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ZOONOSES Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4 Doença da Arranhadura do Gato Causada pela bactéria Bartonella sp. Existem cerca de 29 espécies, sendo 3 com potencial zoonótico. A mais encontrada nos casos associados a arranhadura do gato no homem é a espécie Bartonella henselae. Ela possui como reservatório os gatos. Como ocorre a forma de transmissão para o homem? Através da arranhadura, da inoculação intradermica da bactéria na pele. Essa bactéria está presente nos excretas da pulga Ctenocephalides felis. A pulga também é responsável por fazer a transmissão da bactéria entre os animais. Não tem relatos de transmissão da pulga para o homem. Sintomas: Principalmente linfoadenomegalia prolongada (toma antibiótico e não melhora), ou seja, ocorre um aumento do linfonodo próximo ao local da arranhadura. Esse linfonodo pode ou não supurar. E tem que fazer uma anamnese e associar o histórico da arranhadura do gato aos sintomas, e fazer um diagnóstico diferencial. O tratamento é realizado com antibióticos. Os cães podem se infectar também com Bartonella. E a maioria dos animais são assintomáticos. O principal reservatório é o gato, e ele possui uma fase da vida que tem maior importância epidemiológica, que é quando ele é filhote. Então os filhotes fazem bacteremia prolongada, ou seja, presença da bactéria no sangue (multiplicação da bactéria). Grupo de risco: Crianças (porque tem maior contato com os gatos, tendo maiores chances de serem arranhados pelos gatos) e imunocomprometidos. Reservatórios: Gatos são reservatórios primários para espécies zoonóticas como B. henselae, e B. clarridgeiae e possivelmente para B. koehlerae. Cães, gatos, roedores, coelhos, ruminantes, animas silvestres como felinos, coiotes, foxes. Cão é considerado hospedeiro acidental para B. henselae. Coiotes e cães podem ser reservatórios para B. vinsonii subsp. berkhoffii e cães e foxes para candidatus B. rochalimae. Transmissão: Entre animais: Ctenocephalides felis; Inoculação intradérmica de excrementos de pulgas infectadas; Carrapatos ???? Para humanos: Arranhadura do gato Mordedura do cão (swab oral + para Bartonella spp. (B. henselae, B. quintana, B. vinsonii subsp. berkhoffii) Material fecal de pulgas introduzido na pele Epidemiologia: Incidência de DAG é proporcional à: Densidade da população de gatos Idade dos gatos Exposição da população aos gatos Prevalência e o grau de infestação por pulgas Climas quentes e úmidos Soroprevalência de B. henselae em gatos: A soroprevalência é maior em animais mais velhos, selvagens e infestados com pulgas. Bacteremia é maior em animais jovens. Bacteremia prolongada e recidivante (454 dias) em animais assintomáticos. Relativamente comum nos EUA = Principal causa de linfadenopatia crônica na infância. Brasil = Poucos relatos. Achados Clínicos em Cães e Gatos: 1. Gatos: Normalmente são assintomáticos. Poucos gatos naturalmente infectados apresentam sinais clínicos – adaptações do parasito-hospedeiro para facilitar a co-existência e minimizar os efeitos patogênicos. Sinais variam com a cepa de Bartonella. Febre após procedimento cirúrgico, uveítes, endocardite (B. henselae tipo I). Bartonella spp. estão presentes nos nodos linfáticos de alguns gatos com linfadenomegalia persistente. 2. Cães: Infecção experimental por B. vinsonii subsp. berkhoffii = NENHUM SINAL CLÍNICO. Febre transitória em poucos animais. Endocardite parece estar fortemente associada com infecção por Bartonella (B. vinsonii subsp. Berkhoffii) Trombocitopenia, anemia, neutrofilia e eosinofilia são comumente encontradas em cães soropositivos para B. vinsonii subsp. berkhoffii. Achados Clínicos em Humanos: Doença benígna, subaguda e autolimitada Período de incubação: Poucos dias a várias semanas. Em 92,6% dos casos: Linfonodomegalia unilateral = característica da doença: Axilares, cervicais, submandibulares, inguinais, pré-auriculares, femurais, claviculares e epitrocleares. Febre moderada a baixa (37,8 a 39,5°C) com 7 dias de duração. Pode ocorrer anorexia, mal-estar, cefaléia, artralgia e mialgia. 1. Lesão Primária: Pápula eritematosa, não-pruriginosa no local do trauma ou na extremidade do trauma (arranhadura). Em 2 a 3 dias, torna-se vesiculosa e crostosa, permanecendo por alguns dias, involuindo para uma mácula, com duração de 2 a 3 meses (1 cm diâmetro). 2. Doença Atípica: Febre alta Linfonodos bilateralmente acometidos Síndrome Oculoglandular de Parinaud – Conjuntivite unilateral + linfonodopatia regional Manifestações neurológicas – encefalite + adenopatia: Convulsão focal ou generalizada durando poucos minutos a um estado de mal convulsivo Neuroretinite estrelar de Leber Mielite transversa Radiculites Neurites periféricas Ataxia cerebelar Paralisia de Bell Diagnóstico – Humanos: História do contato com gatos Exclusão de outras formas de adenopatias por testes sorológicos, culturas e testes cutâneos Reação de Hanger-Rose positiva Padrão histológico característico – presença de bacilos por impregnação por prata ou Warthin-Starry Granulomas com área necrótica central, circundada por linfócitos e histiócitos e com infiltrado neutrofílico = MICROABSCESSOS. Bacilos visualizados nos granulomas recém-formados Grupos de Risco: Crianças e Imunocomprometidos. Tratamento: Gatos: Tratamento é difícil devido à bacteremia prolongada recidivante da maioria dos gatos infectados. Cães: Dificuldade em detectar Bartonella. Para humanos: Eritromicina ou doxiciclina (2 a 4 meses) Prevenção: Controle de pulgas e carrapatos; Evitar contato que resulte na arranhadura ou mordedura de cães e gatos; Lavar bem as feridas por mordedura ou arranhadura de pets e se necessário procurar um médico; Aquisição de pets com bom estado de saúde – livres de ectoparasitos; Aquisição de gatos com mais de 1 ano de idade (menores de 1 ano apresentam bacteremia com B. henselae); Vacinas não têm sido avaliadas Prevenção – Recomendações do CDC e da Sociedade de Doenças Infecciosas da América Guia para Prevenção e Tratamento de Infecções oportunistas em adolescentes e adultos HIV + e crianças infectadas e expostas ao HIV: Adotar gatos com idade > 1 ano, hígido e livre de pulgas; Evitar brincadeiras com gatos; Manter o controle de pulgas; Lavar imediatamente as lesões causadas por gatos; Não permitir que o gato lamba feridas ou cortes. Considerações Finais: Veterinários devem ter consciência da elevada prevalência de Bartonella em gatos além de considerar cuidadosamente sua abordagem na avaliação de gatos (para possíveis condições clínicas relacionadas a Bartonella sp.). Rotineiramente, cães e gatos saudáveis não devem ser testados para Bartonella sp. Antibioticoterapia para Bartonella não deve ser recomendada rotineiramente para cães e gatos. Incluir como diagnóstico diferencial em linfoadenomegalias prolongadas. Febre por Mordedura do Rato É causada por 2 agentes etiológicos, Streptobacillus moniliformis e Spirillum minus que são bactérias. A diferença entre esses dois agentes está na distribuição geográfica que eles vão ocorrer. Ambos ocorrem pela mordedura do rato, que é o principal reservatório e essas bactérias são comuns do trato respiratório superior desses roedores. Quando ocorre como forma de transmissão pela ingestão de leite não pasteurizado contaminado por Streptobacillus moniliformis, a gente tem a doença chamada como Febre de Haverhill/Febre da Mordedura do Rato. Quando há surtos de Febre de Haverhill, as crianças que são o principal grupo de risco para essa doença. Na Ásia temos como prevalência o Spirillum minus, a doença tem outro nome, que é Sodoku. Infecção por Streptobacillus moniliformis – Reervatórios: Ratos: albergam a bactéria no trato respiratório superior (10 a 100% dos ratos de laboratório e silvestres SADIOS albergam a bactéria); Cobaias, esquilos,ferrets e doninhas. Nasofaringe, laringe, traquéia superior, ouvido médio. Transmissão: Mordedura do rato = Febre da Mordedura do Rato. Manipulação com urina, excretas e secreções. Ingestão de leite contaminado = Febre de Haverhill. Em camundongos, a infecção pode se dar por via aerógena (mesmo ambiente com ratos). População de Risco: Pessoas que mantém ratos como pets Técnicos de laboratório e funcionários de pet shop que trabalham com ratos. Crianças Sintomas: Homem: PI - 2 a 14 dias. Início similar à sintomatologia da Influenza. Ferida curada de modo espontâneo e sem complicações. Exantema, linfadenopatia regional, artralgias migratórias e mialgias. Poliartrite e endocardite em casos mais severos. Tríade clássica: febre, erupção cutânea e poliartrite. Febre alta (38-41°) com náuseas e vômitos, mialgia. Erupções cutâneas difusas podem ocorrer em 75% dos casos, podendo ser maculopapular, petequial ou purpúrica Complicações: Endocardite, miocardite, pericardite, vasculites sistêmicas, polyarteritis nodosa, meningite, hepatite, nefrite, pneumonia, abcessos focais. Diagnóstico: Isolamento de S. moniliformis – meios enriquecidos com soro e sangue. OBS: Diagnóstico diferencial com a Febre de Haverhill Controle: Controle de ratos Camundongos, ratos e cobaias de laboratório alojados em ambientes diferentes; Instrução dos funcionários do biotério Tratamento: Penicilina de 7 a 10 dias. Tetraciclina é um tratamento alternativo. Infecção por Spirillum minus: Conhecida como SODOKU. Transmissão: Mordedura do rato. Fonte de infecção: saliva de ratos ou outros roedores. Reservatórios: Ratos e outros roedores. Sintomas: Animais: Inaparente Homem: Febre com início brusco e tarda a desaparecer. Recorre em várias ocasiões durante 1 a 3 meses. Erupção exantemática generalizada – no ataque febril. Ferida com infiltração edematosa e ulceração Linfadenopatia marcada. O envolvimento articular é raro Local da mordida = reação inflamatória caracterizada por uma celulite recoberta de vesículas. Esta lesão inicial cicatriza antes que se iniciem sinais ou sintomas: Linfadenopatia regional; Cefaléia; Náuseas; Vômitos; Febre alta; Artralgia e erupção cutânea do tipo máculopapular, especialmente em extremidades (região palmar e plantar). Diagnóstico: Basicamente Clínico (lesão ulcerativa no local da mordida) e Epidemiológico. Confirmação: Exame microscópio em campo escuro do infiltrado da ferida. Bactéria não se desenvolve em meios de cultivo artificiais e exige inoculação em peritônio de animais para ser isolada com posterior identificação (aprox. 15 dias), em campo escuro. Controle: Orientação para evitar mordidas de rato. Tratamento: O tratamento da mordida do rato: limpeza da ferida, além do uso de toxóide tetânico quando não há história prévia de imunização. Penicilina benzentina (3 doses de 1.200.000 UI). Diagnóstico Diferencial: Febre recidivante, Tularemia, Principalmente com a Febre de Haverhill, causada por Streptobacillus moniliformis.
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