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CASO CONCRETO 7 (2)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARAÇATUBA - SP
	MARIA, nacionalidade, viúva, profissão, identificado no RG sob os n° xxx, expedido pelo xxx/xx, cadastrado no CPF/MF sob os n° xxx, endereço eletrônico, residente e domiciliado no endereço e representante legítima do Sr. MARCOS, brasileiro, casado, pedreiro, identificado no RG sob os n° xxx, expedido pelo xxx/xx, residente e domiciliado naRua Bérgamo, nº 123, apt. 205, na cidade de Araçatuba – SP, vem mui respeitosamente a este juízo, por sua advogada infra assinada com endereço profissional, para fins do art. 77, V, propor 
AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL
pelo rito comum, em face de ROBERTO, nacionalidade, estado civil, comerciante, identificado no RG sob os n° xxx, expedido pelo xxx/xx, cadastrado no CPF/MF sob os n° xxx, endereço eletrônico, residente e domiciliado, pelos fatos e fundamentos que passa expor:
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Requer a parte autora o benefício da justiça gratuita, por não ter condições de pagas as custas processuais e nem os honorários advocatícios, sem prejuízo próprio ou de sua família, com base no artigo 4º da lei 1060/51.
Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.
Igualmente o artigo99 do Código de Processo Civil, lei 13.105/2015 prevê a possibilidade do pedido ser realizado na própria exordial: 
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
Pelo exposto, com base na garantia jurídica que a lei oferece, requer o autor, a concessão do benefício da justiça gratuita, em todos os seus termos, a fim que sejam isentos de qualquer ônus decorrente do presente feito.
DOS FATOS
	
	O Sr. Marcos, caminhava por uma rua de Recife – PE, quando foi atingido por um aparelho de ar-condicionado manejado de forma imprudente por Roberto. Encaminhado a um hospital particular, Marcos faleceu após estar internado um dia. Maria, autora da presente ação e esposa de Marcos, profundamente abalada pela perda trágica de seu esposo, deslocou-se até Recife – PE e transportou o corpo para Araçatuba – SP, local do sepultamento. O falecido não deixou filhos, tinha 50 anos de idade, era responsável pelo seu sustento e de sua esposa e conseguia obter renda média mensal de um salário mínimo como pedreiro. Sabe-se, também, que os gastos hospitalares somaram R$3.000,00 e os gastos com transporte do corpo e funeral somaram R$3.000,00. No inquérito policial, após o laudo da perícia técnica apontar como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado, Paulo foi indiciado, sendo posteriormente denunciado e condenado em primeira instância como autor de homicídio culposo. 
DOS FUNDAMENTOS
A imprudência da parte ré é evidente e sua exclusiva culpa também, como comprovada inclusive com o laudo pericial. Roberto o ao manusear o ar-condicionado, havia consciência que este era pesado e se caísse poderia causar lesão grave em outrem e mesmo assim o fez, gerando a morte precoce do sr. Marcos, que infortunamente passava e fora atingido por tal objeto, causando o ato ilícito previsto no art. 186 do Código Civil, ressaltando também os dispostos dos art 927, que prevê que o ato ilícito do art.186 tem como consequência jurídica repará-lo e o art. 938, que ressalta a relação de causa e efeito, ao praticar o ato ilícito e tendo efeito, este deve responder pelo dano proveniente.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
O ato ilícito da parte ré não gerou dano apenas a Marcos, mas também a sua esposa, Maria, a qual dependia economicamente para seu sustento. Pedreiro, que conseguia obter renda mensal de um salário mínimo. Maria endividou-se com as despesas hospitalares do falecido marido e os gastos com transporte do corpo e funeral somando R$6.000,00, aos quais não tem condições de pagar, devendo a parte ré, conforme o art. 948 do Código Civil, indenizar e reparar no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral, e o luto da vítima, mais a prestação de alimentos à Maria, pessoa a quem o falecido devia, levando-se em conta a duração provável de vida da vitíma (Segundo o IBGE, a expectativa de vida do brasileiro em 2016 é de 70 anos, vide https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/9490-em-2015-esperanca-de-vida-ao-nascer-era-de-75-5-anos.html )
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
 
IV – DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA 
Doutrina do profº Valter Ferreira de Oliveira, Doutorando pela PUC-Buenos Aires, “Alimento decorrente de Ato ilícito” 
Os alimentos propriamente ditos são aqueles que decorrem do direito de família e que encontram sua base legal no artigo 1.694 do Código Civil ao assim se colocar “podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação”.
Mas não são destes alimentos que estamos a falar. Para melhor entender o que a doutrina chama de alimentos – impropriamente ditos – precisamos em primeiro lugar, definirmos o que seja ato ilícito. A lei civil trás vários artigos que tratam do ato ilícito, mas aqui vamos nos ater ao art.186 que afirma: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. A ação ou omissão para o direito tem forte relevância, pois se de uma ação intencional, dirigida a um fim específico – por exemplo-, se matamos alguém – cometemos um ato ilícito penal, ou seja, um homicídio doloso, mas se, no entanto, não agimos com intenção de matar – mas se formos negligentes ou imprudentes, podemos ainda assim lesionar ou matar alguém (homicídio culposo). Veja que num ou noutro exemplos, ouve um ato ilícito que leva a obrigação de reparar o dano causado à vítima ou no caso de sua morte, àqueles que dele dependiam.
E é nesse sentido que estamos a falar. Diz o art. 948 do CC “No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima”.
Decorre da leitura do artigo 948, II do CC que, se alguém vem a sofrer uma lesão grave ou mesmo a morte em decorrência de um ato ilícito, terá ele, a sua família ou os seus dependentes, direitos a uma indenização que corresponde de maneira muito similar aos alimentos do direito de família.
Quais seriam, então, as principais semelhanças e diferenças apontadas pela melhor doutrina entre os alimentos decorrentes do direito de família e os alimentos decorrentes de ato ilícito?
Uma diferença apontada está no fato de que os alimentos do direito de família podem ser alterados em seu quantum para mais ou para menos (Ação revisional de alimentos), desde que as condições financeiras do alimentante e ou do alimentado mudem, ao passo que, nos alimentos decorrentes deato ilícito não existe tal possibilidade; a segunda – refere-se à possibilidade de prisão civil por descumprimento da obrigação alimentar do direito de família, que também é vedada nos alimentos decorrentes de ato ilícito.
No que tange, no entanto às semelhanças dos dois institutos, pode ser citados, a possibilidade de desconto em folha de pagamento do devedor, tanto num quanto noutro caso. Outra situação – pode haver periodicidade no pagamento, ou seja, mês a mês, tanto para uma quanto para outra modalidade.
Há, no entanto, varias outras consequências e implicações advindas de um ato ilícito que serão a seguir demonstradas, são em síntese as seguintes: se do ato ilícito a vítima morreu, ou se não morreu mais ficou impossibilitada para o trabalho. Nestes casos a lei oferece uma saída para cada situação. Se a vítima morreu, além da pensão também é devida as verbas com funeral etc. e se, no entanto, a vítima não morreu, mas teve perda laborativa, também terá direito a uma pensão que será calculada de acordo com os ganhos da vítima e também é levada em consideração a situação financeira do ofensor.
Sobre o que acima dissemos há um julgamento do STJ que esclarece a situação, vejamos: “Responsabilidade Civil – Inabilitação para a profissão – Código Civil. Ficando o ofendido incapacitado para a profissão que exercia, a indenização compreenderá, em principio, pensão correspondente ao valor que deixou de receber em virtude de inabilitação. Não se justifica seja reduzida apenas pela consideração, meramente hipotética de que poderia exercer outro trabalho” (3ª T.,RESP 233.610-RJ, Min. Eduardo Ribeiro, RJTJ135/367).
Há também situações interessantes que podem ser aqui mencionadas. Pela perda de um filho decorrente de um ato ilícito, os pais têm direito a pensão, assim como o filho também terá direito a uma pensão paga pelo ofensor no caso de morte de seu pai ou mãe. E mais, essa pensão é independente da pensão previdenciária. Também sobre o tema firmou-se jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, órgão de cúpula do judiciário nesse sentido. Vejamos: “A pensão devida aos pais pela morte de filho em idade de trabalho tem por termo final a data em que a vítima completaria 25 anos de idade, quando presumidamente constituiria nova família, a pensão deve ser diminuída de 50% (RSTJ105341, 121/371, 140/400 E 421)”.
Quanto às pensões, elas não se compensam, ou seja, é possível cumular as pensões previdenciárias e a pensão por ato ilícito conforme decisão do TJ/RJ nesse sentido: “A reparação de direito comum não comporta compensação com a que a vitima há de receber em decorrência de sua vinculação ao sistema previdenciário ou securitário (RSTJ 132/1333)”.
Por fim, importa saber quem são os legitimados a pleitearem tais direitos indenizatórios. Em se tratando de filhos menores, cônjuge a dependência é presumida. Quanto aos filhos maiores ou incapazes (doença mental) e outros, a dependência tem que ser provada. Não provada tal dependência a reparação será devida apenas para os danos morais. Ressalte-se que, os companheiros em união estável também têm legitimidade – art. 226,§ 3º, CF/88 – para pleitearem tal direito, direito esse, agora estendido a todos que convivam em união estável, independentemente de sexo, desde que inscritos junto ao órgão competente, ou seja, nos seus respectivos empregadores privados ou públicos.
Processo APC 20110910236226 DF 0023286-28.2011.8.07.0009
Orgão Julgador 5ª Turma Cível
Publicação Publicado no DJE : 15/10/2014 . Pág.: 172
Julgamento 8 de Outubro de 2014
Relator SEBASTIÃO COELHO
Ementa
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR ATO ILÍCITO. MORTE DO GENITOR. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PENSÃO. 2/3 (DOIS TERÇOS) DO SALÁRIO-MÍNIMO.
1. Entende-se devida a pensão por morte ao filho menor, bem como a reparação por danos morais.
2. Não há que se falar em redução do valor da indenização tendo em vista se tratar de condenação decorrente de crime de maior gravidade.
3. A pensão por morte será fixada com base no salário mínimo, na proporção de 2/3 destes, já que os outros 1/3 seriam destinados aos gastos pessoais da vítima.
V – DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO/CONCILIAÇÃO
 	A parte autora não tem o desejo de participar da audiência de mediação/conciliação a ser designada por este respeitável juízo.
VI – DOS PEDIDOS 
 O deferimento da gratuidade de justiça
Citação do réu para integrar a relação processual
 Seja julgado procedente o pedido da autora para modificar a competência art. 46 do CPC, em virtude da precária condição econômica da autora, face a morte trágica do único responsável pelo sustento da família e a impossibilidade de comparecer às audiências em Recife – PE, considerando o disposto na Constituição Federal e o acesso à justiça .
Seja julgado procedente o pedido da autora para condenar o réu ao pagamento da importância de um salário mínimo nacional vigente, em caráter vitalício, imediatamente, face trata-se de natureza alimentar.
 Que seja julgado procedente o pedido da autora para condenar o autor a pagar a título de indenização por danos materiais a importância de 6.000,00.
 Que seja julgado procedente o pedido da autora para condenar o autor a pagar a título de indenização por danos morais a importância de 35.000,00.
 Condenação do réu aos ônus de sucumbência. 
VII – DAS PROVAS 
	Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude do 369 e seguintes do Código de Processo Civil, em especial prova documental, testemunhal e depoimento pessoal do réu.
VIII – VALOR DA CAUSA
	Dá-se o valor da causa em R$ 41.000,00 ( quarenta e um mil reais).
Termos em que
Pede deferimento.
Araçatuba, 28 de Setembro de 2017 
OAB XXX/XX
UNESA – UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

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