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MARX E O INÍCIO DA EXPLORAÇÃO
Karl Heinrich marx, filósofo e economista, nasceu em Trier, Alemanha, em 5 de maio de 1818. Estudou na Universidade de Berlim, interessando-se principalmente pelas idéias do filósofo Hegel. Formou-se pela Universidade de Iena em 1814.
Em 1842 assumiu o cargo de redator chefe do jornal alemão Gazeta Renana, editado em colônia, onde tinha postura política de um liberal radical. No ano seguinte se transferiu para Paris; lá conheceu Friedrick Engel,um radical alemão de quem se tornaria amigo íntimo e com quem escreveria vários ensaios e livros. De 1845 à 1848 viveu em Bruxelas, onde participou de organizações clandestinas de operários e exilados.
Em 1847 redigiu com Engels o manifesto comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxismo. No manifesto comunista Marx convoca o proletariado à luta pelo socialismo. Em 1848, quando eclodiu o movimento revolucionário em vários países europeus, Marx voltou à Alemanha, onde editou a nova Gazeta Renana, primeiro jornal diário francamente socialista e que procurava orientar as ações do proletariado alemão. Com o fracasso da revolução. Marx fugiu para Londres, onde viveu o resto de sua vida.
Fundou, em 1864, a associação Internacional doa Trabalhadores – depois chamada Primeira Internacional dos Trabalhadores – com o objetivo de organizar a conquista do poder pelo proletariado em todo o mundo. Em 1867 publicou o primeiro volume de sua obra mais importante, “O Capital”, em que faz uma crítica ao capitalismo e a sociedade burguesa.
Marx é o principal idealizador do socialismo e do comunismo revolucionário. O marxismo – conjunto das idéias político – filosóficas de Marx – propõe a derrubada da classe dominante (a burguesia) por uma revolução do proletariado. Marx criticava o capitalismo e seu sistema de livre empresa que, segundo ele, pelas contradições econômicas internas, levaria a classe operária à miséria. Propunha uma sociedade na qual os meios de produção fossem de toda a coletividade.
Suas principais obras são: O capital (publicado entre os anos de 1867 e 1894), manuscritos econômico – filosóficos (escrito em 1844 e publicado em 1932), A miséria da filosofia (1847). Escreveu em parceria com Engels: A sagrada família (1844), A ideologia Alemã (1845-1846), Manifesto Comunista (1848).
Marx morreu em Londres em 14 de março de 1883.
Marx em : A chamada acumulação primitiva.
A chamada acumulação primitiva é o processo da história que separa o trabalhador dos meios de produção, essa acumulação é considerada primitiva pois forma a pré-história do capital e do modo de produção capitalista. Marx demonstra como o dinheiro se transforma em capital e como se produz o "trabalho que deveria valer mais " (mais-valia) com o capital ("... Mas a acumulação do capital pressupõe a mais valia, a mais valia a produção capitalista, e esta a existência de grandes quantidades de capital e de força de trabalho nas mãos dos produtores de mercadorias. Todo esse movimento tem assim a aparência de um círculo vicioso do qual só poderemos escapar admitindo uma acumulação primitiva, anterior à acumulação capitalista, uma acumulação que não decorre do modo capitalista de produção, mas é seu ponto de partida. [...] por causa dele, a grande massa é pobre e só tem a força de trabalho para vender [...] Desde o início da humanidade, o direito e o trabalho são os únicos meios de enriquecimento [...] Os métodos da acumulação primitiva nada têm de idílicos [...] o processo que cria o sistema capitalista consiste apenas no processo que retira ao trabalhador a propriedade de seus meios de trabalho, um processo que transforma em capital os meios sociais de subsistência e os de produção e converte em assalariados os produtores diretos")1
Marx fala que a subida do capitalista demonstra uma vitória contra os senhores, contra as corporações e os feudos,("... os capitalistas industriais tiveram que tirar o domínio que os mestres das corporações e os próprios senhores tinham “dos mananciais das riquezas")2 e que o homem neste momento passa a ser totalmente explorado ("... Os que se emanciparam só se tornaram vendedores de si mesmos depois que lhes roubaram todos os seus meios de produção e os privaram de todas as garantias que as velhas instituições feudais asseguravam à sua existência [...] e a história da expropriação que sofreram foi inscrita a sangue e fogo nos anais da humanidade”)3, fala também que é rompido os laços de vassalagens e que o surgimento da manufatura de lã e o crescimento dos preços do lã aumentaram significamente a violência na Inglaterra ("... Nos fins do século XIV, a servidão tinha desaparecido praticamente da Inglaterra [...] em todos os países da Europa, a produção feudal se caracteriza pela repartição da terra pelo maior número de camponeses […] o poder do senhor não está na sua renda, mas na quantidade de seus súditos […] A expropriação do produtor rural, do camponês, que fica assim privado de suas terras, constitui a base de todo o processo")4.
Na Inglaterra, nos séculos XV e XVI os pastos para as ovelhas substituíram as terras das lavouras, revolução agrícola?! ("... A velha nobreza fora devorada pelas guerras feudais [...] o processo violento de expropriação do povo recebeu um terrível impulso, no século XVI, com a Reforma e imenso saque dos bens da Igreja que a acompanhou [...] a propriedade da Igreja constituía o baluarte religioso das antigas relações de propriedade[...] Ao cair aquela, estas não poderiam mais se manter")5.
A revolução de Guilherme de Orange ("... Inauguraram a nova era em que expandiram em escala colossal os roubos às terras do Estado até então praticados em dimensões mais modestas [...] essa usurpação das terras da Coroa e o saque aos bens da Igreja constituem a origem dos grandes domínios atuais da oligarquia inglesa [...] os capitalistas ajudaram a transformar a terra em artigo de comércio [...] a violência que se assenhoreia das terras comuns (da época feudal), seguida em regra pela transformação das lavouras em pastagens começa no fim do século XV e prossegue no século XVI [...] o progresso do século XVIII consiste em ter tornado a própria lei o veículo do roubo das terras pertencentes ao povo [...] o roubo assume a forma parlamentar que lhe dão as leis relativas ao cercamento das terras comuns [...] decretos de expropriação do povo")6.
A limpeza das propriedades foi um mal que rapidamente se alastrou pela Europa ("... O último grande processo de expropriação dos camponeses é finalmente a chamada limpeza das propriedades, a qual consiste em varrer destas os seres humanos. Todos os métodos ingleses culminaram nessa limpeza [...] a terra antes povoada por trabalhadores agora era pasto para ovelhas. “O ser humano vale menos que uma pele de carneiro [...] roubo dos bens da igreja, a alienação fraudulenta dos domínios do estado, a ladroeira das terras comuns e a transformação da propriedade feudal e do clã em propriedade privada moderna, levada a cabo com terrorismo implacável, figuram entre OS MÉTODOS IDÍLICOS da acumulação primitiva”)7.
Muitos que foram expulsos das terras com a liquidação das vassalagens feudais não foram aproveitados pelo trabalho na industria ou no comercio. ("...Muitos se transformaram em mendigos, ladrões, vagabundos, em parte por inclinação, mas na maioria dos casos por força das circunstâncias. Daí ter surgido em toda a Europa Ocidental, no fim do século XV e no decurso do XVI uma legislação sanguinária contra a vadiagem [...] os ancestrais da classe trabalhadora atual foram punidos inicialmente por se transformarem em vagabundos e indigentes, transformação que lhes erra imposta [...] quem perambule e mendigue será declarado vadio e vagabundo”. “Assim, a população rural, expropriada e expulsa de suas terras, compelida à vagabundagem, foi enquadrada na 'disciplina exigida pelo sistema de trabalho assalariado, por meio de um grotesco terrorismo legalizado que empregava o açoite, o ferro em brasa e a tortura")8
Outro fator fundamental da chamadaacumulação primitiva de capital era o alongamento da jornada de trabalho, era definitivamente proibido pagar salário acima do tabelado, a associação de trabalhadores foi durante muito tempo proibida e o desapossamento da população rural cria imediatamente as grandes propriedades de terras ("... em 1813, foram abolidas finalmente as leis que regulavam os salários").
A gênese do capitalismo industrial :
Alguns mestres de corporação
("...A idade média fornecera duas formas de capital que amadurecem nas mais diferentes formações econômico-sociais e foram as que emergiram como capital antes de despontar a ERA CAPITALISTA, a saber, o capital usuário e o capital mercantil [...] o capital 'dinheiro' formado por meio da usura e do comércio era impedido de se transformar em capital industrial pelo sistema feudal no campo, e pela organização corporativa na cidade. Esses entraves caíram com a dissolução das vassalagens feudais; com a expropriação e a expulsão parcial das populações rurais [...] as descobertas de ouro e de prata na América, o extermínio, a escravidão das populações indígenas, forçadas a trabalhar no interior das minas, o início da conquista e pilhagem das Índias Orientais e a transformação da África num vasto campo de caçada lucrativa são os acontecimentos que marcam a aurora da era da produção capitalista. Esses processos idílicos são fatores fundamentais da acumulação primitiva")10 
Entre os diferentes estimuladores da acumulação primitiva, um dos mais importantes foi o sistema colonial , dentre outros a dívida pública que dá origem ao sistema internacional de crédito e que da uma alavancada na acumulação primitiva ("...Todos eles utilizavam o poder do estado, a força concentrada e organizada da sociedade para ativar artificialmente o processo de transformação do modo feudal de produção no modo capitalista, abreviando assim as etapas de transição. A força é o parteiro de toda sociedade velha que traz uma nova em suas entranhas [...] O sistema colonial fez prosperar o comércio e a navegação [...] No período manufatureiro, ao contrário, é a supremacia comercial que proporciona o predomínio industrial [...] A dívida pública, cujas origens está em Gênova e Veneza, “apoderou-se de toda a Europa durante o período manufatureiro [...] O crédito público torna-se o credo do capital [...] A dívida pública converte-se numa das alavancas mais poderosas da acumulação primitiva [...] criou uma classe de capitalistas ociosos, enriqueceu, de improviso, os agentes financeiros que servem de intermediários entre o governo e a nação [...] O sistema colonial, a dívida pública, os impostos pesados, o protecionismo, as guerras comerciais, … , esses rebentos do período manufatureiro desenvolvem-se extraordinariamente no período infantil da indústria moderna [...] O capital ao surgir escorrem-lhe sangue e sujeira por todos os poros, da cabeça aos pés [...] O que tem de ser expropriado agora não é mais aquele trabalhador independente e sim o capitalista que explora muitos trabalhadores [...] A centralização dos meios de produção e a socialização do trabalho alcançam um ponto em que se tornam incompatíveis com o envoltório capitalista. O invólucro rompe-se. Soa a hora final da propriedade particular capitalista. Os expropriadores são expropriados [...] A produção capitalista gera sua própria negação, com a fatalidade de um processo natural. É a negação da negação [...] Antes houve a expropriação da massa do povo por poucos usurpadores, hoje, trata-se da expropriação de poucos usurpadores pela massa do povo")11
Bibliografia
livros:
Pérsio Santos de Oliveira “ Introdução à Sociologia “ - Editora Ática
MARX, Karl. A chamada acumulação primitiva.
O texto cujo conteúdo será brevemente exposto nesta resenha é A Chamada Acumulação Primitiva, de autoria de Karl Marx, em sua obra O Capital – Crítica da Economia Política.
O autor, filosofo revolucionário alemão, importante dirigente do movimento operário e fundador do socialismo cientifico, viveu entre 5 de Maio de 1818 e 14 de Março de 1883. Nasceu em Trier na Alemanha. Estudou na Universidade de Berlim, onde se doutorou em filosofia do direito. Foi redator do jornal democrático Gazeta Renana, de oposição ao Estado Prussiano. No Exílio na França, Bélgica e Inglaterra elaborou junto a Friedrich Engels sua concepção filosofia, que é também a de todo movimento operário internacional e dirigiu a Liga dos Comunistas, precursora da Associação Internacional dos Trabalhadores, que também ajudou a fundar e dirigir.
Nesse passagem de sua obra Marx desmonta todas as teorias dos economistas burgueses a cerca da chamada acumulação primitiva do Capital – processo de maior importância para o aparecimento do capitalismo – demonstrando o verdadeiro processo pelo qual se realizara essa acumulação entre os séculos XV e XVIII.
            Marx explica que acumulação primitiva é “uma acumulação que não decorre do modo capitalista de produção, mas é seu ponto de partida”, (pp. 827) que o “processo que cria o sistema capitalista consiste apenas no processo que retira ao trabalhador a propriedade de seus meios de trabalho, um processo que transforma em capital os meios sociais de subsistência e os de produção. É considerada primitiva porque constitui a pré-história do capital e do modo de produção capitalista”, (pp. 828) que “um dos aspectos deste movimento histórico que transformou os produtores em assalariados é a libertação da servidão e da coerção corporativa; e esse aspecto é o único que existe para nossos historiadores burgueses. Mas os que se emanciparam só se tornaram vendedores de si mesmo depois que lhes roubaram todos os seus meios de produção e os privaram de todas as garantias que as velhas instituições feudais asseguravam à sua existência. E a história da expropriação que sofreram foi inscrita a sangue e fogo nos anais da humanidade.” (pp. 829) “A expropriação do produtor rural, do camponês, que fica assim privado de suas terras, constitui a base de todo o processo” de aparecimento do capitalismo (pp. 830)
            A seguir Marx descreve mais detalhadamente esse processo de expropriação do produtor rural, descrevendo também a posição do Estado frente a ela, tomando como base a Inglaterra. Para Marx, em fins do século XIV a servidão já havia praticamente desaparecido na Inglaterra, sendo, no inicio do século XV, a maioria da população rural composta de camponeses proprietários de suas terras. A velha nobreza desaparecida pelas guerras feudais seria então substituída por uma nova, cuja mentalidade diferia muito da anterior. Essa, para a qual o dinheiro era o objetivo de suas explorações, procede a transformação das terras de lavouras em terras de pastagem. Estimuladas pelo aumento do preço da lã. Para esse processo as habitações dos camponeses e as choupanas dos trabalhadores são violentamente demolidas. Durante um período inicial o Estado toma meditas para coibir ou limitar o alcance dessas violências, o que se demonstra inútil, pois “o sistema capitalista exigia, ao contrário, a subordinação servil da massa popular”. (pp. 834) A Reforma, no século XVI, vem ampliar a velocidade desse processo com a expropriação das terras da Igreja Católica. Nos últimas décadas do XVII, os camponeses proprietários ainda mantinham-se como classe mais numerosa da sociedade e eram a base do poder de Cromwell. Com a gloriosa revolução a burguesia ascende ao poder e expande em escala colossal o saque das terras. Por volta de 1750 os camponês proprietários haviam finalmente desaparecido e inicia-se a fase final da expropriação, a limpeza das terras das habitações camponesas.
     A violência que se assenhoreia das terras comuns, seguida, em regra, pela transformação das lavouras em pastagens, começa no fim do século XV e prossegue no século XVI. Mas, então, o processo se efetiva por meio da violência individual, contra a qual a legislação lutou em vão durante 150 anos. O progresso do século XVIII consiste em ter tornado a própria lei o veículodo roubo das terras pertencentes ao povo, embora os grandes arrendatários empregassem simultaneamente e independentemente seus pequenos métodos particulares. O roubo assume a forma parlamentar que lhe dão as leis relativas ao cercamente das terras comuns, ou melhor, os decretos com que os senhores das terras se presenteiam com os bens que pertencem ao povo, tornando-os sua propriedade particular, decretos de expropriação do povo. (pp. 838)
      O roubo dos bens da Igreja, a alienação fraudulenta dos domínios do Estado, a ladroeira das terras comuns e a transformação da propriedade feudal e do clã em propriedade privada moderna, levada a cabo com terrorismo implacável, figuram entre os métodos idílicos da acumulação primitiva. Conquistaram o campo para a agricultura capitalista, incorporaram as terras ao capital e proporcionaram à indústria das cidades a oferta necessária de proletários sem direitos. (pp. 347)

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