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ESTUDO DE CASO
Segundo Maxwell Kennet, o Alfares por nome de Joaquim José da Silva Xavier, conhecido também como Tiradentes, foi o principal personagem da história da Inconfidência Mineira. Tiradentes nasceu na cidade de São João d’El Rei, onde seu pai foi conselheiro da cidade. Tinha seis irmãos e foi educado por seu irmão Domingos, que era padre, logo após a morte prematura do seu pai.
Na época do movimento Tiradentes tinha entre 40 e 50 anos de idade, era militar, na função de Alferes, profissão que conseguiu em 1775 quando entrou para os “Dragões”, apesar de sua desenvoltura, não progrediu de posto e nem em remuneração até 1788. Queixava-se amargamente pelo fato de não ter conseguido galgar outras posições no “Dragões”, pelo fato de os outros serem mais bonitos que ele ou por serem apadrinhados por pessoas bem situadas. Exerceu comando de um destacamento de grande importância dos Dragões que patrulhava a estrada da Serra da Mantiqueira, no governo de D. Rodrigo José de Menezes, posição essa que lhe era lucrativo, mas acabou sendo removido pelo governador substituto Luis da Cunha Meneses.
Ele também tinha como profissão secundária ser dentista e vivia em uma casa alugado na cidade de Vila Rica, vivendo em um local bem desconfortável para sua época, se comparado aos outros inconfidentes, era um homem de cultura semelhante aos outros ativistas. De todos eles Tiradentes era o que possuía menos bens materiais, pois havia perdido tudo por causa de dividas e ainda depois disso tentou atuar como comerciante varejista, porém não obteve sucesso.
Ele seria a pessoa responsável pela agitação do povo em Vila Rica, teria o apoio de outros companheiros da inconfidência, para a derrubada do governo do Visconde de Barbacena, e também por degolar a cabeça do mesmo. Ele recebeu uma missão de convencer os cavaleiros de fazer propagandas sobre o movimento e, com sua profissão secundaria de dentista, teria acesso a todas as classe sociais, fazendo assim a propagação do movimento de maneira discreta, sem chamar a atenção dos que eram contrários a sublevação.
Tiradentes tinha um desejo de conseguir o que os outros companheiros que estavam no Rio, que foram licenciados dos “Dragões”, haviam conseguido os prestígios e as riquezas. Conhecia bem o Rio de Janeiro, pois esteve ali em defesa da cidade no ano de 1778.
Tiradentes chegou a procurar o Vice Rei Luis de Vasconcelos e Sousa para conversar sobre a potencialidade de Minas Gerais ser um Estado independente, falava ate mesmo em rebelião na época do governo de Cunha Menezes, porém o Vice Rei via o discurso sendo algo mais psicológico do que ideológico. O Vice Rei também não estava disposto a apoiar a ideia.
Logo após, no mês de Agosto, Tiradentes regressou e se hospedou na fazenda do coronel José Aires Gomes. Lá, novamente ele comenta sobre as possibilidades de Minas Gerais se tornar independente, fez duras críticas aos governadores e todos aqueles que se prevalecia pelo despotismo e apadrinhamentos, pois eles estavam em cargos que deveriam pertencer somente aos nascidos no Brasil.
Houve também discordância entre Tiradentes e Alvarenga quando se tratou de como seria a bandeira. Tiradentes havia sugerido que tivesse um triângulo, simbolizando a trindade divina, repetindo às cincos chagas de Cristo crucificado das armas portuguesas.
O discurso de Tiradentes, segundo o texto, era de uma economia nacionalista. Ele elogiava a beleza de Minas Gerais e exaltava as riquezas que a terra possuía, usando palavras que até mesmo lembravam as de Abade Raynal. Silva Xavier desejava uma Minas Gerais independente, livre e republicana, acreditava que o Brasil seria muitos maior que os outros países, devido a natureza que possuía e criando as industrias não seria necessário mais importar mercadorias estrangeiras.
A Freire de Andrade, em uma conversa, ele afirmou que o Brasil não precisava de nada, pois possuía tudo em sua terra; não precisava de outro país para substituir. Dizia ainda que a razão da pobreza no país era justamente porque os europeus vinham para cá sugar toda a riqueza que a terra produzia e de 3 em 3 anos era feito a troca do governo, fazendo com que aqueles que daqui saiam levavam riquezas para as suas terras, rindo da cara dos brasileiros que continuavam na pobreza.
Segundo o texto, ainda em 1788, quando esteve no Rio de Janeiro integrando as forças militares, ele se relacionou com alguns homens de negócios, ricos, da cidade, aproveitando da sua profissão secundária de dentista. Possivelmente, no mesmo ano, no mês de setembro, Tiradentes ficou a serviço dos homens de negócios do Rio de Janeiro, para sondar as reações dos mineiros que se interessavam na independência mineira.
No fim de 1788 e início de 1789 ele conseguira uma renda extra, além do seu salário como militar.
Tiradentes foi, dos conspiradores, o que menos bem possuía e foi usado como um objeto, manipulado, pela elite abastada para fazer a revolução que eles haviam planejado.

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