Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DT ADM 18 DE SETEMBRO DE 2014 SERVIÇOS PÚBLICOS O conceito de serviços públicos os autores apontam 3 elementos, sendo 1 elemento subjetivo (significa quem vai prestar esse serviço); 1 elemento objetivo (que vai dizer que tipo de serviço é esse); 1 elemento formal (que vai dizer as regras, ou regime jurídico ele está submetido). Então existe o elemento subjetivo é a ideia de que é um serviço prestado pelo poder público ou por alguém a quem o poder público delegou essa tarefa, isso significa que tem que ser um serviço assegurado pelo Poder Público. Mas isso não significa que o poder público deve prestar o serviço diretamente, mas ele tem que garantir que o serviço seja prestado e acessível a população. Então ele pode se valer de outras maneiras de prestar esse serviço, inclusive através da concessão. Então é um serviço prestado pelo Estado (assegurado pelo Poder Púbico). Só se fala de serviço público se tiver algum tipo de responsabilidade pública na sua prestação, significa que é uma responsabilidade do Estado garantir a prestação desse serviço, normalmente corresponde algum tipo de bem ou valor estratégico ou essencial para a vida em sociedade. O elemento objetivo significa que o serviço público é uma utilidade a disposição dos particulares (dos administrados), ou seja, é um serviço que tem uma relevância social, esse serviço corresponde a um direito fundamental ou atividade considerada estratégica ou extremamente relevante de interesse público. Aquilo que vai ser considerado interesse público é uma construção histórica. Então determinado serviço pode ser considerado público num lugar e pode não ser considerado em outro. Normalmente esses serviços correspondem a um direito fundamental, ou correspondem a um monopólio natural, ou então são atividades que geram externalidades e por isso exigem a presença do Estado. O monopólio natural (normalmente quando se tem uma atividade em concorrência a tendência é que a concorrência faça diminuir o preço do serviço e a eficiência tende a aumentar), mas nos monopólios naturais acontece ao contrário, pois se você tenta colocar em regime de concorrência o preço do serviço vai aumentar e a qualidade vai diminuir, isso porque existem determinados serviços que para serem prestados eles exigem uma estrutura física muito grande e que não tem como compartilhar, de modo que dividir a clientela com o concorrente vai fazer com que o custo marginal desse serviço aumente. Exemplos de monopólio natural: distribuição de energia elétrica; entrega de cartas pelo correios. Externalidades são consequências positivas ou negativas de determinadas atividades. Uma externalidade negativa é um determinado serviço prestado que pode gerar consequências ruins para outras pessoas, ex: poluição. A externalidade positiva é quando o serviço é prestado ele gera consequências positivas para outras áreas também. Ex: coleta de lixo; Educação. O elemento Formal é a questão do regime do direito administrativo. Então o serviço público é uma utilidade a disposição dos administrados de relevância social e interesse público prestada pelo Estado ou por alguém delegado e sujeito ao regime jurídico de direito administrativo. Dentro dos serviços públicos existe uma classificação muito importante: serviços públicos privativos e os serviços públicos não privativos. Somente os serviços públicos privativos é que são serviços públicos stricto sensu. Os serviços públicos privativos não estão abertos a iniciativa privada, então só o poder público pode prestar ou por meio de uma concessão (permissão) estão no artigo 175 da CF. Art. 175 - Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Temos ainda alguns exemplo de serviços públicos privativos no artigo 21 da CF incisos X, XI, XII Art. 21 - Compete à União: X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens; b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; Os serviços públicos não privativos são serviços que o Estado presta, mas que estão abertos a iniciativa privada. O poder público também tem a responsabilidade de oferecer, esses serviços tem relevância social, então o Estado tem a responsabilidade de garantir a oferta desse serviço, porém não em caráter exclusivo, mas qualquer particular desde que cumprido os requisitos da lei poderá prestar esse serviço, ex: educação e saúde. Nessa hipóteses eles somente estarão submetidos ao regime de direito público quando efetivamente prestados pelo Estado. Obs: somente os serviços iut singuli (divisíveis) é que podem ser cobradas tarifas ou taxas, ex: transporte, água, gás. Os serviços públicos para ser criados são necessárias três etapas: Instituição (criação / definição) do serviço: trata-se de dizer que determinada atividade econômica é um serviço público. Portanto, privativo do Estado, e, particulares somente mediante concessão, ex: o mencionado artigo 21, incisos X, XI e XII; Regulação: definir normas, metas, qualidade e características; Execução: Direita (poder público); Indireta (outorga – criação por lei da entidade pública específica descentralizada, ex: fundação, autarquia, empresa pública ou SEM, ex: correios); (Delegação – contrato / concessão ou permissão, neste caso temos empresa privada). Obs: na execução indireta o que o poder público transfere para essas empresas é apenas a execução do serviço, ou seja, o poder público continua sendo o titular do serviço, ele apenas delega a sua execução, ex: a Gol executa o serviço de transporte aéreo. Mas ela não é a titular do serviço, mas a titular do serviço é a união. Obs: alguns autores entendem que no caso da outorga se transfere tanto a execução quanto a titularidade. Porém, para Bento (professor) ele não concorda, pois o professor prefere entender que se transfere apenas a execução haja vista que o Estado ainda regula (normatiza) aquelas atividades, se houvesse transferido a titularidade não se poderia regular. Então o que vamos ver são os serviços públicos privativos que foram delegados por meio de concessão e permissão. DIREITO ADMINISTRATIVO II 30 DE SETEMBRO DE 2014 Concessão de Serviços Públicos lei 8987/95 o artigo 2º inciso II, traz uma definição II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; Temos uma rela trilateral: o poder concedente (a entidade titular do serviço, ex: União, Estados ou Municípios) ele que vai delegar a execução do serviço ao particular. O poder concedente vai delegar a uma pessoa jurídica ou consórcio de empresa e tem prazo determinado, essa delegação é feita mediante contrato administrativo, deve ser feita a licitação na modalidade de concorrência para transferir o serviço ao concessionário. Obs: Não existe concessão para pessoa física. O concessionário é o executor do serviço. Além disso, temos o usuário que também é parte dessa relação. Essa ideia trilateral haverá direitos e deveresrecíprocos ex: do concessionário para o concedente; do concessionário para com o usuário; do usuário para com o concessionário etc temos direito e deveres em todas as direções. Então nessa definição é um contrato administrativo pelo qual se delega a prestação de um serviço público a uma empresa mediante licitação na modalidade concorrência por prazo determinado, para que essa empresa explore isso por sua conta e risco, e, o usuário vai pagar uma tarifa. Essa é a definição de concessão. Não só essa sistemática de delegação a execução, não vai somente se aplicar a serviços públicos. Existe também a possibilidade de delegar não só serviços, mas também obras. O poder público vai delegar, mediante contrato, a gestão de uma obra para uma empresa, ex: rodovia (quando paga o pedágio); o aeroporto. A lei não diz qual o tempo máximo de um contrato de concessão também não diz se é possível renovar. A concessão prevê a construção e gestão da obra.o poder público não vai precisar fiscalizar a execução de obra concedida, pois o risco é da empresa e a arrecadação será paga mediante tarifa, além da despesa de manutenção ser dela. A gestão de uma obra concedida é mais fácil, pois todas as obrigações estão contratualizadas. O consórcio como forma de gerir as obras é muito mais eficiente. Princípios de Serviços Públicos Adequados (artigos 6º e 7º) Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. § 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. § 2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. § 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. O artigo 7º fala dos direitos do usuário. Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários: I - receber serviço adequado; II - receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de interesses individuais ou coletivos; III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente. IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado; V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela concessionária na prestação do serviço; VI - contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços. Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos. Para que o serviço público seja concedido é preciso autorização legislativa, uma justificativa, conforme o artigo 5º dessa lei. Política Tarifária O concessionário vai ser remunerado por tarifa módica que vai cobrar do usuário de serviço. Uma das coisas que deve ser regulado pelo concedente antes mesmo de abrir a licitação é estabelecer os princípios da política tarifária. O concessionário vai ser remunerado por tarifa, mas não necessariamente só por tarifa. Mas existe a possibilidade do concessionário outros títulos de receita, isso faz inclusive o barateamento de tarifas, essas receitas são chamadas de renda acessória. Cabe ao contrato estabelecer quais as rendas acessórias que o contrato vai ter. Rendas acessórias são outros tipos de renda que não são tarifas. Ex: uma empresa de ônibus pode obter renda acessória com a publicidade, isso deve estar autorizado no contrato. Essas regras das rendas acessórias devem estar definidas antes da licitação para que a empresa possa calcular o valor da tarifa que ela quer cobrar, para isso ela deve saber com quais receitas ela poderá contar. Se essas regras ficarem estabelecidas após o contrato de licitação, então isso será considerado uma fraude, isso porque uma empresa ganha com uma despesa e mais a frente o governo resolve entregar uma renda acessória, nesse caso não pode porque as outras concorrentes não sabiam disso, se soubesse poderia ter baixado mais sua tarifas. Então toda receita acessória deve estar previamente predefinidas antes da licitação. Outra coisa que se deve saber é se haverá tarifas diferenciadas, por exemplo, isenção para pessoas com deficiência, passe livre etc. isso também deve estar previamente definido, pois trará impacto sobre o preço da tarifa. Também deve saber se terá tarifa social, ex: família com rendas até tanto salários mínimos. É possível também ter uma tarifa extrafiscal (você fazer valor diferenciado nas tarifas para estimular comportamentos diferenciados nas pessoas) ex: telefonar em determinados horário a tarifa é menor; questão da água com uma conta progressiva, quanto mais consome mais fica caro. Todas essas regrinhas fazem parte do modelo tarifário. É preciso verificar qual vai ser o cálculo do reajuste. O reajuste vai ter uma fórmula, o contrato tem que prever o reajuste se vai er pela inflação, se vai ser inflação do custo do serviço. A título de curiosidade: Existem duas maneiras de se calcular o custo do serviço: existe o custo médio (leva em consideração tudo que foi gasto para prestar o serviço) e existe a fórmula do custo marginal (só leva em conta quanto vai se gastar para fazer outro serviço). Então todas essas questões devem estar definidas previamente a realização da licitação para delegar os serviços. DIREITO ADMINISTRATIVO II, 02 DE OUTUBRO DE 2014 LICITAÇÃO E CONTRATOS DE CONCESSÃO A licitação para concessão é na modalidade de concorrência. Então tem toda aquela habilitação prévia, porém tem algumas coisas diferentes na concorrência para concessão. Primeiro, não se admite dispensa. Segundo, a lei permite se o edital pode prever a inversão das etapas e pode prever ma etapa de lances verbais (exatamente como o pregão), então a concorrência para a concessão pode ter as mesmas características, desde que o edital preveja. A outra coisa que é diferente são os tipos de licitação: existe a licitação por menor tarifa; melhor técnica; as de maior oferta (quem paga mais) a administração pública “pode vender a concessão”; pode acontecer o combinado dois as dois, ex: menor tarifa por melhor técnica; menor tarifa por maior oferta; e melhor técnica por maior oferta. Ela pode combinar os critérios dois a dois. Normalmente é permitido a constituição de um consórcio de empresas. Para o consórcio é necessário criar um compromisso de constituição de uma empresa chamada de sociedade de propósito específico, isso significa que se o consórcio ganhar a concessão (o consórcio deve criar uma empresa específica para administrar essa concessão), então se o mesmo consórcio tem várias concessões, logo será necessário criar uma empresa para cada concessão com propósito específico. A lei exige que o consórcio de empresas crie uma sociedade especifica para cada concessão com propósito específico para não misturar os negócios, a ideia é não misturar o faturamento da concessão, a contabilidade, ou o restante outros negócios com as empresas participantes. O edital pode prever a subconcessão para a subconcessão valem as mesmas regras que vimos na lei de licitações. Primeiro a subcontratação só pode ser parcial (não existe subcontratação total); não há relação jurídica entre o poder concedente e a subconcessionária; Obs: para a concessionária escolhera sua subconcessionária ela deverá fazer uma concorrência. O contrato de concessão pode homologar para a concessionária poderes administrativos. A concessionária pode receber por meio do contrato a prerrogativa de praticar determinados poderes ex: desapropriação; instituir servidões administrativas (servidão administrativa é a realização de obras ou instalação de determinados equipamentos com o objetivo de prestar algum serviço público, mas utilizando a propriedade do particular) ex: gasoduto. Obs: é possível receber valor de indenização se diminuir o valor do imóvel ou tornar o imóvel inaproveitável, nesse caso ele pode pedir para ser desapropriado. O contrato de concessão ode prever que a solução do litígio se de por arbitragem. È possível colocar nos contratos de concessão uma clausula compromissória. O regime de bens da concessão O contrato vai disciplinar o regime de bens da concessão, mas a lei estabelece algumas coisas. Primeiro existe o princípio da continuidade do serviço público, então o serviço público não pode para, não pode ser interrompido e exatamente para garantir a continuidade todos os bens que forem afetados a concessão, ou seja, aquele patrimônio que pé necessário a prestação do serviço público é impenhorável, ele é considerado um bem público, por ser considerado bem público eles são impenhoráveis, inalienáveis e não pode haver usucapião desses bens. O instituto da reversão dos bens Quando o contrato de concessão acaba, então ocorre o fenômeno da reversão dos bens. Ao final da concessão o concessionário é desapropriado de uma parte dos bens, geralmente, aqueles mais importantes a continuidade do serviço. Entre os bens da concessão o contrato vai distinguir quais os bens reversíveis e quais os bens não reversíveis. Os bens reversíveis são aqueles desapropriados são aqueles que ficam com o poder concedente, cabe ao contrato dizer quais são os bens reversíveis. Os bens não reversíveis são aqueles que o concessionário leva consigo embora. Em princípio o concessionário não vai ser indenizado pelos bens reversíveis, pois ao final do contrato presume-se que o concessionário arrecadou tarifa suficiente para amortiza o investimento feito. Existem situações em que o bem irreversível pode ser indenizado, nos casos de recisão antes do prazo ou por motivos extraordinário o concessionário teve que fazer novo investimento. Pode acontecer que o concessionário superestimou os cálculos, ex: tráfego de carros na rodovia, isso não justifica a indenização, o concessionário assume o risco. DT. ADM II 07 DE OUTUBRO DE 2014 INTERVENÇÃO A administração pública tem o direito de intervir na concessão. A intervenção não é uma medida punitiva, não é punição. Mas tão somente medida de caráter preventivo e saneador. Pode ser que da intervenção, em momento posterior, resulte numa punição, mas a concessionária não será punida com a intervenção. A intervenção acontece na hipótese em que o serviço não esteja sendo prestado adequadamente, ou se houver alguma denúncia de irregularidade. O poder público, também chamado de poder concedente nomeia um interventor. A direção da empresa (concessionária) vai ser afastada da gestão do serviço e o interventor vai assumir e realizar a gestão. A função do interventor são duas: 1º ele vai apurar as irregularidades; 2º sanear os problemas que ele encontrar na empresa. Antes da intervenção a administração pública da um prazo para correção espontânea dos problemas. Caso não haja correção, então ocorre a intervenção. A intervenção é uma medida temporária e até o prazo máximo de 180 dias, nesse período o interventor deverá tomar medidas saneadoras e de apuração de irregularidades. Ao final da intervenção o relator produzirá um relatório, onde ele vai apontar quais as medidas que ele tomou e quais as conclusões ele chegou a acerca da responsabilidade da concessionária e ele vai recomendar à concedente uma solução do problema, ex: pode recomendar a devolução do serviço a concessionária; ou pode recomendar a extinção da concessão, ou extinção do contrato; ela pode decidir pela encampação da concessão, ou pela caducidade da concessão. Obs: encampação e caducidade são duas formas de extinguir uma concessão. A responsabilidade civil da concessionária Remete ao artigo 37 §6º da CF CF. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Aqui trata da responsabilidade objetiva extra contratual, ela se aplica as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviço público. A concessionária é uma pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços públicos, então ela fica sujeita a mesma regra do Art. 37 §6º, isto é, da responsabilidade objetiva do Estado. Essa responsabilidade não é excluída, nem atenuada pelo fato do poder público fiscalizar a concessão. O poder concedente tem responsabilidade subsidiária. A lei fala que a responsabilidade é subsidiária, mas ela coloca um limite, que é o limite do valor dos bens reversíveis (bens reversíveis são aqueles que ao final da concessão ficam com o poder público). A lei diz que o poder concedente tem responsabilidade subsidiária até o limite do valor dos bens reversíveis. Extinção das Concessões A forma normal de extinção da concessão é pelo decurso do prazo. Caso a concessão se extinga normalmente pelo decurso do prazo, então o contrato acabou e pela regra geral não tem indenização, presume-se que o concessionário arrecadou tarifa suficiente para amortizar o investimento e ainda obter a base de lucro que ele esperava. Caso o concessionário tenha feito algum erro de avaliação e tenha ficado no prejuízo, isso faz parte do risco do negócio, pois a concessão é uma prestação de serviço por conta e risco do concessionário. Então o poder público não vai indenizar os concessionários por eventuais erros de avaliação. Porém, pode acontecer na ultima hora por um acontecimento imprevisível, como por exemplo, um desastre, onde o concessionário teve que fazer vários investimentos que não estavam previstos, mas que foram necessários em razão do desastre perto do final do contrato. Então se o investimento foi muito grande e muito próximo ao final do contrato, logo não deu tempo para recuperar tudo o que investiu, nesse caso ele tem direito a uma indenização pelos bens reversíveis não amortizados (não amortizados quer dizer que ainda não foram recuperado ainda com a arrecadação de tarifa). Agora quando a extinção ocorre abruptamente no meio do contrato, nesse caso pode acontecer 3 situações: 1ª houve alguma razão de interesse público relevante que justifica acabar o contrato no meio; 2ª alguém fez alguma bobagem, concessionário fez alguma coisa que não deveria, inadimpliu o contrato; 3ª a administração pode ter agido com culpa. Vejamos uma por uma. Na primeira situação temos a houve alguma razão de interesse público, aí nos temos a encampação. A encampação é o ato do poder concedente decidir romper o contrato de concessão e retomar o serviço por razões de interesse público, o concessionário não tem culpa. A encampação precisa de autorização legislativa, ou seja, o legislativo precisa autorizar a encampação porque para conceder teve autorização legislativa, logo para se desfazer deverá ter também, o que representa o respeito ao princípio do paralelismo de formas. Além disso, deverá ter motivação, indenização prévia (a indenização vai ser sobre os bens reversíveis amortizados, os bens reversíveis não amortizados e mais o lucro cessante). Na segunda situaçãosão as hipóteses em que o concessionário teve culpa, que ele inadimpliu o contrato, ele descumpriu alguma clausula do contrato de concessão ou não presta o serviço adequado, nesse caso teremos a caducidade. Nesse caso caberá indenização? A administração deve verificar se ocorre o enriquecimento sem causa, pois a adm não pode, mesmo havendo culpa do concessionário, ela não pode simplesmente do investimento feito pela empresa, então ela deverá indenizar pelos bens reversíveis não amortizados, mas essa indenização é posterior. Pode haver desconto, retenção de garantia em razão do prejuízo. Lembrando que para tudo isso deve ser garantido o contraditório. Além disso, pode resultar em outras sanções, como multa, suspensão ou declaração de inidoneidade. Observem também que ele não vai ser indenizado pelos lucros cessantes. Em terceiro lugar nós teremos a recisão, ocorre quando o concessionário quer devolver o pedido de concessão. Quando a administração pública não cumpre a sua parte no contrato. Como a administração pública, nesse caso, foi a culpada logo se aplica as mesmas regras da encampação. Ex: Pelo contrato o poder público estava obrigado a disponibilizar maquinário, bens ao concessionário, ou mesmo crédito; e acabou não fazendo o que descumpre o contrato e caberá a recisão. Obs: na caducidade deve ser dado prazo de saneamento para que as concessionárias saneie as irregularidades. A lei não exige que antes da caducidade a empresa passe por uma intervenção. Portanto, esse é o regime da concessão simples. Existem outros tipos de concessão que foram criadas em 2004 que é a concessão patrocinada e a concessão administrativa, essas formas de concessão são conhecidas como PPP (Parcerias Públicos Privadas) elas vão ter regras diferentes. Lei 11079/2004 – PPP (Parcerias Públicos Privadas) Existem determinados serviços públicos que são tão grandes que apenas com a tarifa não é possível dar retorno, ex: metrô ou hidroelétricas, onde são investidos bilhões e no prazo de 500 anos a empresa ainda não teria o retorno. Então nesse caso é necessário que o poder público pague parte da obra e a empresa vai gerenciar os serviço e arrecadar tarifa que será suficiente para manter o serviço. Então foram criadas duas modalidades novas de concessões: a concessão patrocinada e a concessão administrativa. Então temos na verdade 3 tipos de concessão. Temos a Concessão Comum (se caracteriza pela tarifa ser a única ou principal fonte de receita do concessionário). Temos a Concessão Patrocinada, que é uma PPP. A concessão patrocinada é constituída pela tarifa é aquela, que além da tarifa, o concessionário recebe uma contra prestação do poder concedente, isso significa que o poder concedente vai pagar uma parte da concessão. Temos a Concessão patrocinada, nesse caso não há tarifa e o serviço prestado não para o usuário, mas o serviço é prestado para a própria administração. Só pode haver PPP se houver dois objetos: Obras + Serviços, ex: penitenciárias, ou coleta do lixo, onde se pode o poder público pode fazer uma parceira para construção de um aterro sanitário e administrar o serviço de coleta de lixo. Uma coisa muito importante: só pode haver PPP se tiver dois objetos. O objeto da PPP é complexo e deve haver duas coisas: uma obra + um serviço. Não existe PPP somente para fazer obra e nem somente para PPP. A lei exige outros requisitos para PPP: tem prazo mínimo de 5 anos e até o máximo de 35 anos incluindo prorrogação. Outra exigência: para ter PPP contrato deve ser no mínimo de 20 milhões para esse sistema. DIREITO ADMINISTRATIVO, 09 DE OUTUBRO DE 2014 CONTRATO DE PPP A execução de todos os contratos se dar por empreitada integral, isso significa que o Poder Público só vai pagar a sua parte (contraprestação) depois que a obra estiver totalmente pronta e em condições de ser usada. Entretanto a lei estabelece as garantias que fazem as PPP’s funcionarem. A lei estabelece duas formas de garantir que o parceiro público vai de fato receber a sua contraprestação. A primeira forma de garantia é a vinculação de receitas, então é possível o poder publico estabelecer no orçamento que uma determinada receita será usada para um determinado contrato de PPP, o contrato de PPP também já prevê que o poder público vai inserir no orçamento. Alguns autores levantaram uma objeção constitucional, pois a CF no art. 167 tem várias proibições e num dos incisos estabelece o princípio d anão vinculação de receita. Então para ocorrer essa vinculação de receita, ela deverá ser não oriunda de imposto. Então pode ser de uma receita não tributária, ou uma receita de contribuições ex; royalties do pré sal. A segunda garantia é a criação de um fundo garantidor das PPP’s. O fundo é uma conta contábil, mas que foi criada uma Pessoa Jurídica de Direito Privado. Então a lei 11079 de 2004 criou uma pessoa jurídica de Direito Privado chamado de Fundo Garantidor das Parcerias Público Privadas, essa pessoa jurídica tem por objetivo administrar os recursos que vão servir como garantia exclusivamente para pagamento de contraprestação pública nessas parcerias. Como esse fundo não integra a fazenda pública, isso significa que os bens podem ser penhorados e podem sofrer execução. Pela lei esse fundo receberia 6 bilhões de reais como capital inicial e fica como garantidor das parcerias, esse fundo é administrado pelo comitê gestor das PPP’s que é constituído pela casa civil e Ministério da Fazenda e esse fundo vai ser aplicado para poder render e somente será acionado se o Poder Público falhar em pagar as parcerias. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE Trata de todos os mecanismos pelos quais o Poder Público tem o direito de restringir o uso que os particulares fazem da propriedade. As Situações de Intervenção são ao todos 6 tipos: limitações administrativas; ocupação temporária; requisição; servidões administrativas; tombamento; desapropriação. Vejamos uma por uma. Limitações Administrativas são aquelas regras para o uso da propriedade, a rigor a doutrina diz que essas limitações densificam o direito de propriedade, ou seja, as limitações administrativas concretizam o direito de propriedade que não é absoluta, existem regras para exercer a propriedade e existem limitações para o uso da propriedade, ex: as regras para construção. O que caracteriza a limitação administrativa é que ela é de caráter geral, ou seja, ela não é uma limitação que incide sobre um imóvel de terceiro, mas a toda uma categoria de bens, ex: emplacamento de veículos automotores. Então são limitações de ordem geral. Por serem limitação de ordem geral, elas não dão direito de indenização. O importante entender é que as limitações administrativas são normas, onde são estipuladas regras, elas incidem sobre todo o conjunto de bens e elas não dão direito a indenização. A segunda forma é a Ocupação Temporária, ela tem na CF artigo 5º inciso XXV “XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;”. Então bens de particulares podem ser ocupados temporariamente ou para evitar um dano, no caso de uma situação de emergência e também para realização de obra. Então quando o Poder Público esta fazendo uma obra, ele pode requisitar um imóvel (terreno) para que sirva de deposito de material de construção, regra geral não há indenização, salvo se houver dano, ou seja, não cabe lucros cessantes, somente se houver dano e será a posterior. Claro que par ao imóvel ser requisitado ele deverá ser um imóvel que esteja desocupado. Outro exemplo de ocupação temporária ocorre no caso de sítios arqueológicos ou paleontológicos, então se for encontrado artefatos na propriedade de alguém o Poder Público vai poder ocupar temporariamente para evitar que aqueles artefatos se percam. A ocupação temporária incide sobre bens específicos. A Requisição Administrativa ocorre no caso de iminente perigo público, numa situação de urgência. A autoridade pública pode solicitar de qualquerpessoa o uso de um bem nessas situações. A indenização é posterior se houver dano. DIREITO ADMINISTRATIVO II, 23 DE OUTUBRO DE 2014 SERVIDÃO ADMINISTRATIVA A servidão administrativa é um direito real sobre cosa alheia, ela vai a registro no registro de imóveis. Ela existe normalmente em função de um serviço público, ela é instituída a fim de garantir a prestação de um serviço público. Existe sempre dois elementos dentro de uma servidão: existe a coisa serviente e a coisa dominante. A coisa serviente é o imóvel (ele recai sobre bens imóveis), a coisa serviente é o imóvel sobre o qual recai a servidão. A coisa dominante é o serviço público em favor do qual é instituída a servidão. Ex: Os aquedutos, oleodutos, gasodutos que passam pela propriedade de vários particulares. O arquedotudo é particularmente gravoso porque ele passa pela superfície e com isso pode corta uma propriedade par ao transporte de água. A servidão em princípio ela tem caráter perpetuo e implica algumas obrigações como, por exemplo, tolerar a entrada de agentes públicos na propriedade. Ele pode ter a obrigação de Não construir, existe, por exemplo, uma servidão de aeroportos e em volta desses locais, bem como de fortificação militar, reservatórios de água nesses casos não se pode construir, ou melhor existem limitações. Na limitação administrativa ela é uma norma que atinge um a quantidade indeterminada de proprietários. Na servidão sempre atinge proprietários específicos que tem servidão e isso inclusive é levado para registro no cartório de imóveis. Outra servidão também é de quem é vizinho de imóveis tombados. Ele (vizinho) não pode construir ou colocar out dor, enfim nada que atrapalhe a visibilidade do imóvel. Cabe indenização se a utilização do imóvel implicar na redução do aproveitamento econômico do imóvel. TOMBAMENTO O tombamento é o processo administrativo quem tem por objetivo reconhecer o valor histórico, artístico, cultural, paisagístico de um determinado bem, ou coisa. Existem tombamento de manifestações culturais: cerimônias religiosas, linguagem etc. O bem tombado pode ser móvel (ex: um livro, uma gravura etc) ou imóvel. Existe um Decreto-Lei sobre o tombamento 25/1937. Mas na CF existe tem vários dispositivos que tratam da proteção do patrimônio histórico principalmente no artigo 216 §1º que trata da obrigação do estado brasileiro em colaboração com a comunidade proteger o patrimônio cultural. A competência para realizar a proteção do patrimônio em matéria de tombamento está fixada no artigo 24 inciso VII que trata da competência concorrente. J ao artigo 23, inciso II é a competência comum para proteger patrimônio histórico. Então a competência para criar leis sobre o tombamento, a competência é da união para fazer as regras gerais e os Estados para fazer as regras suplementares. A competência administrativa (tombar, fiscalizar, reformas, convênios, para promover a proteção do patrimônio) essa competência é comum, então a União, os Estados e os Municípios podem fazer. Não cabe indenização ao proprietário do imóvel caso o seu bem tenha sido tombado, embora isso acarrete várias limitações. O imóvel tombado pode ser vendido, mas se deve dar anteriormente o direito de preferência para a administração pública, sob pena de nulidade do negócio e multa. Existem 3 tipos de tombamento: o tombamento pode ser de ofício (quando for um bem público); Voluntário; e o Tombamento Não voluntário (compulsório). O procedimento começa normalmente com um estudo do Iphan, ou de outro órgão que atesta o valor histórico de determinado bem, ao fazer esse estudo ele dá início ao processo de tombamento e manda uma notificação ao proprietário para que ele se manifeste em 15 dias, então o proprietário poderá anuir o contrato de tombamento, nesse caso o tombamento será voluntário. Mas o proprietário pode impugnar, nesse caso o tombamento será compulsório. Infelizmente não há muito que o proprietário possa fazer. Existem as obrigações decorrentes do tombamento: conservar; fazer reparos ou comunicar ao Iphan se não tiver os recursos necessários; tolerar as ações do Iphan no sentido de conservar aquele imóvel; tem a obrigação de não descaracterizar o imóvel (o bem tombado ele se trona imodificável); direito de preferência (se o proprietário do bem imóvel quiser vender, então deverá notifica o poder público para poder dar preferência. Mas se for bem móvel, então é de não retirar do país, se tentar retirar do país então responderá pelo crime de contrabando, além de multa de 50% do valor do bem, a retirada de bens móveis só pode se dar se autorizada pelo Iphan e desde que seja para exposição). DIREITO ADMINISTRATIVO II 28 DE OUTUBRO DE 2014 DESAPROPRIAÇÃO Um dos institutos pelos quais o Estado intervém na propriedade privada, sendo a mais radical forma de intervenção pois vai privar a pessoa da propriedade. Existe, claro, o direito de propriedade que pé um dt fundamental e encontra-se no artigo 5 inciso XXII, mas lá apenas diz que é garantido o dt de propriedade. Por mais que um direito seja fundamental, entretanto ele nunca será absoluto, ele sempre vai permitir algum tipo de limitação ou algum interesse superior. Mas tem dispositivo na CF que ninguém será privado da sua liberdade ou dos seus bens sem o devido processo legal, inciso LIV do artigo 5 da CF. O supracitado artigo costuma ser citado nas aulas de processo, como sendo princípio de direito processual, mas na verdade não é. Mas a ideia básica é de que ninguém pode restringir direitos arbitrariamente. A propriedade privada é um direito fundamental, isso significa que ninguém pode ser privado arbitrariamente da sua propriedade. Na ideia do devido processo legal então se exige tanto no âmbito processual quanto no âmbito material, primeiro para que a pessoa seja privada deverá ter hipóteses (de modo objetivo a fim de limitar) taxativas na lei, isso significa que a administração publicação pode inventar outras hipóteses de desapropriação, além de estar estabelecido em lei em sentido formal, pois é ato aprovado pelo poder legislativo. Segundo, deve ter um procedimento. Por fim a desapropriação não pode acontecer sem uma indenização prévia, justa e em dinheiro. Esses são os requisitos para que o direito de propriedade possa ser flexibilizado de forma legitima em prol de algum interesse público. Além disso, a desapropriação deve ser motivada, ela deve ter um objetivo (finalidade legítima), necessária (a desapropriação deve ser necessária para alcançar aquela finalidade ex: desapropriação para a construção de via). Razoabilidade (aquela melhoria deve justificar a privação do direito). Esses requisitos valem, na verdade, para qualquer direito individual (fundamental) que vcs imaginarem. A desapropriação é um procedimento administrativo pelo o poder público adquire do particular a propriedade em caráter originário mediante indenização. Quando se fala em desapropriação é preciso falar de dois tipos de competências: Competência para Legislar sobre a Desapropriação (competência legislativa); Competência Administrativa (competência para realmente praticar os atos, instaurar os processos e levar a efeito a desapropriação). A competência legislativa é privativa da União, então somente a União pode legislar em matéria de desapropriação, artigo 22 inciso II. A competência administrativa é comum (União, Estados e Municípios), sendo que essa competência pode ser exercida também por entidades do Direito Privado, especificamente concessionárias de serviços públicos, ex: Cemar tem competência para conduzir processo de desapropriação depois de declarado o imóvel de utilidade pública. Embora a competência administrativa seja comum, mas temos algumas exceções. A desapropriação para a reforma agrária, somente a União pode fazer. E temos a situação de desapropriação por não cumprimento de função social de propriedade urbana, nesse caso a competência é privativa do município. Quanto ao fundamento da desapropriação (motivo) nós temos várias situações: desapropriação por utilidade pública(regulada no Decreto-lei 3565/41 que é a lei geral das desapropriações); temos a desapropriação por interesse social que é a Lei 4132/62 que é a desapropriação por interesse social; e temos uma lei especificamente para reforma agrária (lei 8029/93); temos também a Lei complementar 76/93 que é de interesso social de propriedade rural. Quanto ao Objeto da desapropriação, esse pode recair sobre um bem móvel, ou sobre bem imóvel. Poderá recair sobre bem público ou particular (os bens públicos podem ser desapropriados por ente superior, ex: um bem do município pode ser desapropriado pelo estado ou pela União, um bem do Estado pode ser desapropriado pela União. Mas não pode ocorrer o oposto, ou seja, a entidade menor querer desapropriar um bem da entidade maior. Claro que o Estado só pode desapropriar um bem do município desde que esteja dentro do território do Estado e o imóvel esteja situado naquele Estado). Quando o bem é desapropriado, então é uma forma de aquisição originária. Portanto, tudo o que tiver de pendência em relação ao imóvel desaparece. O interesse social tem haver com o não cumprimento de função social da propriedade. A CF proíbe a desapropriação para reforma agrária a propriedade improdutiva e nem a pequena e média propriedade se o proprietário não tiver outra. Não podem ser desapropriados também direitos personalíssimos, ex: não podem ser desapropriados direitos autorais. Também não pode ser desapropriado bens que estejam no mercado. Quanto a indenização, regra geral como ela é feita por utilidade pública ela deve ser em dinheiro e deve ser prévia. Existem situações em a desapropriação pode ser feita em títulos, no caso do não cumprimento de função social (visto como atos ilícitos), logo terá certo sentido sancionador, então a indenização será em títulos da dívida pública ex: títulos da dívida agrária, no caso de imóvel rural (prazo de resgate de 20 anos a partir do segundo ano); ou então títulos da dívida pública municipal, no caso do não cumprimento de função social urbana (o prazo de resgate é até 10 anos em parcelas anuais e sucessivas). Na indenização vai estar incluso o valor de mercado do bem e suas bem feitorias necessária e uteis, sendo que as uteis. Procedimento da Desapropriação É dividido em duas etapas: primeira etapa é a fase declaratória (o bem desapropriado deve ser declarado de utilidade publica ou de interesse social, isso é feito por meio de Decreto do chefe do Poder executivo que vai especificar o imóvel, o proprietário. O decreto vai motivar o imóvel, onde será apontada a finalidade do bem). Obs: o que ocorre se o imóvel for desapropriado e depois não for utilizado para aquela finalidade? R = Nesse caso, onde houve o desvio de finalidade o proprietário poderá solicitar uma coisa chamada de retrocessão (desfazer a desapropriação e o imóvel voltar ao patrimônio dele). Contudo não haverá retrocessão se o poder público der outra finalidade diferente da declarada, ex: desapropriação de terreno para construção de mercado, mas ao invés do mercado então o município construiu um museu, isso não justifica retrocessão, pois ao final das contas o imóvel teve destinação pública, ainda que não tenha sido aquela declarada no decreto. A lei dá prazo de até dois anos para fazer o aproveitamento de imóvel desapropriado e se não fizer poderá pedir a retrocessão. O momento do Decreto é importante porque ele fixa as condições do imóvel para efeito de indenização. Então o que vai servir de base para indenização é a situação do imóvel no momento do decreto, com as benfeitorias que estão lá. A partir daquele momento as benfeitorias que tiverem sido feitas até a data do decreto vão ser indenizadas. Dali pra frente as benfeitorias que tiverem sido feitas no imóvel só serão indenizadas nas benfeitorias necessárias. As benfeitorias utéis podem indenizadas se pedirem autorização do poder público para fazer. Uma vez expedido o decreto o poder público tem autorização de penetrar no imóvel para fazer avaliação, fazer todos os atos preparatórios para a desapropriação. O imóvel pode ser desapropriado em parte, ex: metade do imóvel. O poder público que escolhe a parte do imóvel que interessa. Se o que sobrar for algo tão pequeno que não dê para aproveitar economicamente, então o proprietário pode solicita o Direito de Extensão (exigir que o Poder Público desaproprie a área toda, pois o que sobrou não é aproveitável). Feita essa parte declaratória, então vem a segunda parte que é a executória. Ainda na parte declaratória o poder publico pode declarar urgência. Se ele declarar urgência pode entrar com ação de imissão de posse no judiciário para já se imitir da posse do imóvel e o juiz não pode negar. Se o proprietário não concordar em ser desapropriado ainda que seja notificado de que seu imóvel foi declarado como de utilidade pública, então ele poderá entrar com um mandado de segurança, mas não haverá muita coisa que ele possa alegar. Ele poderá alegar um vício formal, ex: declaração de desapropriação não foi feita por Decreto e sim por portaria. Na fase executória será aberto o processo e se calcular a o valor da indenização, ela pode ser administrativa ou judicial. Será administrativa quando houver acordo e judicial quando houver litígio (na fase judicial poderá ser discutido o valor da indenização, pois o judiciário não pode entrar no mérito da utilidade pública). A fase executória ela se conclui com a decisão acerca da indenização e o depósito da indenização. O processo só termina quando a indenização for depositada, por isso é prévia. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA É a desapropriação ilegal, ou seja, sem observância do procedimento correto. Nesse caso, o prejudicado vai poder pedir perdas e danos. Ele não vai poder pedir a reintegração da posse, a reivindicatória ele também não vai poder pedir. Expropriação Ela é sem indenização, que é o caso das pessoas que comentem crimes. Nesse caso o bem será retirado do proprietário sem direito de indenização. DIREITO ADMINISTRATIVO II, 04 DE NOVEMBRO DE 2014 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O controle da administração serve ou para corrigir ou para responsabilizar alguém. Temos três tipos de controle: Prévio (preventivo, ex: autorizações); Posterior (ex: prestação de contas); Concomitante ( ex: fiscalização). O controle da administração publica é toda atividade que se verifica se a administração age de acordo com parâmetros legais e se ele atinge a sua finalidade. Esse controle envolve não só aspecto legais, mas também controle de mérito. Não existe apenas um órgão apenas para fazer o controle, mas o controle é feito por um conjunto de órgãos, tanto pela própria administração e vamos ter dois tipos de controle, existe o controle interno e o controle externo. O controle quer verificar a atuação frente a legalidade, mas também da eficiência, eficácia e da efetividade e saber se as políticas públicas atingem seu objetivo. O controle interno é aquele feito pela própria administração pública e isso acontece em todos os níveis. Quando se fala em controle interno da administração publica não existe um órgão único que faz isso, mas um sistema que acontece em todos os órgãos até mesmo em nível de chefia. O controle externo é feito por outros poderes, ex: judiciário (controle judicial da administração pública, ex: ação popular, mandado de segurança) e MP (abrir inquérito civil, ações civis pública e ações de improbidade administrativa). Também existe o controle feito pelo Poder Legislativo, que é uma das suas funções típicas. Ele pode pedir explicações, informações a ministros de Estado e PR, a recusa em comparecer e prestar informações é crime de responsabilidade. Existem também as cortes de contas que são os tribunais de contas. Eles têm diversas competências, dentre elas é auxiliar o legislativo na prestação de contas do governo. Mas o tribunal de contas tem diversas competências, dentre elas ainda podem julgar as contas dos administradores públicos, pode impor penalidade, pode impor multas, pode determinar a suspensão de atosadministrativos, pode pedir a suspensão de contrato. Na CF, para efeito classificatório, o controle pode ser de Legalidade ou de Mérito (ex: a efetividade ou eficácia do programa). Na CF o tema do controle da administração pública vai aparecer nos artigos 70 a 74. CF. Art. 70 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. O supracitado artigo trata dos diversos tipos de fiscalização: contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional. A fiscalização contábil é checar a contabilidade pública (fazer uma avaliação dos demonstrativos contábeis que a administração pública é obrigada produzir para ver se ela registra fielmente as transações e a situação patrimonial das entidades públicas). A fiscalização orçamentária verifica se o orçamento está sendo executado de acordo com as regras de administração financeira e orçamentária (empenho, liquidação, pagamentos) verificar se o orçamento está endo cumprido corretamente. A fiscalização patrimonial é verificar se o patrimônio se encontra registrado, como se dá a gestão do patrimônio das entidades públicas. Então o patrimônio precisa ser adquirido corretamente, significa que tem que abrir o processo licitatório, significa que o patrimônio deve estar avaliado corretamente, administração deve ter um registro de patrimônio, verificar os estoques em poder da administração pública, se tem manutenção do patrimônio, controle de quem utiliza o patrimônio. O controle operacional é verificar se o objetivo da administração pública está sendo alcançado, não adianta ela andar dentro da lei se ela não atingir os resultados, ex: no caso de empresa pública é verificar o seu faturamento. Todas essas avaliações contábeis, financeiras, orçamentárias e patrimonial serão feitas em relação a legalidade e também com relação a legitimidade (cumprimento dos princípios), mas também com relação a eficiência, efetividade e eficácia. Então esse dispositivo abarca todas essas classificações que vimos aqui. A questão da legalidade, do mérito e também do que vai ser feito mediante controle externo pelo congresso nacional com o auxílio do tribunal de contas e mediante o sistema de controle interno de cada poder. No artigo 70 também estabelece o chamado Sistema Misto, pois ele determina que a administração pública vai estar submetida ao Controle Externo (feito pelo Congresso Nacional auxiliado pelo Tribunal de Contas) e ao Controle Interno (feito por um sistema, órgão de auditoria que tem natureza técnica). Obs: O Brasil é o único país no mundo que utiliza os dois sistemas. O sistema de controle interno, como havia dito ele e feito em todos os níveis, desde a chefia imediata até ao órgão central do sistema. Todas as entidades da administração pública (ministérios, autarquias, fundações, empresas públicas, sociedade de economia mista, agências) eles devem ter obrigatoriamente uma unidade de auditoria interna, ou então o cargo de auditor interno. O ideal é que a auditoria interna seja diretamente ligada ao dirigente máximo daquela entidade para que ela goze de prestígio dentro da organização. Todas as auditorias de todos os órgãos estão sob orientação técnica e jurídica de um órgão central que é a CGU (órgão central de controle interno no âmbito federal). A CGU da orientação interna para a auditoria e faz a avaliação da administração pública. A CGU faz auditoria sobre as auditorias para saber se elas funcionam bem. Nos Poderes Legislativo e Judiciário tem que ter um sistema de controle interno. No judiciário o controle interno é feito por corregedoria geral de justiça. No Legislativo existem as comissões de ética (para os parlamentares) e as corregedorias (servidores da casa). Art. 71 - O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; Então no inciso I o parecer vai ser submetido ao Congresso Nacional para ser aprovado ou rejeitado o parecer prévio (contas gerais de toda a administração pública). O parecer só pode ser rejeitado por maioria de dois terços. O TCU avalia dessas contas de governo somente os aspectos mais gerais, ex: o cumprimento de limite de gastos com pessoal estabelecido pela LRF, saber se tem aplicação do mínimo em saúde e educação. No inciso II diz que o Tribunal de Contas julga as contas de administradores, normalmente decorrente de programas específicos, ex: convênios feitos entre união e municípios para construção de moradias populares, programa de merenda escolar, saúda na família, e bolsa família. Obs: Existe o Tribunal de Contas dos Municípios que vai trabalhar com as contas de todos os municípios do Estado. Enquanto o Tribunal de contas do Estado trabalha apenas com as contas dos órgãos estatais, esse pé o caso do Ceará. Entretanto na maioria dos Estados somente teremos a presença do tribunal de contas do Estado que ficará responsável por todas as contas. Mas temos dois municípios no Brasil que é o RJ e SP que tem o tribunal de contas municipal somente para as contas de cada um desses municípios. Mas a CF proíbe a criação dos tribunais de contas no âmbito municipal. CF, Art. 74 - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. Na verdade o interessante aqui é analisar que uma das funções do controle interno é apoiar o controle externo (ocorre um retrabalho), exemplo de prestação de contas: UFMA, ela tem anualmente prestar contas, essa prestação de contas é julgada (julgadas mesmo) pela tribunal de contas da união. Então no processo vai ser realizado um relatório de gestão (a ideia é que a UFMA diga tudo que ela fez naquele ano, receitas e despesas), junto com o relatório de gestão a UFMA vai acompanhar com demonstrativos contábeis que o TCU exige e vai ter eventualmente algusn pareceres. Depois esses relatórios são entregues para a CGU e o controle interno vai fazer uma auditoria desse balanços, ela vai analisar a gestão da universidade sobre vários aspectos ex: obras, cumprimento de carga horária, atos de pessoal, imóveis. Depois a auditoria interna (própria CGU) vai emitir um certificado e dizer se as contas são regulares, ou regulares com ressalvas (possui irregularidades sem má fé e não houve grave prejuízo ao erário), ou irregulares. Esse processo é emitido para o TCU fazer o seu julgamento, ele vai julgar com base no relatório que a CGU mandou e vai ser emitido um novo certificado e vai poder confirmar ou rejeitar.
Compartilhar