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FUNDAMENTOS DA EPIDEMIOLOGIA 
AULA 7: ATUALIDADES SOBRE A PESQUISA
EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL 
DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA
 NO BRASIL
Na primeira metade do século XX, duas instituições de pesquisa e formação especializada no campo da saúde pública foram criadas: a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro e a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
A inauguração do Instituto Soroterápico Federal em 25 de maio de 1900 para a fabricação de soros e vacinas contra a peste bubônica, marcou o início da criação da Fundação Oswaldo Cruz. Em 1902, o jovem bacteriologista Oswaldo Cruz (1872-1917) assumiu a direção geral do instituto. Em 1908, o Instituto Soroterápico passou a ser chamado de Instituto Oswaldo Cruz.
Em 1970 foi instituída formalmente a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), reunindo inicialmente o Instituto Oswaldo Cruz, a Fundação de Recursos Humanos para a Saúde, que depois passou a ser chamada de Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e o Instituto Fernandes Figueira (IFF).
Em 2004, a ENSP passou a ser chamada Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, em homenagem ao grande sanitarista brasileiro.
No início do século XX, o desenvolvimento da epidemiologia em nosso país foi impulsionado pelo êxito das ações em saúde. 
A partir de 1970 intensificou-se o desenvolvimento de atividades de investigação sobre o estado sanitário da população, a natureza das políticas de saúde, a relação entre os processos de trabalho e doenças e agravos, bem como as intervenções de grupos e classes sociais sobre a questão sanitária.
Na América Latina e no Brasil recebeu o nome de Saúde Coletiva e pode ser definida como um campo de conhecimento de natureza interdisciplinar cujas disciplinas básicas são planejamento/administração em saúde, ciências sociais em saúde, tendo como eixo estruturante a Epidemiologia.
No processo de constituição do movimento da saúde coletiva, na década de 1970, diversos núcleos de pesquisa e pós-graduação em saúde coletiva foram criados e consolidados nas principais instituições de ensino e pesquisa do país com a participação da primeira geração de epidemiologistas brasileiros. 
Em 1979 foi criada a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO), que embora estivesse focada na pós-graduação, sempre atuou nas questões acadêmicas e dos serviços de saúde, incluindo com destaque os temas de pesquisa, formação e intervenção da Epidemiologia.
Contribuição da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO) no desenvolvimento da Epidemiologia no Brasil
Em 1984 foi realizada em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, a I Reunião Nacional sobre Ensino e Pesquisa na Epidemiologia. Nesse encontro, foram aprovados a constituição e os objetivos da Comissão de Epidemiologia da ABRASCO.
No ano de 1986, ocorreu na Bahia o Seminário “Perspectivas da Epidemiologia frente à reorganização dos serviços de saúde”. Nesse evento foi discutida a influência da epidemiologia na unificação do sistema de saúde para a melhoria das condições de saúde da população, demonstrando a preocupação dos epidemiologistas com a reorganização dos sistemas de saúde e o engajamento no movimento de Reforma Sanitária, que estava em curso no país e teve seu ápice na época da VIII Conferência Nacional de Saúde, marco da criação do SUS.
Em 1989, logo após a promulgação da Constituição Brasileira, foi realizado o seminário “Estratégias para o desenvolvimento da Epidemiologia no Brasil”, sendo elaborado o I Plano Diretor para o Desenvolvimento da epidemiologia no Brasil, envolvendo instituições acadêmicas e serviços de saúde e questões tanto nas áreas de ensino de graduação, pós-graduação e pesquisa, quanto nas ações dos serviços de saúde.
O ano de 1990 constituiu um marco para a Epidemiologia Brasileira devido à realização do I Congresso Brasileiro de Epidemiologia e a criação do Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, responsável pelo desenvolvimento de ações voltadas para a promoção e a disseminação do uso da epidemiologia em todos os níveis do SUS.
O Congresso realizado em Campinas reuniu aproximadamente 1.500 participantes. O tema do congresso foi “Epidemiologia e Desigualdade Social: os desafios do final do século”.
Em 1992, foi realizado o II Congresso Brasileiro de Epidemiologia, em Belo Horizonte, com o tema “Qualidade de vida: Compromisso histórico da epidemiologia”.
Em 1995, em Salvador ocorreram três eventos. O III Congresso Brasileiro de Epidemiologia, organizado em conjunto com o II Congresso Ibero- Americano e o I Congresso Latino-Americano de Epidemiologia. O tema desse grande encontro foi “Epidemiologia na busca da equidade em saúde”, que se constituiu no primeiro evento de caráter internacional realizado no Brasil. Nesse congresso, foi lançado o II Plano Diretor para o Desenvolvimento da Epidemiologia no Brasil, onde se criticava a prática epidemiológica setorizada, preconizando a adoção de um enfoque mais global na definição dos perfis saúde-doença da população.
O IV Congresso Brasileiro de Epidemiologia foi realizado no Rio de Janeiro em 1998 com o tema “Epidemiologia em perspectiva: novos tempos, pessoas e lugares”. Neste mesmo ano foi lançada Revista Brasileira de Epidemiologia, que representou um marco na divulgação científica na área. Atualmente essa revista se encontra indexada nas bases do LILACS (Index Medicus Latinoamericano) e do SciELO (Scientific Eletronic Library Online). 
Em 2000 foi lançado o III Plano Diretor para o desenvolvimento da epidemiologia no Brasil.
No ano de 2002, em Curitiba, foi realizado V Congresso Brasileiro de Epidemiologia com o tema “A Epidemiologia na Promoção da Saúde”, sendo submetidos mais de 2.800 resumos de trabalhos.
O VI Congresso Brasileiro de Epidemiologia com o tema “Um olhar sobre a cidade” foi realizado em 2004, no Recife e contou com a inscrição de 3.800 trabalhos, mantendo-se o aumento progressivo da produção científica em epidemiologia tanto nas universidades e centros de pesquisa quanto nos serviços de saúde do Brasil.
A Comissão de Epidemiologia da ABRASCO lançou em 2005 o IV Plano Diretor para o Desenvolvimento da Epidemiologia no Brasil, que demonstrou que a pesquisa no campo da saúde pública estava se expandindo refletindo o desenvolvimento da pesquisa epidemiológica, cuja orientação tem como foco os problemas de saúde de grande impacto social e suas relações com os determinantes políticos, sociais, econômicos e culturais. 
O IV Plano Diretor também destacou que a epidemiologia deve estar incorporada às políticas, programas e serviços de saúde no Brasil. Nesse sentido, a utilização cada vez maior pelo SUS de informações epidemiológicas nos diversos níveis do sistema para o conhecimento das necessidades de saúde da população constitui-se em ferramenta fundamental para aprimoramento do SUS.
Em 2008, ocorreu em Porto Alegre, o VII Congresso Brasileiro de Epidemiologia e o XVIII Congresso Mundial de Epidemiologia organizados pela ABRASCO e pela International Epidemiological Association (IEA). 
Na ocasião, o congresso elegeu o epidemiologista brasileiro Cesar Gomes Victora para a presidência da IEA na gestão 2011 a 2014 e o Brasil, com seus 4.273 congressistas, pode mostrar com alegria e profissionalismo a epidemiologia brasileira. O tema do evento foi: “Epidemiologia na construção da saúde para todos: métodos para um mundo em transformação.” 
Em 2011, em São Paulo, ocorreu o VIII Congresso Brasileiro de Epidemiologia, que trouxe como tema central a Epidemiologia e seu papel na definição de políticas públicas articulado ao conjunto das demais disciplinas do campo da Saúde Coletiva. 
Os congressos oferecem a oportunidade para atualizar e rever as contribuições da epidemiologia para os diversos temas em saúde que interessam à sociedade brasileira, além de promover a interação entre a pesquisa realizada tanto no meio universitário quanto nos serviços de saúde.
CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA NACIONAL EM EPIDEMIOLOGIA
A pesquisaem Epidemiologia no Brasil vem crescendo e adquirindo reconhecimento científico em nível mundial. 
O Brasil está entre os seis países de maior produção científica da América Latina.
Dentro desse contexto, é importante destacar que a pesquisa epidemiológica brasileira vem se consolidando de forma consistente e sendo reconhecida mundialmente. 
Como reconhecimento da contribuição nacional à ciência epidemiológica, em âmbito internacional, o editor-chefe do periódico científico American Journal of Epidemiology que está entre os melhores do mundo na área é brasileiro: Professor Moysés Szklo. Além disso, um dos editores associados também é brasileiro: Professor Eduardo Faerstein.
PRINCIPAIS EIXOS TEMÁTICOS DA PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL
A pesquisa epidemiológica no Brasil tem sido conduzida, basicamente, para dois eixos temáticos: 
Aplicações para o planejamento e gestão de sistemas e serviços de saúde; 
Investigações sobre os problemas de saúde de grande importância social e os determinantes sociais da saúde (DSS). 
Dentro desse contexto, torna-se importante destacar que o Brasil tem se consolidado como o principal produtor de conhecimento epidemiológico legitimado metodologicamente sobre os Determinantes Sociais da Saúde
Destaque ao Professor Eduardo Faerstein: professor adjunto do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da UERJ, onde integra o corpo permanente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. 
“Finalmente, alerta-se para o compromisso da disciplina com os esforços coletivos de redução do sofrimento humano desnecessário, que podem exigir conhecimentos abrangentes da realidade, dos níveis subcelular ao social”. Eduardo Faerstein

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