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Apostila Desenho Tecnico edit 2017

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No campo da Engenharia, o desenho técnico é uma ferramenta de trabalho 
imprescindível, que acompanha um novo objeto ou uma nova peça desde a sua fase inicial 
de concepção e projeto, passando pela fase de fabricação e chegando até à fase final de 
montagem ou de colocação no mercado. 
Em cada uma destas fases, o desenho é modificado, assim como mudam as 
necessidades de cada fase, necessárias ao desenvolvimento e obtenção do layout final. 
Portanto, as informações que constam no desenho em cada uma destas fases são de 
extrema importância para quem o lê e interpreta. 
 
Um dado objeto poderá ser descrito por vários observadores, mesmo tratando-se do 
mesmo objeto, haverá sempre discrepâncias entre a interpretação feita por cada um dos 
observadores. Assim sendo, o desenho técnico tem por missão fundamental garantir a 
uniformidade da interpretação feita por cada um dos destinatários deste. 
 
2.1- Instrumental Básico 
Através de prancheta: 
 Esquadros de 45º e 60º 
 Escalímetro, régua milimetrada 
 Régua “T” ou Paralela 
 Lapiseira, borracha, fita adesiva 
 Compasso, gabaritos 
 Papel cartão, Manteiga, Vegetal, etc. 
 
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Através de Computador: 
 Uso de softwares aplicativos (CAD, CAD Design, CAD Map, etc) 
 
 
 
2.2- Normas Técnicas da ABNT 
 
A execução de desenhos técnicos é inteiramente normalizada pela ABNT. Os 
procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas gerais que abordam 
desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de representação gráfica, como 
é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL DE DESENHO TÉCNICO (Antiga NB 8) e da NBR 6402 
– EXECUÇÃO DE DESENHOS TÉCNICOS DE MÁQUINAS E ESTRUTURAS METÁLICAS 
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(Antiga NB 13), bem como em normas específicas que tratam os assuntos separadamente, 
conforme os exemplos seguintes: 
 
• NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL, cujo objetivo é definir os termos 
empregados em desenho técnico. A norma define os tipos de desenho quanto aos seus aspectos 
geométricos (Desenho Projetivo e Não- Projetivo), quanto ao grau de elaboração (Esboço, 
Desenho Preliminar e Definitivo), quanto ao grau de pormenorização (Desenho de Detalhes e 
Conjuntos) e quanto à técnica de execução (À mão livre ou utilizando computador). 
 
• NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES, cujo objetivo é padronizar as 
dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e definir seu lay-out com suas 
respectivas margens e legenda. 
As folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na posição horizontal. Os 
tamanhos das folhas seguem os Formatos da série “A”, e o desenho deve ser executado no menor 
formato possível, desde que não comprometa a sua interpretação. 
Formatos da série “A” 
 
 
 
 
 
 
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Havendo necessidade de utilizar formatos fora dos padrões mostrados na tabela 1, é 
recomendada a utilização de folhas com dimensões de comprimentos ou larguras 
correspondentes a múltiplos ou a submúltiplos dos citados padrões. 
A legenda deve conter todos os dados para identificação do desenho (número, origem, 
título, executor etc.) e sempre estará situada no canto inferior direito da folha, conforme mostra a 
figura abaixo. 
 
 
 
 
• NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO, que normaliza a 
distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o espaço para desenho 
etc.. Como regra geral deve-se organizar os desenhos distribuídos na folha, de modo a ocupar 
toda a área, e organizar os textos acima da legenda junto à margem direita, ou à esquerda da 
legenda logo acima da margem inferior. 
 
 
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• NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS, que fixa a forma de 
dobramento de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar a fixação em pastas, eles 
são dobrados até as dimensões do formato A4. 
 
 
 
 
 
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• NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS TÉCNICOS 
que, visando à uniformidade e à legibilidade para evitar prejuízos na clareza do desenho e evitar 
a possibilidade de interpretações erradas, fixou as características de escrita em desenhos 
técnicos. 
 
Além das normas citadas acima, como exemplos, os assuntos abordados nos capítulos 
seguintes estarão em consonância com as seguintes normas da ABNT: 
 
• NBR10067 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM DESENHO TÉCNICO 
 
• NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS 
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• NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE HACHURAS EM 
DESENHO TÉCNICO 
 
• NBR10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO 
 
Existem normas que regulam a elaboração dos desenhos e têm a finalidade de atender a 
uma determinada modalidade de engenharia. Como exemplo, pode-se citar: a NBR 6409, que 
normaliza a execução dos desenhos de eletrônica; a NBR 7191, que normaliza a execução de 
desenhos para obras de concreto simples ou armado; NBR 11534, que normaliza a representação 
de engrenagens em desenho técnico. 
Uma consulta aos catálogos da ABNT mostrará muitas outras normas vinculadas à 
execução de algum tipo ou alguma especificidade de desenho técnico. 
 
 
 
Teoria das projeções 
É tarefa dos engenheiros elaborar projetos e dirigir suas construções. Para 
desenhar e transmitir cada detalhe é necessário preparar descrições que mostrem os aspectos 
construtivos das “formas e das dimensões” do objeto. A expressão gráfica é o método fundamental 
de comunicação entre os projetistas e o construtor. 
Os métodos projetivos empregados para facilitar os entendimentos entre o projetista e o 
construtor são as projeções ortogonais, as perspectivas e a visão tridimensional. 
 
Projeções ortogonais 
Consiste em uma ou mais vistas, separadas e tomadas de posições diferentes 
(vistas), geralmente em ângulos retos entre si, dadas por perpendiculares do objeto ao plano de 
projeção. Cada vista mostra a forma do objeto a partir de um plano de visão. 
 
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Plano de Vista Superior ou Horizontal de projeção (PVs ou PH) - Esta projeção produz a “vista 
superior” do objeto ou a de “cima”. O observador se posiciona acima do objeto e tem uma visão 
das dimensões do objeto (largura e comprimento). 
 
 
Vista Superior 
Plano de Vista Frontal ou Vertical de projeção (PVf ou PF) - Produz a “vista de frente” do 
objeto. O observador se posiciona frontalmente ao objeto e tem a visão das alturas do objeto. 
Também é denominada de “fachada” ou “elevação”. 
 
 
Vista Frontal 
 
Plano de Vista Lateral ou de Perfil (PVL ou PP) - Nesta projeção tem-se a “vista lateral” do 
objeto. O observador se posiciona ao lado do objeto (à direita ou à esquerda) e tem também a 
visão das alturas. 
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Vista Lateral 
 
Plano de Vista em Corte de projeção (PVc ou PC) - Esta projeção produz a “vista vertical” 
cortando o objeto. O observador se posiciona internamente e tem uma visão frontal do 
detalhamento interno (construções), podendo este estar em qualquer lugar de visão, tanto no 
comprimento quanto na largura, normalmente sempre onde há o maior detalhamento de 
informações. 
 
Exemplos de projeções ortogonais: 
 
 
 
A forma de entender o Layout das vistas na folha de papel é o cubo de referência. Se os 
planos de projeção fossem colocados paralelos a cada face principal do objeto, eles formariam 
um cubo, como mostrado na figura. Dentro do cubo, o objeto é projetado em cada uma das seis 
faces, no lado oposto do objeto, formando as seis vistas principais. 
 
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Diedros 
 
Cada diedro é a região limitadapor dois semiplanos perpendiculares entre si. Os diedros são 
numerados no sentido anti-horário, isto é, no sentido contrário ao do movimento dos ponteiros do 
relógio. Atualmente, a maioria dos países que utilizam o método mongeano adotam a projeção 
ortográfica no 1º diedro. No Brasil, a ABNT recomenda a representação no 1º diedro. 
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As posições relativas das vistas, no 1º diedro, não mudam: a vista frontal, que é a vista principal 
da peça, determina as posições das demais vistas; a vista superior aparece sempre representada 
abaixo da vista frontal; a vista lateral esquerda aparece sempre representada à direita da vista 
frontal. O rebatimento dos planos de projeção permitiu representar, com precisão, um modelo de 
três dimensões (o prisma retangular) numa superfície de duas dimensões (como esta folha de 
papel). Além disso, o conjunto das vistas representa o modelo em verdadeira grandeza, 
possibilitando interpretar suas formas com exatidão. 
 
 
 
 
 a projeção A, representada no plano vertical, chama-se projeção vertical ou vista frontal; 
 a projeção B, representada no plano horizontal, chama-se projeção horizontal ou vista 
superior; 
 a projeção C, que se encontra no plano lateral, chama-se projeção lateral ou vista lateral 
esquerda. 
 
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Para a fabricação de peças e obras, não basta apenas seu simples desenho. Há 
necessidade de mostrar também as dimensões e informações complementares que possibilitem 
a sua execução. À colocação das dimensões de um objeto no desenho chamamos de cotagem. 
É uma forma padronizada de indicar as medidas do objeto, levando-se em conta sua 
construção (a pessoa que cota um desenho deve se imaginar construindo e inspecionando-o) ou 
seja, cotar um objeto é representar suas dimensões no desenho através de uma grandeza 
numérica, símbolos e notas. 
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As regras de cotagem devem seguir as orientações e princípios padronizados pela 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA de NORMAS TÉCNICAS –ABNT, conforme NBR 10126 e ao critério 
de ‘”máxima clareza”,de modo a admitir uma única interpretação Das informações do desenho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cota -É o valor numérico que representa a dimensão REAL do que é desenhado, escrito acima e 
no centro da linha de cota. A unidade da medida, quando idêntica a todas as demais medidas da 
peça não deve ser escrita ao lado da cota. 
No Brasil, por força da ABNT, subentende-se que as cotas são expressas em milímetros, caso 
contrário, a unidade da cota deve ser escrita a seu lado. 
 
Linha de cota – Linha fina, escura, traçada paralelamente a direção do comprimento a ser cotado, 
limitada por flechas (no caso de desenho mecânico) ou por traços (no caso de desenho de 
arquitetura), indicando os limites da cota. A linha de cota deve ser traçada a uma distância de 
aproximadamente 7 mm de outras linhas de cota ou do contorno do desenho. 
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Tipos de Linhas de Cotas (Mais usados) 
 
 
Flechas - são setas colocadas nas extremidades da linha de cota que indicam seus limites 
 
Regras de cotagem 
As cotas indicadas no desenho são sempre as cotas reais do objeto, qualquer que seja a escala 
utilizada. 
 
Os caracteres utilizados devem ser sempre do mesmo tamanho e legíveis, a cor utilizada deve 
ser sempre o preto. 
 
Os elementos devem ser cotados na projeção que der mais informação sobre a sua forma ou 
localização, garantindo sempre a total definição da peça. 
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As linhas de cota nunca se devem cruzar com outras linhas (a), devendo sempre ser colocadas 
por forma a que sejam visíveis e a proporcionar uma colocação correta da cota, se for possível, 
fora do contorno da peça, mas sempre o mais perto que se possa do elemento geométrico cotado 
(b). 
As linhas de chamada devem ser interrompidas sempre que se cruzem com outras linhas, se 
necessário podem utilizar-se arestas como linhas de chamada, mas é uma situação a evitar. 
Cada elemento deve ser cotado apenas uma vez e na projecção que mais informação contiver 
sobre ele (c). 
O valor da cota deve ser sempre posicionado, sempre que possível, centrado sobre a linha de 
cota e alinhado por esta. O deslocamento do valor da cota pode ser permitido em situações de 
cotas de reduzida dimensão ou de sobreposição com outros elementos de desenho, linhas de eixo 
por exemplo. O lado preferencial para o deslocamento da cota é o lado direito. 
As unidades utilizadas em desenho técnico de Engenharia são os milímetros (mm) para 
dimensões lineares, não sendo nunca indicadas no desenho, e os graus (°) para dimensões 
angulares. 
A cota pode ser colocada junto a uma das setas e a linha de cota ser interrompida por forma a 
evitar cotas demasiado longas ou o cruzamento com outras linhas (d). 
A cota pode ser deslocada para fora da linha cota quando o espaço é insuficiente, desde que 
ligada à linha de cota por uma linha de referência (e). 
 
 
 
 
 
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Cotas necessárias 
 
O desenho deve conter apenas as cotas necessárias, espalhadas nas vistas e projeções 
da peça de modo a não se concentrarem em uma única vista, sem repetições e na posição que 
melhor caracterize a dimensão. 
As cotas devem ser indicadas com a máxima clareza de modo a admitir uma única 
interpretação, sem que seja necessário recorrer-se a cálculos. 
 
Incorporação de símbolos as cotas 
 
Podem ser incorporadas às cotas informações sob a forma de símbolos necessários ao 
completo entendimento de detalhes da peça tais como o diâmetro, raio, etc. Os símbolos 
utilizados complementam a informação dada e com isso permitem identificar corretamente 
a forma do objeto. 
 
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Cotagem em série e em paralelo 
 
As cotas que tiverem a mesma direção são dispostas em série e quando admitirem 
origem comum, em paralelo. 
 
 
Cotas internas e externas em vistas representadas em corte 
 
É aconselhável separar as cotas internas das externas. 
 
Cruzamento de linhas de cota 
 
Devem ser evitados os cruzamentos e intersecções de linhas de cota com linhas de 
extensão As Cotas maiores são colocadas por fora das menores, a fim de evitar o cruzamento. 
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Cruzamento com números 
 
Devem ser evitados os cruzamentos dos números das cotas com qualquer reta. 
 
 
Cotagem de inclinação 
 
A figura abaixo mostra como devem ser cotados os detalhes da inclinação. 
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Cotagem de chanfros 
 
Os chanfros [ch] podem ser cotados das seguintes formas: 
 
 
 
 
 
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 COTAGEM EM PEÇAS - Exemplo
Perspectiva 
 
 
 
Projeção 
 
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Cotagem em planta baixa 
 
 
 
 
ESCALA: é a relação entre cada medida do desenho e a sua dimensão real no objeto. A 
necessidade do emprego de uma escala na representação gráfica, surgiu da impossibilidade de 
representarmos, em muitos casos, em verdadeira grandeza; certos objetos cujas dimensões não 
permitem o uso dos tamanhos de papel recomendados pelas Normas Técnicas. Nesses casos 
empregamos escalas de redução; quando necessitamos obter representações gráficas maiores 
que os objetos utilizamos escalas de ampliação. 
 
 
 
 
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 Existem 3 tipos de escalas: 
 Escala de Redução; 
 Escala Natural; 
 Escala de Ampliação. 
E =
𝑑
𝐷
 
E =
1
N
 
D – Valor real 
d – Valor na planta 
 
 
 
LEMBRE-SE: ESCALA É ADIMENSIONAL. CUIDADADO AO TRANSFORMAR AS UNIDADES 
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Escala de Redução 
 
Consiste em representar as dimensões da peça no desenho em valores menores,que 
suas medidas, de tal modo que o desenho se torne menor que o objeto representado, cabendo 
totalmente dentro dos padrões do papel. As escalas de redução mais comumente usadas são: 
1:50 –1:75 –1:100 –1:200. Lê-se,um para cinqüenta ou (um por cinqüenta), etc. 
 
Escala Natural 
 
As medidas são transportadas para o desenho sem alterações. Escala normal 1:1. Lê-
se um para um (ou um por um) 
 
Escala de Ampliação 
 
Consiste em representar as dimensões da peça no desenho em valores maiores, que suas 
medidas, de tal modo que o desenho se torne maior que o objeto, a peça, e apresente detalhes 
mais compreensíveis.As escalas de ampliação mais comumente usadas são; 2:1 -5:1 -10:1 -
20:1 -100:1 
Lê-se, dois para um (ou dois por um),etc. 
 
 Qualquer que seja a escala usada, ela deve ser anotada de modo evidente no desenho; 
 Quando o desenho for feito com mais de uma escala ,todas devem constar de modo a não 
deixar dúvidas; 
 Nas escalas escritas sob a forma x:y, o primeiro número x se refere as dimensões do 
desenho e o segundo , y as dimensões do objeto representado; 
 Os valores indicados nas cotas, qualquer que seja a escala, devem ser aqueles que 
representem a medida real do objeto. O que deve mudar são as dimensões do desenho e 
não as do objeto; 
 Não mudam para desenho em escala os valores de ângulos; 
 Os valores das escalas devem ser preferencialmente os indicados na página anterior , 
quando das definições de escala de redução e ampliação ,outros valores devem ser 
evitados. 
 
No desenho de Engenharia e Arquitetura geralmente só se usam escalas de redução, a 
não ser em detalhes, onde aparece algumas vezes a escala real. 
A escolha de uma escala deve ter em vista: 
 
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 O tamanho do objeto a representar; 
 
 As dimensões do papel; 
 
 A clareza do desenho. 
 
Em desenhos antigos pode-se encontrar, por exemplo, a escala de 0,05 (cinco 
centésimos). Se fizermos as operações, encontraremos: 
 
0,05 = 5 / 100 = 1 / 20, ou seja, 1:20 (um por vinte) notação atual 
 
É lógico que quando se faz a redução ou ampliação fotográfica de um desenho, sua escala 
fica alterada. Uma casa desenhada na escala de 1:50, reduzida fotograficamente em 25% de seu 
tamanho, ficará representada na escala de 1:66,6. Deve-se pois, ter o máximo cuidado de conferir 
as escalas numéricas indicadas em livros e revistas. Esse trabalho é dispensável quando o 
desenho é acompanhado de escala gráfica. 
 
ESCALA GRÁFICA: é a representação da escala numérica. A escala gráfica correspondente a 
1:50 é representada por segmentos iguais a 2 cm, pois 1 metro dividido por 50 é igual a 0,02 m. 
Escalas utilizadas para desenhos arquitetônicos: 
 
 1:200 ou 1:100 = rascunhos / estudos (papel manteiga) 
 1:100 = anteprojeto – plantas, fachadas, cortes perspectivas 
 1:100 = desenhos de apresentação – plantas, fachadas, cortes, perspectivas, projeto 
para Prefeitura 
 1:50 = execução (desenhos bem cotados) 
 1:10, 1:20 e 1:25 = detalhes 
 1:50 = projetos especiais – fundações, estrutura, instalações, etc. 
 
` 
 
 
 
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CORTES 
 
Vista de uma peça seccionada por um plano imaginário, convenientemente escolhido. 
 
SEÇÃO 
 
Face cortada pelo plano representada por hachuras (linhas finas a 45° com afastamento 
de 1,5mm). 
 
USO DO CORTE 
 
 Peças com muitos detalhes em seu interior. 
 
OBJETIVO DO CORTE 
 
 Evitar a abundância de linhas tracejadas que dificultam a rápida e correta compreensão do 
desenho. 
 
POSIÇÃO DA REPRESENTAÇÃO 
 
De acordo com o sistema de projeção utilizado. 
 
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Tipos de hachuras usadas para representar materiais específicos, 
Tipos de Cortes 
 
Corte Total 
 
 
 
Corte Parcial 
 
 
Meio Corte 
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Corte em Desvio 
 
Seções de dentro ou fora da vista 
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DEFINIÇÕES 
 
PLANTA: é o desenho do objeto visto na sua projeção sobre o plano horizontal. 
 
PLANTA DO PAVIMENTO: é o corte horizontal feito acima do piso, a distância variável 
(geralmente 1,50m), a fim de mostrar no desenho, todos os componentes do pavimento, como 
paredes, vãos de portas e janelas, equipamentos fixos e móveis (opcionais), de modo a dar uma 
perfeita compreensão das divisões, circulação, iluminação e ventilação do pavimento. 
 
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ELEVAÇÃO / FACHADA: é o desenho do objeto visto na sua projeção sobre um plano vertical. 
 
CORTES: são planos secantes verticais para mostrar partes internas do edifício, geralmente não 
são contínuos. 
 
PERSPECTIVA: é o desenho do objeto visto bi-dimensionalmente, isto é, em projeções sobre dois 
planos verticais ortogonais. 
 
PÉ-DIREITO: é a altura livre entre o piso e o teto de um compartimento. 
 
ALINHAMENTO: é a linha projetada, marcada ou indicada pela Prefeitura Municipal, para fixar o 
limite do lote do terreno em relação ao logradouro público. 
 
RECUO: é a distância da construção a divisa considerada (recuo de frente, recuo de fundo e 
recuos laterais direito e esquerdo ou como costuma ser denominado “afastamento lateral direito 
ou esquerdo”). 
 
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PROJETO ARQUITETÔNICO: é a solução de um problema de edificação, equacionando com arte 
e técnica, os elementos fixos e variáveis existentes, visando a obtenção do objetivo desejado, 
determinado por um programa estabelecido. 
 Elementos fixos: terrenos / programa / verba / exigências institucionais. 
 Elementos variáveis: programa / partido arquitetônico / funcionabilidade / estética / 
volumetria. 
 
NIVEL: o sinal gráfico da indicação de nível pode ser: 
 
 um círculo dividido em quatro setores iguais (quadrantes), com cheios e vazios 
alternados, comumente usado em plantas. 
 
 um triângulo com um vértice apontando a indicação do nível de referência 
escolhido, comumente usado em cortes. 
 
CONVENÇÕES 
 
Linhas 
 Espessuras linha grossa 
linha média 
linha fina 
 
 Tipos linha visível (traço cheio) 
linha invisível (traço interrompido) 
linha de eixo (traços e pontos) 
 
 
 
Caracterização no projeto, das partes a conservar, a demolir e a construir: 
 
LEGENDA CORES 
A conservar Preta 
A demolir Amarela 
A construir Vermelha 
0.00 
0.00 
Concreto 
Concreto aparente 
Madeira 
Terra 
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REPRESENTAÇÃO DE UM PROJETO 
 
De acordo com LEI COMPLEMENTAR Nº 84 DE 06 DE JULHO DE 1993 (ver módulo 05 
Legislação), toda construção, reforma, ampliação de edifícios, bem como demolição parcial ou 
total, efetuadas por particulares ou entidade pública, a qualquer título, é regulada pela presente 
lei complementar, obedecidas, no que couber, as disposições federais e estaduais relativas à 
matéria e as normas vigentes da ABNT. 
 
O projeto completo de uma edificação compõe-se dos seguintes elementos: 
 
I - projeto arquitetônico; 
 
II - projetos complementares; 
 
III - especificações 
 
A representação gráfica dos projetos deve seguir as diretrizes da ABNT, e o projeto 
arquitetônico do edifício compreende, no mínimo: 
 
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a) Planta de situação do terreno na quadra, contendo a orientação Norte – Sul e a distância para 
a esquina mais próxima; 
 
b) Implantação da edificação no terreno, na escala adequada, devidamente cotada, com todos 
os elementos que caracterizam o terreno, suas dimensões, recuos de todos elementos 
salientes, reentrantes, áreas e poços, além de todo elemento existente no passeio fronteiriço; 
 
c) Planta de todo pavimento,na escala adequada, devidamente cotada, com as dimensões dos 
ambientes, sua destinação e área, vãos de iluminação e ventilação, além da indicação dos 
níveis dos pisos; 
 
d) Cortes ou perfis, longitudinais e transversais, que contenham a posição da edificação a ser 
construída, sua altura e todos os elementos salientes ou reentrantes, a identificação precisa 
do número de pavimentos, com indicação dos respectivos níveis, e da escada, quando houver; 
 
 Todas as fachadas distintas do edifício com a respectiva indicação dos materiais a serem 
utilizados. 
 
PLANTA DE SITUAÇÃO 
 
Define a situação do lote em relação à quadra, às ruas e aos lotes vizinhos. 
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PLANTA DE LOCAÇÃO 
 
 Indica a posição da construção dentro do terreno. Pode-se fazer um desenho único com a 
locação e a planta de cobertura. 
 A planta de locação não se limita a casa ou construção. Ela deve mostrar os muros, portões, 
árvores existentes ou a plantar, a calçada ou passeio e, se necessário as construções vizinhas. 
 Observe a figura que os afastamentos da construção são medidos do muro (ou do seu eixo) 
até a parede. Não seria correto indicar o afastamento entre o muro e a extremidade da cobertura. 
As escalas indicadas para a planta de locação são as 1:100 ou 1:200. 
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PLANTA DE COBERTURA 
 
Define a situação do telhado, número de águas, tipo de telha, lado da queda d’ água e a 
largura do beiral. 
 
 
 
PLANTA BAIXA 
 
 Indica o destino de cada compartimento e suas dimensões: as áreas dos pavimentos, as 
dimensões e áreas dos vãos de iluminação, e a posição de todas as divisas do lote. As cotas 
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constantes dos projetos deverão ser escritas em caracteres claros e facilmente legíveis. Essas 
medidas prevalecerão no caso de divergência com as medidas tomadas no desenho. 
 
muro h=1.60m 
muro h=1.60m 
 20,00 
muro h=1.60m 
20,00 
 
+.20 
+.32 +.33 
 
6.00 
1.50 
J3 
proj. da cobertura 
J4 
+.33 
+.35 
 
+.30 
+.20 
muro h=1.60m 10.00 
Alinhamento 
principal 
Portão de correr 
Rampa Sobe 
calçada 
PLANTA sem 
escala 
 
5.00 
5.00 
J2 J1 
P1 
5.90 
 
2.50 
 
1.20 
 
4.55 
2.50 
1.20 
 
2.65 
 
2.80 
 
2.80 
2.65 
1.00 
1.50 
8.95 
2.50 
0.50 
P2 
P2 
P3 
abrigo 
dormitório 
12.05m2 
sala 
16.52m2 
cozinha 
7.00m2 
a.serv. 
4.48m2 
banho. 
 4.48m2 A A’ 
J3 
 
J3 
P1 
P2 
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Segundo a LEI COMPLEMENTAR Nº 387 DE 13 DE ABRIL DE 2.000, a ocupação do solo fica 
condicionada a índices urbanísticos definidos a partir do estabelecimento de: 
 
I. lote mínimo para efeito de parcelamento; 
 a metragem quadrada do terreno, constante do título de propriedade, deve ser 
verificada com levantamento topográfico que mostrará a geometria do lote. 
 
II. taxa de ocupação máxima do lote, representada pelo percentual da área do lote que pode 
receber edificação; 
 
III. coeficiente de aproveitamento máximo do lote representado pelo número de vezes que 
sua área pode ser reproduzida em área construída; 
 
IV. recuos mínimos que a edificação deve obedecer em relação aos limites do lote e entre 
edificações no mesmo lote; 
 
CORTE OU SEÇÃO 
 
São obtidos por planos verticais que interceptam as paredes, janelas, portas e lajes, com 
a finalidade de permitir esclarecimentos que venham facilitar a execução da obra. 
As linhas indicando onde devem ser feitos os cortes são traçadas SEMPRE nas plantas do 
projeto (ver página 12). 
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Se desenharmos a vista do edifício secionado em um plano vertical, teremos um desenho 
demonstrativo das diferentes alturas de peitoris, janelas, portas, vergas e das espessuras das 
lajes do piso, do forro, dos detalhes de cobertura e dos alicerces. 
Quase sempre uma única seção não é suficiente para demonstrar todos os detalhes do 
interior de um edifício, sendo necessários, no mínimo dois cortes. Por esse motivo, sempre que 
apresenta-se um projeto, representamos duas seções: LONGITUDINAL E TRANSVERSAL. 
Deve-se sempre passar um dos cortes por um dos compartimentos ladrilhados, cujas 
paredes sejam revestidas por azulejos. Indicamos as seções nas plantas por traços grossos 
interrompidos por pontos e terminados por setas que indicam a situação do observador em relação 
ao plano da seção. Assinalamos os cortes por letras maiúsculas. As paredes secionadas devem 
ser representadas tal como aparecem nas plantas. 
 
 43 
 
 
 
 
 
ELEVAÇÃO OU FACHADA 
 
Elevação: nome que se dá à representação gráfica das fachadas ou frontispícios dos edifícios. 
Quando a elevação constitui mera projeção ortogonal chama-se elevação geométrica ou 
ortográfica. Elevação perspectivada é a que recorre a perspectiva. 
 
 
Fachada: designação de cada face de um edifício. Frontaria ou frontispício é geralmente o nome 
que se dá à fachada da frente, a que dá para a rua. Na linguagem mais comum, constitui apenas, 
esse caso, a “fachada principal”. As outras serão denominadas de fachada posterior, ou fachada 
lateral. O conjunto de fachadas e sua composição plástica darão, em volume, a caráter, a 
fisionomia do edifício. Essa composição das fachadas é feita através do tratamento do plano, das 
superfícies, dos cheios e vazios, da modernatura, dos materiais e sua textura e da cor. Com esses 
elementos o arquiteto trabalha e compõe uma fachada, dando expressão final à criação 
arquitetônica. 
VISTA EM CORTE PERSPECTIVADO DA 
RESIDÊNCIA (sem escala) 
CORTE AA 
2,70 m 
1,60 
2,73 m 
+0.30 
COZINHA WC A.SERVIÇO 
+0.35 +0.32 
 44 
 Damos a seguir, a disposição das quatro fachadas de uma construção, relacionando-as 
com a planta. Notar a aplicação da convenção para os traços nas fachadas. As partes mais 
próximas do observador são desenhadas com traço grosso. 
Reduzir a espessura dos traços na medida em que eles estão mais distantes do primeiro plano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a. serviço cozinha 
living dormitório 
FACHADA PRINCIPAL 
FACHADA LATERAL ESQUERDA 
FACHADA LADERAL DIREITA 
abrigo 
para auto 
banho 
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