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Cap. 3- Variedades copas

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37Capítulo 3
Variedades copas
Rose Mary Pio, José Orlando de Figueiredo, 
Eduardo Sanches Stuchi 
e Susette Aparecida de Barros Cardoso
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Foto da página anterior: Variedades cítricas comerciais: tangelo Nova, lima ácida Tahiti e laranja Bahia (R.M. Pio e 
E.S. Stuchi)
CITROS38 Variedades copas 39
1 Introdução
Os cítricos utilizados em plantios comerciais 
como variedades copas estão, basicamente, dis-
tribuídos em seis grupos, a saber: laranjas, tan-
gerinas, limões, limas ácidas, pomelos e outros de 
menor importância. O grupo das laranjas doces 
apresenta maior expressividade, seguido por tan-
gerinas, limões e limas ácidas.
Desde os mais remotos tempos, nos idos de 
1501, as plantas cítricas já vinham sendo cultiva-
das nas feitorias construídas pelo governo de Por-
tugal para assinalar sua posse no território ameri-
cano. Estima-se que o princípio da citricultura no 
Brasil tenha ocorrido entre 1530 e 1540 (Hasse, 
1987). A partir da continuidade de introduções no 
Brasil, eles foram se adaptando e se espalhando 
pelo solo brasileiro. 
Em todas as épocas, pouca diversidade de va-
riedades pôde ser notada. Apesar da pujança da 
citricultura nacional, ela se vem mostrando bastante 
vulnerável aos diversos problemas fitossanitários que 
tem surgido ao longo da sua história como cultura 
importante para carrear divisas para o País.
A seguir serão apresentadas, por grupo, as 
características das variedades cultivadas comer-
cialmente, assim como as que estão em estudo. 
2 Laranjas doces
As laranjas doces [Citrus sinensis (L.) Osbeck] 
predominam na maioria dos países citrícolas 
com, aproximadamente, dois terços dos plantios, 
ficando o restante para as demais espécies. No 
Brasil, e particularmente no Estado de São Paulo, 
elas encontram, de maneira geral, boas condições 
edafoclimáticas para cultivo comercial.
Segundo Amaro et al. (2001), em 1990, a 
laranja ocupava uma área de cerca de 700 mil 
hectares, com mais de 180 milhões de árvores 
plantadas, tendo atingido, em 1998/1999, 228 
milhões de plantas.
Quanto à produção, elevou-se de 218 milhões 
de caixas (40,8 kg) de laranja, em 1985, para 
268,7 milhões em 1990 e para 400 milhões em 
1998/1999.
De acordo com FNP (2001), esse panorama se 
modificou ligeiramente, em vista, principalmente, 
da descapitalização dos produtores (conseqüên-
cia de vários anos de preços baixos, provocados 
pelas supersafras de 1997 e 1999) associada aos 
efeitos das secas de 1999 e 2000. Esse fato veio 
se agravando com a ocorrência de problemas fi-
tossanitários, que contribuíram para a erradicação 
de grande número de árvores. Tal situação, em um 
futuro não muito distante, poderá modificar-se 
pois, apesar dos percalços existentes, sempre tem 
havido a continuidade dessa atividade agrícola, 
quer pela utilização da alta tecnologia disponível, 
quer mesmo, pela convivência com os problemas 
existentes, fato que já tem ocorrido por diversas 
vezes, há mais de cinqüenta anos.
Com relação às variedades comerciais, as la-
ranjas estão apresentadas de acordo com sua im-
portância, principalmente aquelas que existem em 
maior número dentro do grupo, ou seja, Pêra, Natal 
e Valência. A seguir, situa-se a Hamlin, com matura-
ção precoce à meia-estação e com pequeno número 
de plantas em produção comercial. Finalmente, são 
apresentadas as demais variedades, com percenta-
gens de plantios muito baixas. Algumas delas, com 
certo interesse, estão com os plantios em ascensão; 
outras mantêm-se estáveis e outras estão quase de-
saparecendo dos pomares paulistas.
Cabe mencionar que o número de variedades 
de laranjas é bastante pequeno (Figueiredo, 1991; 
Pompeu Junior, 2001) e que trabalhos de melhora-
mento têm sido realizados no sentido de solucionar 
esse problema, dificultado, em parte, principal-
mente, pelas doenças atualmente existentes e por 
algumas pragas. Outros aspectos desejáveis nesses 
trabalhos são aumento da produtividade, melhoria 
da qualidade dos frutos, redução do número de 
sementes e dilatação do período de safra.
As Tabelas 1 e 2 apresentam as mais impor-
tantes características das variedades comerciais 
em São Paulo e épocas de colheita. Esses dados 
complementam os relativos à descrição das varie-
dades.
2.1 Pêra
A laranja Pêra (Figura 1A) é a principal varie-
dade de citros do País, pois seus frutos apresentam 
excelente qualidade para os mercados interno e 
externo de fruta fresca e para a industrialização. 
Participava com cerca de 38% de plantas (Pompeu 
Junior, 2001) em relação ao número total existente 
para laranjas doces, que estava estimado em 209 
milhões de árvores.1
1 M. Boteon. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/ USP, Piracicaba (SP). 2002. Comunicação pessoal.
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Essa participação já atingiu índices maiores, 
superando os 50% (Figueiredo, 1991), até poucos 
anos atrás. A provável explicação para esse menor 
interesse pela Pêra está na seguinte hipótese: é a 
variedade de laranja que mais apresenta surtos ve-
getativos e, conseqüentemente, é muito perseguida 
por cigarrinhas transmissoras da clorose variegada 
dos citros (CVC). Apresenta três a quatro floradas 
por ano, do que decorre a produção de frutas 
temporãs praticamente durante o ano todo. Esse 
fato encarece o produto em vista do maior número 
de pulverizações necessárias e das dificuldades na 
colheita. Como conseqüência, há uma redução na 
qualidade do suco e finalmente, deve-se considerar 
que as variedades Natal e Valência são mais produ-
tivas. Entretanto, é esperado ocorrer um incremento 
nos plantios da laranja Pêra, porque, provavelmen-
te, haverá falta de frutos oriundos de variedades 
cuja colheita se dá na época conhecida como meia-
estação, para serem industrializados.
Tabela 1 Principais características das variedades de laranjas de valor comercial no Estado de São Pauloa
Variedade Origem
Sementes/
fruto Massa fruto Teor suco °Brix
Acidez
Ratiob Destino dos frutosc
no g % %
Lima Desconhecida 5-6 120 45 10,3 0,12 85,0 MI - S
Piralima SP (Brasil) 3-4 110 45 10,0 0,12 83,0 MI - S
Hamlin Flórida (EUA) 3-4 130 41 12,0 0,96 12,5 E - S
Bahia BA (Brasil) 0 200 38 13,2 0,94 14,0 MI
Baianinha SP (Brasil) 0 168 40 13,0 0,92 14,1 MI - E - S
Rubi Desconhecida 8-10 172 49 9,9 0,86 15,9 MI - S
Westin RS (Brasil) 2-3 145 50 12,2 0,93 13,1 MI - E - S
Pêra Desconhecida 3-4 145 52 11,8 0,95 12,5 MI - E - S
Natal Brasil 3-4 140 50 12,0 1,00 12,0 MI - E - S
Valência Portugald 5-6 150 50 11,8 1,05 11,2 MI - E - S
Folha 
Murchae RJ (Brasil) 3-4 220 52 - 
f - 15,9 MI - E - S
Lima Tardia MG (Brasil) 2 130 43 10,5 0,14 75,0 MI
a Valores médios para variedades obtidos junto às indústrias processadoras
b Ratio = razão sólidos solúveis (°Brix) / acidez
c MI = mercado interno, S = suco e E = exportação
d Origem provável
e Stuchi & Donadio (2000)
f Dado não disponível
Fonte Adaptado de Figueiredo (1991)
Tabela 2 Épocas de colheita dos frutos das principais variedades de laranjas no Estado de São Pauloa
Variedade Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Lima e Piralima
Hamlin
Bahia e Baianinha
Westin e Rubi
Lima Tardia
Pêra
Valência e Natal
Folha Murcha
a Hachurado escuro representa épocas principais de colheita; hachurado claro, épocas de colheitas menores. Informações referem a pomares não irri-
gados e situados nas condições médias de clima do planalto paulista
Fonte Adaptado de Figueiredo (1991); Donadio et al. (1995)
CITROS40 Variedades copas 41
No Estado de São Paulo, realizam-se perio-
dicamente, pelo Fundo de Defesa da Citricultura 
(Fundecitrus), levantamentos de dados de diferen-
tes naturezas nos viveiros. Um deles, a porcenta-
gem de mudas existentes por variedade, indica, de 
certa forma, o interesse
por elas para novos plan-
tios. No levantamento realizado em 2003, de um 
total de, aproximadamente, 8 milhões de mudas 
em formação, 27% eram da variedade Pêra, que 
foi superada pela Valência, com 34% das mudas, 
fato considerado difícil de ocorrer pelos estudiosos 
do assunto. Igualmente, em setembro de 2004, 
outro levantamento mostrou que a situação das 
mudas ainda se mantinha praticamente inaltera-
da, pois, de um total de 14 milhões de mudas, 33% 
eram de Valência e 28% de Pêra.2
Müller et al. (1999) asseguram que a laranja 
Pêra possui tecidos sensíveis ao vírus da tristeza. 
Segundo esses autores, criou-se, por meio de 
proteção cruzada, o clone denominado pré-
imunizado e que, posteriormente, passou a de-
nominar-se Pêra IAC. Esse material revelou bom 
comportamento em relação à doença e começou 
a ser distribuído aos interessados há trinta anos. 
Nos grandes plantios comerciais e nos experimen-
tos que o incluíram para estudo, ele se posicionou 
entre os melhores para a variedade.
Estudos com seleções de Pêra têm sido reali-
zados nos últimos trinta anos com o objetivo de 
escolher material superior para utilização comer-
cial. Essas seleções foram inicialmente encontradas 
na região de Bebedouro, em pomares da Estação 
Experimental de Limeira (atual Centro APTA Ci-
tros Sylvio Moreira/IAC), em Cordeirópolis e em 
Campinas, na Seção de Virologia (atual Centro 
de Fitossanidade), do Instituto Agronômico (Teófilo 
Sobrinho et al., 1977). Os trabalhos de obtenção 
de seleções promissoras e para a regionalização 
da variedade prosseguem até o presente, existindo 
em estudo quase três dezenas delas, em sete mu-
nicípios paulistas. Aquelas denominadas IAC, 
Bianchi, EEL, Vimusa, Ipiguá e Pêra IAC 2000 
(Teófilo Sobrinho et al., 2001) têm se destacado 
das demais, por apresentarem boa produtividade, 
com frutos grandes e de boa qualidade (Salibe et 
al., 2002). Esses autores afirmaram ainda que a la-
ranja Pêra é cultivada em escala comercial somen-
te no Brasil e que o Uruguai é o único outro país 
com pequenos pomares da variedade, certamente 
pela proximidade com o território brasileiro.
2.2 Natal
Em 2000, a variedade Natal se posicionava 
como a segunda em importância dentro do pano-
rama citrícola brasileiro. Em São Paulo, no mesmo 
ano, ela representava próximo de 24% dos plantios 
dentro do grupo de laranjas doces (Pompeu Junior, 
2001). Seus frutos apresentam excelente qualida-
de para consumo como fruta fresca e também para 
industrialização (Figueiredo, 1991). Produz frutos 
de maturação tardia e, juntamente com a Valência, 
contribui para prolongar a safra da laranja Pêra. 
Essas três variedades, em conjunto, perfazem mais 
de 80% da citricultura paulista. De acordo com 
levantamento realizado nos viveiros paulistas em 
2003, existiam, em formação, 12,23% de mudas 
dessa variedade. Em 2004, esse número foi de 
11,10%.
Por meio de trabalhos de melhoramento reali-
zados pelo Instituto Agronômico (IAC), selecionou-
se o clone nucelar para a laranja Natal, o qual 
predomina nos plantios comerciais. Entretanto, 
há conhecimento da existência da seleção de 
outro clone feita por um citricultor na região de 
Bebedouro - trata-se da Natal Paulo Rosa (Pompeu 
Junior, 1988), cuja utilização provavelmente ficou 
restrita àquela localidade. Há ainda suposição de 
que, por meio de mutação somática, a Natal possa 
ter originado a laranja Folha Murcha (Donadio et 
al., 1995).
De acordo com as informações disponíveis, 
admite-se que a variedade Natal seja cultivada 
comercialmente apenas no Brasil.
2.3 Valência
É uma variedade que ocupa lugar de destaque 
entre os produtores, principalmente pela boa pro-
dutividade e pelo tamanho adequado dos frutos. 
Com relação ao número de plantas, em 2000 ela 
participava em São Paulo com, aproximadamente, 
21% do total de laranjeiras existentes (Pompeu Ju-
nior, 2001). A Valência (Figura 1B) produz frutos 
que se prestam aos três tipos de comercialização 
disponíveis: exportação de fruta fresca, mercado 
interno e suco concentrado congelado (Figueiredo, 
1991). Essa variedade apresenta maturação tar-
dia. Existiam, em maio de 2003, nos viveiros pau-
listas, 34,12% de mudas de laranja Valência, ocu-
pando a primeira posição em relação às demais. 
2 Vagner Russo. Fundecitrus, Araraquara (SP). 2004. Comunicação pessoal.
CITROS42 Variedades copas 43
Isso denota o grande interesse dos produtores em 
ampliar seu plantio. Em 2004, essa porcentagem 
se manteve em 33,5%.
Estudos iniciais realizados em São Paulo com 
ela resultaram na obtenção de duas seleções de 
alta produtividade: Valência IAC 36 e 38 (Figuei-
redo, 1991).
Há diversas variedades que se assemelham 
à Valência, estando entre elas, a laranja Natal. 
Supõe-se que, por essa razão, ela seja uma muta-
ção da Valência. Cabe lembrar que a ocorrência 
de mutações é relativamente freqüente dentro do 
gênero Citrus. 
A maioria dos países citricolas cultiva a laranja 
Valência e, em muitos deles, ela representa a prin-
cipal variedade comercial, havendo diversos estu-
dos, nesses países, com o objetivo de selecionar 
material superior.
2.4 Hamlin
No ano 2000, essa variedade (Figura 1C) ocu-
pava o quarto lugar em número de plantas existen-
tes no Estado de São Paulo, o que correspondia a 
6% em relação ao total de laranjas doces (Pompeu 
Junior, 2001). Seus frutos se destinam, principal-
mente, ao mercado externo e à industrialização, 
por não possuírem características de qualidade 
que agradem ao paladar do brasileiro (Figueire-
do,1991). Apresentam maturação precoce e as 
plantas são muito produtivas.
Em 2003, havia 13,66% de mudas de Hamlin 
em formação nos viveiros de São Paulo, indicando 
que os plantios da variedade vem-se mantendo 
estáveis nos últimos anos. O mesmo ocorreu em 
2004, com 11,59% de mudas.
Essa variedade passou por trabalhos de sele-
ção no IAC, dos quais resultaram clones nucelares 
que foram posteriormente estudados especialmen-
te para qualidade e boa produção de frutos.
Alguns países cultivam a laranja Hamlin; entre 
eles, Estados Unidos, Brasil e África do Sul.
2.5 Lima, Piralima e Lima Tardia
São variedades com baixa acidez, cujo pala-
dar é muito bem aceito pela população brasileira, 
particularmente entre as crianças e idosos.
Admite-se que a Lima (Figura 1D) deu origem 
à Piralima, mutação essa ocorrida em Piracicaba 
(SP) e à Lima Sorocaba, que apareceu na região 
de Porto Feliz (SP). Já a Lima Tardia deve ter-se 
originado no Estado de Minas Gerais, como sendo 
mutação surgida em planta de laranja Pêra (Fi-
gueiredo, 1991; Donadio et al., 1995).
Seus frutos destinam-se, principalmente, ao 
mercado interno de fruta fresca, apenas utilizan-
do-se o excedente na industrialização.
As variedades Lima e Piralima apresentam 
maturação precoce de seus frutos e a Lima Tardia, 
como o próprio nome indica, tem sua safra normal 
no segundo semestre.
A laranja Lima, em épocas passadas, foi a 
variedade sem acidez de maior importância no 
Brasil, com um plantio de cerca de 10% das árvo-
res existentes. Atualmente, quase não possui mais 
valor comercial, mas apenas dietético.
Decorrente dessa afirmação está o fato de que 
das variedades Lima e Piralima existiam, em 2003, 
apenas 0,03% de mudas em formação nos viveiros 
e 0,48% de Lima Verde (Figura 1E).
Pelas informações disponíveis, pode-se afirmar 
que elas são cultivadas apenas no Brasil.
2.6 Bahia e Baianinha
Admite-se que a laranja Bahia (Figura 1F) 
tenha sido originada de uma mutação encontra-
da em uma planta da variedade Seleta, ocorrida 
no Estado da Bahia, entre 1810 e 1820. Já a 
Baianinha é aceita como sendo uma mutação da 
variedade Bahia e que apareceu em um pomar 
localizado em Piracicaba, por volta de 1908 (Fi-
gueiredo, 1991).
Os frutos da Bahia destinam-se ao mercado 
interno de fruta fresca,
podendo-se usar os da 
Baianinha para consumo ao natural e também 
para industrialização (Figueiredo, 1991). As va-
riedades produzem frutos de maturação precoce 
à meia-estação. As melhores seleções obtidas no 
IAC foram as intituladas Baianinha IAC 48, 89 e 
79 (Donadio, 1972) .
Atualmente, há um desinteresse pelos plantios 
das variedades desse grupo, principalmente pela 
diminuição da exportação dos frutos de Baiani-
nha e também, provavelmente, porque os frutos 
da laranja Bahia não têm atingido os preços 
esperados pelo produtor no mercado interno. 
Assim, é razoável afirmar que as plantas dessas 
variedades quase estão por desaparecer dos po-
mares. Uma prova disso é que em 2003 existia 
apenas 0,28% de mudas em formação nos vivei-
ros paulistas.Espera-se que os frutos da variedade 
Bahia, num futuro próximo, voltem a ocupar lugar 
CITROS42 Variedades copas 43
de destaque no mercado de fruta fresca, pois, além 
de suas notáveis características de qualidade, não 
apresentam sementes, o que vem ao encontro do 
desejo do consumidor. Os preços também tendem 
a melhorar, em vista da escassez de oferta do 
produto, o que deve motivar novos plantios dessa 
variedade. 
Em outros países, elas compõem o chamado 
grupo Navel e são cultivadas comercialmente, 
em diversos deles. Cabe lembrar que seu nome 
foi mudado para Washington Navel nos Estados 
Unidos.
2.7 Westin
Supõe-se que a Westin teve seu aparecimento 
no Estado do Rio Grande do Sul com o nome de 
laranja Clementina. Quando trazida para São 
Paulo, para evitar confusão de nomes entre ela e 
a bem conhecida tangerina Clementina nos mer-
cados europeus, sugeriu-se que seu nome fosse 
trocado para laranja Westin (Figueiredo,1991).
É uma variedade altamente produtiva, e frutos 
com poucas sementes. Apresenta maturação de 
meia-estação, cujos frutos se prestam muito bem 
para os mercados interno e externo de fruta fresca 
e para industrialização. Entretanto, tem um incon-
veniente: seus frutos permanecem pouco tempo na 
planta, após a completa maturação. 
Em São Paulo, posicionava-se em menos de 
2% do total existente de plantas de laranjas doces. 
Apesar de haver um pequeno incremento nos plan-
tios, provavelmente pelo fato de as plantas serem 
moderadamente suscetíveis à CVC (Laranjeira & 
Pompeu Junior, 2002), esse número é menor que 
1%. Teve maior expressão comercial no passado, 
mas, com o aumento do plantio de outras varieda-
des, entre elas da Pêra, com melhor comportamen-
to, começou a haver desinteresse por novos plan-
tios da Westin. Em 2003, existiam em formação 
2,48% de mudas da variedade no Estado. Não é 
conhecido o seu plantio em outros países.
2.8 Rubi
Essa variedade (Figura 1G) foi introduzida no 
Banco Ativo de Germoplasma de Citros (BAG-Ci-
tros), do Centro APTA Citros Sylvio Moreira, como 
proveniente da coleção de citros pertencente a 
Navarro de Andrade, localizada na Fazenda Re-
serva, Araras (SP) sendo considerada de origem 
desconhecida (Figueiredo, 1991).
Seus frutos, cuja maturação ocorre no período 
chamado meia-estação, destinam-se ao mercado 
interno de fruta fresca e à industrialização. A pro-
dutividade das plantas é alta e os frutos possuem 
de oito a dez sementes.
Em um passado não muito longínquo, da mes-
ma forma que a variedade Westin, a participação 
percentual da Rubi, em número de plantas, situava-
se em menos que 2% do total relativo a laranjas.
Atualmente, esse percentual é ainda menor, 
mas espera-se que ele apresente alguma altera-
ção, pois tem havido interesse pelo plantio da 
variedade, principalmente para a produção de 
suco concentrado.
É desconhecido o seu plantio em outros países.
2.9 Folha Murcha
Originária do Rio de Janeiro, é uma das 
principais variedades cultivadas naquele Estado 
(Figura 1H). Entretanto, há controvérsias sobre a 
sua origem, pois alguns autores a consideram uma 
variação espontânea de Pêra, Valência ou Seleta. 
Outros acreditam que possa ser uma mutação so-
mática de Seleta ou Natal, conforme Donadio et 
al. (1995). Esses autores mencionam o município 
de Araruama como o de sua origem. Afirmam, 
ainda, que se trata de uma variedade tipicamente 
brasileira, pois não há citação de tipos semelhan-
tes na literatura mundial.
Sua característica marcante é apresentar as fo-
lhas enroladas ou retorcidas, o que lhe dá o nome, 
pois parece estar sentindo a falta de água.
Apresenta maturação muito tardia, de novem-
bro a março, é produtiva, e seus frutos se parecem 
bastante com os das variedades Natal e Valência.
É ainda muito resistente à seca e uma das mais 
tolerantes à bactéria do cancro cítrico (Donadio et 
al., 1995), mas apresenta suscetibilidade à CVC 
(Laranjeira & Pompeu Junior, 2002). Pelo fato 
de ser muito tardia, obviamente, tem despertado 
grande interesse para novos plantios. Dessa for-
ma, existiam 2,01% de mudas em formação, em 
2003, nos viveiros paulistas.
Em outros países, não há conhecimento de 
plantios dessa variedade.
2.10 Seleção de novas variedades 
Pode-se considerar que o número de cultivares 
existentes de laranjas é bastante restrito e, por essa 
razão, tem sido feitos estudos de seleção de varie-
CITROS44 Variedades copas 45
dades com diferentes épocas de maturação. Com 
relação às precoces e meia-estação, acham-se em 
estudo aquelas com maturação semelhante à da 
Hamlin, com o objetivo de oferecer novas opções 
de plantio aos usuários. Assim, estudaram-se, por 
mais de vinte anos em Cordeirópolis, 18 variedades 
com essas características sendo entre elas, as mais 
promissoras as seguintes: com relação à produção 
de frutos, sobressaíram-se, apresentando produções 
superiores à Hamlin, as variedades Homossassa e 
João Nunes, ao passo que Tomango, Mangaratiba 
e Pineapple proporcionaram, no período conside-
rado, produções semelhantes à variedade tomada 
como comparação (Pompeu Junior et al., 1996). No 
que se refere à qualidade dos frutos, alguns aspectos 
são bastante importantes para sua comercialização, 
tomados sempre em comparação com a Hamlin, 
como: i) época de maturação: as mais precoces 
foram Mangaratiba e João Nunes; as variedades Se-
leta Vermelha e Rubi tiveram maturação semelhante 
e as demais apresentaram maturação mais tardia, ii) 
maior produção de sólidos solúveis: destacaram-se 
Homossassa e João Nunes superando, em quantida-
de, os valores obtidos para Hamlin, e iii) coloração 
do suco: as variedades Mangaratiba, Seleta Verme-
lha e Rubi apresentaram coloração de casca e suco 
muito superiores à Hamlin (Pio et al.,1984).
Considerando em conjunto todas as caracterís-
ticas estudadas, os autores (Pompeu Junior et al., 
1996; Pio et al., 1984) concluíram que as varie-
dades Homossassa, João Nunes, Seleta Vermelha, 
Mangaratiba, Westin, Rosa e Rubi podem ser op-
ções para plantio, juntamente com a Hamlin.
Será apresentada, a seguir, a descrição sucinta 
dessas variedades, segundo Hodgson, 1967; Pio 
et al., 1984, 1986; Donadio et al., 1995, 1997).
2.10.1 Homossassa 
Essa variedade possui frutos médios e bem co-
loridos quando maduros, apresentando 13 semen-
tes e 51% de rendimento em suco. É de maturação 
meia-estação e uma das variedades mais antigas 
da Flórida, onde, pela má qualidade apresentada 
pelos frutos em climas áridos não alcançou impor-
tância comercial.
2.10.2 João Nunes
Procedente do Horto Florestal de Bebedouro, 
foi introduzida no BAG-Citros, do Centro APTA 
Citros Sylvio Moreira, em 1944. Apresenta matu-
ração meia-estação. As árvores são de porte mé-
dio, com folhas verdes, frutos de tamanho médio, 
alaranjados, com 46% de suco.
2.10.3 Seleta Vermelha 
Acredita-se que ela seja uma mutação da Sele-
ta comum, que ocorreu, provavelmente, no Rio de 
Janeiro. Seus frutos apresentam maturação meia-
estação e têm excelente cor interna. As árvores, 
de altura média, apesar de tolerantes
à tristeza, 
possuem caneluras leves. Os frutos têm tamanho 
médio, de cor alaranjada e em torno de 12 se-
mentes. O suco representa 49% da massa do fruto. 
Foi introduzida no BAG-Citros/IAC, da Fazenda 
Reserva, Araras (SP), em 1931.
A Seleta Vermelha (Figura 1I) mais as varie-
dades Westin, Rubi e Seleta de Itaborai, foram 
levadas como sementes para os Estados Unidos 
e lá multiplicadas, sendo as plantas selecionadas. 
Chegou-se à conclusão que o suco de seus frutos 
poderia melhorar a qualidade do suco da Hamlin, 
o que ocorreu porque possuíam melhor coloração, 
melhor sabor e maturação mais precoce (Taggart 
et al., 2001). Entretanto, nos Estados Unidos, a 
variedade Seleta Vermelha foi rebatizada com o 
nome de Earlygold, caso semelhante ao ocorrido 
com outra variedade brasileira, a laranja Bahia, 
também por ocasião de sua introdução naquele 
país, conforme se mencionou.
2.10.4 Mangaratiba 
Procedente da Fazenda Reserva, Araras (SP), 
foi introduzida no BAG-Citros, do IAC, em 1932. 
Apresenta maturação de meia-estação. Árvores 
com altura média. Frutos com 47% de sua massa 
em suco, são de tamanho médio e alaranjados. O 
número de sementes é de cerca de oito por fruto.
2.10.5 Rosa
Também procedente da Fazenda Reserva, 
tendo sido introduzida no BAG-Citros/IAC, em 
1951. As plantas possuem altura média. Os frutos 
apresentam maturação meia-estação, tamanho 
médio e coloração alaranjada. A polpa é de cor 
laranja-forte, o que a faz destacar-se entre outras 
laranjas doces. Os frutos, de coloração alaranja-
da, tem suco abundante, representando 48% de 
sua massa. A quantidade de sementes é alta, cerca 
de 15 a 20 por fruto.
CITROS44 Variedades copas 45
Cabe destacar que Donadio et al. (1999) estu-
daram diversas variedades de maturação precoce, 
meia-estação e tardia, concluindo que, dentre 
elas, as laranjas doces Olivelands, Torregrosso, 
Finike, Kawatta, Cadenera, Mayorca, João Nunes 
e Westin se destacaram por apresentar coloração 
de suco superior à da Hamlin. Características rele-
vantes como boa produção, qualidade industrial e 
utilização para o mercado de fruta fresca também 
foram encontradas.
Com relação a variedades com frutos de ma-
turação tardia, no Estado de São Paulo, também 
ocorre falta de opções para plantio, além das já 
conhecidas Pêra, Natal e Valência, de acordo com 
Figueiredo (1999). Segundo esse autor, desde 
1993 estão sendo realizados experimentos de se-
leção, contendo, cada um, as mesmas 48 copas, a 
maioria com frutos de maturação tardia e algumas 
poucas com maturação meia-estação, situados nas 
regiões de Conchal, Matão e Olímpia (SP). Como 
nas duas últimas regiões havia abundância de 
CVC, foi possível desenvolver estudos relativos a 
aspectos de fitossanidade e produção das varie-
dades em relação a essa doença. Concluiu-se que, 
para a região de Olímpia, a variedade Whit’s Late 
Valência apresentou melhor comportamento em 
relação a esses itens. Entretanto, todas elas foram 
suscetíveis à moléstia (Figueiredo et al., 2002).
Além dos trabalhos de melhoramento em 
desenvolvimento pelos pesquisadores do Centro 
APTA Citros Sylvio Moreira, tem-se efetuado o 
melhoramento e seleção das principais varieda-
des de laranjas doces, comerciais ou de interesse 
potencial, para os diferentes tipos de mercado, 
em outros centros de pesquisa brasileiros. Entre 
os principais, podem-se mencionar os situados: 
na Bahia (Embrapa Mandioca e Fruticultura, em 
Cruz das Almas), no Rio Grande do Sul (Centro de 
Fruticultura de Taquari - CPFT, conectado à Funda-
ção Estadual de Pesquisa Agropecuária - Fepagro, 
em Taquari), no Paraná (Instituto Agronômico do 
Paraná - Iapar, em Londrina) e em São Paulo (Es-
tação Experimental de Citricultura de Bebedouro, 
em Bebedouro).
Figura 1 Variedades de laranjas doces economicamente importantes e variedades com menor expressão co-
mercial: A.Hamlin, B. Bahia, C. Pêra; D. Valência, E. Lima Verde, F. Folha Murcha, G. Lima, H. Rubi, e I. Seleta 
Vermelha 
Fotos: Centro 
APTA Citros 
Sylvio Moreira/
IAC
BA
FED
C
IHG
CITROS46 Variedades copas 47
Têm sido obtidas e/ou melhoradas diversas 
variedades de laranja, estando algumas delas 
em fase de experimentação no campo e outras já 
constituindo pequenos plantios comerciais, a maior 
parte em uso fora do Estado de São Paulo. 
3 Tangerinas
As tangerinas e seus híbridos constituem um 
grupo bastante diversificado e, como os demais 
cítricos, sua origem é incerta, mas acredita-se que 
tenham surgido no nordeste da India ou no Sudo-
este da China (Saunt, 1990). 
Esse grupo apresenta grande adaptabilidade 
e cresce em condições desérticas, semitropicais e 
subtropicais do Mediterrâneo (Saunt, 1990) e tam-
bém em outras regiões espalhadas pelo mundo. De 
maneira geral, apresenta um curto período de ma-
turação e é muito suscetível às injúrias decorrentes 
do manuseio na colheita, pós-colheita e transporte.
Apesar de toda essa diversidade, o cultivo de 
tangerinas vem, ao longo dos anos, baseando-
se em um pequeno número delas. Na década 
dos sessentas, os plantios de tangerina Cravo (C. 
reticulata Blanco) eram representativos, vindo a 
decrescer para cerca de 20% nos anos noventas. 
Em 2000, as tangerinas representavam cerca de 
4% do total de plantas cítricas existentes no Es-
tado de São Paulo. Duas delas mantêm-se com 
expressividade nos plantios: tangerina Ponkan 
(C. reticulata) e tangor Murcott (C. sinensis x 
C. reticulata). As demais, Mexerica-do-Rio (C. 
deliciosa Ten.) e, principalmente, tangerina 
Cravo, apresentam níveis baixos de represen-
tatividade.
As Tabelas 3 e 4 contêm as mais importantes 
características das variedades comerciais de tan-
gerinas em São Paulo e suas épocas de colheita. 
Seus dados complementam os apresentados na 
descrição das variedades.
Tabela 3 Principais características das variedades de tangerinas de valor comercial no Estado de São Pauloa
Variedade Origem
Sementes/
fruto
Massa 
fruto Teor suco °Brix
Acidez
Ratiob Destino dosfrutosc
nº g % %
Cravo Brasil ou Portugal 20-22 135 48 10,8 0,80 13,5 MI - S
Mexerica-
-do-Rio Itália 30 133 40 10,4 0,99 10,5 MI - E - S
Ponkan Índia 5-8 138 43 10,8 0,85 12,7 MI
Murcott EUA 20 140 48 12,6 0,92 13,7 MI - E - S
a Valores médios para variedades obtidos junto às indústrias processadoras
b Ratio = razão sólidos solúveis (°Brix) / acidez
c MI = mercado interno, S = suco e E = exportação
Fonte Adaptado de Figueiredo (1991)
Tabela 4 Épocas de colheita dos frutos das principais variedades de tangerinas e tangor no Estado de São 
Pauloa
Variedade Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Cravo
Mexerica-do-Rio
Ponkan
Murcott
a Hachurado escuro representa épocas principais de colheita; hachurado claro, as épocas de colheitas menores. Informações referem a pomares não 
irrigados e situados nas condições médias de clima do planalto paulista
Fonte Adaptado de Figueiredo (1991)
CITROS46 Variedades copas 47
3.1 Ponkan 
Originária da Ásia (Hodgson, 1967), esse gru-
po de tangerinas constitui um dos mais cultivados 
no mundo - China, Japão, Filipinas (Batangas) e 
Índia (Nagpur Suntara) - e também é o mais po-
pular no Brasil (Saunt, 1990). Em 2000, a varie-
dade representava 2% dos plantios comerciais de 
citros (Pompeu Junior, 2001). A Flórida importou, 
em 1888, uma seleção de Ponkan, a Oneco, que 
se diferenciou da primeira pela textura da casca, 
pelo maior número de sementes e pela maturação 
mais tardia de seus frutos. No Brasil, Oneco é co-
nhecida como Cravo Tardia (Saunt, 1990). 
São árvores de porte médio, com crescimento 
ereto, produtivas, mas com tendência a apresentar 
alternância de produção. Frutos grandes, de matu-
ração meia-estação, casca solta e sabor bastante 
doce, o que as torna muito apreciadas para con-
sumo in natura
(Figura 2A). 
De acordo com levantamento realizado pelo 
Fundecitrus, nos viveiros paulistas havia em maio 
de 2003, 0,5% de mudas em formação dessa va-
riedade.
3.2 Murcott
O tangor Murcott (Figura 2B) é a segunda 
variedade mais importante cultivada em São 
Paulo e representava, em 2000, 0,8% dos plantios 
comerciais de citrícos (Pompeu Junior, 2001). Ori-
ginado de progenitores desconhecidos, foi obtido 
por W.T. Swingle, na Flórida, onde, já em 1933, 
acreditava-se que poderia ter valor comercial. Foi 
propagado por Charles Murcott Smith e J. Ward 
Smith. Nos Estados Unidos, é chamado de tangeri-
na Honey (Saunt, 1990). 
Os países que mais produzem Murcott são o 
Brasil e os Estados Unidos. É cultivado também na 
China, na Austrália, em regiões onde as clementi-
nas não se adaptam bem, e no Japão tem tido mui-
to êxito quando efetuado em estufas, apresentando 
frutos com maturação tardia (abril e maio), exce-
lente coloração laranja-avermelhada e sem lesões 
(Saunt, 1990). Entre as variedades selecionadas a 
partir de Murcott, vale ressaltar a Murcott J, que 
apresenta as mesmas características da Murcott 
tradicional, exceto pela metade do número de 
sementes (Pompeu Junior, 2001) e a Afourer, que 
não tem bem clara a sua origem. Acredita-se que 
surgiu de semente, no Marrocos, de uma planta 
de Murcott com 35 anos de idade em Afourer, 
próximo a Beni Mellal. Entretanto, estudos reali-
zados envolvendo DNA da variedade, realizados 
na Universidade da Califórnia, revelaram que ela 
não está relacionada com a Murcott. De acordo 
com as características do fruto, é provável que a 
Afourer seja um híbrido de Murcott com clementi-
na (Saunt, 2000).
No Estado de São Paulo, em maio de 2003, 
entre as mudas produzidas nos viveiros, 0,84% re-
presentava essa variedade. Esse número supera os 
da Ponkan em razão de a Murcott se prestar tanto 
para a indústria como para o mercado, valendo 
ressaltar que essa variedade é importante para a 
exportação como fruta in natura.
3.3 Mexerica-do-Rio
O grupo das mexericas (C. deliciosa), é tam-
bém conhecido como o das tangerineiras do 
Mediterrâneo. Seus parentais e sua origem não 
são conhecidos, mas há indícios de que a espécie 
tenha surgido a partir de uma tangerina chine-
sa (Hodgson, 1967). Entretanto, é possível que 
ela seja constituída por híbridos verdadeiros da 
tangerina comum (C. reticulata) (Machado et al., 
1996). Seu aparecimento na Itália se deu entre 
os anos de 1810 e 1818 (Chapot, 1962). Por se 
adaptar bem ao clima quente e úmido, apresentou 
bom tamanho e boa qualidade dos frutos no Norte 
da África do Sul, onde amadurecem mais preco-
cemente do que aqueles produzidos na Espanha e 
na Itália (Hodgson, 1967). Ao longo das décadas 
passadas, esse grupo foi perdendo importância na 
Europa, com sua substituição pela clementina. 
É conhecida mundialmente como Willowleaf 
mandarin. No Brasil, recebeu diversos nomes, 
como Mimosa e Bergamota, entre outros. No 
Estado de São Paulo representa 0,6% entre os 
cítricos (Pompeu Junior, 2001), mas é bastante 
representativo seu plantio no Rio Grande do Sul. 
Entre as variedades cultivadas no Brasil, tem-se a 
tradicional Mexerica-do-Rio (Figura 2C) e a Mon-
tenegrina. Esta, segundo Rodrigues & Dornelles 
(1999), surgiu de mutação ou recombinação na 
progênie nucelar ou zigótica da variedade Caí, 
nome regional da Mexerica-do-Rio, variedade 
plantada no Rio Grande do Sul juntamente com o 
tangor Murcott (Amaro, 1984). O cultivar Monte-
negrina destaca-se do Caí por ser dois a três meses 
mais tardio, com frutos de casca mais resistente e 
CITROS48 Variedades copas 49
de melhor coloração (Marodin, 1987, citado por 
Rodrigues & Dornelles, 1999). No Rio Grande do 
Sul, Sartori et al. (1996), apresentaram como perí-
odo ideal de maturação, para a tangerina Caí, de 
abril a junho e, para a Montenegrina, de agosto 
a outubro. Para as condições edafoclimáticas de 
Cordeirópolis (SP), a tradicional Mexeriqueira-do-
Rio tem seus frutos próprios para colheita entre 
maio e julho (Pio, 1999).
Das mudas produzidas em maio de 2003, em 
São Paulo, somente 0,09% eram dessa variedade. 
3.4 Cravo
A tangerina Cravo (Figura 2D) tem como ori-
gem provável o território português, sendo muito 
similar a outra variedade, Carvalhais (Saunt, 
1990). Apesar da semelhança, os frutos da Cravo 
são maiores, pois foram adquirindo características 
próprias como é comum nas plantas propagadas 
por sementes (Donadio et al., 1995).
Embora seja muito saborosa, vem perdendo, 
ano a ano, lugar de destaque entre os plantios 
no Estado de São Paulo, não aparecendo, muitas 
vezes, entre as mais plantadas. 
Apenas 0,03% das mudas produzidas nos vi-
veiros paulistas era de tangerina Cravo, em maio 
de 2003. 
3.5 Seleção de novas variedades
Devido ao pequeno número de variedades 
plantadas comercialmente e à produção de tan-
gerinas ser de variedades com sementes, pesqui-
sas vêm sendo desenvolvidas para disponibilizar 
outras variedades, mais bem aceitas no mercado 
internacional, e também colocar à disposição do 
consumidor frutas cítricas em época em que não 
estão presentes no mercado brasileiro.
3.5.1 Grupo das ponkans
Para o grupo das ponkans, selecionar varieda-
des que apresentam período de maturação fora 
de safra é o grande objetivo das pesquisas. Algu-
mas variedades de tangerina Satsuma (C. unshiu 
Marcow.), provenientes do Japão, cujos frutos 
são semelhantes aos da tangerina Ponkan, têm 
o período de maturação iniciando em fevereiro 
e, apesar de não apresentarem características de 
sabor muito adequadas ao paladar do brasileiro, 
entram no mercado quando há escassez desse tipo 
de citros, conseguindo, desse modo, boas vendas. 
Fazem parte do BAG-Citros do Centro APTA Citros 
Sylvio Moreira, as variedades Miyagawa e Owari, 
apresentando a primeira, frutos maiores, casca 
Figura 2 Variedades comerciais de tangerinas e híbridos: A. Ponkan, B. Murcott, C. Mexerica-do-Rio, e 
D. Cravo 
Fotos: Centro 
APTA Citros 
Sylvio Moreira/
IAC
BA
DC
CITROS48 Variedades copas 49
mais lisa e fina e com maturação dos frutos se an-
tecipando em três semanas aos da Owari (Saunt, 
1990). Assim, as Satsumas têm sido estudadas, 
pois, além de o grupo apresentar variedades com 
maturação bastante precoce, coincidindo com 
uma época em que não há disponibilidade de 
tangerinas no mercado, possui outra característica 
favorável: seus frutos não possuem sementes. Va-
riedades de Satsumas com características bastante 
promissoras vêm sendo estudadas por Morimoto 
(2001), no Japão, as quais foram obtidas de muta-
ção de plântulas e hibridações convencionais. 
Após a maturação da Satsuma, selecionou-se 
a tangerina Span Americana, introduzida da Cór-
sega em 1967. Essa variedade apresenta plantas 
de porte ereto e seus frutos possuem características 
bastante adequadas para serem consumidos a 
partir do final de março. Caracteriza-se como uma 
variedade precoce com frutos de aspecto bastante 
atrativo, quando se leva em consideração o sabor 
e o tamanho (Pio et al., 2001).
Outras duas variedades, a Loose Jacket e a De 
Wildt, apresentam o período de colheita a partir 
de junho, estendendo-se até agosto, com frutos 
de excelente sabor, semelhantes aos da Ponkan; 
entretanto, são mais firmes, facilitando o manuseio 
na colheita e na pós-colheita (Pio, 1997).
As variedades Africa-do-Sul e Empress têm-se 
mostrado bastante interessantes, pois podem ser 
colhidas a partir de julho, estendendo a matura-
ção de seus frutos até setembro, sendo, portanto, 
bastante tardios. Com o aspecto semelhante ao da 
tradicional Ponkan, apresenta textura firme e exce-
lente qualidade (Pio, 1992).
Assim, tem-se a possibilidade de colheita de 
frutos do tipo Ponkan de fevereiro a setembro. 
Aliando diferentes regiões climáticas do Estado de
São Paulo e porta-enxertos, provavelmente, ocor-
rerá maior dilatação de safra dessa variedade.
Dada importância que possui para os asiáti-
cos, a Ponkan tem sido estudada por pesquisado-
res chineses e, segundo Lisong & Xingui (2000), 
diversas seleções têm sido obtidas visando am-
pliar o período de safra e conseguir frutos sem 
sementes.
3.5.2 Grupo das mexericas
O grande objetivo da seleção de mexericas 
é a obtenção de variedades que ampliem ainda 
mais o período de colheita. A mexerica Tardia 
da Sicilia, que foi introduzida da Itália, em 
1968, no Centro de Citros, em Cordeirópolis 
(SP), além de apresentar sabor e aspecto externo 
do fruto bastante semelhante à Mexerica-do-Rio, 
possui a característica de ser mais tardia. Seus 
frutos podem ser colhidos a partir de agosto, 
logo após a colheita da variedade plantada 
comercialmente. O equilíbrio entre açúcares e 
ácidos é fator marcante nessa variedade, tor-
nando-a excelente para consumo in natura (Pio 
et al., 2001).
3.5.3 Variedades sem sementes
Na região mediterânea, em especial no Mar-
rocos e na Espanha, as variedades sem sementes, 
principalmente as clementinas, têm-se tornado as 
tangerinas mais populares e com a mais rápida 
expansão nas últimas três décadas. Na Espa-
nha, tem-se plantado, basicamente, a autêntica 
clementina sem sementes, e em vista de intensas 
observações, têm sido detectadas mutações de 
grande interesse. Esse fato veio possibilitar a ob-
tenção de safras de clementinas além dos meses 
tradicionais (novembro e dezembro), ou seja, de 
meados de outubro a meados de fevereiro (Saunt, 
1990). Das muitas variedades cultivadas, podem-
se citar: Fina, Nules, Esbal, Oroval e Marisol, 
entre outras. 
Existem muitas controvérsias sobre a origem da 
clementina. Uma das teorias é de que ela tenha 
surgido de um cruzamento acidental entre a me-
xerica comum do Mediterrâneo e a laranja-azeda 
conhecida como Granito. Outra hipótese é de que 
apresenta características idênticas à variedade 
conhecida como tangerina Canton, plantada nas 
províncias de Gwangxi e Guangdong, na China 
(Saunt, 1990). 
 Além das seleções de clementinas, alguns 
híbridos de tangerinas têm-se mostrado com bom 
potencial em alguns países, como Espanha, Israel, 
Estados Unidos, Austrália e Japão. Um exemplo é 
o crescente plantio de tangelo Nova em áreas de 
cultivo da Espanha e Israel, onde recebeu as de-
nominações de Clemenville e Suntina. Na Flórida, 
este último vem ganhando popularidade em detri-
mento do tangelo Orlando (Saunt, 1990).
Além dos estudos para ampliação do período 
de maturação dos frutos, a ausência de sementes é 
outro objetivo que vem sendo buscado nos traba-
lhos de melhoramento em São Paulo.
CITROS50 Variedades copas 51
 Segundo Gayet (1993), para o consumidor 
estrangeiro, as variedades de tangerinas planta-
das no Brasil não atendem ao padrão de aceita-
ção para serem consumidas como fruta fresca. O 
mercado internacional valoriza muito frutas sem 
sementes. O tangor Murcott, que é exportado, 
apresenta cerca de vinte sementes por fruto. En-
tretanto, o europeu está acostumado a consumir 
as clementinas, que são produzidas e vendidas 
na ordem de 700.000 toneladas por safra.
Fazem parte da coleção do Centro Avançado 
de Citros duas variedades obtidas pelo Prof. Dr. 
Luiz Carlos Donadio, em 1972, provenientes de 
cruzamentos entre as tangerinas Cravo e Cle-
mentina. Apesar de as plantas localizarem-se 
próximo de outras variedades cítricas, constata-
se, com freqüência, a presença de alguns frutos 
sem sementes, o que é altamente interessante. 
Essas variedades, as Clementinas Caçula 3 e 4, 
vêm merecendo especial atenção, tendo em vista 
que há possibilidade de não possuírem sementes 
quando em plantios isolados (Pio et al., 2000).
O tangelo Nova (Figura 3A) também tem sido 
alvo de estudos. Variedades com frutos de aspec-
to bastante atraente e muito saborosos, tem-se 
comportado muito bem em regiões de clima mais 
ameno, realçando ainda mais a sua coloração e 
sabor da fruta (Pio, 2003). Outra variedade, o 
tangor Ortanique (Figura 3B), apresenta caracte-
rísticas adequadas de sabor e, apesar de possuir 
casca mais aderente ao fruto, tem maturação bas-
tante tardia, podendo ser colhidas até outubro, o 
que desperta grande interesse entre os produtores 
(Borges & Pio, 2003)
3.5.4 Outros híbridos
O mais importante híbrido de tangerina é o 
tangor Murcott; entretanto há outros igualmente 
promissores. Segundo Pio (1997) e Pio et al. 
(2001a, 2004) são apresentadas a seguir varie-
dades que poderão ampliar o quadro varietal da 
citricultura paulista.
a) Thomas
Introduzida da África do Sul, apresenta frutos 
de forma oblata, de tamanho médio e coloração 
laranja-avermelhada. Casca lisa e aderente. Ápice 
e base truncados com pequeno colarinho. Massa 
média de 161g. Polpa de coloração alaranjada 
forte, com a média de 16 sementes por fruto. 
Suco correspondendo a 38% da massa do fruto, 
com teores médios de °Brix de 13,1%; acidez, 
1,2% e ratio de 10,1. Variedade promissora para 
exportação, tendo em vista o sabor que adquire, 
bastante adequado ao paladar do consumidor 
estrangeiro (Figura 3C).
b) Sul-da-África
Introduzida da África do Sul, em 1967. 
Apresenta frutos de tamanho médio, cor ala-
ranjada forte e forma oblata; casca aderente 
com vesículas de óleo ligeiramente salientes. 
Ápice truncado e base côncava com peque-
no colarinho. A polpa é alaranjada forte, 
com média de 14 sementes por fruto, que 
pesa em média, 106 g. Suco correspondendo 
a 45% da massa do fruto com teores médios 
de °Brix de 12,1%; acidez 1,0% e ratio 11,7. 
Variedade com frutos de aparência bastante 
atrativa e excelente sabor, prestando-se para 
o mercado de fruta fresca (Figura 3D).
c) Szuwinkon
Introduzida da Estação Experimental de Lipa, 
nas Filipinas, pelo Prof. Dr. Ary Salibe. Apresenta 
frutos de tamanho médio, coloração amarelo-
alaranjada, forma oblata. Casca lisa e aderente. 
Ápice truncado e base com pescoço. Massa média 
de 122 g. Polpa de coloração alaranjada forte, 
com média de 13 sementes por fruto. Suco corres-
pondendo a 41% da massa do fruto, com teores 
médios de °Brix de 11,6%, acidez 0,7% e ratio de 
17,5 (Figura 3E). 
d) Szuwinkon x Szuwinkon-Tizon
Introduzida da Estação Experimental de 
Lipa, nas Filipinas, em 1966, pelo Prof. Dr. Ary 
A. Salibe. Apresenta frutos de tamanho médio 
a grande, coloração alaranjada forte, forma 
oblata. Casca aderente, lisa, com glândulas li-
geiramente salientes. Base com pescoço e ápice 
truncado. Massa de 132 g. Polpa de coloração 
alaranjada forte, com média de 11 sementes 
por fruto. Suco correspondendo a 40% da 
massa do fruto, com teores médios de °Brix de 
11,6; acidez 0,7% e ratio de 18,8. Tanto essa 
variedade quanto a Szuwinkon apresentam 
casca bastante firme, porém fáceis de descas-
car, o que, certamente, constitui importante 
fator no pós-colheita. Sabor exótico extrema-
mente agradável ao paladar.
CITROS50 Variedades copas 51
e) Fremont
Originária de cruzamento das tangerinas 
Clementina e Ponkan (Citrus clementina hort. ex 
Tan. x Citrus reticulata Blanco), realizado por 
P.C. Reece, do Departamento de Agricultura dos 
Estados Unidos, em Orlando, Flórida, e depois 
selecionada por J.R. Furr, na Califórnia, antes de 
ser liberada em 1964. Apresenta plantas de porte 
médio, com boa produtividade. Frutos de matura-
ção precoce a meia-estação, tamanho médio, for-
ma oblata, casca lisa e ligeiramente frouxa. Mas-
sa média de 103 g, com média de 13 sementes 
por fruto, casca e polpa de coloração alaranjada 
forte; 51% de rendimento em suco; °Brix de 12; 
acidez 1,0% e ratio de 11,9 (Figura 3F). 
4 Limões e limas ácidas
Neste grupo, estão reunidos os limões verdadei-
ros e a lima ácida Tahiti. Nas Tabelas 5 e 6, são 
apresentadas as principais
características e a época 
de colheita, do limão Siciliano e das duas limas áci-
das Galego e Tahiti para o Estado de São Paulo.
4.1 Limões
A origem do limão ainda hoje tem sido fon-
te de controvérsias com relação a sua história 
e taxonomia. Acredita-se que seja nativo da 
porção oriental do Himalaia, na Índia e áreas 
adjacentes. Sua introdução na Europa ocorreu 
no século XI, com as cruzadas religiosas (Web-
ber, 1943)
Chegou à América do Norte trazido por Co-
lombo na segunda expedição, em 1493, de onde 
se disseminou para os demais países da América 
do Norte e do Sul, conforme relato de Tolkowsky 
(1938), citado por Sinclair (1984). Atualmente, 
é bastante cultivado nos Estados Unidos, países 
mediterrâneos (Itália e Espanha), na Argentina, 
Brasil, China e África do Sul, além de outros, em 
menor quantidade.
De acordo com Malik et al. (1974), citado 
por Sinclair (1984), existem dúvidas se o limão 
é um híbrido; acredita-se que seja um derivado 
da cidra, lima e outra fonte genética não identi-
ficada, ou mesmo um pomelo.
Figura 3 Variedades de tangerinas e híbridos com valor comercial: A. Nova, B. Ortanique, C. Thomas, D. 
Sul-da-África, E. Szuwinkon, e F. Fremont 
Fotos: Centro 
APTA Citros 
Sylvio Moreira/
IAC
BA
FED
C
CITROS52 Variedades copas 53
O limoeiro é adaptado às regiões de clima sub-
tropical com temperatura média anual inferior a 
20 °C. Em regiões cuja amplitude térmica entre os 
meses mais frios e quentes do ano se mantém em 
torno de 7 °C, apresenta florescimentos consecuti-
vos, o que possibilita a colheita durante, pratica-
mente, o ano todo. Quanto maior essa amplitude, 
mais concentrada será a produção nos meses de 
outono e inverno (Coggins, 1984)
No Brasil, o limão é cultivado, comercialmen-
te, sobretudo no Estado de São Paulo, havendo 
pequenos cultivos em Santa Catarina e no Rio 
Grande do Sul. No Estado de São Paulo, os plan-
tios localizados mais ao sul sofrem com as geadas, 
pois, entre as frutas cítricas, o limão é um dos mais 
sensíveis à baixa temperatura. Os plantios mais 
ao norte do Estado apresentam maior incidência 
de pragas, plantas mais vigorosas e longevidade 
menor, dadas as temperaturas mais altas.
O limoeiro é uma planta de hábito de cresci-
mento ereto, vigoroso e expansivo, exigindo poda 
normalmente a partir do 7o ano de cultivo. Os 
frutos são oblongo-elipsóides, com pescoço e ma-
milo, cujo tamanho é inerente a cada variedade. A 
casca, quando maduro, é amarela, com vesículas 
de óleo grandes, albedo geralmente espesso e pol-
pa amarelo-clara de textura firme (Donadio et al., 
1995). A massa do fruto varia de 120 a 220 g e o 
teor de suco entre 45 e 55%, com teores médios de 
sólidos solúveis totais de 9,0% e acidez de 5,5%. 
O número de sementes varia de 7 a 15 (Cardoso, 
1998).
As variedades mais cultivadas no mundo são: 
Eureka, Femminello, Genova, Lisboa, Siciliano, 
Interdonato, Monachello, Verna e Villafranca, con-
forme relato de Sinclair (1984) e Saunt (1990). No 
Brasil, as variedades Eureka, Femminello, Lisboa e 
Genova têm sido as mais cultivadas.
Apesar de os limões da espécie C. limon (L.) 
Burm. f. serem conhecidos, no Brasil, como limão 
Siciliano, essa denominação se aplica, na ver-
dade, a uma variedade pouco cultivada. Assim 
sendo, o termo “Siciliano” acaba englobando uma 
série de seleções ainda não classificadas dentro 
das demais variedades de limão cultivadas no 
Brasil. A sinonímia Siciliano utilizada no Brasil, 
Tabela 5 Principais características das variedades de limões e limas ácidas de valor comercial no Estado de 
São Pauloa 
Limas 
ácidas e 
limão
Origem
Sementes/
fruto
Massa 
média Teor suco °Brix
Acidez
Ratiob
Destino 
dos
Frutoscno g % %
Siciliano Desconhecida 10 95 35 8,0 5,3 1,5 MI - E - S
Galego Índia 5-6 35 50 9,7 6,5 1,5 MI - S
Tahiti Índia 0 70 50 9,0 6,0 1,5 MI - E - S
a Valores médios para variedades obtidos junto às indústrias processadoras
b Ratio = razão sólidos solúveis (°Brix) / acidez
c MI = mercado interno, S = suco e E = exportação
Fonte Adaptado de Figueiredo (1991)
Tabela 6 Épocas de colheita dos frutos das principais variedades de limas ácidas e limão no Estado de São 
Pauloa
Variedade Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Siciliano
Galego
Tahiti
a Hachurado escuro representa épocas principais de colheita; hachurado claro, as épocas de colheitas menores. Informações referem a pomares não 
irrigados e situados nas condições médias de clima do planalto paulista
Fonte Adaptado de Figueiredo (1991)
CITROS52 Variedades copas 53
segundo relatos de Alves (1986), é uma alusão à 
origem das primeiras sementes de limão introdu-
zidas no País, já que as mesmas, possivelmente, 
vieram da Sicília, na Itália. A variedade Siciliano, 
de acordo com Tucker & Hearn (1982), é cultiva-
da na Flórida; suas plantas são muito vigorosas, 
apresentam grande quantidade de espinhos e alta 
sensibilidade ao frio. Seus frutos são grandes, com 
problemas de qualidade no pós-colheita, devendo 
ser destinados somente à industrialização.
4.1.1 Eureka
A variedade Eureka (Figura 4A) é, atualmente, 
a mais cultivada tanto no Brasil, quanto nos Es-
tados Unidos, na Argentina e na África do Sul. 
As plantas apresentam porte menor em relação à 
variedade Lisboa, sendo menos enfolhadas e com 
menor resistência às geadas e poucos espinhos. 
Sua produção é distribuída no inverno, na prima-
vera e no início do verão, com a maior parte dos 
frutos distribuída na região externa da planta. O 
fruto tem tamanho médio, com casca de espessura 
média a fina, alto teor de suco e acidez e poucas 
sementes, características que o tornam a varieda-
de de limão preferida para o mercado de fruta 
fresca (Saunt, 1990). 
4.1.2 Femminello
A variedade Femminello, a mais importante em 
cultivo na Itália, compreende um grupo de sele-
ções que apresentam como característica principal 
plantas de porte vigoroso, boa produtividade e 
vários fluxos distintos de florescimento (Sinclair, 
1984). O fruto apresenta tamanho médio, casca 
relativamente grossa, com conseqüente redução 
no teor de suco; acidez alta, com o número de se-
mentes variando de acordo com o fluxo de floresci-
mento. A seleção Femminello Santa Teresa, a qual 
segundo Saunt (1990), é resistente à doença mal 
secco [Phoma tracheiphila (Petri) Kanc. et Ghik], é 
a seleção cultivada no Brasil.
4.1.3 Lisboa
De origem australiana, o Lisboa é, atualmen-
te, bastante cultivado nos Estados Unidos e na 
Argentina, sendo, juntamente com o Eureka, as 
variedades mais cultivadas nas Américas. De 
porte médio a elevado, com bastante espinhos e 
folhagem densa, possui boa resistência ao frio e 
produtividade elevada, concentrada nos meses de 
outono e inverno. Os frutos estão distribuídos na 
região interna da planta. Em relação ao Eureka, 
seus frutos se diferenciam pela casca ligeiramente 
mais rugosa (Saunt, 1990). 
4.1.4 Genova
O Genova é uma variedade de origem italiana. 
As plantas são menores, com poucos espinhos e 
folhagem abundante. A resistência ao frio é boa. 
O fruto é de textura mais macia, formato mais 
arredondado, com mamilo e pescoço pequenos. 
Suas características internas são semelhantes às 
da variedade Eureka (Bono et al., 1985). 
A importância econômica do cultivo de limão 
está relacionada à sua utilização, tanto para pro-
dução de suco, óleo essencial e pectina da casca, 
quanto para consumo como fruta de mesa. O óleo 
extraído da casca é utilizado pela indústria de 
perfumaria e alimentícia para conferir o aroma 
e o sabor de limão aos seus produtos; o suco é 
adotado na indústria de refrigerantes, sucos e be-
bidas em geral e como acidulante natural em uma 
série de produtos alimentícios; a pectina extraída 
do albedo é utilizada como espessante em doces, 
geléias, sorvetes
e iogurtes principalmente.
Como fruta de mesa, ainda é pouco conhecida 
no Brasil, mas tem amplo consumo nos demais pa-
íses do mundo, por apresentar sabor agradável, 
boa aparência e boa conservação pós-colheita; 
além disso, a ocorrência de diversos fluxos de pro-
dução permite sua presença no mercado durante 
todo ano, favorecendo a estabilidade de preços.
4.2 Limas ácidas
A lima ácida Tahiti (Figura 4B) pertence a um 
grupo de citros chamado de limas ácidas. Seu 
nome científico é C. latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka. 
É conhecido como limon Persa no México, Bearss 
lime na Califórnia, Tahiti lime na Flórida (Roy et 
al., 1996) e como lima ácida de fruto grueso na 
Espanha (Gonzalez-Martinez & Garcia-Legaz, 
1990). Difere da lima ácida Galego [C. aurantiifo-
lia (Christm.) Swingle] pelo maior tamanho e pela 
ausência de sementes.
Na verdade, não existem variedades de lima 
ácida Tahiti, mas, sim clones. Os mais difundidos 
são o IAC-5 ou Peruano e o Quebra-galho. Na 
região Nordeste, os clones mais difundidos são o 
CNPMF-1 e o CNPMF-2, ambos de origem nucelar 
CITROS54 Variedades copas 55
(Coelho, 1993), dos quais foram obtidos materiais 
pré-imunizados. Um deles, o clone CNPMF-1 
pré-imunizado, foi avaliado em Bebedouro. Suas 
plantas apresentaram porte elevado e boa produ-
ção, apesar de estar enxertado sobre tangerina 
Cleópatra (Stuchi et al., 2002). 
Em São Paulo, cultivam-se os clones IAC-5 e 
o Quebra-galho, que também são plantados nas 
demais regiões produtoras, incluindo a Nordeste. 
Estimou-se que o número de plantas dos clones 
Quebra-galho e IAC-5, em 2000, no Estado de 
São Paulo, era de 1 e 5 milhões respectivamente 
(Amaro & Teófilo Sobrinho, 2000). 
O IAC-5 é um clone nucelar bastante produti-
vo que apresenta tolerância ao vírus da tristeza, 
ausência de fissuras na casca do tronco e ramos, 
e menor incidência de hipertrofia do cálice das flo-
res (Figueiredo, 1991). Os pomares formados com 
esse clone costumam ser bastante uniformes, com 
plantas de porte elevado. Há relatos de pomares 
pouco produtivos desse clone.
O Quebra-galho é um clone velho contamina-
do com viróides dos citros (CVd), inclusive o da 
exocorte dos citros (CEVd), razão pela qual suas 
árvores são de menor porte, até 40% menos aos 
cinco anos, que as do IAC-5 (Salibe & Roessing, 
1965). Os pomares de Quebra-galho são razo-
avelmente produtivos, mas bastante desuniformes 
e de vida útil mais curta (15% de plantas mortas 
aos 10 anos de idade) e, em geral apresentam 
precocidade de entrada em produção similar à 
do IAC-5 (Salibe & Roessing, 1965; Figueiredo 
et al., 1976). No clone Quebra-galho, ocorre 
grande variação na fenologia das plantas de um 
mesmo talhão, tanto no tamanho como no hábito 
de crescimento (Salibe & Moreira, 1965; Salibe, 
1986; Müller & Costa, 1993). Essas diferenças 
podem ser atribuídas ao viróide ou mescla de 
viróides que esteja contaminando o material, ou 
a falhas na transmissão por enxertia na propaga-
ção ou na inoculação, uma vez que a contamina-
ção com viróides pode ser setorizada (Figueiredo 
et al., 1976; Fernandes, 1983; Salibe, 1986; 
Corrales-Giraldo, 1990; Roistacher, 1991; Stuchi 
et al., 1998, 2001). 
Existem dúvidas quanto às vantagens de um 
ou outro clone. Foi reportado por Müller & Cos-
ta (1993) que o Quebra-galho apresenta maior 
produção de frutos, inclusive na entressafra. En-
tretanto, estudos realizados pelo IAC (Salibe & Ro-
essing, 1965; Figueiredo et al., 1976) mostraram 
não haver diferenças na qualidade das frutas, na 
distribuição das safras no decorrer do ano nem 
na produção de frutos no período de entressafra 
(outubro), entre os clones velhos portadores de 
exocorte e o IAC-5. Quanto à precocidade de 
entrada em produção e à produção total de frutos, 
o IAC-5 foi superior ao Quebra-galho. Já Morei-
ra (1956) afirmou que plantas com exocorte são 
precoces na entrada em produção e sempre pro-
duzem frutos extemporâneos. Pomares irrigados 
de IAC-5, quando bem conduzidos e sob certas 
condições de clima, produzem grande quantidade 
de frutos na entressafra. Estima-se que a maioria 
dos pomares brasileiros seja formado por plantas 
do clone Quebra-galho; isso é explicado por apre-
sentar porte reduzido, frutos de boa qualidade e 
boa produtividade. Essas características desper-
taram a preferência dos produtores. Contudo, as 
vantagens atribuídas ao Quebra-galho poderiam 
estar associadas a outros clones cujas árvores 
fossem também menores. Plantas cítricas de menor 
porte (anãs) podem ser obtidas pelo uso de porta-
enxertos ananicantes, de plantas interenxertadas 
com porta-enxertos ananicantes e pela inoculação 
de viróides conhecidos (Stuchi, 1994).
Cabe mencionar que existem, em outros países, 
clones dessa espécie como segue: na Espanha, o 
Instituto Valenciano de Investigaciones Agrárias, 
em seu Banco Ativo de Germoplasma (BAG), con-
ta com dois acessos: IVIA-124 e IVIA-227 (IVIA, 
2003) . Na França, o CIRAD-CORSA tem disponí-
vel, em seu BAG, três acessos: SRA 58, SRA 359 
e SRA 617 (INRA, 2003). Nos Estados Unidos, 
estão disponíveis dois clones nucelares: USDA no 1 
e USDA no 2 (Morton, 1987).
5. Pomelos
Dentre as poucas variedades existentes no Bra-
sil, destaca-se o Marsh Seedless, que foi origina-
do, aparentemente, nos Estados Unidos, sendo seu 
nome dado por um viveirista chamado C.M. Marsh 
(Figueiredo, 1991). Os frutos têm polpa amarela 
(Figura 4C).
São plantas de grande porte, com boa produti-
vidade, atingindo até 200 kg de frutos por planta. 
Por serem pouco tolerantes à tristeza, necessitam 
de pré-imunização, com seleção de raça fraca 
do vírus. Os pomelos participam em número de 
plantas com menos de 0,1% do total existente no 
Estado. Nas Tabelas 7 e 8, são apresentadas as 
características do fruto e o período de colheita do 
pomelo para as condições paulistas
CITROS54 Variedades copas 55
Figura 4 Variedades comerciais de limões, limas ácidas e pomelos: A limão Eureka, B. lima ácida Tahiti, e C. 
pomelo Marsh seedless 
Seus frutos servem para o consumo ao natural, 
nos mercados interno e externo e para a indústria 
de suco concentrado. Quanto a esse aspecto, há 
pequena utilização da fruta e do suco concentrado 
por parte dos brasileiros, provavelmente pelo seu 
sabor amargo. Assim, praticamente toda a produ-
ção é destinada à industrialização e exportada 
como suco e fruta fresca. Em São Paulo, a colheita 
normalmente ocorre de maio a agosto, sendo a 
variedade considerada de meia-estação.
Existem muitos pomelos de polpa colorida. 
Entre eles estão o Ruby e o Redblush, que não 
alcançam expressão comercial em São Paulo.
Poucos foram os trabalhos realizados no Brasil 
com os pomelos até o presente. Mas um deles, de 
Donadio & Enciso-Garay (1997), comparou as 
características qualitativas dos pomelos Star Ruby, 
Redblush e Marsh Seedless, nas condições de 
Bebedouro(SP), com as descritas em diferentes pa-
íses produtores. Os autores chegaram às seguintes 
conclusões: i) os dados médios das características 
qualitativas de frutos obtidos em Bebedouro, com 
o pomelo Marsh Seedless, são similares aos da 
Espanha, da Austrália e de Chipre; para o Red-
blush, constatou-se que a porcentagem de suco, 
acidez e ratio são similares aos da Argentina; o 
Star Ruby apresentou conteúdo em suco e sólidos 
solúveis similar ao da Córsega, ii) Marsh Seedless 
e Redblush apresentaram frutos com maior massa 
média, e Star Ruby proporcionou frutos com maior 
Tabela 7 Principais características da variedade de pomelo de valor comercial no Estado de São Pauloa 
 Variedade
Origem Sementes/fruto
Massa 
fruto Teor suco °Brix Acidez Ratio
b Destino dos
Frutosc
no g % %
Marsh Seedless EUA 4-6 250 38 8,5 1,3 6,5 MI - E - S
a Valores médios para variedades obtidos junto às indústrias processadoras
b Ratio = razão sólidos solúveis
(°Brix) / acidez
c MI = mercado interno, S = suco e E = exportação
Fonte Adaptado de Figueiredo (1991)
Fotos: Centro 
APTA Citros 
Sylvio Moreira/
IAC
Tabela 8 Épocas de colheita dos frutos do pomelo Marsh Seedless no Estado de São Pauloa
Variedade Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Marsh Seedless 
a Hachurado escuro representa épocas principais de colheita; hachurado claro, as épocas de colheitas menores. Informações referem a pomares não 
irrigados e situados nas condições médias de clima do planalto paulista
Fonte Adaptado de Figueiredo (1991)
BA C
CITROS56 Variedades copas 57
ratio e porcentagem de suco, iii) Marsh Seedless 
foi o mais produtivo na média de três safras, e iv) 
para volume de copa, o Redblush apresentou a 
menor média, não existindo diferenças marcantes 
entre as outras variedades. 
6 Considerações finais
O quadro varietal da citricultura paulista mos-
tra sua pequena base genética. As variedades de 
laranjas doces, em sua grande maioria, foram 
muito pesquisadas ao longo de todos esses anos, 
em vista de o Estado de São Paulo ter a maior par-
te de sua citricultura voltada para a indústria, haja 
vista ser o Brasil o maior produtor de suco con-
centrado congelado de citros do mundo. Assim, 
existe um número maior de variedades, quando 
comparado com os demais grupos cítricos dispo-
nibilizado para plantios comerciais. Entretanto, 
novas seleções de laranjas doces de maturação 
tardia e, principalmente, precoces e meia-estação 
necessitam ser plantadas pelos produtores para 
que possam preencher com produção de frutos o 
período ocioso das indústrias.
Com relação a variedades de laranja para 
mesa, o comportamento do mercado brasileiro 
ocorre de maneira diferente de grande parte dos 
países produtores desse tipo de fruta. As laranjas 
do tipo Navel são as preferidas pela maioria dos 
outros países. No Brasil, elas são substituídas por 
variedades que se prestam para as duas finalida-
des: mesa e indústria. Quanto às tangerinas, os pro-
dutores não se dedicam ao plantio de variedades 
sem sementes, que constituem a grande preferência 
de consumidores exigentes de todo o mundo.
As limas ácidas vêm ganhando espaço nos 
mercados internacionais por iniciativa de asso-
ciações que vão em busca de novos compradores. 
Essa estratégia também deveria ser adotada como 
um todo pelos citricultores do país no sentido de 
divulgar a fruta aqui produzida tanto para o 
consumidor interno quanto externo. Assim, há 
necessidade de uma política governamental de 
apoio e valorização do produtor brasileiro em 
mercados inexplorados. Disponibilizar novas 
variedades constitui importante fator na cadeia 
produtiva. Entretanto, o mais importante é haver a 
conscientização de todos os participantes do agro-
negócio para a adoção da tecnologia gerada pela 
pesquisa, quer seja pública, quer privada. Essa 
postura é de grande relevância, com conseqüen-
te obtenção de excelentes produtos, que possam 
contribuir para melhorar a qualidade de vida dos 
consumidores.
CITROS56 Variedades copas 57
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