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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA/DF Processo nº: Autor: Ministério Público do Distrito Federal Denunciado: Luan dos Santos LUAN DOS SANTOS, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seu advogado ao final assinado, vem respeitosamente à presença de V. Exa., MEMORIAIS, com fundamento no art. 403, §3º, do CPP, o que faz nos termos que seguem: I – FATOS O réu está sendo processado criminalmente pela suposta prática de crime de furto na forma qualificada mediante fraude. Com o recebimento da denúncia, o réu foi citado mas não apresentou Resposta à Acusação. Contudo, o juiz responsável determinou o prosseguimento do feito sem a defesa supracitada por entendê-la desnecessária, já que não considerou ser caso de absolvição sumária. Durante a instrução, as testemunhas de acusação confirmaram a ocorrência do furto qualificado. Disseram, ainda, que, apesar de não saberem quem o praticou, suspeitavam que teria sido o réu. Nenhuma outra prova foi produzida nos autos. O Ministério Público, então, pugnou pela sua condenação. Autos à defesa, para apresentação de Memoriais. II – MÉRITO No caso dos autos, citado o acusado, não houve apresentação de resposta à acusação (art.396 e 396-A do CPP), o que configura nulidade processual. Vejamos: Conforme dispõe o art. 396-A, §2º, do CPP: Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). (grifo nosso) Ou seja, a peça deve obrigatoriamente ser apresentada por advogado. No caso em apresso, o réu não apresentou Resposta à Acusação, e o juiz entendeu ser desnecessária tal da peça já que não seria o caso de absolvição sumária. Ocorre que o prosseguimento do feito sem a nomeação de defensor para elaborar a sua defesa técnica, contraria o mencionado dispositivo do diploma processual penal e ainda configura cerceamento de defesa, em desobediência explícita do art. 5º, inc. LV, da CF, acarretando a nulidade processual, nos termos do art. 564, inc. IV do CPP. Com isso, deve ser o presente feito anulado a partir da citação, com a devolução do prazo para apresentação da Resposta à Acusação. III – PEDIDOS Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: A) A anulação do processo desde a citação, com fulcro no art. 564, inc. IV do CPP, considerando-se a não apresentação de Resposta a Acusação, com a devolução do respectivo prazo. Caso não seja esse o entendimento de Vossa Exa. pugna-se pela ABSOLVIÇÃO do denunciado, nos termos do artigo 386, do Código de Processo Penal. B) Caso entenda pela condenação do denunciado, o que não se espera, requer a APLICAÇÃO DA PENA NO MÍNIMO LEGAL, e reconhecendo a atenuante do art. 65, inc. I do mesmo diploma legal, com a fixação do regime inicial aberto (art. 33, §2º, c, do CP) e substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, de acordo com o artigo 44 do Código Penal, posto que o denunciado preenche todos os requisitos, ou a suspensão condicional da pena (art. 77 do CP). C) Por fim, requer-se seja arbitrado no patamar mínimo o valor a ser pago a título de reparação dos danos, nos termos do art. 387, inc. IV, do CPP. Por fim, caso for o entendimento da prisão como última ratio, requer a aplicação da Lei 12.403/11 (medidas cautelares diversas da prisão), para que possa RECORRER EM LIBERDADE, sendo expedido o devido e competente alvará de soltura em favor do denunciado, para que possa ser restabelecida imediatamente sua liberdade. Para a efetivação da justiça, direitos e garantias asseguradas a todos os cidadãos, e por tudo evidenciado nos autos, revela-se mais adequada, razoável e humana, o acatamento dos argumentos e total procedência dos pedidos formulados pela defesa. Termos em que, Pede e espera deferimento. Governador Valadares, 22 de setembro de 2014. Ana Luísa Rodrigues Ferro OAB/MG – 20259
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