Buscar

ENC Material Pratica Juridica III ... (Anexos)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

1 - Pratica III - Peca II - Resposta a acusacao - Estrutu
 
PRÁTICA JURÍDICA III 
PROF. RENAN MARQUES. 
PEÇA 2 – RESPOSTA À ACUSAÇÃO. 
1.RESPOSTA À ACUSAÇÃO – ESTRUTURA DA PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL. 
Endereçamento. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... 
( Regra Geral) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA SECÇÃO JUDICIÁRIA 
DE... (Crimes da Competência da Justiça Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA DE ... (Regra geral) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SECÇÃO 
JUDICIÁRIA DE ... (Crimes da Competência da Justiça Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... 
CAPITAL DO ESTADO DE ... 
Qualificação das partes e identificação da peça-prática. 
Processo número: 
(Espaço de dois dedos para parágrafo) Nome do réu, já qualificado nos autos do processo às 
folhas... , por seu advogado e bastante procurador que a esta subscreve, conforme procuração 
em anexo, vem, muito respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento nos 
artigos 396 e 396–A (OU Art. 406 CPP – No caso de Tribunal do Júri) do Código de Processo Penal 
(não colocar abreviatura) apresentar (sem saltar linhas) 
RESPOSTA A ACUSAÇÃO 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
Corpo da peça prática. 
I. DOS FATOS; 
- Deve-se fazer uma exposição resumida dos fatos, colocando as matérias que são de interesse 
da defesa que e que evidenciam a existência de preliminares e matérias de mérito. 
II. DAS PRELIMINARES. 
- Deve-se apenas fazer a menção da preliminar, para depois aprofundá-la no mérito, devendo 
ser seguida a seguinte ordem: 
1º) Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade. 
2º) Art. 564 CPP – Nulidades 
3º) Art. 23 CP Causas de exclusão de ilicitude. 
4º) Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da 
peça acusatória. 
Exemplo: 
 Preliminarmente, cumpre elucidar ao douto julgador a visível e patente falta de 
justa causa para o exercício da ação penal contra o réu Pedro, nos moldes do Art. 395, III, do 
Código de Processo Penal, o que já deveria ter acarretado a rejeição liminar da denúncia em 
relação ao referido réu, em virtude da falta de indícios suficientes de autoria e de 
materialidade do fato. 
III. DO MÉRITO. 
- Deve-se alegar todas as matérias que conduziriam à absolvição sumária do acusado na ordem 
trazida pelo Art. 397 do CPP: 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz 
deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: 
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo 
inimputabilidade; 
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou 
IV - extinta a punibilidade do agente. 
- No mérito também se deve fazer o aprofundamento das matérias que foram alegadas em 
sede de preliminar. 
- Uma dica da análise das preliminares é definir os seus requisitos, depois citar o artigo 
respectivo e em seguida demonstrar que no caso concreto eles estão presentes. 
IV. DOS PEDIDOS. 
 O pedido principal será o de absolvição sumária. 
- Exemplo: 
 Diante de todo exposto, requer-se a Vossa Excelência que decrete a absolvição 
sumária do acusado, nos termos do Art. 397 do Código de Processo Penal (indicar o inciso 
correspondente) como medida de preservação da mais lídima justiça. 
 Outros pedidos. 
- Requerimento de produção de provas. 
Exemplo: 
 O reú irá provar alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em 
especial a prova testemunhal (indicar a prova específica). 
- Requerimento de arrolamento e intimação de testemunhas. 
Exemplo: 
 Por fim, requer, desde logo, que sejam intimadas e inquiridas as testemunhas 
ao final arroladas. 
 - Ao final deve-se pedir o deferimento: 
Exemplo: 
Nestes termos, pede deferimento. 
Comarca... , Data... 
Advogado... 
OAB Número... 
- Não esquecer de fazer menção ao rol de testemunhas ao final da resposta à acusação: 
Rol de testemunhas: 
1- NOME, ENDEREÇO... 
2- NOME, ENDEREÇO... 
3- NOME, ENDEREÇO... 
4 - NOME, ENDEREÇO... 
5 - NOME, ENDEREÇO... 
2. Caso prático proposto. 
(OAB 2012.2 / Peça Prático-Profissional / FGV) Visando abrir um restaurante, José pede vinte mil reais 
emprestados a Caio, assinando, como garantia, uma nota promissória no aludido valor, com 
vencimento para o dia 15 de maio de 2010. Na data mencionada, não tendo havido pagamento, Caio 
telefona para José e, educadamente, cobra a dívida, obtendo do devedor a promessa de que o valor 
seria pago em uma semana. 
Findo o prazo, Caio novamente contata José, que, desta vez, afirma estar sem dinheiro, pois o 
restaurante não apresentara o lucro esperado. Indignado, Caio comparece no dia 24 de maio de 2010 
ao restaurante e, mostrando para José uma pistola que trazia consigo, afirma que a dívida deveria ser 
saldada imediatamente, pois, do contrário, José pagaria com a própria vida. Aterrorizado, José entra no 
restaurante e telefona para a polícia, que, entretanto, não encontra Caio quando chega ao local. 
Os fatos acima referidos foram levados ao conhecimento do delegado de polícia da localidade, que 
instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias do ocorrido. Ao final da investigação, tendo 
Caio confirmado a ocorrência dos eventos em sua integralidade, o Ministério Público o denuncia pela 
prática do crime de extorsão qualificada pelo emprego de arma de fogo. Recebida a inicial pelo juízo da 
5ª Vara Criminal, o réu é citado no dia 18 de janeiro de 2011. 
Procurado apenas por Caio para representá-lo na ação penal instaurada, sabendo-se que Joaquim e 
Manoel presenciaram os telefonemas de Caio cobrando a dívida vencida, e com base somente nas 
informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija, no último 
dia do prazo, a peça cabível, invocando todos os argumentos em favor de seu constituinte. 
OBS: ATENÇÃO ! Este caso prático proposto deve ser entregue no dia da prova e de forma manuscrita 
(escrita à mão) e irá compor a nota da prova. 
2 - Pratica Juridica III - Resposta a Acusacao.ppt
*
*
PRÁTICA JURÍDICA III
PROF. RENAN MARQUES
AULA – RESPOSTA À ACUSAÇÃO
*
*
Resposta à acusação
*
*
1. Resposta à acusação no procedimento ordinário ou sumário. 
1.1 Considerações iniciais. 
A resposta à acusação é uma peça prática de defesa que é apresentada após a denúncia ou queixa ter sido recebida, sendo o réu ou querelado citado para oferecer a sua defesa.
Trata-se de peça OBRIGATÓRIA no processo penal, sob pena de nulidade por cerceamento de defesa
	
*
*
- Elementos essenciais para a reposta à acusação: 
 OFERECIMENTO da denúncia ou queixa 
					+ 
RECEBIMENTO da denúncia ou queixa 
					+
CITAÇÃO do réu ou querelado 
*
*
1.1.1 Recebimento da denúncia ou queixa. 
 - Para o juiz RECEBER a denúncia ou queixa NÃO pode ter havido a REJEIÇÃO da denúncia ou queixa que ocorrerá nas situações descritas no Art. 395 do CPP: 
Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; 
III -
faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
	
*
*
I - for manifestamente inepta;
A denúncia ou queixa serão ineptas quando NÃO contiverem os seus requisitos essenciais previstos no Art. 41 do CPP: 
Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
*
*
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; 
A) Pressuposto processual. 
São todas as falhas residuais do processo que possam inviabilizar a ação penal. Tudo que for impeditivo para a ação penal, seu rol e RESIDUAL. Basta ser fator de inviabilização da ação penal.
	Ex: Coisa julgada, exaurimento do processo administrativo, juiz 	incompetente. 
*
*
B) Condições da ação. 
Possuem um rol TAXATIVO e existem 3 condições da ação: 
1ª) Possibilidade jurídica do pedido.
 O pedido de condenação SOMENTE será juridicamente possível quando se puder TIPIFICAR o crime. 
 Deve-se fazer a seguinte pergunta: “O crime que o acusado está sendo imputado existe no ordenamento jurídico ?” 
*
*
2º) Legitimidade das partes.
É a pertinência subjetiva da ação, deve-se analisar o polo ativo (autor) e o polo passivo (réu ou querelado). 
Ação penal pública incondicionada ou condicionada = MP
	
*
*
Ação penal privada 
 Ofendido (vítima)
 Representa legal – age em nome da vítima que é viva, porém incapaz 
 Substituto processual - ofendido estiver falecido ou declarado ausente por decisão judicial – CADI. 
Art. 31.  No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
	
	
*
*
3º) Interesse de agir. 
Em determinadas situações não haverá mais a interesse de prosseguir no processo penal pois ele NÃO teria mais utilidade:
Escusas Absolutórias do Art. 181 do CP 
 Art. 181 do Código Penal tem a natureza jurídica de uma imunidade penal absoluta, também conhecida como escusa absolutória, incidente sobre os crimes contra o patrimônio, previstos no Título II da Parte Especial do Código Penal, cuja consequência principal é a extinção da punibilidade em determinadas situações. 	
*
*
 Art. 181, CP: É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
*
*
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Para que haja justa causa para o exercício da ação penal deve existir:
 Prova da materialidade do crime
						+
 Indícios suficientes de autoria ou participação
*
*
	OBS: 	 Da rejeição liminar da denúncia ou da queixa cabe recurso em sentido estrito – RESE !
Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
 I - que não receber a denúncia ou a queixa;
*
*
1.1.2 CITAÇÃO do réu ou querelado. 
A) Conceito de citação. 
- É o chamamento do réu ou querelado a juízo, dando-lhe ciência do ajuizamento da ação, imputando-lhe a prática de um crime, bem como lhe oferecendo a oportunidade de se defender pessoalmente e através de defesa técnica. 
*
*
1.2 Conteúdo da resposta à acusação. 
	Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. 
	§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.
*
*
1.2.1 Arguição de preliminares. 
Deve-se fazer o levantamento de todas as falhas técnicas, de natureza processual, que possam existir na peça de acusação. 
Na arguição de preliminares, não se deve entrar no mérito propriamente dito da defesa, mas apenas discutir questões formais ou técnicas, fazendo uma indicação preliminar da matéria. 
Podendo ser seguida a seguinte ORDEM de arguição:
*
*
1º) Causas extintivas de punibilidade – Art. 107, CP. 
2º) Nulidades - Art. 564 CPP. 
3º) Causas de justificação = Causas de exclusão da ilicitude ou antijuridicidade (Art. 23, CP).
4º) Deve-se buscar qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da peça acusatória. 
*
*
1.2.2 Arguição de matérias que conduziriam à absolvição sumária do acusado – MÉRITO.
- O Art. 396-A do CPP prevê que na resposta à acusação deve-se alegar tudo o que interesse à sua defesa, desta forma, no MÉRITO basicamente se alega matérias que conduziriam à absolvição sumária do acusado que estão previstas no Art. 397 do CPP. 
*
*
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: 
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; 
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou 
IV - extinta a punibilidade do agente.
*
*
	I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
	- As causas de exclusão da ilicitude do fato são suscitadas em sede de preliminar, mas também serão analisadas no mérito de forma aprofundada. 
  Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
	I - em estado de necessidade; 
	II - em legítima defesa;
	III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
*
*
*
*
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; 
São causas de exclusão da culpabilidade: 
1ª)Embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior e acidental (não voluntária) - Art. 28, § 1º, CP. 
A Embriaguez acidental é aquela que o agente NÃO quis se embriagar, nem mesmo de forma culposa, ou seja, é a embriaguez provocada por circunstâncias alheias a vontade do agente – pode ser de dois tipos:
Caso fortuito 
Força maior 
 
 
 
*
*
	Completa – É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento ( Art. 28, § 1º, CP).
Incompleta – A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. ( Art. 28, § 2º, CP).
*
*
A embriaguez possui outras modalidades, com consequências jurídicas distintas:
Embriaguez Patológica – doença, aplica-se medida de segurança. 
Embriaguez Preordenada – NÃO exclui imputabilidade, agrava-se a pena (Art. 61, II, l), CP).
*
*
Embriaguez Não Acidental – NÃO exclui a imputabilidade, ela pode ser de duas espécies: (Art. 28, II, CP)
 Dolosa (voluntária)
 Culposa 
	OBS: Embriaguez não acidental dolosa ou culposa não exclui a culpabilidade, pois mesmo embriagado sujeito detém um mínimo ético. Teoria da actio libera in causa (ação livre na causa).
*
*
2º) Menoridade. 
Art. 27, CP - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
estabelecidas na legislação especial.
Critério biológico. 
*
*
3ª) Erro sobre a ilicitude do fato (erro de proibição direto - FGV). 
 A) Conceito.
No erro de proibição o sujeito não sabe que o que faz é proibido, ou seja, o sujeito não tem a potencial consciência da ilicitude do fato, razão pela qual será isento de pena ou terá sua pena reduzida. 
O que se exige é um conhecimento profano, do homem leigo da sociedade, pois o desconhecimento da lei é inescusável (Art. 21, caput, CP). 
	
*
*
B) Espécies. (Art. 21 CP)
Escusável / Inevitável / Invencível – isenta o agente de pena (Art. 21, caput, CP - O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena)
Inescusável / Evitável / Vencível – diminui a pena (Art. 21, caput, CP - O erro sobre a ilicitude do fato se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.)
- Art. 21, Parágrafo único, CP - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
*
*
4ª) Coação moral irresistível. 
	- Consiste no emprego de grave ameaça contra alguém para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Art. 22, CP - Se o fato é cometido sob coação irresistível, só é punível o autor da coação.
Na coação moral irresistível é necessária a presença de três pessoas: o coator, o coagido e a vítima.
Coator (autor mediato) e Coagido (autor imediato)
*
*
OBS: Se a coação for resistível ? 
Coagido – pena atenuada (Art. 65, III, CP)
Coator - pena agravada (Art. 62, II, do CP)
OBS: Se a coação irresistível for física ?
Neste caso haverá a exclusão da conduta e por consequência exclui-se o FATO TÍPICO ! 
*
*
5ª) Obediência hierárquica.
Art. 22, CP - Se o fato é cometido em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico só é punível o autor da ordem.
Ordem não manifestamente ilegal.
Superior hierárquico (relações de Direito Público).
Só é punido o autor da ordem.
*
*
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime;
Trata-se de qualquer tese de defesa que conduza à exclusão do FATO TÍPICO.
Dentre os destaques de teses de defesa que conduzem à exclusão do fato típico temos: 
	1º) Erro sobre elementos do tipo (Erro de tipo).
	
*
*
 Erro de tipo essencial. (Art. 20 CP)
- No erro de tipo o sujeito não tem consciência de alguns dos elementos que integram o tipo penal, vindo justamente a errar sobre um dos elementos constitutivos do tipo legal de um crime.
Espécies.
Escusável / Inevitável / Invencível – exclui o dolo e a culpa. 
Inescusável / Evitável / Vencível (Art. 20 CP) – exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
	Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
*
*
Ex: Haverá erro de tipo quando o agente não tem consciência de uma das elementares do crime de estupro de vulnerável. 
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.  
*
*
OBS: Atualmente o crime de estupro e de estupro de vulnerável podem ser classificados como de tipo misto alternativo ou de ação múltipla após a modificação da Lei 12.015/2009 !
 Consequência = aquele que pratica a conjunção carnal e logo em seguida, no mesmo contexto fático, pratica outro ato libidinoso diverso da conjunção carnal contra a mesma vítima, responderá por um crime único de estupro ou de estupro de vulnerável ! 
*
*
2º) Atipicidade material do fato diante do princípio da insignificância.
- Para a teoria da tipicidade conglobante adotada por Zaffaroni a tipicidade penal deriva da tipicidade legal somada a tipicidade conglobante.
Para que se possa falar em tipicidade conglobante:
A conduta deve ser antimormativa - deve haver a inexistência de normas que ordenam ou que fomentam as condutas.
 
*
*
Deve haver tipicidade material – a conduta deve ser materialmente lesiva. 
 O direito penal somente se presta a proteger os bens jurídicos mais importantes. Desta forma, excluem-se os tipos penais que não trouxeram ofensa ao bem jurídico, chamados de crimes de bagatela, havendo incidência do princípio da insignificância.
 O princípio da insignificância funciona como uma causa de exclusão da tipicidade, existindo a chamada atipidade material do fato. 
*
*
 A jurisprudência dos tribunais superiores NÃO vem admitindo a aplicação do princípio da insignificância nos crimes praticados COM o emprego de violência à pessoa ou grave ameaça. 
 Para o Supremo Tribunal Federal o princípio da insignificância possui os seguintes requisitos de ordem objetiva autorizadores da sua aplicação : 
A mínima ofensividade da conduta; 
A ausência de periculosidade social da ação;
O reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
A inexpressividade da lesão jurídica.
*
*
3º)Atipicidade dos crimes contra a ordem tributária antes do lançamento definitivo do tributo. 
SÚMULA VINCULANTE 24 STF - Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
 - Vêm entendendo os Tribunais Superiores que, antes do esgotamento da instância administrativa com lançamento do tributo, não pode ser oferecida denúncia pela prática do crime. 
*
*
 Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:       
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;        
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
*
*
 Precedente Representativo
"Ementa: I. Crime material contra a ordem tributária (L. 8137/90, art. 1º): lançamento do tributo pendente de decisão definitiva do processo administrativo: falta de justa causa para a ação penal, suspenso, porém, o curso da prescrição enquanto obstada a sua propositura pela falta do lançamento definitivo. 
1. Embora não condicionada a denúncia à representação da autoridade fiscal (ADInMC 1571), falta justa causa para a ação penal pela prática do crime tipificado no art. 1º da L. 8137/90 - que é material ou de resultado -, enquanto não haja decisão definitiva do processo administrativo de lançamento, quer se considere o lançamento definitivo uma condição objetiva de punibilidade ou um elemento normativo de tipo. (HC 81.611, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, julgamento em 10.12.2003, DJ de 13.5.2005.)
*
*
IV - extinta a punibilidade do agente.
- Como já foram estudadas, as causas de extinção da punibilidade devem ser suscitadas em sede de preliminar, mas também serão analisadas no mérito de forma aprofundada. 
*
*
1.2.3 Oferecimento de documentos e requerimento de produção de provas. 
1.2.4 Arrolar testemunhas e qualificá-las. 
- Devem ser listadas todas as testemunhas
e obrigatoriamente qualificadas, mediante indicação de todos os elementos de identificação possíveis destas. Não se admite arrolamento de testemunhas sem a devida qualificação. 
*
*
OBS: O requerimento de intimação das testemunhas não é obrigatório, podendo estas ser arroladas independentemente de intimação. 
 Todavia, recomenda-se fazer o pedido de expedição de mandado de intimação. Caso não tenham sido intimadas e não compareçam para serem ouvidas, as testemunhas não poderão ser conduzidas coercitivamente, nem substituídas por outras, o que pode prejudicar substancialmente a defesa.
*
*
OBS: Número máximo de testemunhas:
Rito ordinário até 8 testemunhas por parte e por acusado (art. 401 do CPP);
Rito sumário  até 5 testemunhas por parte e por acusado (art. 532 do CPP);
*
*
OBS: Definição do procedimento comum !
 ORDINÁRIO = quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade. (Art. 394, §1º, I, CPP)
 SUMÁRIO = quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade. (Art. 394, §1º, II, CPP)
 SUMARÍSSIVO = as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima NÃO SUPERIOR a 2 ANOS, cumulada ou não com multa (Art. 61, Lei 9099/95) 
*
*
OBS: No rito SUMARÍSSIMO – crimes de Menor Potencial Ofensivo de competência dos Juizados Especiais Criminais – a resposta a acusação deve ser VERBAL, conforme o Art. 81, Lei 9099 95 e não caberia a resposta a acusação escrita.
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.
*
*
2. Resposta à acusação no rito do tribunal do júri. 
2.1 Considerações iniciais. 
A resposta a acusação no rito do Tribunal do júri segue a mesma lógica da resposta a acusação no rito ordinário e sumário, devendo ser realizada no prazo de 10 dias a contar da citação do acusado ou do momento que este ou seu defensor constituído, comparecer em juízo, em casos de citação inválida ou feita por edital. 
Haverá alteração de indicação do artigo, pois a fundamentação será no Art. 406, § 3º do CP. 
*
*
Art. 406 do CPP - O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
§ 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital. 
§ 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa.
§ 3o Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. 
*
*
OBS: O Tribunal do Júri possui competência para julgar os CRIMES DOLOSOS a VIDA, consumados ou tentados (Art. 5º, XXXVIII, CF), que abrange os seguintes crimes: 
Homicídio – Art. 121, CP. 
Induzimento, instigação e auxílio ao suicídio – Art. 122, CP.
Infanticídio – Art. 123, CP. 
Aborto – Art. 124, 125 e 126 CP. 
*
*
2.2 Conteúdo da resposta à acusação no rito do tribunal do júri. 
2.2.1 Arguição de preliminares. 
Assim como ocorre na resposta à acusação do rito comum ordinário e sumário, no rito do tribunal do júri deve ser seguida a seguinte ORDEM (segue-se a mesma ordem da resposta à acusação no rito comum ordinário e sumário) 
*
*
1º) Causas extintivas de punibilidade – Art. 107, CP. 
2º) Nulidades - Art. 564 CPP. 
3º) Causas de justificação = Causas de exclusão da ilicitude ou antijuridicidade (Art. 23, CP).
4º) Deve-se buscar qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da peça acusatória. 
*
*
2.2.2 Arguição de matérias que conduziriam à absolvição sumária do acusado – MÉRITO.
A) Absolvição Sumária. 
- Se a resposta à acusação for no rito do tribunal do Júri deve-se mencionar, no mérito, teses que conduziriam a ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA e indicar por ANALOGIA o Art. 397 do CPP. 
- NÃO se deve indicar o Art. 415 do CPP, as situações de absolvição sumária previstas neste artigo ocorrem FINAL DA INTRUÇÃO PROBATÓRIA e é alegada nos MEMORIAIS.
*
*
B) Desclassificação.
A alegação de desclassificação ocorre nas hipóteses em que o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime que NÃO seja DOLOSO contra a VIDA e não for competente para o seu julgamento.
Neste caso o juiz fará a desclassificação do crime e remeterá os autos ao juiz competente, nos termos do Art. 419, CPP: 
Art. 419.  Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.
Parágrafo único.  Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado preso.
*
*
3. Estrutura da resposta à acusação. 
3.1 Endereçamento.  
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... ( Regra Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE... (Crimes da Competência da Justiça Federal)
*
*
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ... (Regra geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE ... (Crimes da Competência da Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... CAPITAL DO ESTADO DE ... 
*
*
3.2 Qualificação das partes e identificação da peça-prática.
Processo número: 
(Espaço de dois dedos para parágrafo) Nome do réu, já qualificado nos autos do processo às folhas... , por seu advogado e bastante procurador que a esta subscreve, conforme procuração em anexo, vem, muito respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 396 e 396–A (OU Art. 406 CPP – No caso de Tribunal do Júri) do Código de Processo Penal (não colocar abreviatura) apresentar (sem saltar linhas)
RESPOSTA A ACUSAÇÃO
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
 
*
*
3.3. Corpo da peça prática. 
I. DOS FATOS;
- Deve-se fazer uma exposição resumida dos fatos, colocando as matérias que são de interesse da defesa que e que evidenciam a existência de preliminares e matérias de mérito. 
 
*
*
II. DAS PRELIMINARES. 
Deve-se apenas fazer a menção da preliminar, para depois aprofundá-la no mérito, devendo ser seguida a seguinte ordem: 
1º) Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade.
2º) Art. 564 CPP – Nulidades
3º) Art. 23 CP Causas de exclusão de ilicitude.
4º) Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da peça acusatória. 
*
*
Exemplo: 
					Preliminarmente, cumpre elucidar ao douto julgador a visível e patente falta de justa causa para o exercício da ação penal contra o réu Pedro, nos moldes do Art. 395, III, do Código de Processo Penal, o que já deveria ter acarretado a rejeição liminar da denúncia em relação ao referido réu, em virtude da falta de indícios suficientes de autoria e de materialidade do fato.
*
*
III. DO MÉRITO. 
- Deve-se alegar todas as matérias que conduziriam
à absolvição sumária do acusado na ordem trazida pelo Art. 397 do CPP: 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: 
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; 
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou 
IV - extinta a punibilidade do agente.
 
*
*
No mérito também se deve fazer o aprofundamento das matérias que foram alegadas em sede de preliminar. 
Uma dica da análise das preliminares é definir os seus requisitos, depois citar o artigo respectivo e em seguida demonstrar que no caso concreto eles estão presentes. 
 
*
*
IV. DOS PEDIDOS. 
O pedido principal será o de absolvição sumária. 
- Exemplo:
					Diante de todo exposto, requer-se a Vossa Excelência que decrete a absolvição sumária do acusado, nos termos do Art. 397 do Código de Processo Penal (indicar o inciso correspondente) como medida de preservação da mais lídima justiça.
*
*
Outros pedidos. 
Requerimento de produção de provas. 
Exemplo: 
				O reú irá provar alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial a prova testemunhal (indicar a prova específica). 
*
*
Requerimento de arrolamento e intimação de testemunhas.
Exemplo: 
			Por fim, requer, desde logo, que sejam intimadas e inquiridas as testemunhas ao final arroladas.
 - Ao final deve-se pedir o deferimento:
Exemplo: 
			Nestes termos, pede deferimento. 
 
*
*
Comarca... , Data...
Advogado...
OAB Número...
*
*
- Não esquecer de fazer menção ao rol de testemunhas:
Rol de testemunhas:
1- NOME, ENDEREÇO...
2- NOME, ENDEREÇO...
3- NOME, ENDEREÇO...
4 - NOME, ENDEREÇO...
5 - NOME, ENDEREÇO...
 
*
*
4. Questão Prático Profissional !
(OAB 2012.2 / Peça Prático-Profissional / FGV) Visando abrir um restaurante, José pede vinte mil reais emprestados a Caio, assinando, como garantia, uma nota promissória no aludido valor, com vencimento para o dia 15 de maio de 2010. Na data mencionada, não tendo havido pagamento, Caio telefona para José e, educadamente, cobra a dívida, obtendo do devedor a promessa de que o valor seria pago em uma semana. 
*
*
Findo o prazo, Caio novamente contata José, que, desta vez, afirma estar sem dinheiro, pois o restaurante não apresentara o lucro esperado. Indignado, Caio comparece no dia 24 de maio de 2010 ao restaurante e, mostrando para José uma pistola que trazia consigo, afirma que a dívida deveria ser saldada imediatamente, pois, do contrário, José pagaria com a própria vida. Aterrorizado, José entra no restaurante e telefona para a polícia, que, entretanto, não encontra Caio quando chega ao local. 
 
*
*
Os fatos acima referidos foram levados ao conhecimento do delegado de polícia da localidade, que instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias do ocorrido. Ao final da investigação, tendo Caio confirmado a ocorrência dos eventos em sua integralidade, o Ministério Público o denuncia pela prática do crime de extorsão qualificada pelo emprego de arma de fogo. Recebida a inicial pelo juízo da 5ª Vara Criminal, o réu é citado no dia 18 de janeiro de 2011. 
*
*
Procurado apenas por Caio para representá-lo na ação penal instaurada, sabendo-se que Joaquim e Manoel presenciaram os telefonemas de Caio cobrando a dívida vencida, e com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija, no último dia do prazo, a peça cabível, invocando todos os argumentos em favor de seu constituinte.
*
*
GABARITO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... 
Processo número...
*
*
			Caio, já qualificado nos autos do processo às folhas... , por seu advogado e bastante procurador que a esta subscreve, conforme procuração em anexo, vem, muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 396 e 396–A do Código de Processo Penal apresentar 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
*
*
I. DOS FATOS. 
			O réu foi denunciado pela suposta prática do crime de extorsão qualificada pelo emprego de arma, nos termos do Art. 158, § 1º, do CP porque teria no dia 24 de maio de 2010 empregado grave ameaça contra a vítima José para cobrar uma dívida não saldada por esta, que pediu 20 mil reais emprestados do réu, assinando como garantia uma nota promissória no aludido valor, com vencimento para o dia 15 de maio de 2010, mas que não foi paga pela vítima.
	
*
*
		Consta dos autos que a vítima procurou a autoridade policial para informar os fatos mencionados, tendo esta, equivocadamente, instaurado inquérito policial, bem como o Ministério Público ofereceu denúncia que foi recebida pelo juízo da 5ª Vara Criminal, tendo o réu sido citado no dia 18 de janeiro de 2011. 
		Por fim a, as testemunhas Joaquim e Manoel presenciaram os telefonemas do réu cobrando a dívida vencida da vítima. 
		Ocorre que o réu deverá ser absolvido sumariamente diante da manifesta atipicidade de sua conduta e da ocorrência da decadência do direito de queixa, pelas razões a seguir expostas. 
	
*
*
II. DAS PRELIMINARES. 
			Preliminarmente cumpre alegar a minifesta ocorrência de causa de extinção da punibilidade da decadência do direito de queixa, nos termos do Art. 103 e 107, IV, Código Penal. 
			Além disso, existe uma manifesta nulidade pela ilegitimidade ativa do membro do ministério público por se tratar de crime de ação penal privada, nos termos do Art. 564, II, do Código de Processo Penal, o que já deveria ter ocasionado a rejeição liminar da peça acusatória, por falta de condição da ação, nos termos do Art. 395, II, do Código de Processo Penal.
*
*
III. DO MÉRITO. 
III. I. DA ATIPICIDADE DA CONDUTA DE EXTORSÃO. 
- Fazer fundamentação no sentido de que a conduta descrita pelo Ministério Público caracterizaria apenas o crime de exercício arbitrário das próprias razões, previsto no artigo 345 do CP, uma vez que para a configuração do delito de extorsão seria imprescindível que a vantagem fosse indevida, sendo a conduta, com relação ao delito do artigo 158, atípica. 
 
*
*
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
 
*
*
III.II DA DECADÊNCIA DO DIREITO DE QUEIXA. 
Fazer fundamentação no sentido de que caberia à vítima ajuizar queixa-crime dentro do prazo decadencial de seis meses, contados a partir do dia 24 de maio de 2010 e, uma vez não tendo sido oferecida a queixa-crime até o dia 23 de novembro de 2010, incidiu sobre o feito o fenômeno da decadência, restando extinta a punibilidade de Caio. 
Na fundamentação utilizar os artigos 103 e 107, IV, CP
*
*
III.III. DA ILEGITIMIDADE ATIVA. 
- Fazer fundamentação no sentido de que o Ministério Público não é parte legítima para figurar no polo ativo de processo criminal pelo delito de exercício arbitrário das próprias razões, pois não houve emprego de violência, sendo este persequível por ação penal privada.
*
*
IV. DOS PEDIDOS. 
				Diante de todo exposto, requer-se a Vossa Excelência que decrete a absolvição sumária do acusado, nos termos dos artigos 397, III, diante da atipicidade do delito de extorsão, e do inciso IV, pela incidência da decadência, causa de extinção da punibilidade, do Código de Processo Penal (indicar o inciso correspondente) como medida de preservação da mais lídima justiça.
		
*
*
				O réu irá provar alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial a prova testemunhal.
				Por fim, requer, desde logo, que sejam intimadas e inquiridas as testemunhas ao final arroladas.
				Nestes termos, pede deferimento. 
Comarca... , 28 de janeiro de 2011. 
(a data da citação foi no dia18 de janeiro de 2011) 
Advogado...
OAB Número...
*
*
Rol de testemunhas:
1- JOAQUIM, ENDEREÇO...
2- MANOEL, ENDEREÇO...
3 - Pratica Juridica III - Memoriais.ppt
*
*
PRÁTICA JURÍDICA III
PROF. RENAN MARQUES
AULA – MEMORIAIS
*
*
MEMORIAIS
*
*
1. Memoriais no procedimento ordinário. 
1.1 Considerações iniciais. 
- Diante das modificações introduzidas pela lei 11.719/2008 e objetivando dotar de maior celeridade o procedimento comum de rito ordinário, o Art. 403 do Código de Processo Penal estabelece que AO FINAL DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA:
REGRA  as alegações finais da acusação e defesa serão ORAIS !
	
*
*
- O procedimento para alegações finais orais será: 
1º) Acusação = 20 minutos, prorrogável por mais 10 minutos;
2º) Assistente de acusação (caso exista) = 10 minutos. 
3º) Defesa = 20 minutos, prorrogável por mais 10 minutos. 
 Caso tenha existido manifestação do assistente de acusação, a defesa terá mais 10 minutos para suas alegações. 
 Havendo mais de um acusado, o tempo para defesa será computado individualmente.
*
*
EXCEÇÃO  apresentação de alegações finais por MEMORIAIS na forma ESCRITA. 
As alegações finais por memoriais ocorrerá quando: 
o Juiz , considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais na forma escrita. (Art. 403, § 3º, CP). 
Se houver requerimento de diligências consideradas imprescindíveis. Neste caso, após a realização da diligência as parte apresentação alegações finais por memoriais (Art. 404, p.único, CPP)
*
*
Percebe-se que os memoriais são uma determinação do juiz, NÃO havendo escolha pela parte.
A abertura dos prazos dos memoriais é SUCESSIVO, primeiro há a apresentação dos memoriais de acusação, depois é que haverá os memoriais de defesa. (Peça de fácil identificação !!!)
*
*
OBS: No rito sumário, sumaríssimo e no rito do Tribunal do Júri NÃO existe previsão expressa dos memoriais, deve-se fundamentar em qual artigo a peça prática ?
 Entende a doutrina e a jurisprudência esta peça prática é perfeitamente cabível nestes procedimentos, devendo a fundamentação, por analogia, no Art. 403, § 3º do CPP. 
 Apenas o que vai mudar é a indicação da autoridade competente.
*
*
1.2 Conteúdo dos memoriais. 
A fundamentação dos memoriais deve ser a MAIS AMPLA POSSÍVEL pois é a última oportunidade de manifestação da defesa antes da sentença penal condenatória.
1.2.1 Arguição de preliminares. 
- Na arguição de preliminares, não se deve entrar no mérito propriamente dito da defesa, mas apenas discutir questões formais ou técnicas, fazendo uma indicação preliminar da matéria. 
 
*
*
- ORDEM de arguição (mesmas da resposta à acusação !)
1º) Causas extintivas de punibilidade – Art. 107, CP. 
2º) Nulidades - Art. 564 CPP. 
3º) Causas de justificação = Causas de exclusão da ilicitude ou antijuridicidade (Art. 23, CP).
4º) Deve-se buscar qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da peça acusatória. 
	
*
*
1.2.2 Arguição de matérias que conduziriam à absolvição do acusado – MÉRITO.
No caso dos memoriais serão abordadas matérias de mérito que conduziriam à ABSOLVIÇÃO do acusado nos termos do Art. 386 do CPP. 
O que a defesa pretende é que seja proferida uma sentença absolutória própria: 
 É a sentença que rejeita a pretensão punitiva de deduzida na denúncia ou queixa, SEM impor qualquer tipo de reprimenda.
	
*
*
OBS: Sentença absolutória imprópria 
É aquela em que o juiz, reconhecendo a existência de um fato típico e ilícito, bem como sua autoria, deixa de condenar o acusado, tendo em vista a inimputabilidade por doença mental. 
 Neste caso o réu é absolvido, mas comina-se uma medida de segurança. 
*
*
No mérito deve-se alegar algumas das hipóteses de absolvição trazidas no Art. 386 do CPP que serão analisadas: 
	Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na 	parte 	dispositiva, desde que reconheça:
    I - estar provada a inexistência do fato;
	 Neste caso, no decorrer da instrução probatória prova-se que 	na verdade o fato NUNCA EXISTIU. 
*
*
II - não haver prova da existência do fato;
 Neste caso o fato criminoso até pode ter ocorrido. Entretanto, a acusação não conseguiu comprovar sua existência ou materialidade. 
Ex. Vítima afirma que foi furtado pelo réu. Mas no decorrer do processo a acusação NÃO consegue provar que houve efetivamente um furto.
*
*
III - não constituir o fato infração penal;
 Ocorre quando o fato é ATÍPICO, não sendo previsto como crime pela legislação pátria. Ou seja, não existe um tipo penal para a conduta narrada nos autos. Até pode ter ocorrido o fato, entretanto, ele não constitui crime.
*
*
IV –  estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; 
  Neste caso, no decorrer da instrução criminal fica claro que houve o crime, mas está provado que que o réu não foi autor ou partícipe do crime. 
Ex. O réu foi acusado de praticar o crime de lesão corporal praticado no dia 12/01/2010, mas neste mesmo dia o réu não estava no local do crime, restando provado este fato.
*
*
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; 
  No decorrer da instrução criminal fica reconhecido que o crime ocorreu, mas neste caso a acusação NÃO consegue demonstrar que o réu cometeu o crime como autor ou partícipe. Ou seja, a acusação não consegue provar de forma inequívoca a coautoria ou participação do réu. 
Ex: Mãe é denunciada junto com o pai pelo crime de homicídio do filho do casal. Mas a acusação não consegue demostrar a participação da mãe através de prova testemunhal. 
*
*
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
 Se tiver tratando de qualquer circunstância que exclui o crime ou isenta de pena será este o inciso a ser embasado. Neste caso o próprio inciso traz as hipóteses de exclusão do crime ou de isenção de pena, que são as seguintes:
*
*
Erro de Tipo (Art. 20 do CP) – exclui o crime.
Descriminante putativa por Erro de tipo (Art. 20, § 1º, do CP) – isenta de pena.
 Erro de proibição (Art. 21 do CP) – isenta de pena. 
 Coação moral irresistível e obediência hierárquica (Art. 22 do CP) – isenta de pena.
Excludentes da ilicitude do fato (Art. 23 do CP) - exclui o crime.
Inimputabilidade (Art. 26 do CP) - isenta de pena
Embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, quando o sujeito era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento (Art. 28, § 1o , do CP) - isento de pena. 
	
*
*
	OBS: Descriminantes putativas
por erro de tipo – Art. 20, § 1º, CP (erro de tipo permissivo) 
	 As descriminantes putativas derivadas de erro de tipo são aquelas que recaem sobre um dos elementos de uma causa de exclusão da ilicitude. Ou seja, o sujeito imagina que estão presentes um dos elementos de uma excludente da ilicitude que SÓ estão na sua mente. 
*
*
 Espécies. (Art. 20 CP)
 Escusável / Inevitável / Invencível – isenta o agente de pena. (Art. 20, § 1º, CP - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.) 
 Inescusável / Evitável / Vencível – permite punição por crime culposo (Art. 20, § 1º, CP - Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo). 
Neste caso o agente age dolosamente, porém responderá por crime culposo, se o fato for punível como crime culposo, é a chamada culpa imprópria. este 	
*
*
OBS: O rol do inciso VI é um rol exemplificativo, não sendo taxativo, logo se houver outra causa que exclua o crime isente de pena poderá ser alegada com base neste artigo.
Ex: Causas de extinção da punibilidade = excluem o crime.
OBS: Coação irresistível relaciona-se a coação moral irresistível, tendo em vista que se houver coação física irresistível há eliminação do dolo e da culpa, excluindo o crime, e não isentando de pena. 
 
*
*
 VII – não existir prova suficiente para a condenação.8)
Esta é uma manifestação do in dúbio pro réu, tendo uma natureza eminentemente residual. No caso a acusação não consegue demonstrar peremptoriamente que o réu cometeu crime. 
 A condenação do acusado SÓ é admitida se houver prova CABAL, validamente constituída sob a égide do CONTRADITÓRIO. Se não houver prova cabal, a absolvição se impõe. 
*
*
1.2.3 Arguição de matérias subsidiárias que conduziriam a uma melhora na situação jurídica em caso de eventual condenação. 
A defesa em sede de memoriais deve ser a MAIS AMPLA possível, razão pela qual deve-se pleitear, subsidiariamente: 
Afastamento de qualificadoras; 
Afastamento de circunstâncias agravantes; 
Reconhecimento de circunstâncias atenuantes; 
Reconhecimento de causas de diminuição de pena; 
*
*
2. Memoriais no rito do tribunal do júri. 
2.1 Conteúdo dos memoriais. 
2.1.1 Arguição de preliminares. 
 - Deve-se seguir a mesma ordem de arguição dos memoriais no rito comum ordinário: 
*
*
- ORDEM de arguição (mesmas da resposta à acusação !)
1º) Causas extintivas de punibilidade – Art. 107, CP. 
2º) Nulidades - Art. 564 CPP. 
3º) Causas de justificação = Causas de exclusão da ilicitude ou antijuridicidade (Art. 23, CP).
4º) Deve-se buscar qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da peça acusatória. 
*
*
OBS: Em relação às nulidades, existem nulidade específicas para o rito do tribunal do júri, como as seguintes: 
Art. 564 do CPP - A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia; 
*
*
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; 
 j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade; 
k) os quesitos e as respectivas respostas;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; 
*
*
2.2.2 Arguição de matérias que conduziriam à absolvição sumária – MÉRITO.
- Neste caso serão arguidas matérias do Art. 415 do CPP: 
Art. 415.  O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – provada a inexistência do fato;
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
III – o fato não constituir infração penal; 
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. 
 
*
*
2.2.3 Arguição de matérias subsidiárias.
No caso dos memoriais no rito do tribunal do júri, poderão haver teses subsidiárias a serem alegas, tais como: 
	A) Impronúncia. 
	- A impronúncia está prevista no Art. 414 do CPP: 
Art. 414.  Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.
Parágrafo único.  Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova. 
*
*
 A impronúncia ocorre nas situações em que não existe um lastro probatório mínimo suficiente para a viabilização da pronúncia, esta só ocorre se houver indícios suficientes de autoria ou participação + prova da materialidade do fato (Art. 413, CPP). Neste sentido: 
Art. 413.  O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.
§ 1o  A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena
*
*
 A sentença de impronúncia extingue o processo SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, ou seja, não é uma decisão imutável, sendo admitida uma nova denúncia ou queixa se houver prova nova: 
	 Art. 414.  Parágrafo único.  Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova. 
 Provas novas são aquelas que NÃO eram conhecidas no momento em que a impronúncia foi proferida. Podem, portanto, ser preexistentes ao ato e o seu reconhecimento se deu em momento posterior. 
*
*
	OBS: Art. 416 do CPP -  Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação.
B) Desclassificação.
 A alegação de desclassificação ocorre nas hipóteses em que o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime que NÃO seja DOLOSO contra a VIDA e não for competente para o seu julgamento – Art. 419, CPP. (a matéria já foi vista na resposta à acusação). 
  	
*
*
C) Arguição de matérias subsidiárias que conduziriam a uma melhora na situação jurídica em caso de eventual condenação.
A defesa em sede de memoriais deve ser a MAIS AMPLA possível, razão pela qual deve-se pleitear, subsidiariamente: 
Afastamento de qualificadoras; 
Afastamento de circunstâncias agravantes; 
Reconhecimento de circunstâncias atenuantes; 
Reconhecimento de causas de diminuição de pena; 
 
*
*
3. Estrutura dos memoriais. 
3.1 Endereçamento. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... ( Regra Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE... (Crimes da Competência da Justiça Federal)
*
*
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ... (Regra geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE ... (Crimes da Competência da Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... CAPITAL DO ESTADO DE ... 
*
*
3.2 Qualificação da parte e identificação da peça-prática.
Processo número: (pular 2 linhas)
(Espaço de dois dedos para parágrafo) Nome do réu, já qualificado nos autos do processo às folhas..., por seu advogado e bastante procurador que a esta subscreve, conforme
procuração em anexo, vem, muito respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 403, § 3º do Código de Processo Penal apresentar (sem saltar linhas)
MEMORIAIS
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
 	
*
*
3.3. Corpo da peça prática. 
I. DOS FATOS;
- Deve-se fazer uma exposição resumida dos fatos, colocando as matérias que são de interesse da defesa que e que evidenciam a existência de preliminares e matérias de mérito. 
 
*
*
II. DAS PRELIMINARES. 
Deve-se apenas fazer a menção da preliminar, para depois aprofundá-la no mérito, devendo ser seguida a seguinte ordem: 
1º) Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade.
2º) Art. 564 CPP – Nulidades
3º) Art. 23 CP Causas de exclusão de ilicitude.
4º) Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da peça acusatória. 
*
*
III. DO MÉRITO. 
Deve-se alegar todas as matérias que conduziriam à absolvição do acusado na ordem trazida pelo Art. 386 do CPP ou a absolvição sumária do Art. 415 do CPP (rito do tribunal do júri). 
Deve-se fazer o aprofundamento das matérias trazidas em sede de preliminar. 
Deve-se alegar todas as teses subsidiárias possíveis que conduziriam a uma melhora na situação jurídica em caso de eventual condenação. 
*
*
IV. DOS PEDIDOS. 
O pedido principal será o de absolvição (Art. 386 CPP) ou de absolvição sumária (Art. 415, CPP). 
Exemplo: 
			Em face do exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição do acusado, diante da existência do erro de tipo escusável, causa de exclusão do crime, nos termos do artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal.	
*
*
Os pedidos subsidiários serão a arguição de matérias subsidiárias que conduziriam a uma melhora na situação jurídica em caso de eventual condenação.
Exemplo: 
		Caso não seja acolhido o pedido acima, o que não se espera, vem requerer a impronúncia do réu, diante da ausência de materialidade do crime, nos termos do Art. 414 do Código de Processo Penal. 
		Na eventualidade de não ser acolhido o pedido acima, vem requerer que seja reconhecido o homicídio privilegiado por relevante valor social, causa de diminuição de pena. 
		 
*
*
	Requer, ainda, que seja aplicada a pena no mínimo legal. 
 - Ao final deve-se pedir o deferimento:
Exemplo: 
			Nestes termos, pede deferimento. 
OBS: NÃO se deve ARROLAR TESTEMUNHAS pois elas já foram arroladas na resposta à acusação e já foram ouvidas na audiência de instrução e julgamento ! NÃO se deve requerer a PRODUÇÃO DE PROVAS pois estas já foram produzidas durante a Audiência de Instrução e Julgamento. 
*
*
Comarca... , Data...
Advogado...
OAB Número...
*
*
4. Questão Prático Profissional !
(OAB 2014.2 / Peça Prático-Profissional / FGV) 
Felipe, com 18 anos de idade, em um bar com outros amigos, conheceu Ana, linda jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal e troca de beijos, decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local trocaram carícias, e Ana, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com Felipe. Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências, tendo antes trocado telefones e contatos nas redes sociais. 
*
*
No dia seguinte, Felipe, ao acessar a página de Ana na rede social, descobre que, apesar da aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze) anos de idade, tendo Felipe ficado em choque com essa constatação. O seu medo foi corroborado com a chegada da notícia, em sua residência, da denúncia movida por parte do Ministério Público Estadual, pois o pai de Ana, ao descobrir o ocorrido, procurou a autoridade policial, narrando o fato. 
*
*
Por Ana ser inimputável e contar, à época dos fatos, com 13 (treze) anos de idade, o Ministério Público Estadual denunciou Felipe pela prática de dois crimes de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma do artigo 69, ambos do Código Penal. O Parquet requereu o início de cumprimento de pena no regime fechado, com base no artigo 2º, §1º, da lei 8.072/90, e o reconhecimento da agravante da embriaguez preordenada, prevista no artigo 61, II, alínea “l”, do CP. 
*
*
O processo teve início e prosseguimento na XX Vara Criminal da cidade de Vitória, no Estado do Espírito Santo, local de residência do réu. Felipe, por ser réu primário, ter bons antecedentes e residência fixa, respondeu ao processo em liberdade. Na audiência de instrução e julgamento, a vítima afirmou que aquela foi a sua primeira noite, mas que tinha o hábito de fugir de casa com as amigas para frequentar bares de adultos. As testemunhas de acusação afirmaram que não viram os fatos e que não sabiam das fugas de Ana para sair com as amigas. As testemunhas de defesa, amigos de Felipe, disseram que o comportamento e a vestimenta da Ana eram incompatíveis com uma menina de 13 (treze) anos e que qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa maior de 14 (quatorze) anos, e que Felipe não estava embriagado quando conheceu Ana. 
*
*
O réu, em seu interrogatório, disse que se interessou por Ana, por ser muito bonita e por estar bem vestida. Disse que não perguntou a sua idade, pois acreditou que no local somente pudessem frequentar pessoas maiores de 18 (dezoito) anos. Corroborou que praticaram o sexo oral e vaginal na mesma oportunidade, de forma espontânea e voluntária por ambos. 
A prova pericial atestou que a menor não era virgem, mas não pôde afirmar que aquele ato sexual foi o primeiro da vítima, pois a perícia foi realizada longos meses após o ato sexual. O Ministério Público pugnou pela condenação de Felipe nos termos da denúncia. A defesa de Felipe foi intimada no dia 10 de abril de 2014 (quinta-feira). 
*
*
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, no último dia do prazo, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0) 
*
*
Gabarito
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DE VITÓRIA DO ESTADO DE ESPÍRITO SANTO
Processo número...
*
*
					FELIPE, já qualificado nos autos do processo às folhas..., por seu advogado e bastante procurador que a esta subscreve, conforme procuração em anexo, vem, muito respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 403, § 3º do Código de Processo Penal apresentar
MEMORIAIS
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
*
*
I. DOS FATOS. 
		O réu foi denunciado pelo membro do Ministério Público pela prática de dois crimes de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma do artigo 69, ambos do Código Penal, tendo o MP requerido o início de cumprimento de pena no regime fechado, com base no artigo 2º, §1º, da lei 8.072/90, e o reconhecimento da agravante da embriaguez preordenada, prevista no artigo 61, II, alínea “l”, do CP, porque a vítima teria praticado sexo oral e vaginal com o réu, na mesma oportunidade, de forma espontânea e voluntária, tendo esta 13 anos de idade na época dos fatos.
		Consta dos autos que o réu, com 18 anos de idade, conheceu Ana, a vítima do presente processo, em um bar onde somente seria permitida a entrada de pessoas maiores de 18 anos. 
*
*
			Após um bate-papo informal e troca de beijos, o réu e a vítma decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local trocaram carícias, e a vítima, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com o réu. Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências, tendo antes trocado telefones e contatos nas redes sociais. 
			No dia seguinte, o réu, ao acessar a página da vítima na rede social, descobre que, apesar da aparência adulta, esta possuía apenas 13
(treze) anos de idade, tendo o réu ficado em choque com essa constatação.
*
*
		O processo teve início e prosseguimento na XX Vara Criminal da cidade de Vitória, no Estado do Espírito Santo, local de residência do réu. O réu, por ser réu primário, ter bons antecedentes e residência fixa, respondeu ao processo em liberdade. 
		Na audiência de instrução e julgamento, a vítima afirmou peremptoriamente que aquela foi a sua primeira noite, mas que tinha o hábito de fugir de casa com as amigas para frequentar bares de adultos. 
*
*
			As testemunhas de acusação, por sua vez, afirmaram que não viram os fatos e que não sabiam das fugas de Ana para sair com as amigas. 
			As testemunhas de defesa, amigos de Felipe, disseram que o comportamento e a vestimenta da Ana eram incompatíveis com uma menina de 13 (treze) anos e que qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa maior de 14 (quatorze) anos, e que Felipe não estava embriagado quando conheceu Ana. 
*
*
			O réu, em seu interrogatório, disse que se interessou por Ana, por ser muito bonita e por estar bem vestida. Disse que não perguntou a sua idade, pois acreditou que no local somente pudessem frequentar pessoas maiores de 18 (dezoito) anos. Corroborou que praticaram o sexo oral e vaginal na mesma oportunidade, de forma espontânea e voluntária por ambos. 
			Por fim a prova pericial atestou que a menor não era virgem, mas não pôde afirmar que aquele ato sexual foi o primeiro da vítima, pois a perícia foi realizada longos meses após o ato sexual. 
			Ocorre que o réu merece ser absolvido diante da existência manifesta de erro de tipo essencial escusável, causa de exclusão do crime, diante da atipicidade do crime de estupro de vulnerável do Art. 217-A do CP, nos termos do Art. 386, III, do CPP. 
*
*
II. DO MÉRITO. 
II.I DA EXISTÊNCIA MANIFESTA DE ERRO DE TIPO ESSENCIAL ESCUSÁVEL.
- Fazer fundamentação no sentido de absolvição do réu diante do erro de tipo escusável, que colimou na atipicidade da conduta. Abordando o fato de que o réu praticou sexo oral e vaginal com uma menina de 13 (treze) anos, que pelas condições físicas e sociais aparentava ser maior de 14 (quatorze) anos. 
*
*
Alegar que o tipo penal descrito no artigo 217- A do CP, estupro de vulnerável, exige que o réu tenha ciência de que se trata de menor de 14 (quatorze) anos, sendo plenamente viável a alegação de erro de tipo essencial, quando verificado, no caso concreto, a absoluta impossibilidade de conhecimento da idade da vítima. Na realidade, o réu acreditou estar praticando ato sexual com pessoa maior de 14 (quatorze) anos, incidindo, portanto, a figura do erro de tipo essencial, descrita no artigo 20, caput, do CP.
*
*
- Fazer fundamentação no sentido de que qualquer pessoa naquela circunstância incidiria em erro de tipo essencial e como não há previsão de estupro de vulnerável de forma culposa, não há outra solução senão a absolvição do réu, com base no artigo 386, III, do CPP. 
*
*
II.II DA INEXISTÊNCIA DE CONCURSO MATERIAL DE CRIMES. 
Apenas por cautela, na eventualidade de não ser acolhida a tese de absolvição, deve o candidato fazer fundamentação no sentido do reconhecimento de crime único, sendo excluído o concurso material de crimes. 
Alegar que a prática de sexo oral e vaginal no mesmo contexto configura crime único, pois a reforma penal oriunda da lei 12.015/2009 uniu as figuras típicas do atentado violento ao pudor e o estupro numa única figura, sendo o crime do Art. 217-A do Código Penal, portanto, um crime misto alternativo. 
*
*
II.III DA INEXISTÊNCIA DA AGRAVANTE DA EMBRIAGUEZ PREORDENADA E DO RECONHECIMENTO DA ATENUANTE DA MENORIDADE.
- Apenas por cautela, na eventualidade de não ser acolhida a tese de absolvição, deve o candidato fazer fundamentação no sentido de ser reconhecida a inexistência da embriaguez preordenada do Art. 61, II, l) do Código Penal, pois não foram produzidas provas no sentido de que Felipe se embriagou com intuito de tomar coragem para a prática do crime,
- Além disso, deve também fazer fundamentação no sentido de ser reconhecida a presença da atenuante da menoridade, nos termos do Art. 65, I, Código Penal. 
*
*
III. DOS PEDIDOS. 
			Em face do exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição do acusado, diante da existência do erro de tipo essencial escusável, causa de exclusão do crime, havendo a exclusão da tipicidade do crime, nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal.
			Apenas por cautela, caso não seja acolhido o pedido acima, o que não se espera, requer-se a Vossa Excelência, subsidiariamente que: 
*
*
a) Seja reconhecido o afastamento do concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência de crime único de estupro de vulnerável, nos termos do Art. 217-A do Código Penal;
b) Seja fixada a pena no mínimo legal, sendo afastada a agravante de embriaguez preordenada do Art. 61, II, l) do Código Penal, bem como reconhecida a presença da atenuante da menoridade, nos termos do Art. 65, I, Código Penal, pois o réu possuía 18 anos na data do fato; 
c) Levando em consideração que o réu é primário, tem residência fixa e bons antecedentes, seja fixado o regime semiaberto para início do cumprimento de pena, com base no art. 33, § 2º, alínea “b”, do Código Penal, diante da inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da lei 8.072/90 reconhecida pelo STF. 
*
*
OBS: Em relação ao último pedido, tenha atenção a decisão do Plenário do STF no HC 111.840/ES, publicada no DJE no dia 17.12.2013, que concedeu a ordem para 
 remover o óbice constante do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90, com a redação dada pela Lei nº 11.464/07, o qual determina que “[a] pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado“. 
 efetuar declaração incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do cumprimento de pena decorrente da condenação por crime hediondo ou equiparado. 
*
*
	Nestes termos, pede deferimento. 
Vitória, 15 de abril de 2014. 
OBS: A defesa foi intimada no dia 10 de abril de 2014 - quinta-feira, como o prazo dos memoriais é de 5 dias e pediu-se para protocolar no último dia deve-se proceder a seguinte contagem: 
INÍCIO do prazo – 11 abril – sexta (1 dia); 12 abril – sábado (2 dias); 13 abril – domingo (3 dias); 14 de abril – segunda (4 dias) e 15 abril – terça (5 dias) – FIM do prazo.
Advogado...
OAB Número...
4 - Pratica III - Peca I - Relaxamento de prisao em flagrante - Estrutura.pdf
 
PRÁTICA JURÍDICA III 
PROF. RENAN MARQUES. 
PEÇA 1 – RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE. 
 
1.RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE – ESTRUTURA DA PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL. 
Endereçamento. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...( 
Regra Geral) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CRIMINAL DA SECÇÃO JUDICIÁRIA 
DE... (Crimes da Competência da Justiça Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA DE... (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados) 
Identificação do preso e nome da peça prática. 
 Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade 
número..., expedida pela..., inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob 
o número..., residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração 
anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer 
o 
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
com fundamento no artigo 5º, LXV, da Constituição Federal (ou Art. 310,I, do Código de 
Processo Penal) pelos motivos
de fato e direito a seguir expostos. 
Corpo da peça prática. 
I. Exposição dos fatos; 
II. Da(s) ilegalidade(s) da prisão em flagrante. 
- Mostrar claramente as ilegalidades do flagrante, sejam materiais ou formais e discorrer sobre 
estas ilegalidades demonstrando a NULIDADE da prisão em flagrante. 
- Pode-se apresentar qualquer outra causa de NULIDADE da prisão em flagrante, como a 
produção de PROVAS ILÍCITAS, ou a violação a algum PRINCÍPIO processual penal. 
III. Do Pedido. 
Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência o relaxamento da prisão em flagrante 
imposta ao requerente, em razão da NULIDADE do auto de prisão em flagrante, com a 
consequente expedição de alvará de soltura, a fim de que possa permanecer em liberdade 
durante o processo, comprometendo-se este a comparecer a todos os atos processuais, quando 
intimado. 
Termos em que, pede deferimento, 
Comarca... , Data... 
Advogado... 
OAB Número... 
 
2. Caso prático proposto. 
(OAB 2011.3 / Peça Prático-Profissional / FGV) No dia 10 de março de 2011, após ingerir um 
litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo 
ao longo da estrada que tangencia sua propriedade rural. Após percorrer cerca de dois 
quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves foi surpreendido por uma equipe 
da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo foragido do presídio da 
localidade. 
Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor de 
álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um 
teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que José 
Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, 
razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto 
de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c 
artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em 
Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares. 
Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter 
permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob 
protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo 
competente, tampouco à Defensoria Pública. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso 
concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de 
advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais 
ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito 
pertinente ao caso. 
 
OBS: ATENÇÃO ! Este caso prático proposto deve ser entregue no dia da prova e de forma 
manuscrita (escrita à mão) e irá compor a nota da prova. 
 
 
5 - Pratica Juridica III - Consideracoes iniciais e Relaxamento de prisao em flagrante.ppt
*
*
PRÁTICA JURÍDICA III
PROF. RENAN MARQUES
E-mail: renandireito@gmail.com
AULA – CONSIDERAÇÕES INICIAIS e RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
*
*
Considerações iniciais
*
*
1. Objetivo Geral. 
O objetivo da disciplina de Prática Jurídica III é oferecer ao alunado uma visão da prática do Direito Penal e do Direito Processual Penal, a fim de prepará­los para a advocacia, privada ou pública, bem como o Exame de ordem da OAB.
Será desenvolvida nos alunos a habilidade de identificação e  elaboração de peças processuais por meio da análise e síntese do conhecimento apreendido nas disciplinas da grade  curricular, já ministradas no curso da graduação. 
*
*
2. Bibliografia Básica. 
CAPEZ, Fernando; COLNAGO, Rodrigo. Prática forense penal. 5ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012.   
NUCCI, Guilherme  de  Souza;  NUCCI,  Náila  Cristina  Ferreira.  Prática  forense  penal.  São  Paulo:  Revista  do Tribunais, 2009.   
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Prática de processo penal. São Paulo: Saraiva, 2009.
*
*
3. Avaliação. 
Av1, Av2 e Av3 valerá 8,0 pontos. 
 Serão passadas peças práticas no decorrer de cada avaliação que serão todas entregues no dia da PROVA e que totalizarão 2,0 pontos. 
*
*
*
*
*
*
*
*
4 . Raio X das Peças Prático - Profissionais da OAB até o XX Exame de ordem - 2016.3.
	
*
*
4.1 Identificação básica das peças processuais mais cobradas na OAB. 
1ª) Relaxamento de Prisão em Flagrante.
É uma peça profissional utilizada na fase pré-processual. 
Ocorre nas situações de ilegalidade da prisão em flagrante. (Art. 5º, LXV, CF).
*
*
2ª) 	Resposta à acusação.
É uma peça profissional utilizada na fase processual. 
Ocorre após a decisão de recebimento da denúncia, vindo o juiz a ordenar a citação do acusado para oferecer resposta à acusação (Art. 396, CPP, 396-A CPP e Art. 406, § 3o  CPP)
3ª) Queixa-crime. 
- A queixa-crime é a peça inicial da ação penal privada, promovida pelo ofendido ou por quem tenha qualidade para representá-lo. (Art. 30, 41 e 44, CPP, bem como Art. 100, § 2º, CP)
 
	
*
*
4ª) Memoriais (alegações finais). 
É uma peça profissional utilizada na fase processual.
Ocorre após a audiência de instrução e julgamento, devendo a acusação apresentar memoriais e a defesa ser intimada. (Art. 403, § 3º, CPP).   
	
*
*
5ª) Apelação. 
É uma peça profissional utilizada na fase processual.
Trata-se de um recurso. 
É cabível contra: 
Sentenças judiciais definitivas que julguem o mérito (sentenças condenatórias ou absolutórias) – Art. 593,I CPP.
Decisões definitivas ou com força de definitiva, proferidas por juiz singular (natureza residual) – Art. 593, II, CP.
	
*
*
 
Decisões do Tribunal do Júri quando (Art. 593,III, CPP): 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. (R
Decisões de impronúncia e absolvição sumária – Art. 416, CPP. Lei
*
*
6ª) Recurso em sentido estrito – RESE. 
Trata-se de um recurso através do qual se busca o reexame da decisão, despacho ou sentença do juiz, permitindo a este, um novo pronunciamento, nas hipóteses taxativamente previstas em lei. 
As hipóteses taxativas de RESE estão no Art. 581, CPP. 
A FGV só cobrou a hipótese de RESE contra a decisão de PRONÚNCIA (Art. 581, IV, CPP) 
*
*
7ª) Revisão criminal. 
 - Trata-se de uma ação de impugnação, tendo em vista que não possui algumas características inerentes aos recursos. 
Somente é cabível de sentenças penais transitadas em julgado, possuindo o objetivo de rescindir esta sentença. 
Não possui prazo máximo e desencadeia o surgimento de um NOVO processo. 
É instituto exclusivo da defesa. 
As hipóteses de cabimento estão no Art. 622, CPP. 
*
*
8ª) Agravo em Execução. 
 - O Agravo em Execução é um recurso criminal que está previsto na Lei de Execução Penal – LEP, Lei n. 7.210/84, em seu artigo art. 197, sendo cabível contra as decisões proferidas pelo Juiz da Vara de Execuções Penais. 
O procedimento do Agravo em Execução é o mesmo do Recurso em Sentido Estrito. 
O Agravo em Execução se destina a discutir uma questão de execução de pena que foi obstada pelo juiz.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais