimentais de distribuição cumulativa e os ajustes para cada modelo: Figura 7 – Comparativo entre os dados experimentais e o ajuste do modelo GGS. Figura 8 – Comparativo entre os dados experimentais e o ajuste do modelo RRB. Figura 9 – Comparativo entre os dados experimentais e o ajuste do modelo Sigmoide. 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0 500 1000 1500 Fr aç ão M ás si ca Diâmetro médio (µm) Experimental x Modelo GGS GGS Experimental 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0 500 1000 1500 Fr aç ão M ás si ca Diâmetro médio (µm) Experimental x Modelo RRB RRB Experimental 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 0 500 1000 1500 Fr aç ão M ás si ca Diâmetro médio (µm) Experimental x Sigmoide Sigmoide Experimental Como podemos observar através dos gráficos, o modelo Sigmoide é o que melhor se ajusta aos dados experimentais. Ajuste que também se confirma através do valor do coeficiente de determinação (R²) de 0,9347 como mostra a tabela 6. 5. CONCLUSÃO A classificação das partículas de uma amostra de areia de granulometria desconhecida foi satisfatoriamente realizada através dos cálculos de fração mássica distributiva e cumulativa. Também foi possível obter um diâmetro único que busca representar toda a amostra, o diâmetro médio de Sauter. Linearizações e ajustes aos modelos empíricos GGS, RRB e Sigmoide foram realizados, concluindo-se que o modelo que melhor descreve o comportamento da amostra é o Sigmoide. 6. ANEXO: ESTUDO DIRIGIDO a. Em posse dos dados obtidos em laboratório faça a distribuição granulométrica do sólido em diferentes modelos de distribuição encontrados na literatura. Figura 10 – Distribuição granulométrica nos modelos Sigmoide, RRB e GGS vs. dados experimentais. b. No manuseio de sólidos granulados, quais são as propriedades físico-químicas mais importantes, o que cada uma delas significa e qual a aplicação de cada uma delas? Densidade: Conceito ligado a massa especifica dos sólidos. Tem vários tipos definidos: bulk (ρb), que depende do tamanho das partículas e inclui vazios; aparente (ρap), relacionada com a medida da quantidade de ar armazenado entre as partículas; real (ρt), relacionada com a densidade dos componentes químicos que compõem a partícula. Em conjunto com o tamanho da partícula, a densidade é fundamental no dimensionamento de equipamentos de separação que usam a força gravitacional na partícula, como os ciclones e as centrífugas. Granulometria: Determinação das dimensões das partículas do agregado e de suas respectivas percentagens de ocorrência, assim como seu diâmetro médio. É um parâmetro é importante para escolha e dimensionamento de equipamentos de separação sólido-líquido (ex.: ciclones, filtros, centrífugas, cristalizadores). Também é importante em processos de moagem e britagem, garantindo a redução de tamanho com a qualidade desejada. Área superficial específica: definida como a área superficial dos poros por unidade de massa ou volume do material poroso. É uma propriedade importante para: adsorção, determinação da efetividade de catalisadores, filtração, entre outros. Porosidade: Refere-se ao volume dos poros de um sólido, e consequentemente a permeabilidade do sólido. Em processos de filtração a permeabilidade é crucial para a determinação da perda de carga do leito; o mesmo ocorre em reações em leito fixo. Esfericidade: Expressa a forma de uma única partícula (formato macroscópico), sendo independente de seu tamanho, representando o quanto o formato se aproxima de uma esfera. Esse parâmetro define principalmente o quanto o material pode ser bem empacotado, e junto com a porosidade, são parâmetros importantes para definir a permeabilidade, e consequentemente a perda de cargas em filtros ou em leito fixo. Ângulo de repouso natural: Pode ser definido como o ângulo máximo do talude formado pelos grãos em relação à horizontal (figura 11) e é altamente influenciado pelo teor de umidade, pelo tamanho, pela forma e pela constituição externa do grão. O conhecimento do valor do ângulo de repouso dos grãos é importante para a determinação da capacidade estática dos silos, da capacidade de correias transportadoras e do dimensionamento de moegas, dutos e rampas de descarga de grãos. Figura 11 – Representação esquemática do ângulo de repouso. c. Quanto ao material granulado quais seriam os tipos de densidades possíveis de serem identificadas? Qual a aplicação de cada uma delas? Assim como explicado na letra (b), temos: Densidade bulk (ρb), que depende do tamanho das partículas e inclui vazios. Corresponde a massa empacotada sobre o volume da parte sólida incluindo todos os poros e o volume de vazio entre os sólidos. É usado mais frequentemente para caracterizar processos de filtração; Densidade aparente (ρap), relacionada com a medida da quantidade de ar armazenado entre as partículas. Corresponde a massa sobre o volume da parte sólida incluindo todos os poros. É usado mais frequentemente para sólidos com porosos de forma irregular; Densidade real (ρt), relacionada com a densidade dos componentes químicos que compõem a partícula. Corresponde a massa sobre o volume da parte sólida (e dos poros impermeáveis). É usado mais frequentemente para sólidos com baixa porosidade. d. Quais seriam os principais equipamentos utilizados no escoamento (transferência) de sólidos granulados? Quais as limitações para cada um deles? O transporte de sólidos na indústria pode ser caracterizado pelo tipo de ação que desenvolvem os equipamentostransportadores separando-se cinco tipos gerais de dispositivos: Carregadores Arrastadores Elevadores Alimentadores Pneumáticos Figura 12 – Tipos de transporte de sólidos. A seleção do transportador de sólidos, em geral, depende da capacidade do processo, a distância e orientação do deslocamento, características do material, as exigências do processo e o seu custo. Dentre as limitações podemos citar os transportes de sólidos fluidizados, elevadas temperaturas e a natureza do material transportado. e. A distribuição granulométrica tem algum tipo de interferência nos sistemas de transferência de sólidos por transporte pneumático ou em sistema de fluidização? Justifique a resposta. Como o princípio básico do transporte pneumático é a fluidização do sólido com um fluido que em geral é o ar ou um gás inerte, há maior atrito entre o material e a linha de transporte. Transportes envolvendo maiores granulometrias, além de exigir maior vazão para carrear as partículas de maneira fluidizada, envolve maior abrasividade na linha, prejudicando o seu escoamento. Logo, a abrasividade do material, principalmente em acidentes presentes no percurso (como joelhos e tês, por exemplo), pode danificar o equipamento. f. No caso dos sistemas de transferência de suspensões a distribuição granulométrica tem algum tipo de interferência? Justifique a resposta. Em geral, o tamanho das partículas em suspensões afetará diretamente as propriedades médias do sistema como a densidade e a viscosidade. Menores partículas, portanto, favorecerão o aumento de velocidade da fase dispersante graças a sua baixa densidade e, portanto, o tempo de sedimentação será aumentado. g. No caso de sistemas de leito fixo (torres de adsorção, reatores catalíticos ou outros sistemas que operem com recheios granulados), qual a influência da distribuição granulométrica ou do tamanho médio de partícula na determinação da perda de carga no leito? Justifique a resposta. Perda de carga é a energia perdida pela unidade de peso do fluido quando este escoa. Vários fatores podem afetar este escoamento, como por exemplo: densidade do fluido, velocidade do fluido, diâmetro da tubulação, rugosidade do material, entre outros. Em um leito, a queda de pressão através é devida não somente à resistência de fricção na superfície da partícula, mas também à expansão e à contração através dos interstícios entre as partículas [3] . Considerando que o tamanho das partículas influencia diretamente na velocidade de escoamento do fluido, sabe-se que ele também afetará a perda de carga do leito. Assim: Quanto maiores as partículas, mais espaço haverá entre elas, portanto maior será a porosidade do leito (conceito explicado na letra b) e menor resistência ao escoamento do fluido menor perda de carga; Caso o leito seja constituído de partículas de diversos tamanhos, as menores irão preencher os vazios existentes entre os grãos maiores, gerando menor porosidade e resistência ao escoamento maior perda de carga. h. No caso de um sólido que está sendo seco por fluidização e por um problema operacional, sofreu uma alteração na distribuição granulometria aumentando o percentual de finos, qual seria a influência no processo? De que forma isto afetaria o processo como um todo (considere um sistema de fluidização completo)? Caso o sólido que estiver sendo seco tenha um aumento no percentual de finos, as partículas menores seriam carreadas pelo fluido do leito. Considerando que o esquema do equipamento responsável pela separação de poeira, mostrado na figura 13, seja um ciclone, dependendo do tamanho das partículas finas, elas também seriam carreadas pelo fluido, levando a perda de material. Além disso, com as partículas finas sendo levadas, elas podem causar problemas de deposição, corrosão e sujeira, dependendo do local para onde forem encaminhadas através do fluido. Figura 13 – Esquema de leito fluidizado não-catalítico. i. Qual seria a influencia na variação da distribuição granulométrica nos seguintes sistemas de separação (justifique a resposta): I. Decantação O princípio da decantação é o movimento de partículas no seio de uma fase fluida, provocado pela ação da gravidade. Geralmente as partículas sólidas são mais densas que o fluido. Desse modo, o tamanho das partículas influencia diretamente no tempo de residência no equipamento. Quando maiores as partículas, mais rapidamente elas decantarão. Quanto menores as partículas, mais lentamente elas decantarão. II. Filtração (filtro-prensa) A filtração é processo de separar um sólido particulado de um fluido, fazendo com que o sólido fique retido num meio poroso, e o fluido passe através desse meio. No filtro-prensa, o tamanho das partículas influencia na escolha do material do tecido, uma vez que o tecido promove influência direta na eficiência da operação. Assim, a abertura da trama e a espessura do filamento devem ser bem adaptadas ao tamanho da partícula que se deseja reter. III. Centrífuga Esta operação unitária tem por objetivo separar partículas que não são facilmente separadas por decantação, que em alguns casos é muito lenta. O fluxo depende da natureza da mistura (incluindo tamanho de partícula) e das características da centrífuga. Além disso, a força centrífuga depende da velocidade de rotação: partículas menores exigirão maior velocidade e partículas maiores, menor velocidade. IV. Spray Dryer (atomização) A secagem por atomização (spray drying) consiste num método de produção de pó seco a partir de um líquido ou suspensão por secagem rápida com um gás quente. Neste processo, o tamanho das partículas influencia no tempo necessário de secagem. Partículas maiores exigirão tempo maior no equipamento que partículas menores. É interessante também ressaltar que esse tipo de secagem é mais indicado no caso de distribuição consistente do tamanho de partícula. j. Considerando que uma planta industrial processe cerca de 20 toneladas por hora de um material sólido e que a planta seja contínua, especifique o numero de silos e calcule suas dimensões, elaborando a folha de especificação do silo mostrada ao final do exercício. Silo montado sobre pernas (apoiado) de forma a permitir um caminhão próximo à descarga no fundo para produto via válvula rotativa. Nota: Identifique todas as propriedades que deverão ser consideradas no calculo antes de realizar a pratica e as determine com o material cedido. Base de dados: Relação altura diâmetro (H1/D) = 4; Planta contínua, operando 8.000 horas/ano; Material do silo: alumínio; Pressão de operação atmosférica; Temperatura de operação 35 °C. Bocais a considerar: - Alimentação de Pó; - Boca de visita; - Exaustão de gás; - Descarga; - Bocal reserva no topo; - Sensor de nível (tipo capacitância – entrada pelo topo). Os silos elevados são sistemas para armazenamento temporário e/ou secagem de grãos, de modo a regular o fluxo do produto e otimizar o rendimento dos demais equipamentos da linha. Também são muito utilizados para expedição rodoviária e ferroviária. A forma cilíndrica tornou-se mais asséptica, pois, em toda a linha, os montantes são externos. Isto também confere melhor resistência aos efeitos do vento (projetados para suportar ventos de até 144 km/h). Considerando as principais normas nacionais e internacionais, as capacidades de armazenagem variam de 21,3 até 779 toneladas de produto. Os funis dos silos são fabricados com a possibilidade de inclinação de 45° e 60° para produtos de difícil escoamento.Todas as chapas são vedadas entre si, impedindo por completo qualquer tipo de infiltração. Devido à sua condição de montagem (inclinada), a parte interna, após a descarga total do silo, fica limpa, não havendo necessidade de limpezas constantes. De acordo com os modelos de silos elevados comerciais Kepler e considerando as características da base de dados, tem-se que: Massa específica da areia: 𝜌 = 1586 𝐾𝑔 𝑚3 Especificação: 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑆𝑖𝑙𝑜𝑠 = 4 Cálculo das vazões: 𝑉 = 𝑚 𝜌 = 20000 1586 = 12,6 𝑚³ ℎ 𝑉𝑠𝑖𝑙𝑜 = 𝑉 4 = 3,15 𝑚3 ℎ Cálculo volume total do silo: 𝑣. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝜋𝐷2𝐻1 4 + 1 3 𝜋𝐷2𝐻2 4 Diâmetro Nominal (m) Inclinação (°) Altura Bocal – H2 (m) Altura Corpo – H1 (m) Altura Total (m) Volume Total do Silo (m³) 6 45 5 24 29 725,71 Cálculo do volume útil do silo: 𝑣. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑣. ú𝑡𝑖𝑙(1 + 𝑓) Onde f = folga de dimensionamento = 20% 𝑣. ú𝑡𝑖𝑙 = 𝑣. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (1 + 𝑓) = 725,71 1,20 = 604,76 𝑚³ Cálculo do tempo de residência no silo: 𝑡 = 𝑣. ú𝑡𝑖𝑙 𝑉𝑠𝑖𝑙𝑜 = 604,76 3,15 = 192 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 ~ 8 𝑑𝑖𝑎𝑠 Isto é, o tempo máximo entre as descargas nos caminhões de transporte deve ser de, aproximadamente, 8 dias. O que indica que os silos são adequados, já que possibilitam um intervalo razoável – uma vez por semana – entre as descargas para expedição rodoviária (caminhões). FOLHA DE DADOS Nº EMPREENDIMENTO : UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FOLHA: 01/01 ÁREA: 01 QUANTIDADE: 02 NORMAL ATM MÁX. ATM NORMAL 30 °C MÁX 45 °C RADIOGRAFIA: NÃO TRATAMENTO TÉRMICO: NÃO EFIC. SOLDAS CASCO SOBRES. CORROSÃO METÁLICO V.NOTA 1 METÁLICO V.NOTA 1 ITEM QUANT DIA SERVIÇO A 1 SENSOR DE NÍVEL B 1 ALIMENTAÇÃO C 1 BOCAL DE RESERVA D 1 EXAUSTÃO E 1 BOCAL DE VISITA F 1 DESCARGA REVISÃO Nº DATA EXECUSÃO APROVAÇÃO FACEAMENTO NOTAS: 1 - AÇO CARBONO COMUM 2 - OS BOCAIS DEVERÃO SER FLANGEADOS SEGUINDO OS PADRÕES ANSI. ACESSÓRIOS FORNECIDOS PELO FABRICANTE CLIPES DE ESCADAS E PLATAFORMAS CLIPES DE SUPORTE DE ISOLAMENTO SUPORTE DE TURCO SUPORTE DE VASO SUPORTES INTERNOS BOCAIS CLASSE DE PRESSÃO: V. NOTA 2 TAMPOS TIPOS DE TAMPOS SUPERIOR - PLANO (SOLTO BIPARTIDO) INFERIOR - CÔNICO PROJETO TEMP: 60 °C PRESSÃO: CHEIO DE PRODUTO ESP. MÍN. CÓDIGO MATERIAIS UNIDADE: PROTÓTIPO DE UMA PLANTA DE PRODUÇÃO DE RESINA SAN ITEM Nº: SL - 01/01A SERVIÇO: ARMAZENAMENTO DE RESINA SAN PRESSÃO TEMPERATURA OPERAÇÃO CURSO: GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I SILO DE ARMAZENAMENTO UNIDADE: PROTÓTIPO USUÁRIO: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO k. Considerando que a alimentação do pó ao sistema de armazenamento de produto acabado (silos) seja realizada com a interligação entre um sistema de caçambas que alimenta uma rosca transportadora, que por sua vez alimenta o(s) silo(s), especifique o transportador de caçamba (considere a altura deste equivalente a altura do silo acima calculado adicionando a altura possibilidade de carregamento de um caminhão específico para transporte de pó a granel (pesquise este equipamento na internet). Especifique o tamanho/diâmetro do transportador e da rosca (defina passo) e busque especificar a potenciado motor (considere que o pó seco seja proveniente da descarga de uma peneira vibratória instalada na descarga de um sistema de secagem). Na situação mencionada, o material sólido na saída de um secador passa por uma peneira vibratória, e é transferido através de um transportador de caçamba e rosca transportadora para um silo, que então pode carregar um caminhão para transporte e venda a granel. Do exercício anterior temos que a altura total de cada silo é igual a 29 metros. Considerando que o silo precisa estar a uma altura acima do chão suficiente para abastecer o caminhão para transporte, e que a altura de um caminhão para transporte em rodovias não pode ultrapassar 4,4 metros, a altura requerida para o elevador de caçamba pode ser estimada, assumindo 10% de folga de segurança: 𝐴 = 1,1(29 + 4,4) = 36,74 𝑚 Foi tomado para um elevador de caçambas industriais comercial da Kepler como referência para especificar alguns dos parâmetros de um transportador de 38 m com 2 caçambas por metro com rotação 𝑅 = 70 𝑅𝑃𝑀 Total de caçambas: 𝑁 = 2 × 38 = 76 𝑐𝑎ç𝑎𝑚𝑏𝑎𝑠 Cálculo do Raio Efetivo (m) – centro da polia ao centro geométrico da caçamba: 𝑅 = 70 𝑅𝑒 1 2 𝑅𝑒 = ( 30 70 ) ² = 0,1837 𝑚 Cálculo da velocidade linear das caçambas: 𝑣 = 2. 𝜋. 𝑅𝑒. 𝑅 = 2 × 𝜋 × 0,1837 × 70 𝑣 = 80,79 𝑚 𝑚𝑖𝑛 = 1,35 𝑚 𝑠 Cálculo da capacidade do transportador (m³/h): 𝑄 = 60. 𝐶𝑐. 𝑣 𝐸𝑐 𝜇 Onde, 𝑣 é a velocidade linear (m/min); 𝜇 é o fator de enchimento das caçambas (0,75 a 1). Especificação: 0,8; 𝐶𝑐 é a capacidade da caçamba: 𝐶𝑐 = 0,1 × 0,2 × 0,1 = 0,02 𝑚³ 𝐸𝑐 é o espaçamento entre as caçambas (m). Uma vez que em 1 metro tem 2 caçambas com 0,2 m de base cada, sobram aproximadamente 0,6 m para o espaçamento entre as caçambas. Logo: 𝑄 = 129,26 𝑚3 ℎ A Potência Requerida é função da capacidade, do comprimento, do tipo de apoio e do material transportado. A potência média para essa faixa de capacidade de acordo com a literatura é de 50 CV. O sólido após o elevador entra na rosca transportadora (transportador helicoidal). Foram feitas algumas considerações baseadas em equipamentos comerciais com capacidade de 187 m³/h (cobrindo a capacidade do elevador) com 45% de grau de enchimento: Rotação: 70 RPM Passo (p) = 500 a = 600 mm b = 550 mm c = 600 mm Diâmetro de eixo (d) = 300 mm Comprimento = 14 m Para estimar a potência necessária, tem-se que: 𝑃 = 3,7 × 10−5 × (𝐷2 − 𝑑2) × 𝑝 × 𝑅 Portanto, a potência é de aproximadamente 3 CV. l. Especifique a peneira vibratória considerando capacidade instalada e que 10 % dos grossos serão segregados e retornem via big bag para o processo após moagem. O peneiramento vibratório deve gerar 20 toneladas por hora dos 90% mais finos, nesse caso a peneira deve ter capacidade de pelo menos 22,2 toneladas por hora, e a separação precisa ser feita com sólido úmido, já que se trata de pó fino. A estimativa da área da peneira vibratória foi feita através do método do fluxo mássico, de acordo com os valores do fornecedor Deister. Dessa forma, a separação deve ocorrer com abe-tura de 1/2 polegada. Fator A - 2.10 (Gravel 1/2 '') Fator B -1.05 (10% dos mais grossos são retidos) Fator C - 1.04 (Eficiência 94% típica dessa separação) Fator D - 0,8 (Estimado que 30% da alimentação tem menos que 1/4'') Fator E - 1.3 Fator F - 1.00 Vazão Mássica T = 22.2 ton/hr Portanto, a área requerida é de: 𝑆 = 𝑇 𝐴 × 𝐵 × 𝐶 × 𝐷 × 𝐸 × 𝐹 = 9,22 𝑓𝑡² Logo, peneira vibratória deve ter algo em torno de 85.7 m², e abertura na malha de ½''. m. Elabore um fluxograma de processo indicando a interligação destes equipamentos (peneira / caçamba/ rosca e silos). REFERÊNCIAS [1] Caracterização de partículas. Disponível em: http://www.fluidizacao.com.br/pt/home.php?pgi=caracter1.htm. Acesso em: 05/05/2017. [2] ALBERTON, A. Caracterização de partículas e suspensões, Operações Unitárias I. Disponível em: https://sites.google.com/site/operacoesunitariasiuerj/material-aulas. Acesso em: 05/05/2017. [3] MOTTA, E. P.; Quedade Pressão em um Leito de Partículas de Xisto: Avaliação de Modelos Para Distribuição Granulométrica e Diâmetros Médios Equivalentes, Estudo do Efeito da Altura do Leito e Avaliação de Modelos Para Predição da Queda de Pressão. Paraná, 2009. Disponível em: http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/22634/Relatorio%20Dissertacao%20- %20Eder%20v5.3x.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 06/05/2017. [4] Filtro Prensa. Disponível em: http://www.meiofiltrante.com.br/edicoes.asp?id=93&link=ultima&fase=C. Acesso em: 06/05/2017. [5] Centrifugação. Disponível em: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/marianneshirai/operacoes- unitarias-na-industria-de-alimentos/3%20-%20Centrifugacao.pdf/at_download/file. Acesso em: 06/05/2017. [6] ROSA, E.D., TSUKADA, M. & FREITAS, L.A.P. Secagem por atomização na indústria alimentícia: fundamentos e aplicações. Disponível em: http://www.fazu.br/hd2/jornada2006/PALESTRAS/ENGE/palestra2.pdf. Acesso em: 06/05/2017. [7] Silos Elevados Kepler. Disponível em: http://www.kepler.com.br/armazenagem/trading/silos_elevados. Acesso em: 07/05/2017. [8] Denatran: Resolução 305. Disponível em http://www.denatran.gov.br/download/resolucoes/resolucao_contran_305_09.pdf. Acesso em 07/05/2017. [9] Elevadores de Caçambas Kepler. Disponível em: http://www.kepler.com.br/armazenagem/trading/elevadores_de_cacambas. Acesso em: 07/05/2017. [10] Transportadores. Disponível em: http://www.agr.feis.unesp.br/defers/docentes/mauricio/pdf/Aula%20Transportadores.pdf. Acesso em: 07/05/2017. [11] Roscas transportadoras. Disponível em: http://www.kepler.com.br/armazenagem/cerealista/roscas_transportadoras_trua. Acesso em: 07/05/2017. [12] Rosca Transportadora Helicoidal. Disponível em: http://www.palamaticprocess.com.br/maquinas-industriais/equipamentos-de- transporte/transporte-mecanico/rosca-transportadora-helicoidal. Acesso em: 07/05/2017. [13] Transportador Helicoidal. Disponível em: http://carlosbecker.com.br/site/pdf/transportador_helicoidal.pdf. Acesso em: 07/05/0217. [13] Peneira vibratória. Disponível em: http://www.deistermachine.com/files/products/Deister-Bulletin-300-D_1.pdf. Acesso em: 07/05/2017.
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