Universidade Estácio de Sá 1

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MARIA CLARA MIRANDA
RENAN MARCICANO TEIXEIRA
 
Trabalho apresentado à disciplina de didática com a finalidade de aprovação na av1
Professora: Rosane
 São Gonçalo
2017
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	2
2. CONSTRUTIVISMO	3
3. PROCESSO DE APRENDIZAGEM	4
4. SOCIOCONSTRUTIVISMO	5
5. ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO	6
6. AMBIENTE ESCOLAR	8
7. CONCLUSÃO	10
REFERÊNCIAS	11
1. INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem a finalidade de apresentar alguns dos temas relacionados ao construtivismo, abordando pensadores e o contexto histórico em que estão inseridos. Trazendo assim um entendimento de como essas teorias foram desenvolvidas e com que finalidade, para chegar ao ponto mais importante do assunto, que é, a prática pedagógica usando como norte o construtivismo e a observação da sua contribuição para formação do indivíduo que será introduzido na sociedade. Outro objetivo presente nos textos a seguir, é utilizar uma abordagem mais simples e direta do tema, pois seria pretensioso uma análise profunda do tema em tão poucas paginas. Devemos levar em consideração que o construtivismo, devido a sua complexidade, é objeto de pesquisa constante e muitas questões são levantadas e trabalhadas por psicólogos e pedagogos, deixando a tarefa de abordar esse tema mais complexa. 
Mesmo reconhecendo a complexidade do assunto, esse trabalho traz de forma clara e objetiva os aspectos que nos ajudaram a entender o indivíduo como principal construtor do seu conhecimento, as especificidades de cada abordagem e como elas colaboram para formação intelectual e social do ser. 
2. CONSTRUTIVISMO
 Para maior compreensão do construtivismo é preciso primeiro observar as ideias de Jean Piaget (1896 – 1980), biólogo e psicólogo suíço que desenvolveu uma teoria sobre a forma de como o indivíduo adquire o conhecimento, ou seja, a teoria de como o ser humano aprende. Piaget desenvolve suas ideias na primeira metade do século XX. Momento de grandes transformações sociais e políticas, que trazem a incapacidade dos modelos tradicionais atenderam as demandas de uma nova sociedade que cresce exponencialmente. Devemos observar que mesmo sendo Piaget um dos principais colaboradores para dessa teoria, existem outras linhas de construtivismo como: Vygotskyano e Walloniano.
A partir dos estudos de Piaget, é possível observar o cognitivismo, processo interno que acontece dentro do cérebro do indivíduo. Esta proposta teórica vincula linguagem a cognição. Ou seja, entendo que aprendizagem e desenvolvimento caminham juntos.
Nessa abordagem a criança constrói o próprio conhecimento com base na experiência com o mundo físico. A fonte do conhecimento está na ação com o mundo físico. Acreditando que o conhecimento não é algo inerente ao próprio sujeito, nem que o conhecimento aconteça apenas pela observação do meio que o cerca, mas sim como uma reconstrução pessoal das informações e estímulos recebido quando em contato com o mundo e os objetos que os rodeiam.
3. PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
Antes de abordar assimilação e acomodação, que são em si de extrema importância, devemos observar o que podemos chamar de “esquemas”, que consiste na formação ou criação de registros, os quais a criança armazena informações dentro do seu cérebro e pode com isso acessá-las sempre que necessário. Podemos conceber esses esquemas como o conhecimento já consolidado ou adquirido pelo indivíduo. Dentro dessa construção do conhecimento podemos destacar o processo de assimilação e acomodação, sendo o primeiro a chegada de novas informações que são assimiladas aos esquemas ou conhecimentos já existentes, não trazendo mudanças aparentes. No segundo caso, as estruturas cognitivas são adaptadas para poder receber novas informações e desenvolver novos conhecimentos. Um processo contínuo que respeitará a relação de aprendizagem e desenvolvimento, que dentro do construtivismo são questões de extrema importância, pois como dito anteriormente, devem caminha juntas. 
4. SOCIOCONSTRUTIVISMO
Conhecido também como sociointeracionismo, essa corrente foi desenvolvida por Lev Vygotsky (1896-1934) bielo-russo, que buscava uma compreensão maior da pedagogia e sua relação com a produção de cultura por parte do indivíduo, atribuindo grande importância nas relações sociais em clara oposição a Piaget, que coloca mais ênfase nos processos internos e biológicos do que nas relações interpessoais.
Para Vygotsky o aprendizado decorre da compreensão do homem como um ser que se forma em contato com a sociedade “Na ausência do outro o homem não se constrói” (Vygotsky, 2002, P.238). Em seus estudos, ele rompe com a ideia de que o homem já carrega ao nascer as características que desenvolve ao longo da vida. Para Vygotsky a formação se da através da relação entre sujeito e sociedade, fazendo assim que o homem modifique o ambiente e o ambiente modifique o homem.
Para esse teórico o homem evolui de um ser meramente biológico para um ser histórico. E para isso é necessário o que ele chama de conjunto simbólico, que nesse caso é a fala, a escrita, a leitura e assim por diante. Toda relação do homem com o mundo é feita através desses símbolos que são considerados instrumentos ou ferramentas que ajudarão na interação do indivíduo com o meio. Crenças, valores, costumes, tudo isso é de extrema importância pra que o homem se identifique como parte da sociedade que pertence.
5. ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO
O construtivismo se baseia nas ideias do famoso psicólogo e epistemológico suíço Jean Piaget, no inicio da década de 1920, considerado uma das maiores autoridades em relação ao funcionamento da inteligência e ao processo de aquisição de conhecimento. Piaget defende que, uma vez colocada em um ambiente estimulante, a criança consegue aprender por meio de lógicas próprias, diferentes das dos adultos.
Mas por mais que essa seja a base do construtivismo, a linha pedagógica que começou a aplicar essa teoria nas escolas, principalmente no processo de alfabetização, só se estabeleceu anos depois. Porém o mérito não é todo dele, o construtivismo também sofreu influência das ideias de Emilia Ferreiro, psicóloga argentina que foi aluna de Piaget, e de Lev Vygotsky, educador russo que defendeu o conceito da zona de desenvolvimento proximal (que corresponde a tudo o que a criança pode aprender naquele momento, desde que receba o suporte educacional adequado).
O construtivismo é uma teoria da aprendizagem, também entendida como uma corrente pedagógica, que tem como principal foco o entendimento da obtenção da aprendizagem relacionado com a interação do indivíduo com o meio, na estrutura e no desenvolvimento dos processos de pensamento e conhecimento do individuo.
Em sua teoria da epistemologia genética Piaget propõe 4 tipos de desenvolvimento cognitivo. 
1º estagio: sensório motor (0-2anos)
desenvolvimento da consciência corporal
Inteligência prática
2º estagio: pré-operatório (2-7anos)
desenvolvimento da linguagem
desenvolvimento do pensamento (finalismo, animismo...)
3º estagio: operação concreta (7-11anos)
pensamento lógico sobre o concreto
compreensão das relações entre coisas
capacidade para classificar objetos
superação do egocentrismo 
4º estagio: operações formais (11-...) 
capacidade de abstração
pensamento hipotético-dedutivo (A > B e B > C então A > C).
A construção do conhecimento é um resultado da interação sujeito-objeto, existindo assim, conceitos fundamentais, como assimilação, acomodação e equilibração.
Assimilação: é a integração de novos conhecimentos em estruturas já existentes. 
Acomodação: é o mecanismo de reformulação das estruturas em relação aos novos conteúdos incorporados, processo de busca e ajustamento a condições novas no ambiente. 
Equilibração: é a adaptação decorrente do equilíbrio entre assimilação e acomodação. 
6. AMBIENTE ESCOLAR
Na escola construtivista, cada sala de aula conta com poucos alunos, proporcionando que oprofessor possa conhecer bem cada criança e acompanhar sua evolução de aprendizado, fazendo intervenções sempre que necessário. Mas por mais que intervenha, a principal função do professor é motivar as atividades e não impô-las, buscando incentivar a individualidade de cada aluno e explorá-la para o enriquecimento de todo o grupo. Dessa forma, as crianças participam ativamente de todas as discussões, expondo opiniões e dúvidas sobre os temas. Além do mais, o construtivismo defende a organização da escola em ciclos e não em séries, como a escola tradicional.
Na escola construtivista, o professor deixa de ser a pessoa que detém todo o conhecimento, não desempenhando, assim, a função de transmitir esse saber aos alunos. No construtivismo, o educador tem o papel de estimular os estudantes, instigando discussões e debates sobre situações cotidianas compatíveis com qualquer que seja sua realidade, estimulando indiretamente o desenvolvimento de suas habilidades.
Na alfabetização, por exemplo, o professor não ensinará diretamente à criança que as letras formam as sílabas que formam, então, as palavras. Na verdade, o profissional colocará o aluno em contato com tudo isso de forma interativa e prática, enfatizando a escrita para que, no seu tempo, a criança construa um raciocínio lógico próprio para explicar a estrutura das palavras. Ao docente cabe também a função de incentivar os alunos na busca de novos conhecimentos e na aprendizagem de novos conceitos, o aprendizado vai sendo construído aos poucos. Um novo conhecimento ou conceito é aprendido a partir de conhecimentos e conceitos anteriores. 
O ensino é realizado e percebido como um processo dinâmico e não estático, como ocorre nos métodos pedagógicos tradicionais. O conhecimento não é entendido como uma versão exata da realidade, mas sim uma reconstrução daquele que está aprendendo.
O professor não é um mero transmissor de informações, mas sim um facilitador e orientador do processo de aprendizagem. O educador tem a função de colocar o estudante diante de situações (práticas ou teóricas), para que estes encontrem soluções e, desta forma, construam o conhecimento. Neste processo, a experiência de vida do aluno e seus conhecimentos, anteriormente adquiridos, são de fundamental importância.
Quando se observa que o progresso do aluno está atrasado em relação ao da turma, passar para o ano seguinte poderia piorar ainda mais sua evolução, já que o colocaria em um ambiente com o qual ele ainda não está pronto para lidar, então a reprovação é uma possibilidade na escola construtivista. De toda forma, a reprovação não é vista de forma negativa, como uma comprovação de despreparo ou de inabilidade intrínseca da criança, mas de forma mais natural, como reflexo natural de uma má adaptação. 
Idealmente, o construtivismo não aplica provas, já que o aluno demonstra seu conhecimento à medida que constrói seu raciocínio em sala de aula, sendo avaliado de forma contínua. No entanto, na prática escolar moderna, muitas escolas acabaram tendo que se aproximar aos métodos tradicionais, criando versões de avaliações adaptadas que levem em conta os parâmetros valorizados pela teoria construtivista.
7. CONCLUSÃO
Devemos observar que dentro no construtivismo o ser humano adquire um papel ativo no seu próprio processo de desenvolvimento intelectual. O olhar voltado para o sujeito nos apresenta uma perspectiva nova de como estamos construindo nossa comunidade futura. Até pouco tempo, a transmissão de conhecimento era entendida de forma errônea, como se somente um a possuía. 
Com o construtivismo podemos mudar esse panorama e começar a entender que somos mediadores, mas nunca detentores do conhecimento. Mas ainda assim, é preciso estar atento para fornecer o suporte adequado, e oferecer as condições necessária para que cada indivíduo se desenvolva.
 Mesmo sofrendo algumas críticas, essa corrente tem se mostrado pioneira no que consiste em observar o sujeito e suas especificidades. Em uma sociedade que em todos os aspectos exige cada vez mais do ser humano, é admirável conhecer correntes pedagógicas que lutam contra a maré, se esforçando pra compreender e respeitar as necessidades e individualidades de cada um.
REFERÊNCIAS
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FERRARI, Márcio. Lev Vygotsky: O teórico do ensino como processo social. Disponível em: < https://novaescola.org.br/conteudo/382/lev-vygotsky-o-teorico-do-ensino-como-processo-social>. Acesso em: 02 de Set. 2017.
LOURENÇO FILHO, Manoel Bergstrom. Tendências da educação brasileira. 2ª ed. Brasília: Mec/Inep, 2002. Coleção Lourenço Filho, v.6.
VYGOTSKY, L. S. Formação social da mente. Trad.: J. C. NETO, L. S. M. Barreto, S. C. Afeche. 6ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.