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DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA:
 Conforme a autora Maria Helena Diniz o principio da Dignidade da pessoa humana:
Princípio do respeito da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), que constitui base da comunidade familiar (biológica ou socioafetiva), garantindo, tendo por parâmetro a afetividade, o pleno desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, principalmente da criança e do adolescente (CF, art.227).( Diniz, 2013, p.37)
 Conforme o autor Paulo Lôbo o principio da Dignidade da pessoa humana:
A dignidade da pessoa humana é o núcleo existencial que é essencialmente comum a todas as pessoas humanas, como membros iguais do gênero humano, impondo-se um dever geral de respeito, proteção e intocabilidade, Kant, em lição que continua atual, procurou distinguir aquilo que tem um preço seja pecuniário, seja estimativo, do que é dotado de dignidade, a saber, do que é inestimável, do que é indisponível, do que não pode ser objeto de troca.(Lobô, 2008, p.37)
 Conforme a autora Maria Berenice Dias o principio da Dignidade da pessoa humana:
É o princípio maior, fundante do Estado Democrático de Direito, sendo afirmado já no primeiro artigo da Constituição Federal. A preocupação com a promoção dos direitos humanos e da justiça social levou o constituinte a consagrar a dignidade da pessoa humana como valor nuclear da ordem constitucional. (Dias, 2011, p.62)
 Conforme o autor Flávio Tartuce e José Fernando Simão o principio da Dignidade da pessoa humana:
Prevê o art. 1, III, da CF/88 que o nosso Estado Democrático de Direito tem como fundamento a dignidade da pessoa humana. Trata-se daquilo que se denomina princípio máximo, ou superprincípio, ou macroprincípio, ou princípio dos princípios. (Tartuce e Simão, 2007, p.24) 
 Conforme corrente Jurisprudencial:
 CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - CAUTELAR - ALIMENTOS PROVISIONAIS - CPC, ART. 806 - NÃO PROPOSITURA DA AÇÃO PRINCIPAL DO PRAZO LEGAL - IRRELEVÂNCIA - NATUREZA SATISFATIVA - LIMINAR REVOGADA - MEDIDA NÃO EFETIVADADescabe o pedido de extinção do processo por não atendimento ao disposto no art. 806 do Código de Processo Civil quando a cautelar pleiteada tem natureza satisfativa e a medida acautelatória não chega a ser, de fato, efetivada em razão da revogação da liminar pelo Tribunal. CONVENÇÃO ARBITRAL - DIREITO INDISPONÍVEL - DESCABIMENTOEm conformidade com o disposto no art. 1º da Lei n. 9.307/96, a arbitragem pode ser utilizada exclusivamente para resolver litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis, de forma que resta afastada, regra geral, sua aplicação sem relação às lides envolvendo Direito de Família. SENTENÇA EXTRA PETITA - INOCORRÊNCIANão é extra petita a sentença que concede a cautelar com base nos fatos narrados na inicial, independentemente do nomen juris dado ao instituto que possibilitou o deferimento da medida. ALIMENTOS PROVISIONAIS - RELACIONAMENTO DURADOURO - HOMEM CASADO E NÃO SEPARADO DE FATO - CIÊNCIA DA AUTORA - ART. 1.727 DO CC - UNIÃO ESTÁVEL NÃO COMPROVADA - LONGA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA - HIPÓTESE EXCEPCIONAL - PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DA BOA-FÉ - ACORDO EXTRAJUDICIAL FIRMADO - VULTUOSAS QUANTIAS CONFERIDAS À AUTORA - DEVER DE SOLIDARIEDADE ADIMPLIDO PELO RÉU - FUMUS BONI IURIS NÃO DEMONSTRADO 1 Não é possível o deferimento de medida cautelar em que não foi demonstrada a contento a presença de um dos requisitos indispensáveis a sua concessão, quais sejam, o fumus boni iuris e o periculum in mora. 2 "A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça possui entendimento no sentido de que não é possível o reconhecimento de uniões simultâneas, de modo que a caracterização da união estável pressupõe a ausência de impedimento para o casamento ou, pelo menos, a necessidade de haver separação de fato ou judicial entre os casados" (AgRg nos EDcl no AREsp n. 514.772/SP, Min.ª Maria Isabel Gallotti). Em hipóteses excepcionais, é possível mitigar a regra e reconhecer direitos inerentes à existência de casamento ou união estável ao concumbino, de modo a ensejar a preponderância dos princípios da dignidade da pessoa humana e da solidariedade em relação à interpretação literal da norma escrita. Contudo, como a exceção serve para evitar o comportamento desleal e garantir a sobrevivência digna, deve ser afastada a mitigação quando comprovado que já foram conferidos à requerente vultuosos recursos para, de forma confortável, prover a sua subsistência. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - REITERAÇÃO INDEVIDA - MULTA - CABIMENTOA reiterada oposição de embargos de declaração com o intuito de rediscutir a matéria autoriza a aplicação da penalidade prevista no art. 538, parágrafo único, do Código e Processo Civil. (TJSC, Apelação Cível n. 2015.068323-3, de Balneário Camboriú, rel. Des. Luiz Cézar Medeiros, j. 21-03-2016). (http://busca.tjsc.jus.br/jurisprudencia/buscaForm.do)
Solidariedade Familiar:
 Conforme o autor Paulo Lôbo o principio da Solidariedade Familiar:
A solidariedade, como categoria ética e moral que se projetou para o mundo jurídico, significa um vínculo de sentimento racionalmente guiado, limitado e autodeterminado que compele à oferta de ajuda, apoiando-se em uma mínima similitude de certos interesses e objetivos, de forma a manter a diferença entre os parceiros na solidariedade.(Lobô, 2008, p.39)
 Conforme a autora Maria Berenice Dias o principio da Solidariedade Familiar:
Solidariedade é o que cada um deve ao outro. Esse princípio, que tem origem nos vínculos afetivos, dispõe de acentuado conteúdo ético, pois contém em suas entranhas o próprio significado da expressão solidariedade, que compreende a fraternidade e a reciprocidade. (Dias, 2011, p.66)
 Conforme o autor Flávio Tartuce e José Fernando Simão o principio da Solidariedade Familiar:
A solidariedade social é reconhecida como objetivo fundamental da República Federativa do Brasil pelo art. 3, I, da CF/88, no sentido de constituir uma sociedade livre, justa e solidária. Por razões óbvias, esse princípio acaba repercutindo nas relações familiares, já que a solidariedade deve existir nesses relacionamentos pessoais. Isso justifica, entre outros, o pagamento dos alimentos no caso da sua necessidade, nos termos do art. 1.694 do atual Código Civil. (Tartuce e Simão, 2007, p.29)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
 (DIREITO CIVIL - FAMÍLIA - ALIMENTOS - AÇÃO DE EXONERAÇÃO - ALIMENTADO MAIOR DE IDADE - IMPROCEDÊNCIA EM PRIMEIRO GRAU - INCONFORMISMO DO ALIMENTANTE - 1) AUSÊNCIA DE NECESSIDADE ALIMENTAR - INACOLHIMENTO - ALIMENTADO ESTUDA DO ENSINO MÉDIO E QUE NÃO EXERCE ATIVIDADE REMUNERADA - 2) IMPOSSIBILIDADE DE SUPORTAR O QUANTUM FIXADO - ALTERAÇÃO FINANCEIRA DEMONSTRADA - QUANTUM MINORADO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. A maioridade civil do filho não faz cessar, por si só, a obrigação alimentar paterna porque os alimentos postulados decorrem de relação de parentesco fundada no princípio da solidariedade e subordinando-se ao binômio necessidade/possibilidade. Os princípios constitucionais da razoabilidade e proporcionalidade autorizam a redução dos alimentos, quando excessivo o quantum diante da possibilidade financeira do alimentante. (TJSC, Apelação Cível n. 0302639-67.2014.8.24.0038, de Joinville, rel. Des. Monteiro Rocha, j. 25-07-2017). (http://busca.tjsc.jus.br/jurisprudencia/buscaForm.do#resultado_ancora)
Igualdade Familiar:
 Conforme o autor Paulo Lôbo o principio da Igualdade Familiar:
Nenhum princípio da Constituição provocou tão profunda transformação do direito de família quanto o da igualdade entre homem e mulher, entre filhos e entre entidades familiares. Todos os fundamentos jurídicos da família tradicional restaram destroçados, principalmente os da legitimidade, verdadeira summadivisio entre sujeitos e sub-sujeitos de direito, segundo os interesses patrimoniais subjacentes que protegiam, ainda que razões éticas e religiosas fossem as justificativasostensivas.(Lôbo, 2008, p.42)
 Conforme a autora Maria Berenice Dias o principio da Igualdade Familiar:
O princípio da igualdade é um dos sustentáculos do Estado Democrático de direito. E falar em igualdade sempre lembra a célebre frase de Rui Barbosa: tratar a iguais com desigualdade ou a desiguais com igualdade não é igualdade real, mas flagrante desigualdade. (Dias, 2011, p.65)
 Conforme o autor Flávio Tartuce e José Fernando Simão o principio da Igualdade Familiar:
Como decorrência lógica do princípio da igualdade entre cônjuges e companheiros, temos o princípio da igualdade na chefia familiar, que pode ser exercida tanto pelo homem quanto pela mulher num regime democrático de colaboração, podendo inclusive os filhos opinar ( conceito de família democrática).( Tartuce e Simão, 2007, p. 34 e 35)
Conforme corrente Jurisprudencial:
 AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL CUMULADA COM ARROLAMENTO DE BENS E PEDIDO DE ALIMENTOS. DECISÃO QUE ESTABELECEU ALIMENTOS EM NOVO PERCENTUAL DO SALÁRIO MÍNIMO AO FILHO MENOR (30%) E MANTEVE AQUELE PREVIAMENTE FIXADO À EX-COMPANHEIRA (20%). JUSTIÇA GRATUITA. ELEMENTOS APRESENTADOS QUE DEMONSTRAM A HIPOSSUFICIÊNCIA. PEDIDO DEFERIDO. INSURGÊNCIA DO GENITOR. PRETENSÃO DE QUE A OBRIGAÇÃO ALIMENTAR SEJA COMPENSADA DIANTE DO FATO DE QUE CADA GENITOR FICOU RESPONSÁVEL POR UM DOS FILHOS MENORES. IMPOSSIBILIDADE. RESPONSABILIDADE QUE NÃO SE AFASTA PELA DIVISÃO DAS GUARDAS. PRESTAÇÃO QUE DECORRE DO PODER FAMILIAR. NECESSIDADE DE SE MANTER A IGUALDADE ENTRE OS IRMÃOS. PEDIDO DE MINORAÇÃO DO QUANTUM ALIMENTAR AFASTADO. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS SOBRE A IMPOSSIBILIDADE DE O ALIMENTANTE SATISFAZER À OBRIGAÇÃO. ALIMENTOS ARBITRADOS À EX-COMPANHEIRA. PLEITO DE EXONERAÇÃO E/OU MINORAÇÃO AFASTADOS. DECISÃO QUE OBSERVOU O BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSC, Agravo de Instrumento n. 2014.025137-0, de Imaruí, rel. Des. Jairo Fernandes Gonçalves, j. 11-09-2014). (http://busca.tjsc.jus.br/jurisprudencia/buscaForm.do#)
Liberdade Familiar
 Conforme o autor Paulo Lôbo o principio da Liberdade Familiar:
O princípio da liberdade diz respeito ao livre poder de escolha ou autonomia de constituição, realização e extinção de entidade familiar, sem imposição ou restrições externas de parentes, da sociedade ou do legislador; à livre aquisição e administração do patrimônio familiar; ao livre planejamento familiar; à livre definição dos modelos educacionais, dos valores culturaise religiosos; à livre formação dos filhos, desde que respeitadas suas dignidades como pessoas humanas; à liberdade de agir, assentada no respeito à integridade física, mental e moral.(Lobô, 2008, p.46)
 Conforme a autora Maria Helena Diniz o principio da Liberdade Familiar:
 Afetividade:
 Conforme o autor Flávio Tartuce e José Fernando Simão o princípio da Afetividade:
O afeto talvez seja apontado, atualmente, como o principal fundamento das relações familiares. Mesmo não constando a expressão afeto do Texto Maior como sendo um direito fundamental, podemos dizer que o mesmo decorre da valorização constante da dignidade humana. (Tartuce e Simão, 2007, p.39)
Personalíssimo 
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito personalíssimo:
 É um direito personalíssimo por ter por escopo tutelar a integridade física do indivíduo; logo, sua titularidade não passa a outrem.(Diniz, 2013, p.644)
 Conforme o autor Paulo Lôbo a característica do direito personalíssimo:
A pretensão aos alimentos é de natureza personalíssima, ou seja, não pode ser objeto de cessão entre vivos ou de sucessão hereditária. A lei admite, todavia, que o débito de alimentos seja objeto de sucessão, assumindo os herdeiros do devedor o encargo de pagá-los, no limite das forças da herança, proporcionalmente às quotas hereditárias.(Lôbo, 2008, p.347)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito personalíssimo:
Tem caráter personalíssimo na medida em que se destina à integridade do alimentado, sendo fixados em razão de sua pessoa, sendo vedada a sua cessão a outrem ou que sejam pleiteados por uma pessoa em nome de outra. Dentro disso cabe lembrar a divisão que a doutrina faz sobre alimentos intuitufamiliae e alimentos intuitu personae.(Beraldo, 2012, p.18 e 19)
 Conforme o autor Rolf Madaleno a característica do direito personalíssimo:
Os alimentos são fixados em razão do alimentado, como sendo um direito estabelecido, de regra, intuitu personae. Visa a preservar estritamente a vida do indivíduo, não podendo ser repassado este direito a outrem, como se fosse um negócio jurídico, embora a obrigação alimentar possa ser transmitida aos herdeiros do devedor (CC art. 1.700).
 
Conforme a corrente Jurisprudencial:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. EXTINÇÃO DO PROCESSO POR AUSÊNCIA DE TÍTULO EXECUTIVO CERTO E EXIGÍVEL. IMPOSSIBILIDADE. DEVER DE PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS CONFIGURADO. CRIANÇA QUE FICOU SOB OS CUIDADOS DA AVÓ PATERNA POR PERÍODO DETERMINADO. RETORNO AO LAR DA GENITORA. POSSIBILIDADE DE REPRESENTAÇÃO PELA DETENTORA DA GUARDA DE FATO OU DE DIREITO. DIREITO PERSONALÍSSIMO DE PERCEPÇÃO DE VERBA ALIMENTAR. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. O direito de pedir alimentos só cabe à própria pessoa que os receberá, ou a quem a represente de fato ou de direito, exercendo a ação em seu nome e a benefício dele; é uma decorrência do caráter personalíssimo do direito de alimentos.
(TJ-SC - AC: 129748 SC 2006.012974-8, Relator: Edson Ubaldo, Data de Julgamento: 12/07/2010, Primeira Câmara de Direito Civil, Data de Publicação: Apelação Cível n. , de Tubarão)
Irrenunciável
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito irrenunciável:
 É irrenunciável, uma vez que o Código Civil, art. 1707, 1º parte, permite que se deixe de exercer, mas não que se renuncie o direito de alimentos. Pode-se renunciar o exercício e não o direito; assim o necessitado pode deixar de pedir alimentos, mas não renunciar esse direito.(Diniz, 2013, p.649)
Conforme a corrente Jurisprudencial:
Apelação cível. Direito de família. Ação. Execução de alimentos. Devedor. Ausência. Bens penhoráveis. Pedido de arquivamento. Sentença extintiva. Impossibilidade. Quando o devedor não possui bens penhoráveis, o processo de execução de alimentos deve ser suspenso, e não extinto, tendo em vista ser irrenunciável o direito aos alimentos.
(TJ-RO - APL: 00024897420128220010 RO 0002489-74.2012.822.0010, Relator: Desembargador Isaias Fonseca Moraes, 2ª Câmara Cível, Data de Publicação: Processo publicado no Diário Oficial em 16/04/2015.)
Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito irrenunciável:
O caráter irrenunciável dos alimentos, na visão do Superior Tribunal de Justiça, em diversos julgados, se restringe aos vínculos de parentesco. Relativamente aos casais separados, o Superior Tribunal Federal editou a Súmula 379, do seguinte teor: ¨ No acordo de desquite não se admite renúncia aos alimentos, que poderão ser pleiteados ulteriormente, verificados os pressupostos legais. ¨(Nader, 2010, p.457)
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito irrenunciável:
Como a irrenunciabilidade é inerente ao próprio conceito de alimentos, não podem as partes pactuarem de modo diverso, quer por contrato ou convenção– art. 1.707. O texto legal é claro e não deve gerar maiores questionamentos: o credor pode não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos. Duas situações, pois: o credor pode dispensar os alimentos, por deles não necessitar, mas não pode renunciar o direito a alimentos. É o direito a alimentos futuros que é irrenunciável, já que ninguém pode prever o futuro e as eventuaisnecessidades de ordem econômica.(Leite, 2005, p.386)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito irrenunciável:
 Nos termos do art.1.707, do CC, não pode o credor renunciar o direito a alimentos, ou seja, são irrenunciáveis. Este dispositivo, porém, vem sofrendo certa temperança por parte da doutrina e da jurisprudência, de modo a reputar como válida cláusula de renúncia a alimentos em acordos de separação, divórcio ou extinção de união estável.(Beraldo, 2012, p.20)
 Conforme o autor Rolf Madaleno a característica do direito irrenunciável:
O direito aos alimentos é irrenunciável (CC, art. 1.707), como ordenava ao seu turno o artigo 404 do Código Civil de 1916, permitindo a jurisprudência construída ao tempo da codificação revogada a mera desistência do exercício do direito alimentar, cujo direito poderia ser retomado a qualquer tempo, de acordo com a Súmula n. 379 do STF.
 Conforme o autor Yussef Said Cahali a característica do direito irrenunciável:
O direito de alimentos é irrenunciável. Princípio de aceitação tranqüila na doutrina reafirma-o o CC/2002 no art. 1.707 (repetindo com outra redação o art.404 do CC/1916): ¨ Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos ¨. (Cahali, 2013, p.50)	
 Conforme o autor Sílvio de Salvo Venosa a característica do direito irrenunciável:
O direito pode deixar de ser exercido, mas não pode ser renunciado, mormente quanto aos alimentos derivados do parentesco. Dispõe o art. 1.707 do vigente Código: ¨ Pode o credor não exercer , porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. ¨ (Venosa, 2013, p.381)
Alternatividade
 Conforme o autor Rolf Madaleno a característica do direito de Alternatividade:
A prestação de alimentar pode ser alternativa (CC, art. 1.701), porque a pessoa obrigada a prestar alimentos pode pensionar alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor.
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito de Alternatividade:
A obrigação alimentar pode ser satisfeita por dois modos: mediante fornecimento dos meios que suprirão diretamente as necessidades (habitação, roupas, medicamentos, alimentos etc.). Ou com pagamento de numerário, que permitirá a aquisição das utilidades.(Nader, 2010, p.462)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito de Alternatividade:
Em princípio, o pagamento da pensão alimentícia é feito em dinheiro, contudo, graças à característica da alternatividade, os alimentos podem ser prestados de outra maneira. Quando o alimentante, por exemplo, concede moradia e sustento na sua residência ao alimentado, não há dúvida de que essa é uma parcela in natura de alimentos.(Beraldo, 2012, p.32)
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito de Alternatividade:
Os alimentos podem ser pagos em espécie (moradia, alimentação, vestuário, etc.) ou em dinheiro, mediante o pagamento de prestação pecuniária. O art.1.701 confere ao devedor de alimentos a faculdade de optar entre o cumprimento da pensão em espécie, ou em dinheiro, isto é, o dispositivo legal prescreve uma obrigação alternativa.(Leite, 2005, p.386)
Impenhorável
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito de Impenhorável:
É impenhorável, em razão da finalidade do instituto; uma vez que se destina a prover a mantença do necessitado, não pode de modo algum, responder pelas suas dívidas, estando a pensão alimentícia isenta de penhora.(Diniz, 2013, p.650)
 Conforme o autor Paulo Lôbo a característica do direito de Impenhorável:
A impenhorabilidade é consectário natural da natureza dos alimentos, cuja finalidade estaria seriamente comprometida se pudessem ser objeto de penhora para garantia ou cobertura de dívidas do titular. Assim, os alimentos não se enquadram no conceito de bens ou valores penhoráveis.(Lôbo, 2008, p.349)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito de Impenhorável:
A impenhorabilidade é marcante e notória na pensão alimentícia, do contrário seria possível ao credor do alimentado privá-lo do essencial à sua mantença.(Beraldo, 2012, p.24)
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito de Impenhorável:
Dada a sua finalidade, que é de garantir a sobrevivência da pessoa, o direito alimentar não responde pelas dívidas do alimentado, em juízo. A Lei Civil, pelo art. 1.707, os considera insuscetíveis de penhora.(Nader, 2010, p.458)
 Conforme o autor Arnoldo Wald a característica do direito de Impenhorável:
São ainda os alimentos impenhoráveis, atendendo à sua própria finalidade, qual seja a de assegurar a manutenção do alimentando que não dispõe de recursos para prover a própria subsistência. Não se pode admitir que as pensões alimentícias venham a ser objeto de constrição judicial, privando assim o alimentando de verba que se denota essencial a sua mantença.(Wald, 2009, p.65 e 66)
 Conforme a corrente Jurisprudencial:
AGRAVO DE PETIÇÃO DO EXECUTADO. IMPENHORABILIDADE. VERBA ALIMENTAR. FINANCIAMENTO HABITACIONAL. Hipótese em que não logrando o executado comprovar que os valores penhorados sejam oriundos de honorários profissionais ou de crédito habitacional, não há como reconhecer a impenhorabilidade destes valores. Sentença mantida.
(TRT-4 - AP: 00003241320135040611 RS 0000324-13.2013.5.04.0611, Relator: Luiz Alberto De Vargas, Data de Julgamento: 27/10/2015, Seção Especializada Em Execução)
Imprescritível:
 Conforme o autor Rolf Madaleno a característica do direito de imprescritível:
O direito de pedir alimentos é imprescritível e pode ser exercido a qualquer tempo por quem passou a necessitar de alimentos, ainda que o alimentando nunca tenha exercitado seu direito e por mais tempo que tenha passado.
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito de imprescritível:
Uma vez presentes os pressupostos do direito aos alimentos, o seu titular pode exigir as prestações do devedor, seja amigavelmente ou em juízo. O fato de deixar o tempo passar sem pleiteá-los em nada prejudica a sua decisão posterior de reivindica-los, uma vez que o direito é imprescritível.(Nader, 2010, p.461)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito de imprescritível:
Não opera a prescrição sobre os alimentos, isto é, a pessoa que tem direito a alimentos pode requerê-los a qualquer tempo, uma vez que tal direito é imprescritível. Não se deve confundir, porém, ¨ direito de pedir alimentos ¨ com ¨ cobrança de alimentos ¨.(Beraldo, 2012, p.29)
 Conforme o autor Paulo Lôbo a característica do direito de imprescritível:
A pretensão aos alimentos nunca prescreve. Prescreve, contudo, em dois anos a pretensão para haver as prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem. Assim, a prescrição é aplicável a cada prestação periódica, sendo exigíveis todas as vencidas dentro dos últimos dois anos.(Lôbo, 2008, p.350)
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito imprescritível:
É imprescritível, ainda que não exercido por longo tempo, enquanto vivo tem o alimentando direito a demandar do alimentante recursos materiais indispensáveis a sua sobrevivência, porém se seu quantum foi fixado, judicialmente, prescreve em 2 anos a pretensão para cobrar as prestações de pensões alimentícias vencidas e não pagas.(Diniz, 2013, p.649)
 Conforme o autor Arnoldo Wald a característica do direito de imprescritível:
 O direito a alimentos é também imprescritível. Conforme anota Yussef SaidCahali, a imprescritibilidade dos alimentos está ligada ao fato da existência do constante ¨ poder de fazer surgir, em presença de determinadas circunstâncias, uma obrigação em relação a uma ou mais pessoas ¨ . Tem-se, portanto, que os alimentos não são atingidos pela prescrição. Assim, a prescrição só atinge as prestações efetivamente vencidas, as quais já tenham sido fixadas, por sentença ou por acordo entre as partes. A cobrança das prestações pretéritas prescreve em dois anos ( art.206, paragrafo 2 º, do CC).(Wald, 2009, p.68)
 Conforme a corrente Jurisprudencial:
APELAÇÃO. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE ALIMENTOS. BINÔMIO: NECESSIDADE - POSSIBILIDADE. FILHO MENOR. PRINCÍPIO DA PATERNIDADE RESPONSÁVEL. RAZOABILIDADE DOS ALIMENTOS. REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA. 1 - Trata-se de ação de alimentos onde restaram fixados alimentos em favor da ex-companheira e do filho menor no percentual de 10% da remuneração líquida do alimentante para cada um. 2 - Quanto à natureza, os alimentos podem ser naturais ou civis. Enquanto os naturais, também chamados de necessários, restringem-se ao indispensável à satisfação das necessidades primárias da vida; já os civis, ou côngruos, destinam-se a manter a condição social, o status da família. E é justamente desta última espécie de que trata a hipótese, com previsão no art. 229 da CRFB e no art. 1.694 do CC. Direito aos alimentos é pessoal, intransferível, indisponível, irrenunciável, não pode ser restituído nem compensado, é impenhorável, não passível de transação e imprescritível. 3 - O pedido de majoração não merece acolhida, pois importaria em obrigação que o alimentante não tem como suportar. 4- Alimentos fixados em consonância com o princípio da paternidade responsável e se revelam razoáveis e atendem tanto às necessidades dos alimentados considerando as reais possibilidades do alimentante. 5- O STJ consolidou entendimento jurisprudencial da incidência da pensão alimentícia sobre o 13º salário, horas extras e o terço constitucional de férias. 6- Descontos deverão incidir sobre os rendimentos líquidos do alimentante, observados os descontos previdenciários e de IR, incluindo-se as verbas referentes ao 13º, férias, adicionais, gratificações, horas extras e verbas rescisórias. Não cabendo a retenção em relação ao FGTS e PIS/PASEP, por se tratar de verba indenizatória. Precedentes do TJRJ e do STJ. 7 - Reforma parcial da sentença. 8- PROVIMENTO PARCIAL.
(TJ-RJ - APL: 00314751220138190002 RJ 0031475-12.2013.8.19.0002, Relator: DES. TERESA ANDRADE, Data de Julgamento: 01/07/2015, SEXTA CAMARA CIVEL, Data de Publicação: 06/07/2015 00:00)
Incompensável:
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito de Incompensável:
É incompensável (CC, arts. 373, II, e 1.707, in fine), pois se se admitisse a extinção da obrigação por meio de compensação, privar-se-la o alimentando dos meios de sobrevivência, de modo que, nessas condições, se o devedor da pensão alimentícia tornar-se credor do alimentando, não poderá opor-lhe o crédito, quando lhe for exigida a obrigação.(Diniz, 2013, p.650)
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito de Incompensável:
Ainda que preenchidos os requisitos objetivos da compensatio, as obrigações derivadas de alimentos não podem ser extintas por esta via, consoante a expressa vedação do art.1.707. Ao tratar do instituto da compensação, a Lei Civil, pelo art.373, incisos II e III, também impede a sua efetivação. No inciso II, exclui a possibilidade se uma das dívidas originar-se de comodato, depósito ou alimentos. Pelo inciso III, veda-se novamente a compensação, quando uma das dívidas ¨ for de coisa não suscetível a penhora ¨. O propósito da Lei é impedir que os recursos de sobrevivência da pessoa lhe sejam subtraídos a qualquer título. A disposição é antiga em nosso ordenamento, haja vista que o art. 850, paragrafo 3º, da Consolidação das Leis Civis, já a estabelecia.(Nader, 2010, p.459)
 Conforme o autor Rolf Madaleno a característica do direito de Incompensável:
Os alimentos são insuscetíveis de compensação (CC, art. 1.707) em virtude da sua natureza essencialmente alimentar, pois têm por finalidade assegurar a subsistência do alimentando, não sendo permitido ao devedor proceder ao seu talante a compensação com eventuais outros créditos.
 Conforme o autor Arnoldo Wald a característica do direito de incompensável:
Pela mesma razão que não se admite a penhora da verba pensional, são os alimentos também incompensáveis. Ou seja, ainda que se estabeleça uma relação de crédito e débito entre o alimentante e o alimentando, não pode aquele se valer de tal situação para eximir-se da obrigação alimentar.(Wald, 2009, p.66)
 Conforme o autor Yussef Said Cahali a característica do direito de incompensável:
Ainda em razão do caráter personalíssimo do direito de alimentos, e tendo em vista que estes são concedidos para assegurar ao alimentado os meios indispensáveis à sua manutenção, afirma-se, como princípio geral, que o crédito alimentar não pode ser compensado; pretendendo-se, mesmo, que não se permita a compensação em 
 Conforme Corrente Jurisprudencial:
APELAÇÃO. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. PAGAMENTO A MAIOR. OS ALIMENTOS SÃO IRREPETÍVEIS E INCOMPENSÁVEIS (ARTIGO 1.707 DO CC), E, UMA VEZ PAGOS, NÃO PODEM SER DEVOLVIDOS, SEJA MEDIANTE DEVOLUÇÃO PRÓPRIA OU MESMO IMPRÓPRIA SOB A FORMA DE COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS. NEGADO PROVIMENTO. (Apelação Cível Nº 70056238611, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: LiselenaSchifino Robles Ribeiro, Julgado em 23/09/2013)
(TJ-RS - AC: 70056238611 RS, Relator: LiselenaSchifino Robles Ribeiro, Data de Julgamento: 23/09/2013, Sétima Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 26/09/2013)
Complementaridade:
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito da Complementaridade:
Se o parente convocado não estiver habilitado a cumprir a obrigação totalmente – art.1698 – poderá chamar outros parentes, de grau imediato para concorrer no cumprimento da dívida alimentar. Os outros são, então, chamados em caráter complementar, como ocorre nas ações de neto chamado o avô para complementar a impossibilidade econômica manifestada pelo pai.(Leite, 2005, p.383)
 Conforme a corrente Jurisprudencial:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALIMENTOS PROVISÓRIOS - AVÓS PATERNOS - OBRIGAÇÃO SUBSIDIÁRIA - MENORES IMPÚBERES - NECESSIDADE PRESUMIDA - URGÊNCIA - VERBA ALIMENTAR - FIXAÇÃO EM VALOR MÓDICO. - Ainda que subsidiária a obrigação alimentar dos avós, devem ser fixados alimentos provisórios, uma vez que o devedor originário mostra-se sem condições de suportar a totalidade da obrigação, e porque presumida a necessidade dos menores alimentados.
(TJ-MG - AI: 10702095820198001 MG, Relator: Versiani Penna, Data de Julgamento: 06/06/2013, Câmaras Cíveis / 5ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 12/06/2013)
Reciprocidade:
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito da Reciprocidade:
Dispõe o art.1.696 que o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. Isto é, a reciprocidade da obrigação alimentar ocorre tanto entre ascendentes como entre descendentes.(Leite, 2005, p.382)
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito da Reciprocidade:
Tanto entre os parentes quanto na relação entre cônjuges ou companheiros, a obrigação alimentar é recíproca. Ou seja, o obrigado a prestá-los, conforme a situação fática, poderá pleiteá-los da mesma pessoa, invertendo-se os polos, mas em uma outra relação jurídica. Para tanto, porém, deve ser observada a escala de prioridade definida nos arts. 1.696 a 1.698.(Nader, 2010, p.464)
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direitoda Reciprocidade:
São recíprocos, pois um parente, cônjuge ou companheiro pode exigir um do outro (arts. 1.694 e 1.696 do CC). Desse modo, o credor de dez anos atrás pode vir a se tornar devedor hoje. Tudo dependerá claro, da necessidade de um e da possibilidade do outro naquele momento específico da vida. Essa reciprocidade não significa que duas pessoas serão, simultaneamente, credor e devedor um do outro, uma vez que isso iria contra a ideia insculpida no binômio possibilidade/ necessidade.(Beraldo, 2012,p.19)
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito da Reciprocidade:
Reciprocidade, pois na mesma relação jurídico-familiar, o parente que em princípio é devedor de alimentos poderá reclamá-los se vier a precisar deles (CC art. 1.696, 1º parte). Os parentes podem reclamar uns dos outros os alimentos, p.ex., se o pai pode exigi-los do filho, a este será, também, lícito pedi-los àquele ( RT, 755:253). (Diniz, 2013, p.655)
 Conforme o autor Yussef Said Cahali a característica do direito da Reciprocidade:
À evidencia, reciprocidade não significa que duas pessoas devam entre si alimentos ao mesmo tempo, mas apenas que o devedor alimentar de hoje pode tornar-se credor alimentar no futuro: ¨ La réciprocité de l obligation alimentarie estla possibilite d un renversement des rôles de créancier et de débiteur, en fonction des modifications des ressorces des interesses¨. (Cahali, 2013, p.111)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
E M E N T A APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALIMENTOSCONTRA IRMÃ. IDOSO. PRINCÍPIO DA RECÍPROCIDADE. I - O Código Civil preconiza o princípio da reciprocidade, garantindo que o direito a alimentos é recíproco entre pais e filhos, estende-se aos ascendentes, descendentes e irmãos, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns na falta dos outros (art. 1.696 do CC). II - Deixando o alimentado de comprovar a impossibilidade de seus filhos prestarem os alimentos, deve ser acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva da irmã, haja vista não ter sido observada a ordem de precedência.
(TJ-MA - APL: 0023082013 MA 0039460-55.2011.8.10.0001, Relator: JORGE RACHID MUBÁRACK MALUF, Data de Julgamento: 30/01/2014, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 16/07/2014)
Divisibilidade:
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito da Divisibilidade:
A divisibilidade é característica dos alimentos não muito compreendida por alguns. Como se sabe, a solidariedade não se presume, resultando da lei ou da vontade das partes. No caso dos alimentos, tem-se que, como regra, eles são divisíveis, subsidiário, complementares e recíprocos.(Beraldo, 2012, p.31)
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito da Divisibilidade:
A obrigação alimentar é divisível entre os vários devedores, na medida de suas possibilidades. A lei Civil dispõe sobre a matéria nos arts. 1.698 e 1.699. Se os devedores possuem recursos iguais, o quantum da prestação deverá ser igualmente partilhado. Não se instaura solidariedade entre os devedores, salvo se o credor de alimentos for pessoa idosa, consoante a previsão do art. 12 da Lei nº10.741/2013 ( Estatuto do Idoso). Cada qual se obriga apenas por sua quota. A pessoas maior de sessenta anos, entre vários devedores ( por exemplo, vários filhos) , pode reclamar alimentos de qualquer deles, mas quem paga pode exigir dos demais o pagamento de suas quotas ( Art. 283, CC).(Nader, 2010, p.463)
 Conforme o autor Yussef Said Cahali a característica do direito da Divisibilidade:
Não sendo a obrigação alimentar solidária, mas conjunta, ela o é, igualmente, divisível. (Cahali, 2013, p.138)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
DIREITO DE FAMÍLIA. ALIMENTOS. AVÓS. RESPONSABILIDADE COMPLEMENTAR E SUBSIDIÁRIA. DIVISIBILIDADE DA OBRIGAÇÃO. ALIMENTOS SUPLEMENTARES QUE DEVEM REFLETIR O PADRÃO DE VIDA DOS PAIS DOS ALIMENTANDOS. I. AVULTA DA INTELIGÊNCIA DO ART. 1.698 DO CÓDIGO CIVIL A CONCLUSÃO DE QUE, NO PLANO DAS OBRIGAÇÕES ALIMENTÍCIAS, A RESPONSABILIDADE DOS AVÓS TEM CARÁTER DIVISÍVEL, SUBSIDIÁRIO E COMPLEMENTAR. II. EM SE TRATANDO DE OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL, O ENCARGO COMPLEMENTAR DEVE SER ATRIBUÍDO DE MANEIRA SINGULARIZADA E EM ATENÇÃO AO POTENCIAL DE CONTRIBUIÇÃO DE CADA UM DOS AVÓS, NÃO PODENDO SER IMPOSTO A APENAS UM DELES A SUPLEMENTAÇÃO DOS ALIMENTOS. III. OS ALIMENTOS DEVIDOS AOS FILHOS MENORES DEVEM REFLETIR O PADRÃO DE VIDA E AS CONDIÇÕES FINANCEIRAS DOS PAIS, JAMAIS PODENDO SER EXPANDIDOS EM VIRTUDE DA SITUAÇÃO ECONÔMICA FAVORÁVEL DOS AVÓS, CUJA RESPONSABILIDADE TEM CUNHO ESTRITAMENTE SUPLEMENTAR. IV. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
(TJ-DF - AG: 118451920078070000 DF 0011845-19.2007.807.0000, Relator: JAMES EDUARDO OLIVEIRA, Data de Julgamento: 05/03/2008, 6ª Turma Cível, Data de Publicação: 21/05/2008, DJ-e Pág. 84)
Transmissibilidade
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a características do direito de Transmissibilidade:
A transmissibilidade dos alimentos é ponto que continua gerando muitos debates. O art. 1.700 do CC dispõe que ¨ a obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art.1.694¨. Assim, nos termos do art. 1.694 do CC, ¨ podem os parentes, cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação ¨.( Beraldo, 2012, p.25)
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito de Transmissibilidade:
A regra, no Brasil, em matéria alimentar sempre foi a da intransmissibilidade, respaldada no antigo art.402 que assim dispunha: A obrigação de prestar alimentos não se transmite aos herdeiros do devedor. Com o advento, porém da Lei 6.515/1977 ( Lei do Divórcio) a matéria alimentar, quanto à dissolução da sociedade conjugal, passou a ser regida pelo disposto no art.23 que assim dispôs: A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor; na forma do art. 1.796 do Código Civil. A vigência da nova lei instaurou o caos doutrinário, exatamente porque contestava o axioma inquestionável da intransmissibilidade.(Leite, 2004, p.384)
 Conforme o autor Paulo Nader a característica do direito de Transmissibilidade:
O Código Civil de 2002 prescreveu que a obrigação se transmite aos herdeiros do devedor, observados os critérios do art. 1.694. Este é de conteúdo genérico: define o fato gerador dos alimentos, prevê a obrigação entre parentes, cônjuges ou companheiros, indica o conteúdo da prestação, bem como o critério de sua fixação.(Nader, 2010, p. 459)
 Conforme o autor Arnoldo Wald a característica do direito de Transmissibilidade:
Afrontando o sistema anterior e o caráter personalíssimo dos alimentos o Código Civil contempla a transmissibilidade da obrigação alimentar ( art. 1.700 do CC). A redação do referido preceito legal é absolutamente avessa à do art. 402 do CC de 1916, a qual estabelecia que a obrigação alimentar não se transmitia aos sucessores do de cujus, extinguindo-se com a morte do devedor dos alimentos.( Wald, 2009, p.62)
 Conforme a corrente Jurisprudencial:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALIMENTOS. MORTE DO ALIMENTADO. TRANSMISSIBILIDADE À SUCESSÃO DA OBRIGAÇÃO JÁ CONSTITUÍDA. A morte da parte alimentada implica, em princípio, na extinção da obrigação, dada a sua natureza personalíssima. Contudo, uma vez fixada a obrigação alimentar, falecendo o alimentado, transmitem-se ao seu espólio os direitos de crédito resultante de eventuais parcelas alimentares não adimplidas até a sua morte. Nesse contexto, ainda que o alimentado tenha falecido, as parcelas alimentares a ele devidas até a sua morte, podem ser cobradas do alimentante. E já havendo sentença condenatória transitada em julgado antes da morte do alimentado, não há falar em extinção do processo sem resolução de mérito. DERAM PROVIMENTO. (Apelação Cível Nº 70052761335, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Rui Portanova, Julgado em 21/03/2013)
(TJ-RS - AC: 70052761335 RS, Relator: Rui Portanova, Data de Julgamento: 21/03/2013, Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 26/03/2013)
Anterioridade:
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito da Anterioridade:
A anterioridade é característica dos alimentos, simplesmente porque precisam ser pagos antecipadamente, ou seja, os alimentos referentes ao mês de fevereiro devem ser prestados no inicio desse mesmo mês, e, não, no mês seguinte. A justificativa disso é a necessidade da utilização imediata daquele dinheiro para arcar com os gastos básicos do dia a dia. Dessa forma, não sendo efetuado o pagamento da pensão alimentícia no início do mês, não precisa o alimentando esperar todo o seu transcorrer, podendo executar o valor ainda no mesmo mês. (Beraldo, 2012, p.30)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
RECURSO EM HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL. ALIMENTOS. ACORDO DESCUMPRIDO PELO ALIMENTANTE. ATUALIDADE DA DÍVIDA. CABIMENTO DA CONSTRIÇÃO. I. Considera-se atual a dívida resultante do inadimplemento de acordo celebrado entre alimentante e alimentada no curso de ação de execução, de modo a ensejar a prisão civil do devedor pela totalidade do débito vencido. II. Recurso ordinário improvido, mantida a constrição imposta pelas instâncias a quo.
(STJ - RHC: 9057 RJ 1999/0080738-3, Relator: Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, Data de Julgamento: 04/11/1999, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJ 06.12.1999 p. 92)
Preferência:
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito de Preferência:
Na falta de ascendentes cabe a obrigação aos descendentes e, faltando estes, aos irmãos, germanos como unilateral – art.1.697. Ou seja, a preferência legal recai primeiro na linha reta (ascendentes e descendentes) e, faltando estes, são chamados os parentes colaterais, os irmãos germanos ( bilaterais) ou unilaterais ( sejam consanguíneos: filhos do mesmo pai e de mãe diferentes, ou uterinos: filhos da mesma mãe e de pais diferentes). O Código limita a obrigação na linha colateral ao segundo grau ( irmãos), logo tios ou sobrinho ( parentes em 3.º grau) escapam da previsão legal.(Leite, 2004, p.383)
 Condicionalidade:
 Conforme a autora Maria Helena Diniz a característica do direito de Condicionalidade:
Condicionalidade, uma vez que só surge a relação obrigacional quando ocorrerem seus pressupostos legais; faltando um deles cessa a obrigação alimentar. P. ex., se o alimentando adquirir recursos materiais que lhe possibilitem prover sua mantença, o obrigado liberado estará.(Diniz, 2013, p.653)
Atualidade:
 Conforme o autor Leonardo de Faria Beraldo a característica do direito de Atualidade:
A atualidade é mais uma característica dos alimentos. Nos dizeres de Maria Berenice Dias, ¨ como o encargo alimentar é de trato sucessivo, os efeitos corrosivos da inflação não podem aviltar o seu valor, o que viria inclusive a afrontar o princípio da proporcionalidade ¨. Duas boas formas de se preservar a atualidade da pensão são estipulá-la em percentual sobre os ganhos do alimentante ou, então, com base no salário mínimo. Caso não se queira usar nenhum desses dois parâmetros, tem-se o IGP-M como o menos recomendado e o IPCA como o melhor deles.(Beraldo, 2012, p. 30)
Mutabilidade:
 Conforme o autor Eduardo de Oliveira Leite a característica do direito de Mutabilidade:
A decisão judicial sobre alimentos faz coisa julgada formal, mas não material, isto é, ela é mutável podendo ser modificada a qualquer tempo, sempre em decorrência da variação financeira das partes interessadas (art.1.699). A lei de alimentos (Lei 5.478/1968) no seu art. 15 já dispunha que a decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da situação financeira dos interessados.
Alimentos:
Visão Histórica:
 Conforme a autora Maria Berenice Dias a Visão Histórica dos Alimentos:
O modo como a lei regula as relações familiares acaba refletindo no tema alimentos. Em um primeiro momento, o que agora se chama de poder familiar – com o nome pátrio poder – era exercido pelo homem. Ele era o cabeça do casal, o chefe da sociedade conjugal. (Dias, 2011, p.510)
 Conforme o autor Yussef Said Cahali a Visão Histórica dos Alimentos:
O direito romano terá conhecido a obrigação alimentícia fundada em várias causas: a) na convenção; b) no testamento; c) na relação familiar; d) na relação de patronato; e) na tutela. (Cahali, 2013, p.41) 
 Conforme o autor Douglas Phillips Freitas a Visão Histórica dos Alimentos:
A doutrina aponta que nesta evolução o direito canônico conferiu importante contribuição, à medida que os preceitos religiosos da solidariedade humana – notadamente entre pessoas ligadas pelos laços de sangue – fizeram surgir a obrigação alimentar como algo inescusável. (Freitas, 2005, p.172)
 Conforme o autor Guilherme Calmon Nogueira da Gama a Visão Histórica dos Alimentos:
Uma das técnicas originárias de proteção social é a família representada pela organização constituída por pessoas que se vinculam por laços de convivência harmônica e afetiva. De longa data reconhece-se a existência de um dever moral da pessoa humana de prestar assistência ao próximo por caridade, que se juridicizou, no entanto, em determinadas condições que variaram no curso da história. O dever de solidariedade sempre foi, assim, considerado no âmbito da moral, somente obtendo consagração pelo direito em situações expressamente regulamentadas no direito objetivo. Assim, tradicionalmente, o direito passou a reconhecer a obrigação alimentar no âmbito das relações familiares diante do princípio de solidariedade familiar. (Gama, 2008, p.483)
Conceito de Alimentos:
 
 Conforme o autor Carlos Roberto Gonçalves o Conceito de Alimentos:
Alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si. Têm por finalidade fornecer a um parente, cônjuge ou companheiro o necessário à sua subsistência. Quanto ao conteúdo, abrangem o indispensável ao sustento, vestuário, habitação, assistência médica e instrução (CC art. 1.920).
(Gonçalves, 2007, p.157 e 158)
 Conforme o autor Pablo Stolze Gagliano o Conceito de Alimentos:
Quando, cotidianamente, utiliza-se a expressão ¨ alimentos ¨, é extremamente comum se fazer uma correspondência com a noção de ¨ alimentação ¨, no sentido dos nutrientes fornecidos pela comida. Todavia, a acepção jurídica do termo é muito mais ampla. De fato juridicamente, os alimentos significam o conjunto das prestações necessárias para a vida digna do indivíduo. (Gagliano, 2013, p.681)
 Conforme o autor Sílvio de Salvo Venosa o Conceito de Alimentos:
Por alimentos entende-se tudo o que é indispensável ao sustento, habitação e vestuário. Os alimentos compreendem também a educação do alimentando no caso de este ser menor. (Venosa, 2013, p.372)
Espécies Alimentos:
Responsabilidade dos avós e a prestação dos alimentos:
 Conforme o autor Orlando Gomes a Responsabilidade dos avós e a prestação dos alimentos:
Na falta dos pais, a obrigação passa aos ascendentes de grau mais próximo, e na falta destes aos que lhes seguem na ordem do parentesco em linha reta. Primeiro, portanto, os avós, em seguida os bisavós, depois os trisavós e assim sucessivamente. (Gomes, 2002, p.440)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE ALIMENTOS. ALIMENTOS PROVISÓRIOS. OBRIGAÇÃO ALIMENTAR DOS AVÓS. CARÁTER SUBSIDIÁRIO E DIVISÍVEL. ARBITRAMENTO. PROPORCIONALIDADE. I. A obrigação alimentar dos avós tem cunho subsidiário e divisível e só se emoldura juridicamente quando o encargo alimentício não pode ser integralmente satisfeito pelos genitores. II. A capacidade de pagamento do devedor subsidiário deve ser criteriosamente avaliada para o correto dimensionamento do dever alimentício segundo a equação dos artigos 1.694 e 1.703 do Estatuto Civil. III. Ante o perfilsubsidiário e divisível da obrigação alimentícia de cada um dos avós, os alimentos provisórios não podem ser estipulados em valor passível de comprometer a sua própria subsistência. IV. Recurso conhecido e parcialmente provido.
(TJ-DF - AGI: 20150020208104, Relator: JAMES EDUARDO OLIVEIRA, Data de Julgamento: 25/11/2015, 4ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 16/12/2015 . Pág.: 236)
 Responsabilidade Civil no Âmbito Familiar:
 Conforme o autor Silvio de Salvo Venosa a Responsabilidade Civil no Âmbito Familiar:
A matéria fica ainda mais delicada quando se trata de proteção ao direito e à personalidade de filhos menores. Assim, sustenta-se modernamente, com razão, que ofende a dignidade do filho não só a ausência de socorro material, como a omissão no apoio moral e psicológico. (Venosa, 2009, p.286)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
APELAÇÃO CÍVEL. DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR. CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO MATERIAL E INTELECTUAL. PROCEDÊNCIA EM PRIMEIRO GRAU. SUSPENSÃO LIMINAR E ABRIGAMENTO PROVISÓRIO DOS INFANTES DURANTE O TRÂMITE DA AÇÃO. MEDIDA QUE SE MOSTROU SUFICIENTE E ADEQUADA PARA INCUTIR NOS GENITORES A NECESSIDADE DE MUDANÇAS, SOB PENA DE TORNAR-SE DEFINITIVA A PRIVAÇÃO DOS LAÇOS AFETIVOS. FAMÍLIA QUE BUSCOU, POR QUATRO ANOS, SE REVIVIFICAR, COM VISTAS AO RESTABELECIMENTO DO VÍNCULO. LAUDO PSICOLÓGICO E ESTUDO SOCIAL FAVORÁVEIS AO RETORNO DOS MENORES AO CONVÍVIO DA FAMÍLIA BIOLÓGICA. HOMENAGEM AO PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO. Um dos pilares jurídicos sobre a família é a manutenção da criança e do adolescente no seio da família natural, conforme inteligência do art. 19 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Logo, "a destituição do pátrio poder é medida extrema que não convém decretar, se pode se evidenciar, de futuro, mais danosa ao filho, em cujo interesse seria decretável, do que ao pai." (JC 69/224) No caso, a suspensão liminar do poder familiar com o abrigamento provisório dos infantes consistiu providência suficiente para incutir nos genitores o senso de responsabilidade que lhes é exigido pela sociedade, refletir sobre o sentimento de angústia pela privação do convívio com seus filhos e ressucitar o sentido na vida que à época encontrava-se deturpado, servindo-lhes como verdadeira lição, porquanto, mais do que apenas arrependidos, efetivamente lograram melhorar para atender as necessidades material e psicológica dos filhos, autorizando os menores serem reintegrados ao convívio da família natural, por meio e mediante acompanhamento da Assistência Social Forense, direito maior e que deve ser preservado sempre que o interesse da criança assim exigir.
(TJ-SC - AC: 529587 SC 2007.052958-7, Relator: Carlos Adilson Silva, Data de Julgamento: 29/10/2010, Quarta Câmara de Direito Civil, Data de Publicação: Apelação Cível n. , de Imbituba)
Responsabilidade Solidária ou Subsidiária:
 Conforme o autor Yussef Said Cahali a Responsabilidade Solidária ou Subsidiária:
A obrigação de prestar alimentos fundada no jus sanguinis repousa sobre o vínculo de solidariedade humana que une os membros do agrupamento familiar e sobre a comunidade de interesses, impondo aos que pertencem ao mesmo grupo o dever recíproco de socorro. (Cahali, 2013, p.450)
 Conforme corrente Jurisprudencial:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE ALIMENTOS. ALIMENTOS PROVISÓRIOS. OBRIGAÇÃO ALIMENTAR DOS AVÓS. CARÁTER SUBSIDIÁRIO E DIVISÍVEL. ARBITRAMENTO. PROPORCIONALIDADE. I. A obrigação alimentar dos avós tem cunho subsidiário e divisível e só se emoldura juridicamente quando o encargo alimentício não pode ser integralmente satisfeito pelos genitores. II. A capacidade de pagamento do devedor subsidiário deve ser criteriosamente avaliada para o correto dimensionamento do dever alimentício segundo a equação dos artigos 1.694 e 1.703 do Estatuto Civil. III. Ante o perfil subsidiário e divisível da obrigação alimentícia de cada um dos avós, os alimentos provisórios não podem ser estipulados em valor passível de comprometer a sua própria subsistência. IV. Recurso conhecido e parcialmente provido.
(TJ-DF - AGI: 20150020208104, Relator: JAMES EDUARDO OLIVEIRA, Data de Julgamento: 25/11/2015, 4ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 16/12/2015 . Pág.: 236)
 Responsabilidade Subsidiária dos Avós:
 Conforme o autor Rolf Madaleno a Responsabilidade Subsidiária dos Avós:
Assim visto, os avós apenas complementam a pensão já alcançada pelos pais e que se revelou insuficiente, porque os netos só podem exigir alimentos dos avós na falta dos pais, porque falecidos ou inválidos, ou porque não tem rendimentos, ou, tendo rendas, estas se mostram insuficientes, podendo ser acionados os avós para alcançarem a devida complementação. (Madaleno, 2008, p.83).
 Conforme corrente Jurisprudencial:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA E COMPLEMENTAR DOS AVÓS, QUANDO DEMONSTRADA A HIPOSSUFICIÊNCIA DO GENITOR. NECESSIDADE DE AMBOS OS AVÓS, TANTO PATERNOS, COMO MATERNOS, SEREM CHAMADOS A INTEGRAR A LIDE, JÁ QUE CONCORREM NA PROPORÇÃO DOS SEUS RESPECTIVOS RECURSOS, COM O ADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR. VERBA ALIMENTAR QUANTIFICADA DENTRO DO CHAMADO TRINÔMIO ALIMENTAR (NECESSIDADE/ POSSIBILIDADE/ RAZOABILIDADE). DECISÃO AGRAVADA MANTIDA. AGRAVO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1. É possível a manutenção do avô paterno no polo passivo da Ação de Alimentos proposta em face do genitor, nos casos em que resta demonstrada a insuficiência de recursos por parte do genitor. 2. Na hipótese dos autos, a verba alimentar ficou em 75% dos rendimentos do genitor, entretanto, a realidade do menor deve ser compatível com o mesmo padrão de vida vivenciado pelos pais, e, na espécie, o alimentante é filho de “prefeito, empresário e fazendeiro”, o que evidencia um padrão de vida superior ao demonstrado por meio de sua CTPS, assinada apenas com um salário mínimo mensal, razão pela qual o avô paterno deve ser mantido no polo passivo da demanda, em caráter sucessivo e complementar. 3. Todavia, quanto ao caráter suplementar da obrigação, o artigo 1.698 do CC estabelece que “se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide”. 4. Nesta senda, os avós maternos também devem ser chamados a integrar a lide, como litisconsortes necessários, no caso de condenação ao pagamento suplementar da obrigação alimentícia, já que compete a ambos os avós, tanto paternos, como maternos, concorrerem, na proporção dos seus respectivos recursos, para o adimplemento da obrigação alimentar. Precedente do STJ. 5. Verba alimentar quantificada dentro do chamado trinômio alimentar (necessidade/ possibilidade/ razoabilidade), conforme disposição legal (CC, art. 1.694, § 1º), considerando que o arbitramento do percentual de 75% do salário mínimo vigente, condiz tanto com as necessidades do menor, como com o padrão de vida vivenciado pelo genitor. 6. Agravo de Instrumento conhecido e parcialmente provido.
(TJ-PI - AI: 00052502220128180000 PI 201200010052506, Relator: Des. Francisco Antônio Paes Landim Filho, Data de Julgamento: 11/03/2015, 3ª Câmara Especializada Cível)
 Responsabilidade Complementar dos Avós:
 Conforme o autor Douglas Phillips Freitas a Responsabilidade Complementar dos Avós:
O rateio pode ocorrer entre parentes do mesmo grau ou de grau diverso, quando os parentes mais próximos não puderem prover no todo ou em parte a obrigação alimentar. (Freitas, 2005, p.187)
 Conforme Corrente Jurisprudencial:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALIMENTOS. FILHA MENOR. OBRIGAÇÃO ALIMENTAR. EXTENSÃO. AVÓS PATERNOS. IMPOSSIBILIDADE OU RECUSA DO PAI. DEMONSTRAÇÃO. AUSÊNCIA.MAJORAÇÃO DA VERBA. I. De acordo com os artigos 1.694, 1.696 e 1.698, todos do Código Civil, os avós detêm legitimidade para figurar no pólo passivo de ação de alimentos proposta pelos netos. II. Mantém-se a sentença, na definição do valor dos alimentos, a cargo do pai, inadmitida a extensão aos avós paternos, diante da ausência de comprovação de que o pai se furta à obrigação alimentar.
(TJ-MG - AC: 10080110029339001 MG, Relator: Washington Ferreira, Data de Julgamento: 20/08/2013, Câmaras Cíveis / 7ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 23/08/2013)
Prisão Civil dos Avós:
 Conforme o autor Rolf Madaleno a Prisão Civil dos Avós:
A coação física enfatiza a pressão psicológica da ameaça de prisão do devedor, sendo, portanto, meio de coerção, e não uma pena civil, equiparável a uma sanção penal, tanto que, paga a divida alimentar, desaparece o motivo da segregação corporal, haja vista ser divida para com o credor alimentar, e não para com a sociedade civil. (Madaleno, 2008, p. 189)
 Conforme Corrente Jurisprudencial:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - FAMÍLIA - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS - ACORDO - OBRIGAÇÃO ASSUMIDA INTEGRALMENTE PELOS AVÓS - PAI: ILEGITIMIDADE PASSIVA - PROCESSO EXTINTO. 1. Se por acordo judicialmente homologado os avós assumiram integralmente a obrigação alimentar paterna, não há como dirigir ao pai a ação executiva por caracterizada sua ilegitimidade passiva. 2. Havendo vício processual grave, questão de ordem pública, a ensejar a extinção da ação, aplicável o excepcional efeito translativo ao recurso de agravo.
(TJ-MG - AI: 10687110068214001 MG, Relator: Oliveira Firmo, Data de Julgamento: 19/03/2013, Câmaras Cíveis / 7ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 22/03/2013)

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