Buscar

Aula 19 Coccidioses

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SANIDADE AVÍCOLA
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Coccidioses
É a doença parasitária que causa maior prejuízo econômico está relacionada com a deficiência na absorção de nutrientes. É muito impactante no sistema de produção (avicultura industrial) onde as aves ficam no chão, em contato com as fezes, pois a sua transmissão é feita diretamente via feco-oral, ou seja, tem impacto principalmente na avicultura de corte. É mais comum em aves jovens (pintinhos), porque o sistema imunológico ainda não está totalmente formado e a carga de infecção é muito grande, uma vez que ficam na maior parte do tempo presos com uma fonte de calor onde há concentração de fezes (fonte de infecção). Outro aspecto importante é quando dentro do aviário não tem uma regulagem adequada dos bebedouros.
Agente: Eiimeria (protozoário). 
Existem várias espécies que parasitam determinadas porções do intestino. Ela tem uma estreita adaptação ao seu hospedeiro, ou seja, a relação entre a ave e o coccídeo é de muito tempo, evoluíram juntos, e tao relação de simbiose tende a equilibrar as relações de energia. 
Fatores que contribuíram para o aparecimento de síndromes na avicultura moderna:
Adaptação do agente ao hospedeiro
Seleção genética para alta produtividade
Densidade do galpão (ave/m2)
Ambiencia
Qualidade da matéria prima (micotoxinas, fatores anti nutricionais): podem desbalacear a relação entre o coccídeo e a ave.
É uma enfermidade causada por parasitos do gênero Eimeria sp. que causam inúmeras perdas econômicas. Os protozoários se multiplicam na mucosa intestinal das aves, causando danos na mucosa, reduzindo sua capacidade de digerir e absorver nutrientes; fazendo o produtor gastar mais com ração, sendo que normalmente 70% dos gastos na avicultura são com ração. Tem predileção por infectar e se reproduzir nas células intestinais.
Morfologia oocisto: A morfologia do oocisto que vai dizer se é de parasitos do gênero Eiimeria ou não. O oocisto de Eimeria possui quatro esporocistos que possuem dois esporozoítas em cada, mas só consegue ver em um oocisto maduro (esporulado), que é a forma infectante. Em ambiente com condições ótimas de temperatura, umidade e oxigênio esse oocisto esporula.– o fator limitante para o oocisto esporular numa cama de frango é oxigênio; por isso deve ter cuidado no manejo dessas camas. Épocas mais quentes, a velocidade de esporulação de oocistos no ambiente é maior, favorecendo o desenvolvimento de infecção e doença nas aves.
Ciclo de vida: O seu ciclo é monoxeno, ou seja, não há hospedeiro intermediário, tem somente um HD (ave). O oocisto esporulado no ambiente que encontrou condições ideais para sobreviver, quando é ingerido pela ave alcança o pro ventrículo (ação de enzimas) que é bastante queratinizado, ele é triturado pela ação da moela, liberando na luz do intestino os esporocistos e os esporozoítas penetram nos enterócitos, vai sofrer sucessivas mitoses, alonga o citoplasma, núcleo se divide e vai se transformar na estrutura chamada de esquizonte, que é uma célula grande com vários protozoários dentro chamados de merozoítas, esse processo é chamado de esquizogonia ou merogonia. Os esquizontes se rompem, os merozoítas saem e se diferenciam em gametas femininos, masculinos e outros continuam com os ciclos esquizogônicos. Quando a gameta masculino (móvel) penetrar no enterócito que tenha gameta feminino (fica dentro da célula), eles se fundem e viram oocisto, que rompe a célula e é liberado nas fezes. Esse processo é chamado de gametogonia.
Quanto mais ciclos de esquizogonia uma determinada espécie faz mais patogênica ela é, além disso, existem espécies que só parasitam a superfície do enterócito (causa lesão cicatricial), já outras se aprofundam mais no enterócito (mais patogênica, causa lesão hemorrágica no intestino).
OBS.: Se analisar um tecido de ave, quais estágios de desenvolvimento da Eiimeria pode observar no enterocito? Esquizonte, micro e macro gametócito e oocisto. 
Características para diferenciação das espécies: Precisa diferenciar as espécies para o tratamento, já que cada uma abriga uma parte do intestino. As principais características utilizadas são forma e tamanho dos oocistos, local e aspectos das lesões no intestino; período pré-patente (não é muito utilizado, pois é variável), localização histopatológica do parasito (difícil), tempo mínimo de esporulação (variável), imunidade protetora (eficiente, mas variada).
Espécies e lesões intestinais:
Eimeria acervulina – (duodeno e jejuno). 
Lesões estriadas esbranquiçadas, pois infecta de forma superficial a célula, ao mesmo tempo se tem acúmulo de muco na superfície intestinal e a mucosa fica edemaciada. Além do aspecto da mucosa, a ração possui aspecto de ração não digerida (grande indicador para o proprietário sobre doenças que causam impacto na absorção de nutrientes); afeta ganho de peso, morbidade alta.
Eimeria maxima – (região média do intestino – jejuno e íleo). 
Lesão mais hemorrágica, fica com mais aspecto sanguinolenta. Os processos esquizogônicos ocorrem nas camadas mais profundas do epitélio intestinal, a ponto de causar hemorragias, aumento de fluido, congestão e edema. O sangue sai mais digerido. Queda do desempenho, mortalidade.
Eimeria tenella – (ceco). Lesão bastante profunda no enterócito e tem hemorragia na região central. 
Lesões hemorrágicas severas no ceco, petéquias, hemorragia cecal, diarreia sanguinolenta, fezes com sangue, odor típico, perdas severas no ganho de peso; morbidade e mortalidade altas. É a mais patogênica de todas mas não impacta a absorção de nutrientes, uma vez que ocorre no ceco da ave.
Eimeria mitis – (íleo e intestino grosso). Mais redonda e menor do que a brunetti (diferenciação). 
Enterite mucoide não específica; média morbidade, pouco ganho de peso. É uma espécie de branda patogenicidade.
Eimeria praecox – (duodeno e primeira porção do jejuno), mas muito menos patogênica
Por muito tempo foi considerada apatogênica, porque não deixa lesões hemorrágicas, ela deixa a mucosa intestinal edemaciada, no máximo um ponto ou outro cicatricial. Branda patogenicidade.
Eimeria necatrix – (íleo e jejuno). 
Uma das mais patogênicas. Lesões hemorrágicas severas e dano tecidual profundo com formação de debris de mucosa. A serosa apresenta petéquias e lesões esbranquiçadas puntiformes ao longo de sua superfície.
Eimeria brunetti – (íleo, intestino grosso e parte estreita do ceco).
Lesões hemorrágicas puntiformes mais evidenciadas que Eimeria mitis.
Patogenia
Diarréia sanguinolenta nas seguintes espécies: Eimeria máxima; Eimeria tenella ; ....
Encurtamento da altura da vilosidade, destruição das células intestinais, perda de fluidos, hemorragia, susceptibilidade a outras doenças, diminuição da absorção de zinco, metionina, histidina, cálcio e glicose.
O grau de lesão depende da carga parasitária, do estado imune do hospedeiro e da profundidade das lesões no epitélio. E as consequências geradas são perda da capacidade absortiva do intestino (menor ganho de peso), hemorragia (em algumas espécies), portas de entrada para agentes secundários (ex. Clostridium perfringens).
Coccidiose na integração de frangos de corte
Restrição do consumo/ambiência/densidade
Contaminação ambiental – ideal: aves em contato com baixas doses de oocistos (imunidade)
Tipos de Eimeria prevalente na região 
Programa anticoccidiano/doses
Resposta imunológica/imunossupressão
Interações com outras doenças – doença de Gumboro, Marek, micotoxinas, anemia – podem agravar o quadro.
Vacinas
Outros hospedeiros como pombos, aves silvestres, apresentam Eimeria. Se não há controle dessas espécies, uma biosseguridade eficaz, o agente pode chegar até a granja. 
Os coccidiostáticos têm ação muito mais específica para determinada espécie de Eimeria. Deve-se escolher a droga de acordo com a espécie prevalente na região. O uso de coccidiostáticos diminui mortalidade, mas a morbidadeainda é alta devido à má administração destes medicamentos ou a resistência a estes.
Existem vacinas vivas e vacinas atenuadas (por passagem em ovo embrionado ou por seleção de cepas precoces), deve-se prestar atenção em quais espécies são prevalentes para não haver introdução de novas, pois a vacina é desenvolvida com um “mix” de espécies do agente. Nenhuma espécie gera imunidade protetora para outra espécie.
Deve-se fazer o controle de doenças imunossupressoras para poder então controlar a coccidiose. Se diminui a taxa de multiplicação do parasito no organismo do animal, diminui-se a quantidade de oocistos eliminados, e possíveis novas aves infectadas consequentemente. 
 
Contaminação ambiental
Cama nova x Cama velha: A cama (com determinado grau de contaminação - baixas doses de oocistos) serve como uma “vacina” natural, onde o indivíduo jovem entra em contato com aquele material, tem contato com o oocisto, adquire imunidade, mas não desenvolve a doença. Caso haja troca da cama completamente por uma cama ausente de oocistos, os animais jovens não terão imunidade e, uma vez em contato com o agente, terão um quadro agravado da doença com os sinais clínicos característicos. 
Tem utilizado a cama por 4 lotes seguidos, mas de um lote pra outro faz um manejo dessa cama, ou seja, retira toda cama da extensão do aviário e começa a juntar para que ocorra fermentação, com isso aumenta a temperatura e mata o oocisto/agente etiológico. Tratando essa cama, pode distribuir sem problema por 4 criadas. Depois de 4 criadas, mistura com cama nova e distribui no lote. 
Cama muito compacta, as aves frequentemente dá dermatopatias em patas, ocorrendo condenação de carcaça.
Interações com outras doenla
Bactérias
Vírus (Marek, Gumboro e Reovírus)
Mictoxinas (Aflatoxina, DON)
Vetores e transmissores
No solo os oocistos são muito resistentes; na cama de aves sua resistência diminui por ação de amônias, fungos e bactérias que que são comuns estarem presentes. Insetos, homens, ração e água podem estar contaminados com oocistos.
Diagnóstico
Doença aguda
Fácil diagnóstico pela sintomatologia clínica presente.
Doença crônica
Necropsia dos animais – encontro de lesões típicas em regiões específicas do intestino.
Exame direto das fezes – detecção de oocistos na cama ou nas fezes e identificar as espécies.
Flutuação em sal – oocistos são pouco densos e acumulam-se na parte superior de uma solução salina saturada.
Análise morfológica dos oocistos – tamanho e forma.
Infecções experimentais – período pré-patente e imunidade cruzada
Ensaio de PCR multiplex – métodos moleculares, é capaz de distinguir em uma única reação as 7 espécies de Eiimeria..
Prevenção e Controle
O controle mais eficaz atualmente é a utilização de drogas no alimento, chamados de coccidiocidas ou coccidiostáticos. Existem as drogas sintéticas que a maioria dos coccídeos já são resistentes, já os ionóforos são utilizados uma vez ao ano, com isso faz com que os oocistos que ocorrem naquela população criem resistência, então o ideal é que utilize duas ou três bases/princípios ativos por ano. 
Programa de rotação de coccidiostáticos/coccidicidas. Uso de drogas preventivas na ração: químicos e ionóforos. Não podem ser usados 7 dias antes do abate, utiliza no primeiro terço de ciclo de vida das aves, depois disso adquirem imunidade natural e conseguem conviver om o desafio de campo
Poucos desinfetantes têm ação efetiva contra os oocistos; amônia e brometo de metila são eficazes, porém tóxicos para as aves. Uma vez presente na granja, tende a sempre estar presente.
Utilização de vacinas, que devem ser usadas com muito cuidado. A vacina deve ser associada a determinado tipo de droga. Existe vacina com cepa resistente a ionóforo. Isso é usado para que o ionóforo não diminua a eficácia da vacina. Com isso, haverá um controle de população do agente no campo. Ocorre a diminuição da eliminação de oocistos na granja. Substituição dos agentes presentes no ambiente pelo agente presente na vacina. 
Não pode utilizar vacina concomitantemente com drogas .... Tem que saber qual a melhor vacina, o critério é saber se naquela vacina existem as espécies de Eiimeria que ocorre na granja. Quer substituir as espécies que estão causando problema por essas mesmas espécies só que menos patogênicas, mas não pode fazer isso no momento que os animais estão doentes. As vacinas então, são utilizadas na forma de prevenção, antes que ocorra a doença tem que vacinar povoando a mucosa intestinal da ave com cepas de baixa patogenicidade e inibir a infecção por espécies que estão na cama/franja. Está de certaforma a microbiota intestinal da ave para que seja infectada apenas por Eiimerias de baixa patogenicidade.
Como são vacinas vivas, necessitam penetrar na célula para que a imunidade seja gerada.
Drogas anticoccidianas. Deve-se fechar o diagnóstico a nível de espécie, para indicar o tratamento, pois a droga de escolha depende da(s) espécie(s) de Eimeria envolvida(s).

Outros materiais