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1 Dra. Vanessa Coutinho LIPÍDIOS Do grego lipos = gordura Dra. Vanessa Coutinho LIPÍDIOS Do ponto de vista químico, são definidos como uma classe de compostos insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, tais como acetona, éter, hexano, metanol e clorofórmio. Apesar da definição pela solubilidade, esses compostos variam consideravelmente de tamanho e polaridade, existindo desde triacilglicerois e ésteres de esteróis, altamente hidrofóbicos, até os fosfolipídeos, que são lipídios mais hidrossolúveis. Definição Dra. Vanessa Coutinho São moléculas fornecedoras de energia, armazenadas na forma de triacilgliceróis. Capacidade de armazenar e acessar grandes quantidades de gordura permite que os humanos passem semanas sem se alimentar. IMPORTÂNCIA BIOLÓGICA DOS LIPÍDIOS Os ácidos graxos dos triacilgliceróis podem ser mobilizados e oxidados para geração de energia para células. Dra. Vanessa Coutinho Por que os lipídios são utilizados como armazenamento de energia? Há duas vantagens: 1) A oxidação dos TG rende mais que o dobro de energia por grama, que a oxidação de CHO. 2) Como os TG são hidrofóbicos e, portanto, não hidratados, o organismo que armazena lipídio como combustível não precisa carregar o peso extra de água de hidratação que está associado ao armazenamento do polissacarídeo (p/cada 1 g de glicogênio são 3 mL de água). 1 g LIP = 9 kcal1 g CHO = 4 kcal Armazenamento Ilimitado Dra. Vanessa Coutinho São componentes das membranas celulares (fosfolipídios e glicolipídios) IMPORTÂNCIA BIOLÓGICA DOS LIPÍDIOS Dra. Vanessa Coutinho Propriedades antioxidantes (Vitaminas A e E) Digestiva (sais biliares) Transportadora (lipoproteínas) Isolante térmico (isola o corpo e mantém a temperatura) e proteção mecânica pela camada subcutânea de gordura Características sensoriais dos alimentos (sabor, textura) IMPORTÂNCIA BIOLÓGICA DOS LIPÍDIOS Hormonal (esteróides) Impermeabilizante (ceras) 2 Dra. Vanessa Coutinho Lipídios simples • Ácidos graxos (AG) • Gorduras neutras: ésteres de AG com glicerol (1,2,3glicerídeos) • Ceras: AGCL + Álcool de Cadeia longa Lipídios compostos • Fosfolipídios: ácido fosfórico, ácidos graxos e base nitrogenada • Esfingolipídios: base esfingosina (esfingomielina) • Lipoproteínas: LIP + PTN Lipídios variados • Esteróis (colesterol e sais biliares) • Terpenos – pigmentos de plantas, como clorofila, carotenóides e vitaminas A, D, E e K CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS Dra. Vanessa Coutinho ÁCIDOS GRAXOS H3C Estrutura do ácido graxo São ácidos carboxílicos, representados pela forma RCO2H Podem ser classificados de acordo com: Tamanho da cadeia; Presença de ramificações; Presença de insaturações (duplas ligações); Posição da primeira dupla ligação. Dra. Vanessa Coutinho ÁCIDOS GRAXOS Classificação quanto ao tamanho da cadeia Ácidos graxos de cadeia curta Ácidos graxos de cadeia média Ácidos graxos de cadeia longa De 2 a 4 átomos de carbono De 6 a 10 átomos de carbono De 12 a mais átomos de carbono Ácidos graxos de cadeia muito longa Mais de 18 átomos de carbono Dra. Vanessa Coutinho ÁCIDOS GRAXOS Classificação quanto à presença de ramificações Não Ramificados Ramificados Cadeia Linear Cadeia Ramificada (são mais raros) Dra. Vanessa Coutinho ÁCIDOS GRAXOS Classificação quanto à presença insaturações SATURADOS INSATURADOS Que não possuem insaturações na molécula, ou seja, a cadeia carbônica é formada por ligações simples. Que possuem uma ou mais insaturações (ligação dupla) na molécula. MONOINSATURADOS POLIINSATURADOS Possuem apenas uma dupla ligação Possuem mais de uma dupla ligação Dra. Vanessa Coutinho Grupo Carboxila ( Região Polar) Cadeia hidrocarbonada (Região Apolar) Saturado Insaturado Cadeia hidrocarbonada (Região Apolar) Grupo Carboxila (Região Polar) ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS E INSATURADOS O número de duplas ligações é restringido pelo comprimento da cadeia 3 Dra. Vanessa Coutinho ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS Classificação quanto à posição da primeira dupla ligação Utilização na nomenclatura ômega (ω ou n) n-9 ou ω-9 : dupla ligação entre o 9º e o 10º carbono n-7 ou ω-7 : dupla ligação entre o 7º e 8º carbono n-6 ou ω-6 : dupla ligação entre o 6º e 7º carbono n-3 ou ω-3 : dupla ligação entre o 3º e 4º carbono MONOINSATURADOS POLIINSATURADOS n-9 e n-3 e n-6 n-7 Dra. Vanessa Coutinho 22:6n-3DHA4,7,10,13,16,19-Docosahexaenóico 20:5n-3EPA5,8,11,14,17-Eicosapentaenóico 20:4n-6Araquidônico5,8,11,14-Eicosatetraenóico 18:3n-3-Linolenico9,12,15-Octadecatrienóico 18:3n-6-Linolenico6,9,12-Octadecatrienóico 18:2n-6Linoleico9,12-Octadecadienóico 18:1n-9Oleico9-Octadecanóico 18:0EsteáricoOctadecanóico 16:0PalmíticoHexadecanóico 14:0MirísticoTeradecanóico 12:0LáuricoDodecanóico 10:0CápricoDecanóico 8:0CaprílicoOctanóico SímboloNome ComumNome Sistemático NOMENCLATURA DOS ÁCIDOS GRAXOS Forma sistemática, com base no nº de carbonos da molécula Forma comum, com base no alimento fonte do qual o AG foi isolado. Forma numérica, na qual o 1º número refere-se ao n° de carbonos e o 2º número refere-se à quantidade de duplas ligações. Dra. Vanessa Coutinho Dra. Vanessa Coutinho ÁCIDOS GRAXOS PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS PONTO DE FUSÃO HIDROGENAÇÃO HIDRÓLISE OXIDAÇÃO INTERESTERIFICAÇÃO CRISTALIZAÇÃO Influenciado pelo comprimento da cadeia e pela quantidade de insaturações Processo químico de adição de hidrogênio às duplas ligações de ácidos graxos insaturados, para torná-los sólidos Processo de quebra da ligação éster do ácido graxo ao glicerol, existindo hidrólise alcalina, ácida e enzimática. Rearranjo dos ácidos graxos nas ligações éster do glicerol, para formar um novo triacilglicerol. Os ácidos graxos se cristalizem em mais de uma forma, tendo a mesma composição química, porém propriedades diferentes. Processo que ocorre entre os lipídios insaturados e o oxigênio presente na atmosfera. Dra. Vanessa Coutinho ÁCIDOS GRAXOS A dessaturação em n-3 e n-6 dos ácidos graxos só é possível no cloroplasto das células. Somente algas e alguns fungos são capazes de formar esses ácidos graxos Por isso são considerados ácidos graxos essenciais (não são produzidos pelos humanos). Por que os ácidos graxos são considerados essenciais? Dra. Vanessa Coutinho ÁCIDOS GRAXOS - 6 ÁCIDO ARAQUIDÔNICO (AA) 20:4 A partir do Ácido Linoléico (AL) 18:2 n-6 , dá-se origem ao ácido araquidônico: Ações das Elongases e Dessaturases 4 Dra. Vanessa Coutinho ÁCIDOS GRAXOS - 3 ÁCIDO DOCOSAHEXAENÓICO (DHA) ÁCIDO EICOSAPENTAENÓICO (EPA) 20:5 22:6 A partir do Ácido Alfa Linolênico (ALA) 18:3 n-3, dá-se origem a dois importantes ácidos graxos: Ações das Elongases e Dessaturases Dra. Vanessa Coutinho Os ácidos graxos ômega-3 modulam a formação de eicosanóides (prostaglandinas e tromboxanos) ÁCIDOS GRAXOS IMPORTÂNCIA FISIOLÓGICA Diminuição da chance de ocorrer IAM (infarto agudo do miocárdio). Evita a agregação de plaquetas e a formação de um coágulo sanguíneo nas artérias ("trombose") Dra. Vanessa Coutinho EICOSANÓIDES Eicosanóides são mediadores inflamatórios (que modulam a resposta inflamatória) de origem lipídica. QUEM SÃO? São sintetizados a partir dos ácidos graxos ômega-6, como o ácido araquidônico (AA), ou dos ácidos graxos ômega-3, como os ácidos eicosapentanóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA). PROSTAGLANDINAS TROMBOXANOS LEUCOTRIENOS AA: precursores de eicosanóides da série 2 (mais proinflamatórios) EPA e DHA: precursores de eicosanóides da série 3 (mais antiinflamatórios) Dra. Vanessa Coutinho Dra. Vanessa Coutinho As famílias Omega 3 e Omega 6 competem entre si pelas mesmas enzimas envolvidas nas reações de dessaturação e alongamento da cadeia. Embora essas enzimas tenham maior afinidade pelos ácidos da família Omega 3, a ação delas é fortemente influenciada pelos tipos de ácidos graxos da dieta. Assim, uma dieta rica em Omega 3 é capaz de diminuir a formação de AA, elevandoa quantidade de EPA e DHA. RELAÇÃO -6 E -3 Dra. Vanessa Coutinho VALORES RECOMENDADOS PARA A RAZÃO ENTRE OS ÁCIDOS GRAXOS -6 E -3 NA DIETA ÁCIDOS GRAXOS 5 Dra. Vanessa Coutinho Pereira C, Li D, Sinclair AJ. The alpha-linolenic acid content of green vegetables commonly available in Australia. Int J Vitam Nutr Res. 2001 United States Department of Agriculture, National Agriculture Library. Food and Nutrition Data Laboratory [cited 2006 Mar 30]. Available from: http://www.nal.usda.gov/fnic/foodcomp/search/ TEOR DE PUFAs EM ALIMENTOS Dra. Vanessa Coutinho CONCENTRAÇÃO DOS ÁCIDOS LINOLÉICO, -LINOLÊNICO, ARAQUIDÔNICO, EPA E DHA EM ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL Broughton KS, Johnson CS, Pace BK, Liebman M, Kleppinger KM. Reduced asthma symptoms with n-3 fatty acid ingestion are related to 5-series leukotriene production. Am J Clin Nutr. 1997 Dra. Vanessa Coutinho • Suplementos (cápsulas 2:1 EPA/DHA); – Embora a biossíntese de EPA e DHA seja possível a partir do ácido graxo essencial linolênico, a eficiência do aproveitamento é maior quando ingerido no estado pré-formado. SUPLEMENTAÇÃO DE PUFAs Dra. Vanessa Coutinho INÍCIO DO ESTUDO DA DIGESTÃO, ABSORÇÃO E DO TRANSPORTE DOS LIPÍDIOS Dra. Vanessa Coutinho DIGESTÃO DE LIPÍDIOS TRIACILGLICERÓIS FOSFOLIPÍDIOS COLESTEROL Dra. Vanessa Coutinho DIGESTÃO DE TRIACILGLICEROL A digestão dos triacilgliceróis ocorre por ação de enzimas chamadas LIPASES. LIPASES São carboxil-esterases com uma marcada preferência por triacilgliceróis sobre fosfolipídios como substrato. A maior parte dos lipídios da alimentação é ingerida na forma de triacilgliceróis e tem que ser degradas a ácidos graxos para absorção intestinal. 6 Dra. Vanessa Coutinho DIGESTÃO DE TRIACILGLICEROL LIPASE LINGUAL Produzida pelas Glândulas de Ebner localizadas no dorso da língua; Em conjunto com a lipase gástrica hidrolisa cerca de 30% da gordura em 2-4 horas após ingestão; Tem ação preferencial sobre Triacilgliceróis de Cadeia Curta (TCC); Age somente sobre os lipídeos da interface com a água. 1. CAVIDADE ORAL Preparação para o início da digestão MASTIGAÇÃO e SALIVAÇÃO Dra. Vanessa Coutinho DIGESTÃO DE TRIACILGLICEROL LIPASE LINGUAL A lipase lingual continua agindo no estômago, pois é estável em pH ácido. A lipase gástrica (também chamada de TRIBUTIRINASE) hidrolisa especialmente os triacilgliceróis de cadeia curta e média (TCC e TCM), liberando ácidos graxos livres e monoacilgliceróis/diacilgliceróis. Os movimentos de propulsão, retropropulsão e mistura que ocorrem no estômago têm importância para a emulsificação dos lipídios, o que auxilia na ação enzimática que ocorrerá no intestino. Na mucosa gástrica, ocorre pequena absorção de AGCM. 2. ESTÔMAGO LIPASE GÁSTRICA Dra. Vanessa Coutinho Lipólise dos Triglicerídeos AÇÃO DA LIPASE GÁSTRICA Dra. Vanessa Coutinho DIGESTÃO DE TRIACILGLICEROL Local onde ocorre a maior parte da digestão dos lipídios da dieta. A gordura que chega ao duodeno é composta de 70% de TG, sendo os 30% restantes uma mistura de produtos parcialmente hidrolisados. A digestão de gordura no intestino necessita dos processos de emulsificação e solubilização. A presença de gordura no intestino estimula os hormônios: 3. INTESTINO DELGADO - Contração do pâncreas (liberação de enzimas pancreáticas) - Contração da vesícula biliar (liberação de ácidos e sais biliares) NaHCO3 (pH) CCK SECRETINA Dra. Vanessa Coutinho DIGESTÃO DE TRIACILGLICEROL 3. INTESTINO DELGADO LIPASE PANCREÁTICA Principal enzima da digestão de TG. Produzida no pâncreas e liberada para ação no duodeno. É uma enzima de ação extremamente rápida. Atua hidrolisando os ácidos graxos do TG na posições sn-1 e sn-3. Os ácidos graxos presentes nas posições sn-1 e sn-3 são menos biodisponíveis do que os localizados na posição sn-2, pois ficam livres na luz intestinal e podem formar sais de cálcio insolúveis que são eliminados nas fezes. 1 2 3 Dra. Vanessa Coutinho EMULSIFICAÇÃO Formação de colóide Mecanismos Mecânicos: - Mastigação → quebra parede celular - Peristaltismo (movimentos de propulsão, retropropulsão e mistura) Mistura na qual uma ou mais substâncias se encontram uniformemente disseminadas (dispersas) numa outra substância. Aumenta a superfície de contato entre as enzimas e o bolo alimentar, permitindo uma ação enzimática mais eficaz. 7 Dra. Vanessa Coutinho SOLUBILIZAÇÃO Como consequência do processo de emulsificação, ocorre a solubilização, para permitir a formação das micelas, que serão essenciais para a absorção dos lipídios. Os Sais Biliares são substâncias essencialmente formadoras de micelas. Os lados hidrofílicos (OH, COOH e NH2) ficam voltados para o exterior e os grupos hidrofóbicos (CH2) voltados para o interior da micela. Dra. Vanessa Coutinho ABSORÇÃO DE TRIACILGLICEROL Produtos finais da digestão: ácidos graxos livres e monoacilgliceróis. Esses produtos de digestão são incorporados às micelas, que os transportam até os enterócitos. Próximo aos enterócitos, as micelas se dissociam e liberam os produtos que serão absorvidos por difusão simples. Local principal de absorção dos lipídios no intestino delgado: jejuno proximal. Ác. Graxos Livres Monoacilgliceróis + MICELA Ác. Graxos Livres Monoacilgliceróis + MICELA SE DESFAZ... DIFUSÃO Dra. Vanessa Coutinho ABSORÇÃO DE TRIACILGLICEROL Maior solubilidade do que AGCL Menor tempo de esvaziamento gástrico Absorção intestinal e aparecimento no plasma mais rápido que AGCL Menor tolerabilidade gastrintestinal Não necessita de quilomícrons (associado à albumina) Maior parte oxidado no fígado Menor deposição e maior oxidação que AGCL Há diferenças entre os ácidos graxos durante o processo de absorção e nos processos após a absorção... ÁC. GRAXOS CADEIA LONGA ÁC. GRAXOS CADEIA MÉDIA Dra. Vanessa Coutinho CIRCULAÇÃO ENTERO-HEPÁTICA DE SAIS BILIARES Após a formação das micelas, os sais biliares (SB) e ácidos biliares (AB) descem até o íleo terminal onde são absorvidos, sendo que cerca de 0,5 mg/dia é excretado nas fezes. Os SB e AB absorvidos seguem para veia porta e fígado, sendo reaproveitadas (secundários). Os sais e ácidos biliares possuem a mesma função fisiológica (emulsificar gorduras), mas diferem estruturalmente. Os sais biliares estão ligados à aminoácidos (taurina e glicina) e chegam desta forma ao intestino delgado. Aumenta a eficácia digestiva e absortiva, pois aumenta a velocidade de digestão das gorduras, evitando sua perda. Além disso, economiza a energia gasta para produzir os ácidos biliares. Finalidade do reaproveitamento Consiste na formação dos sais biliares e liberação destes no duodeno. Dra. Vanessa Coutinho DIGESTÃO DE FOSFOLIPÍDIOS A forma predominante na dieta é a lecitina. São digeridos por meio da ação de enzimas chamadas FOSFOLIPÍDIOS DA DIETA Fosfolipídios a serem digeridos: FOSFOLIPÍDIOS DA BILE FOSFOLIPASES - São enzimas do suco pancreático; - Hidrolisam os ácidos graxos na posição sn-2 dos fosfolipídios, liberando ácido graxo livre + lisofosfoacilglicerol; -São classificadas de acordo com o local da cadeia onde realizam a hidrólise (fosfolipase A1, A2, B, C e D). FOSFOLIPÍDIO ÁCIDO GRAXO + LISOFOSFOACILGLICEROL Ação da fosfolipase Dra. Vanessa Coutinho ABSORÇÃO DE FOSFOLIPÍDIOS Ác. Graxos Livres Monoacilgliceróis + MICELA MICELA SE DESFAZ... DIFUSÃO SÃO INCORPORADOS PELAS MICELAS... Fosfoacilglicerol + Ác. Graxos Livres Monoacilgliceróis + Fosfoacilglicerol + DIGESTÃO DE FOSFOLIPÍDIOS: ÁCIDO GRAXO LIVRE + FOSFOACILGLICEROL 8 Dra. Vanessa Coutinho DIGESTÃO DE ESTERÓIS ENZIMA COLESTEROL ESTERASE De origem animal. Apresenta-se na forma de éster de colesterol (ligado a um ácido graxo), precisando sofrer ação enzimática para gerar colesterol livre para ser absorvido. A enzima que realiza essa hidrólise, liberando o colesterol livre e um ácido graxo, é a Colesterol a ser digerido:COLESTEROL ALIMENTAR COLESTEROL DA BILE Apresenta-se na forma de colesterol livre. Dra. Vanessa Coutinho ABSORÇÃO DE ESTERÓIS MICELA MICELA SE DESFAZ... DIFUSÃO COLESTEROL É INCORPORADO PELAS MICELAS... O fitoesteróis são os esteróis de origem vegetal e competem com o colesterol no processo de absorção. O consumo de fitoesteróis, portanto, reduz a absorção de colesterol. Ác. Graxos Livres Monoacilgliceróis + Fosfoacilglicerol + Colesterol Livre + Ác. Graxos Livres Monoacilgliceróis + Fosfoacilglicerol + Colesterol Livre + Dra. Vanessa Coutinho TRANSPORTE DOS LIPÍDIOS Após a absorção... Para que os lipídios saiam do enterócito e cheguem à circulação é necessário que estes recebam um envoltório protéico para solubilizá-los e permitir seu transporte. FORMAÇÃO DE QUILOMICRONS Os lipídios com seu envelope protéico chamam-se LIPOPROTEÍNAS. LIPOPROTEÍNAS QUILOMÍCRONS São uma classe de lipoproteínas Dra. Vanessa Coutinho TRANSPORTE DOS LIPÍDIOS Para que o quilomícron seja formado são necessárias importantes proteínas chamadas APOLIPOPROTEÍNAS: Os compostos mais insolúveis ficam no centro apolipoproteína B48 apoliproteína E apoliproteína A apoliproteína C Dra. Vanessa Coutinho TRANSPORTE DOS LIPÍDIOS Os lipídios saem do enterócito incorporados aos quilomícrons Dra. Vanessa Coutinho TRANSPORTE DOS LIPÍDIOS Por que os lipídios, incorporados aos quilomícrons, não são direcionados diretamente ao fígado, como ocorria com proteínas e carboidratos? Porque os quilomícrons são compostos “grandes demais” para o calibre da veia porta e o fígado não tem capacidade de armazenar gordura. Os lipídios precisam ser distribuídos pelos tecidos para chegar ao fígado em menor quantidade, evitando, assim, a esteatose hepática. 9 Dra. Vanessa Coutinho CAPTAÇÃO DOS LIPÍDIOS Capilar sanguíneo Células dos tecidos ENZIMA LIPASE LIPOPROTEICA (LLP) TRIACILGLICEROL ÁCIDOS GRAXOS LIVRES + GLICEROL No endótelio do capilar sanguíneo, há enzimas que hidrolisam os triacilgliceróis presentes nos quilomícrons. São captados pelas células dos tecidos e podem ser utilizados como fonte de energia ou estocados como reserva no tecido adiposo. Dra. Vanessa Coutinho Os quilomícrons, após perderem parte dos triacilgliceróis que carregavam, transformam-se em remanescentes de quilomícrons. TRANSPORTE DOS LIPÍDIOS QUILOMÍCRONS REMANESCENTES DE QUILOMÍCRONS Seguem para o fígado, onde receberão mais colesterol e se transformarão em VLDL Dra. Vanessa Coutinho TRANSPORTE DOS LIPÍDIOS VLDL IDL LDL HDL VLDL, IDL, LDL e HDL são LIPOPROTEÍNAS, ou seja, transportam lipídios. Diferem quanto: à densidade da molécula, variando de muito baixa densidade até alta densidade; à composição de lipídios que transportam (se há maior percentual de triacilglicerol, colesterol, etc); à apoliproteína que os compõe. Dra. Vanessa Coutinho TRANSPORTE DOS LIPÍDIOS VLDL Local de origem: fígado. Very Low Density Lipoprotein→ d = 0,98 g/cm3 (muito baixa densidade); Transporta os lipídios endógenos (formados no fígado), para os tecidos alvos. Composição química: também predomina o lipídio (93%), sendo o TGL em maior percentual. No entanto, tem menos TGL que os quilomícrons. Seu TGL provém de diversas fontes, sendo a principal a lipogênese a partir do excedente de carboidratos, havendo ainda um pequeno percentual de lipídios da dieta. A VLDL tem mais colesterol que o quilomícron, pois nela encontra-se o colesterol dietético que chegou no fígado junto com os remanescentes de quilomícrons e o colesterol sintetizado no fígado. A VLDL nascente tem apo100 e A1, recebendo apo C e E, após entrar na circulação (torna-se VLDL madura). Dra. Vanessa Coutinho TRANSPORTE DOS LIPÍDIOS IDL Local de origem: capilares periféricos. Intermediate Density Lipoprotein→ d = 1,01 (densidade intermediária entre VLDL e LDL); Transporta o colesterol de forma transitória, pois ela é rapidamente convertida em LDL; Composição química: predomina o colesterol, porém o TGL ainda é significativo; Possui as apolipoproteínas B100, C2 e E; Originada da VLDL pela perda de TGL e enriquecimento (percentual e direto) de colesterol. Dra. Vanessa Coutinho TRANSPORTE DOS LIPÍDIOS LDL Local de origem: capilares. Low Density Lipoprotein→ d = 1,040 (baixa densidade); Transporta colesterol na circulação e o transfere para os tecidos alvos; Composição química: predomina o colesterol (51%); Possui somente a apo B100; Provém da VLDL IDL LDL. 10 Dra. Vanessa Coutinho TRANSPORTE DOS LIPÍDIOS HDL Local de origem: fígado e enterócito. High Density Lipoprotein→ d=1,063 g/cm3 (alta densidade) Centraliza o metabolismo das lipoproteínas, mantendo a homeostase do transporte lipídico, principalmente o colesterol. A HDL tenta prevenir o acúmulo de LDL em nível endotelial. A HDL é produzida principalmente no fígado, mas também no enterócito. Na sua forma nascente, é mais rica em proteína e pobre em TGL, tornando-se madura após receber colesterol do tecido. Transporta o colesterol dos tecidos alvos para o fígado e para outras lipoproteínas (ex: VLDL), além de fazer a troca de apolipoproteínas com outras lipoproteínas. Transporte reverso do colesterol: leva o excedente de colesterol para o local de excreção (fígado), tanto de forma direta, quanto de forma indireta (transfere colesterol para outra lipoproteína (VLDL). Dra. Vanessa Coutinho Dra. Vanessa Coutinho TIPO APOLIPOPROTEÍNA TRIGLICERÍDEOS PTN FOSFOLIPÍDEOS COLESTEROL Quilomicrons B48, A-I, A-II, A- IV, C, E 90% 2% 4% 4% VLDL (Lipoproteína de muito baixa densidade) A-I, A-II, B100, C, E 60% 10% 20% 10% LDL (Lipoproteína de baixa densidade) B-100 10% 20% 20% 50% HDL (Lipoproteína de alta densidade) A-I, A-II, C, D, E 5% 50% 30% 15% IDL (Lipoproteína de densidade intermediária ou VLDL rem.) B100, remanescentes de C e E 10-30% 25% 25% 30% QUADRO RESUMO LIPOPROTEÍNAS Dra. Vanessa Coutinho Dra. Vanessa Coutinho EXCESSO DE COLESTEROL As células sintetizam colesterol, pois ele realiza uma série de funções essenciais no corpo: estrutura de membranas, precursor dos sais biliares, da vitamina D e de hormônios esteróides. As células também recebem colesterol exógeno, porém só recebem a quantidade que necessitam, ou seja, recebem colesterol de forma limitada. Colesterol exógeno Colesterol endógeno Pool de colesterol celular As CÉLULAS têm um rígido controle do nível de colesterol no seu interior. Ao detectar EXCESSO, mecanismos são ativados para reduzi-lo: Inibição da síntese de receptores para LDL para que a célula receba menos colesterol Redução da síntese endógena de colesterol Dra. Vanessa Coutinho EXCESSO DE COLESTEROL O excesso de colesterol no organismo, em virtude de excesso de colesterol na alimentação, é depositado nas membranas celulares. A HDL trabalha “recolhendo” esse excesso de colesterol e levando diretamente ao fígado ou doando-o à VLDL, porém sua capacidade é limitada. O único local de excreção do colesterol é o fígado, no entanto essa excreção não é proporcional ao que está sendo formado, quando há excesso de colesterol, porque parte do pool é direcionado novamente para o transporte. Um excedente de colesterol não será acumulado em nível hepático nem extra-hepático, mas sim na circulação, pois as células têm um rígido controle do nível de colesterol no seu interior. Acúmulo de colesterol nos vasos Formação de placas de ateromas DCV 11 Dra. Vanessa Coutinho Dra. Vanessa Coutinho Dra. Vanessa Coutinho METABOLISMO DE LIPÍDIOS LipogêneseANABOLISMO CATABOLISMO Lipólise; Oxidação; Cetogênese Situação de síntese, construção; comandada por hormônios anabólicos (ex.: insulina) Situação de quebra, degradação; comandada por hormônios contrarregulatórios (ex.: glucagon) Dra. Vanessa Coutinho METABOLISMO DE LIPÍDIOS LIPOGÊNESE Ocorre predominantemente no tecido adiposo, pois este é quem faz a recepçãodos lipídios dietéticos. Os TGL presente nos quilomícrons são hidrolisados pela Lipase Liproprotéica (LLP), liberando AGCL livres e glicerol*. Os AG livres são captados pelos adipócitos, onde irão se unir ao glicerol, para formar um novo TGL. O fígado também pode fazer lipogênese a partir do lipídio da dieta, mas em menor proporção. Excesso de carboidratos na alimentação pode levar à lipogênese, pois o tecido adiposo é estoque ilimitado de reserva. Adipócito não possui a enzima GLICEROL QUINASE. O Fígado, sim. Dra. Vanessa Coutinho METABOLISMO DE LIPÍDIOS É a quebra do triacilglicerol pela enzima LIPASE HORMÔNIO SENSÍVEL (LHS) no tecido adiposo. A lipólise é ativada por hormônios CONTRA-REGULATÓRIOS. Ocorre devido ao jejum, dieta de emagrecimento e doenças crônico- degenerativas, por exemplo. ENZIMA LIPASE HORMÔNIO SENSÍVEL (LHS) TRIACILGLICEROL ÁCIDOS GRAXOS LIVRES + GLICEROL LIPÓLISE (armazenado nos adipócitos) Dra. Vanessa Coutinho METABOLISMO DE LIPÍDIOS LIPÓLISE ATGL: lipase de triglicerídeos de adipócito LHS: lipase hormônio sensível MGL: lipase monoacilglicerol 12 Dra. Vanessa Coutinho METABOLISMO DE LIPÍDIOS É o processo de utilização dos lipídios para formação de energia, ou seja, os lipídios são oxidados para geração de ATP. É também chamado de Ciclo de Lynen ou Beta-oxidação. A geração de energia através da beta-oxidação de ácidos graxos se dará a partir da formação de um composto altamente energético: Esse processo deve ocorrer na mitocôndria. Os ácidos graxos precisam ser ativados para iniciar o processo e essa ativação ocorre na membrana mitocondrial externa. Devem ser transportados até a matriz mitocondrial. A CARNITINA é quem faz esse transporte. OXIDAÇÃO Acetil Co-A Dra. Vanessa Coutinho AG Ativado AG Ativado Dra. Vanessa Coutinho Dra. Vanessa Coutinho AdipócitoAdrenalina Glucagon H. Crescimento glicólise Albumina + AGL lipase AGL + diglicerídio triglicerídio AGL + monoglicerídio diglicerídio AGL + Glicerol monoglicerídio AMPc ATP oxidação Ciclo de Krebs ATP AGL ACIL CoA + Acetil CoA Acetil CoA Acetil CoA Acetil CoA Acetil CoA CTE ATP carnitina mitocôndria Fígado Dra. Vanessa Coutinho Dra. Vanessa Coutinho METABOLISMO DE LIPÍDIOS Ocorre no fígado, em situação especial, quando se tem um excesso de acetil-Coa (ex: intensa beta-oxidação). CETOSE = corpos cetônicos no sangue CETOACIDOSE = acúmulo de cetoácidos é tão severo que o pH do sangue é substancialmente reduzido. O fígado não possui a tioforase, mas o músculo possui, podendo, portanto, usar corpos cetônicos como fonte de energia. OBS: O músculo prefere os corpos cetônicos aos ácidos graxos, pois os corpos cetônicos podem ir direto para o acetil-CoA sem entrar no Ciclo de Krebs. ↑AG no fígado beta-oxidação Acetil Acetoacetato betahidroxibutirato acetona CETOGÊNESE tioforase 13 Dra. Vanessa Coutinho CORPOS CETÔNICOS Dra. Vanessa Coutinho Obrigada!
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