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Aula 14 Doença de Aujeszky

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DOENÇAS INFECCIOSAS
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Doença de Aujeszky
Definição:
A Doença de Aujeszky (DA) é uma enfermidade viral infecto-contagiosa que acomete principalmente suínos e, em menor escala outras espécies, sendo estas usualmente acometidas pelo contato com suínos infectados.
Sinonímia: Pseudoraiva, Herpesvirus suis disease, Paralisia bulbar e Peste de coçar. 
Agente Etiológico:
O vírus causador da doença de Aujeszky é um herpesvírus suíno (HSV) tipo 1 da subfamília
Alphaherpesvirinae, família Herpesviridae (NAUWYNCK, 1997 apud TOMPOROSKY, 2009).
Os Alphaherpesvírus tem DNA de cadeia dupla, são envelopados e infectam várias espécies
animais, replicam rapidamente e causam efeito citopático para células de cultivo laboratorial, e
estabelecem infecções latentes em gânglios do sistema nervoso periférico.
Características do Agente: 
O VDA geralmente não sobrevive por muito tempo no meio ambiente e quando presente em matéria seca é sensível a luz solar.
Temperaturas elevadas e baixa umidade prejudicam a transmissão por aerossóis.
Devido a presença de envelope glicoproteico, o VDA é sensível ao éter e ao clorofórmio.
É inativado pelo calor a 37°C por 30 minutos, porém é estável em pH 6 – 11 a 23°C. Persiste a 20°C por 6 h nas patas de moscas. Na temperatura de 25°C estando protegido em secreções nasais e saliva.
O VDA sobrevive por até sete dias no solo rico em umidade e matéria orgânica; quatro dias na água não-clorada e sobre diversos equipamentos materiais (concreto, plástico, ferro, cama de maravalha e outros) existentes na granja; três dias no alimento peletizado e nas farinhas de carne; dois dias em lagoas anaeróbicas e um dia sobre roupas e botas.
Histórico:
A Doença de Aujeszky (DA) foi reconhecida primeiramente como uma doença de bovinos e cães.
 Somente em 1902 o vírus da DA foi descoberto na Hungria por Aladar Aujeszky (1869-1933), que foi o primeiro a considerar o vírus da doença como uma entidade patológica filtrável e não Bacteriana Sabin e Wright identificaram o vírus da DA como um herpesvírus em 1934, depois chamado swine herpes vírus 1 (SHV-1)
 O primeiro diagnóstico no Brasil foi relatado em 1912 em São Paulo seguido de novos focos em Santa Catarina. Ela é de notificação obrigatória desde 1934).
 A doença é considerada endêmica no Brasil. Foram registrados focos nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e em todos os estados da região Sul.
Estado de Latência:
Um animal infectado pelo vírus permanece com este em sua forma latente para o restante de sua vida. Durante esse período geralmente o vírus encontra-se no gânglio trigêmeo ou bulbo olfatório dos suínos e não pode ser isolado nesse estado, porém seu genoma permanecerá em forma nucleossomal. O genoma permanece ativo para transcrição, mas apenas uma pequena região é transcrita
 Quando há reativação da replicação viral, as partículas virais deslocam-se para os sítios periféricos
de replicação pelo caminho inverso da infecção.
Aspectos Epidemiológicos:
A doença de Aujeszky ocorre mundialmente
	A espécie suína é a única que tem importância na difusão da doença; o vírus está presente nas secreções nasais e na saliva dos animais doentes a partir de sete a dez dias após a infecção, e nas secreções vaginais quando as porcas abortam devido à doença; urina, fezes e leite tem pouca importância como vias de eliminação do vírus;
	Os suínos e os javalis são hospedeiros naturais (MAPA, 2009), servindo como fonte de infecção para outras espécies como bovinos, equinos, caninos, felinos, ovinos e caprinos, nos quais a doença é sempre fatal exercendo um papel secundário na disseminação da enfermidade.
	Os hospedeiros secundários usualmente se contaminam através da ingestão de carne ou tecidos de suínos infectados, mas pode ocorrer através de lesões na pele ou mucosas. A transmissão por esses hospedeiros é praticamente nula. Equinos e aves são pouco sensíveis à infecção.
	 Os hospedeiros finais, como cães, gatos ou animais silvestres podem transmitir o vírus entre propriedades, mas esses animais sobrevivem apenas dois ou três dias depois da infecção. O papel dos insetos como vetores potenciais ainda está sendo investigado e as aves parecem não participar da transmissão.
	No homem pode haver infecção e manifestação através de prurido nas mãos, braços e antebraços e ocorre quando há contato direto com bovinos enfermos. Neste caso, a doença é auto-limitante e cura em alguns dias.
Patogenia:
	A patogenia varia de acordo com a amostra viral, idade do suíno, (principalmente), dose viral infectante e rota de infecção. A principal via de infecção é a nasofaríngea através de contato direto entre animais infectados ou através da ingestão de alimentos contaminados; via transplacentária, transmamária e durante a reprodução.
	Após a infecção o vírus se replica nas amígdalas, mucosa nasofaríngea ou genital; então o vírus invade as terminações nervosas e é transportado ao longo dos axônios até os gânglios sensoriais (nervo trigêmeo, glossofaringeo e olfatório). Nos neurônios, o vírus pode replicar causando a morte celular ou estabelecer uma infecção latente onde permanece protegido do sistema imune.
 Migram, via terminações nervosas, aos orgãos alvos onde estabelecem a doença (trato respiratório, Trato reprodutor, glândula mamária, glândula salivar, Sistema nervoso central). Patogênese variando conforme espécie animal acometida e conforme a categoria animal.
Sinais Clínicos:
	Os suínos jovens são altamente suscetíveis e as perdas podem atingir 100% em leitões com até sete dias de idade enquanto em suínos de aleitamento pode chegar a 50% e em animais em crescimento e terminação pode haver mortalidade de 1 a 2%.
	Em suínos, os principais sinais clínicos observados nas diferentes faixas etárias
são os seguintes:
leitões (até 30 dias de vida) : Sinais Neurológicos como incoordenação, ataxia, tremores , convulsões , movimentos de pedalagem, excitação, decúbito, ranger de dentes e opistótono. Além dos sinais gerais: hipertermia, inapetência, depressão, pelos eriçados, salivação espumosa e morte de até 90% dos leitões.
animais de recria, terminação e reposição: quanto maior a idade, menos são os sintomas nervosos graves. Observa-se hipertermia, anorexia durante dois a três dias, abatimento, constipação e, eventualmente sintomas respiratórios.
matrizes e reprodutores : hipertermia, anorexia, depressão, sintomas respiratórios, digestórios e reprodutivos. Raramente, sintomas nervosos.
Nas demais espécies, o quadro clínico é agudo, geralmente fatal, caracterizado por anorexia, tremores musculares, salivação intensa, prurido localizado intenso, incoordenação, agressividade, convulsões, coma e morte.
Diagnóstico:
	O diagnóstico presuntivo de casos clínicos de doença de Aujeszky pode ser feito baseado no histórico, nos sinais clínicos e nas lesões microscópicas observadas no cérebro fixado em formol. O diagnóstico definitivo somente pode ser obtido através de exames laboratoriais.
	A suspeita ocorre geralmente devido aos problemas reprodutivos, nervosos e elevada mortalidade entre leitões jovens. O relato de mortalidade repentina de cães e gatos ou com características da doença (peste de coçar) ou paralisia dos membros posteriores é indicativo da ocorrência da doença de Aujeszky.
	O diagnostico da doença de Aujeszky pode ser realizado pela identificação do vírus em tecidos e/ou secreções de suínos doentes através do reconhecimento das lesões microscópicas no sistema nervoso central ou pela determinação de anticorpos nos soros. Para diagnóstico laboratorial, os órgãos de escolha para isolamento viral são as amígdalas, cérebro e cerebelo que devem ser resfriados e enviados ao laboratório. Além do isolamento viral, muitos testes sorológicos estão disponíveis como a soroneutralização, ELISA e aglutinação em látex.
Os testes sorológicos detectam a infecção latente, mas somente pode sercomprovada existência de DNA viral através de reação em cadeia de polimerase – PCR
Diagnóstico Diferencial:
O diagnóstico diferencial deve ser realizado para:
Quadro neurológico: peste suína, polioencefalomielite, intoxicações, meningites, hipoglicemia neonatal e encefalite em geral
Quadro Reprodutivo: Leptospirose, Parvovirose e demais causas de abortamento
Quadro respiratório: influenza suína, pneumonia enzoótica, pasteurelose suína, verminose, etc.
Medidas Profiláticas:
	Para o controle da doença de Aujeszky é imprescindível realizar o monitoramento periódico dos planteis suínos associado a boas práticas de produção, evitando a introdução de suínos de origem desconhecida nos rebanhos, os quais são considerados a principal forma de introdução do vírus em rebanhos suínos (EMBRAPA). 
	A vacina para doença de Aujeszky aprovada pelo MAPA para uso no Brasil é a inativada deletada para glicoproteína do envelope viral gE (também chamada de G1) que permite a diferenciação entre animais infectados e vacinados através do teste ELISA diferencial para glicoproteína gE (ausente na vacina) 
	A principal função da vacina contra DA é de reduzir ou até prevenir as consequências clínicas da infecção. Na Europa, a vacinação de bovinos em circunstância especiais é possível e satisfatoriamente protetora, inclusive reduzindo a transmissão do vírus nas populações de suínos e bovinos.
Tratamento:
Não há tratamento específico contra a doença de Aujeszky.

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