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leishmaniose (1)

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Investigação Clínica, Epidemiológica, Laboratorial e Terapêutica
Recebido em 12.01.2007.
Aprovado pelo Conselho Consultivo e aceito para publicação em 01.11.2007. 
* Trabalho realizado na Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) – Jundiaí (SP), Brasil.
Conflito de interesse: Nenhum / Conflict of interest: None
Suporte financeiro / Financial funding: Programa de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq. 
1 Médica residente do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) – Jundiaí (SP), Brasil.
2 Professor titular de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), doutor em Dermatologia pela Universidade de São Paulo, professor livre-
docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP), Brasil. Pós-doutoramento na New York University – New York (NY),
Estados Unidos da América.
©2007 by Anais Brasileiros de Dermatologia
A urbanização da leishmaniose tegumentar americana no
município de Campinas – São Paulo (SP) e região: magnitude
do problema e desafios*
Urbanization of American Cutaneous Leishmaniasis in
Campinas – Sao Paulo (SP) and region: problems and challenges*
Lúcia Mensato Rebello da Silva 1 Paulo Rowilson Cunha 2
Resumo: FUNDAMENTOS - A leishmaniose tegumentar americana ocupa o segundo lugar entre as protozoonoses por vetores
no Brasil. 
OBJETIVOS - Descrever a distribuição da doença na macrorregião de Campinas-SP e identificar as principais dificuldades em
sua prevenção. 
MÉTODOS - A área estudada abrange 42 municípios. Os dados foram coletados no Sistema Nacional de Agravos e de Notificação
do Grupo de Vigilância Epidemiológica, de 1998 a 2004, da Superintendência de Controle de Endemias, do Centro de
Zoonoses e foi feita revisão da literatura. 
RESULTADOS - Foram registrados 458 casos, de caráter endêmico e com maior ocorrência em Campinas e Jundiaí. A doença
predominava na área urbana (57%), no sexo masculino (62%) e acometia todas as faixas etárias. As espécies vetoras encon-
tradas foram Lutzomyia intermedia sl, L. neivai, L. migonei, L. whitmani, L. fisheri, e L. pessoai. 
CONCLUSÕES - A leishmaniose tegumentar está distribuída amplamente na região (81% dos municípios estudados) e predominava
na área urbana (57%). As dificuldades encontradas em seu controle foram a crescente adaptação do vetor ao peridomicílio, a mul-
tiplicidade dos fatores envolvidos na transmissão e a resposta insuficiente às medidas de controle atuais. O acompanhamento do
ambiente e da doença, o diagnóstico e o tratamento precoces, a notificação compulsória e o seguimento dos casos, além de inves-
timento em pesquisas, campanhas e ações diretas junto aos pacientes são importantes para o controle da doença.
Palavras-chave: Epidemiologia; Leishmaniose mucocutânea; Psychodidae; Zoonoses
Abstract: BACKGROUND - American cutaneous leishmaniasis (ACL) is ranked second among vector-transmitted zoonoses in Brazil. 
OBJECTIVES - This paper aims at verifying the distribution of this disease in Campinas–SP and surrounding region and to
identify the main difficulties for preventive actions to this illness. 
METHODS - The Campinas area encloses 42 counties. Data from 1998 to 2004 were collected from the National System of Injuries
and Notification in Campinas, from the Superintendence for the Control of Endemic Diseases and from the Center for Zoonoses. A 
literature review on the subject was performed.
RESULTS - There were 458 reported endemic cases and most of them were found in the Campinas and Jundiaí metropolitan
areas. ACL was predominant in urban areas (57%) and among males (62%). It was also observed in all age ranges, and
among women and children. Among the known vector species, Lutzomyia intermedia sl, L. neivai, L. migonei, L. whitmani,
L. fisheri and L. pessoai were reported. 
CONCLUSIONS - Four hundred and fifty eight cases were reported, in 81% of the studied counties. The main difficulties in ACL
control have been increasing vector adaptation to the peri-urban environment; the multiplicity of factors involved in its
transmission and poor results of current control measures over disease progression. More research efforts are needed to
understand the 
environmental and epidemiological features involved in ACL endemic progression, early diagnosis and treatment. Also
important is an efficient notification system, as well as improved patient follow-up and educational
programs.
Keywords: Epidemiology; Leishmaniasis, mucocutaneous; Psychodidae; Zoonoses 
An Bras Dermatol. 2007;82(6):515-9.
515
516 Da-Silva LMR, Cunha PR. 
An Bras Dermatol. 2007;82(6):515-9.
INTRODUÇÃO
A leishmaniose tegumentar americana (LTA)
ocupa o segundo lugar entre as protozoonoses trans-
mitidas por vetores no Brasil, superada apenas pela
malária.1 É doença infecciosa causada por protozoário
do gênero Leishmania e transmitida por flebotomí-
neos da família Psychodidae.2, 3 A lesão cutânea clássi-
ca corresponde à ulceração de bordas elevadas, endu-
radas e de fundo com tecido de granulação.4, 5 A lesão
pode evoluir para a forma mucosa por disseminação
hematogênica ou linfática do parasita.4, 5 A forma difu-
sa cutânea é mais rara, situa-se no pólo anérgico da
doença e é mais resistente ao tratamento específico.5
O quadro surge semanas após a característica lesão
ulcerada inicial.2, 4, 5
A Leishmania (Viannia) braziliensis é o
agente responsável pela quase-totalidade dos casos
autóctones do Estado de São Paulo.4, 2 Está princi-
palmente associada ao vetor Lutzomyia interme-
dia, encontrado no interior e ao redor das habita-
ções e em abrigos de animais domésticos, devido à
grande adaptação desse vetor a ecótopos artifi-
ciais.6,7 As espécies Lutzomyia whitmani e L. mingo-
nei são mais silvestres e também associadas à trans-
missão da doença nesse estado, além de outras
espécies, como L. fischeri, L. pessoai, L. firmatoi, L.
amarali, L. alphabetica, L. shannoni, L. borgmeie-
ri, L. sordellii e L. longipalpis, estas encontradas na
epidemia de Itupeva em 1992-1993.8, 9 Os flebotomí-
nios têm hábitos noturnos, e sua distribuição é
influenciada por fatores climáticos, topográficos e
pela vegetação, aspectos importantes para com-
preender a distribuição da LTA.6
No Estado de São Paulo, a LTA era classicamen-
te doença de animais silvestres, transmitida aciden-
talmente a trabalhadores de exploração florestal,
abertura de estradas e mineração.3,4,6 Caracterizava-
se, portanto, como doença profissional, acometendo
apenas homens adultos em ambiente silvestre e de
forma epidêmica.2,3 Intensas modificações ambientais
ocorreram, com grande destruição da cobertura flo-
restal primitiva, levando ao quase-desaparecimento
da LTA no Estado de São Paulo ao final da década de
1950.2-4,6 Entretanto, a partir da década de 1980,
houve aumento significativo no número de casos
autóctones, acometendo novas áreas geográficas e de
comportamento endêmico, atingindo homens,
mulheres e crianças de todas as faixas etárias, na
periferia de centros urbanos.3,6,10,11
A LTA tem sido notificada em todos os esta-
dos do Brasil, tendo ocorrido aumento expressivo
do número de casos nas últimas décadas.3,11,12
Segundo dados da Funasa/Ministério da Saúde, em
1980 ocorreram 4.560 casos da doença, e, em
2001, a incidência foi oito vezes maior (36.601
casos). O mesmo pôde ser observado no Estado de
São Paulo, pois os dados do Centro de Vigilância
Epidemiológica (CVE) do Ministério da Saúde mos-
traram que em 1980 ocorreram 109 casos autócto-
nes e que em 2003 a incidência foi 10 vezes maior
(1.093 casos).
Justifica-se este estudo devido à ampla distri-
buição geográfica da LTA, ao aumento de sua incidên-
cia, à tendência de crescente avanço para a área urba-
na, além de ao risco de determinar deformidades e
seqüelas, com grande repercussão psicossocial para o
indivíduo.1,3 O conhecimento do ambiente e das
peculiaridades da LTA na área de ocorrênciaé funda-
mental para o estabelecimento de métodos eficientes
de controle.6,10,11,13,14
Este estudo tem como objetivos descrever a
distribuição dos casos de LTA na macrorregião de
Campinas-SP e identificar as principais dificuldades
em sua prevenção.
MATERIAL E MÉTODOS
A área estudada corresponde à macrorregião
de Campinas, localizada no sudeste do Estado de São
Paulo. É composta por 42 municípios: Águas de
Lindóia, Americana, Amparo, Arthur Nogueira,
Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista,
Cabreúva, Campinas, Campo Limpo Paulista,
Cosmópolis, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba,
Itatiba, Itupeva, Jaguariúna, Jarinu, Joanópolis,
Jundiaí, Lindóia, Louveira, Monte Alegre do Sul,
Monte Mor, Morungaba, Nazaré Paulista, Nova
Odessa, Paulínia, Pedra Bela, Pedreira, Pinhalzinho,
Piracaia, Santa Bárbara d’Oeste, Santo Antônio de
Posse, Serra Negra, Socorro, Sumaré, Tuiuti, Valinhos,
Vargem, Várzea Paulista e Vinhedo. Estende-se por
9.182,952km2, e sua população alcança quatro
milhões de habitantes. A altitude média do relevo é
cerca de 650m. A temperatura média é de 21,7°C, e o
volume pluviométrico máximo é de 420mm nos
meses quentes e até inexistente nos meses frios.15,16
Trata-se de estudo descritivo e retrospectivo
em que foram coletados dados do Sistema Nacional
de Agravos e de Notificação (Sinan) do Grupo
Técnico de Vigilância Epidemiológica DIR XII –
Campinas,17 no período de 1998 a 2004. 
Para a caracterização das principais espécies
vetoras e de sua distribuição, foram utilizados dados
de pesquisas entomológicas realizadas pela Supe-
rintendência de Controle de Endemias (Sucen) da
Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e pesqui-
sa da literatura. 
Foram obtidas informações sobre a LTA e seu con-
trole no Centro de Zoonoses do Estado São Paulo e do
município de Jundiaí. Revisão bibliográfica foi realizada
A urbanização da leishmaniose tegumentar americana no município de Campinas – São Paulo... 517
An Bras Dermatol. 2007;82(6):515-9.
para comparar os dados obtidos com os da literatura.18
RESULTADOS 
Foram detectados 458 casos confirmados e
notificados de LTA na macrorregião de Campinas no
período de 1998 a 2004. Os municípios com maior
número de notificações foram Campinas (126 casos),
Jundiaí (57 casos), Itupeva (21 casos) e Indaiatuba
(21 casos). Pode-se observar na figura 1 que a doença
está amplamente distribuída na região, presente em
34 (81%) dos 42 municípios da região estudada.
Os indivíduos do sexo masculino (62%) e os adul-
tos com faixa etária entre 30 e 50 anos foram os mais
acometidos pela LTA, conforme observado nos gráficos
1 e 2, respectivamente. O gráfico 2 também aponta que
a doença atinge todas as faixas etárias. No gráfico 3
observa-se que a zona de moradia predominante dos
casos notificados correspondia à urbana (57,64%).
Dados de seguimento dos casos diagnosticados
mostram que a maioria evoluiu para a cura (267
casos), tendo havido 17 abandonos ao tratamento; 25
casos foram transferidos para outro serviço, e em sete
pacientes a evolução foi ignorada. Não houve infor-
mação disponível sobre o seguimento de 133 (29%)
dos doentes. A LTA não é doença letal e, portanto, os
oito óbitos informados foram, provavelmente, devi-
dos a outras causas. (Gráfico 4).
Segundo a Sucen, em 25 municípios da região
estudada buscou-se a captura dos flebotomíneos, e as
espécies vetoras encontradas foram Lutzomyia inter-
media, L. mingonei, L. whitmai, L. pessoai e L. fishe-
ri. A figura 2 mostra a distribuição das espécies veto-
ras capturadas na região, de 1998 a 2004.
DISCUSSÃO
Campinas e Jundiaí são os municípios que mais
notificam casos de LTA na macrorregião de Campinas,
SP, principalmente devido à centralização de atendi-
mentos nessas cidades. Nota-se que o número de
casos nessa região é significativo, bem como que a
doença ocorre em área urbana. O fato de crianças e
idosos também adquirirem a doença é coerente com
o dado de que os vetores se estão adaptando à região
Fonte (adaptada): Sistema Nacional de Agravos e de Notificação do
Grupo Técnico de Vigilância Epidemiológica DIRXII – Campinas.17
GRÁFICO 1: Distribuição por sexo dos casos notificados
de leishmaniose tegumentar americana, no período
de 1998 a 2004
Fonte: Sistema Nacional de Agravos e de Notificação do Grupo
Técnico de Vigilância Epidemiológica DIRXII – Campinas.17
Fonte: Sistema Nacional de Agravos e de Notificação do Grupo
Técnico de Vigilância Epidemiológica DIRXII – Campinas.17
GRÁFICO 2: Número de casos de leishmaniose tegumentar
americana por faixa etária, no período de 1998 a 2004
FIGURA 1: Número de casos notificados de leishmaniose
tegumentar americana nos municípios da macror-
região de Campinas (SP), no período de 1998 a 2004
peridomiciliar, já que indivíduos dessa faixa etária
costumam ficar principalmente em suas residências
ou próximo delas.
As espécies de vetores mais encontradas
coincidem com os dados obtidos da literatura.
Segundo Camargo-Neves et al., as espécies vetoras
presentes nas áreas de casos registrados de LTA no
Estado de São Paulo foram Lutzomyia intermedia,
L. whitmani, L. mingonei, L. pessoai e L. fisheri. A
Lutzomyia intermedia encontra-se em maior den-
sidade nas áreas endêmicas do Estado, já que cons-
titui a espécie predominante no ambiente altamen-
te modificado.6,10,19
Devido à impossibilidade de erradicar comple-
tamente os vetores e os reservatórios, a LTA mantém
caráter endêmico e é crescente o desafio de seu con-
trole.
CONCLUSÃO
A LTA está distribuída amplamente na região,
com 458 casos confirmados em 81% dos municípios
da macrorregião de Campinas-SP, e adaptada ao meio
ambiente urbano, com predomínio de casos nessa
área (57%). Há situação de vulnerabilidade em 81%
das cidades estudadas, onde a doença foi registrada
em seres humanos. Devem-se considerar ainda os
casos que não são notificados ou diagnosticados,
sendo a magnitude da doença provavelmente maior
do que a conhecida.
As dificuldades encontradas no controle da
LTA foram a crescente adaptação do vetor e de
novos reservatórios ao peridomicílio, a multiplici-
dade dos fatores envolvidos na transmissão da
doença e a resposta insuficiente às atuais medidas
de controle. Para melhor controle da LTA são
necessários estudo e acompanhamento sistemático
do ambiente e da doença, diagnóstico e tratamen-
to precoces, notificação compulsória e seguimento
dos casos confirmados, além de investimento em
pesquisas, campanhas educativas e ações diretas
junto aos pacientes. �
GRÁFICO 3: Zona de moradia dos casos confirmados de
leishmaniose tegumentar americana no período de
1998 a 2004
Fonte: Sistema Nacional de Agravos e de Notificação do Grupo
Técnico de Vigilância Epidemiológica DIRXII – Campinas.17
GRÁFICO 4: Evolução dos casos notificados de 
leishmaniose tegumentar americana no período 
de 1998 a 2004
Fonte: Sistema Nacional de Agravos e de Notificação do Grupo
Técnico de Vigilância Epidemiológica DIRXII – Campinas.17
FIGURA 2: Distribuição das espécies vetoras de 
leishmaniose tegumentar americana capturadas na
macrorregião de Campinas de 1998 a 2004
Fonte (adaptada): Sistema Nacional de Agravos e de Notificação do
Grupo Técnico de Vigilância Epidemiológica DIRXII – Campinas.17
518 Da-Silva LMR, Cunha PR. 
An Bras Dermatol. 2007;82(6):515-9.
A urbanização da leishmaniose tegumentar americana no município de Campinas – São Paulo... 519
An Bras Dermatol. 2007;82(6):515-9.
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município de Teodoro Sampaio, região sudoeste do
Estado de São Paulo, Brasil. Rev Soc Bras Med Trop.
1998;31:355-60.
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9. Mayo RC, Casanova C, Mascarini LM, Pignatti MG, 
Rangel O, Galati EAB, et al. Flebomíneos (Diptera, 
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tegumentar americana no município de Itupeva, região
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Med Trop. 1998;31:339-45.
10. Peterson AT, Pereira RS, Neves VFC. Using epidemiological
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2004;37:10-4.
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Rev Soc Bras Med Trop. 1998;31:553-8.
12. Kawa H, Sabroza PC. Spatial distribution of tegumentary
leishmaniasis in the city of Rio de Janeiro. Cad Saude 
Publica. 2002;18:853-65.
13. Santos JB, Luand L. Fatores sócio-econômicos e 
atitudes em relação à prevenção domiciliar da leishmaniose
tegumentar americana, em uma área endêmica do sul
da Bahia. Cad Saude Publica. 2000;16:701-8.
14. Moreira RCR, Rebêlo JMM, Gama MEA, Costa JML. Nível 
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americana e uso de terapias alternativas por populações
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Brasil. Cad Saude Publica. 2002;18:187-95.
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Jun 2004]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/. 
16. Marcondes CB, Lozovei AL, Vilela JH. Distribuição
geográfica de flebotomíneos do complexo Lutzomya
intermedia (Lutz & Leiva, 1912) (Diptera, Psychodidae).
Rev Soc Bras Med Trop. 1998;31:51-8.
17. Sistema Nacional de Agravos e de Notificação do Grup
Técnico de Vigilância Epidemiológica DIRXII-Campinas.
18. Tolezano JE, Taiguchi HH, Elias CR, Larosa R.
Epidemiologia da leishmaniose tegumentar americana
(LTA) no Estado de São Paulo: III. Influência da ação
antrópica na sucessão vetorial da LTA/Epidemiology of
american cutaneous leishmaniasis (ACL) in the State of
Sao Paulo, Brazil: III. Anthropic action influence in the
vectorial succession of ACL . Rev Inst Adolfo Lutz.
2001;60:47-51.
19. Saude.gov.br [homepage].Guia de vigilância epidemiológica.
[acesso 07 Abril 2005]. Disponível em: http://
dtr2001.saude.gov.br/svs/pub/GVE/GVE051A.htm. 
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA / MAILING ADDRESS:
Paulo Rowilson Cunha 
Rua Isaí Leiner, 152 - Jardim Brasil. Jundiaí SP 
CEP: 13.201-854. 
Telefone: (11) 4521-7941 
e-mail: drpaulocunha@bol.com.br
Como citar este artigo / How to cite this article: Da-Silva LMR, Cunha PR. A urbanização da leishmaniose tegumentar 
americana no município de Campinas – São Paulo (SP) e região: magnitude do problema e desafios. An Bras Dermatol.
2007;82(6):515-9
Investigação Clínica, Epidemiológica, Laboratorial e Terapêutica
Recebido em 12.01.2007.
Aprovado pelo Conselho Consultivo e aceito para publicação em 01.11.2007. 
*Trabalho realizado no Ambulatório de Dermatologia Sanitária (ADS) – Porto Alegre (RS), Brasil.
Conflito de interesse: Nenhum / Conflict of interest: None
Suporte financeiro / Financial funding: Centro de Estudos de Aids/DST do Rio Grande do Sul (Ceargs). 
1 Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – Porto Alegre (RS), Brasil.
Médica dermatologista do Serviço de Atenção Especializada em DST/HIV/Aids Secretaria Municipal de Saúde de Guaíba - Guaíba (RS), Brasil.
2 Doutor em Fisiologia pela Universidade de Alberta, Canadá. 
Professor titular do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – Porto Alegre (RS), Brasil.
3 Doutor em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor titular do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia 
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – Porto Alegre (RS), Brasil.
4 Doutor em Medicina Preventiva e Saúde Pública pela Universidade de Alicante, Espanha. 
Professor adjunto do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – Porto Alegre (RS), Brasil.
5 Doutor em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Centro de Estudos de Aids/DST do Rio Grande do Sul
(Ceargs) - Porto Alegre (RS), Brasil.
©2007 by Anais Brasileiros de Dermatologia
Concordância entre diagnósticos dermatológicos feitos 
presencialmente e por imagens digitais*
Agreement between dermatological diagnoses made by direct
observation and digital images *
Paula Berenhauser D´Elia 1 Paul Douglas Fisher 2 Ronaldo Bordin 3
Erno Harzheim 4 Mauro Cunha Ramos 5
Resumo: FUNDAMENTOS - A teledermatologia é o uso de tecnologia de telecomunicação para fornecer cuidados de problemas
cutâneos à distância. 
OBJETIVOS - Avaliar a concordância diagnóstica presencial e à distância com imagens de lesões cutâneas. 
MÉTODOS - Pacientes consecutivos referenciados (n = 100) ao serviço de dermatologia foram divididos em dois grupos: no
Grupo 1 foram vistos ao vivo 20 pacientes por dois dermatologistas separadamente; no Grupo 2, as lesões de 80 pacientes
foram fotografadas previamente à consulta presencial. A fotografia digital e as informações referentes à história clínica foram
enviadas para outro dermatologista para diagnóstico. Foi avaliada a taxa de concordância diagnóstica entre os dois dermato-
logistas pelo teste. 
RESULTADOS - O Kappa presencial encontrado foi de 0,91 (n = 20), e o Kappa virtual foi de 0,66 (n = 80). A teledermatolo-
gia mostrou melhor resultado para avaliação de dermatoses classificadas como infecciosas/infestações (Kappa = 0,71) e para
alteração dos anexos (Kappa = 0,69). 
CONCLUSÕES - A concordância à distância foi menor que a concordância presencial. Acredita-se que a teledermatologia não
possa substituir a consulta médica convencional, mas possa ser opção para triagem de pacientes, diminuindo o custo do sis-
tema público de saúde e o tempo de espera por atendimento médico especializado.
Palavras-chave: Atenção primária à saúde; Dermatologia; Telemedicina
Abstract: BACKGROUND - Teledermatology is the use of telecommunications technology to provide care of skin lesions at dis-
tance. 
OBJECTIVE - To evaluate agreement between diagnoses of skin lesion made by direct observation and at distance. METHODS -
Patients consecutively referred (n=100) to a dermatology service were divided into 2 groups: group 1 comprising patients
(n=20) directly and independently examined by 2 dermatologists; and group 2 included patients whose history was taken
and lesions were 
digitally photographed before diagnosis by direct observation. The history and images were sent to another dermatologist for 
diagnosis at distance. Agreement between diagnoses made by direct observation and at distance was evaluated using the Kappa test. 
RESULTS - Good agreement was achieved between2 dermatologists both making diagnoses by direct observation;
Kappa=0.91 (n=20). Agreement between diagnoses made by direct observation of lesions and those made using images of
the same lesions was lower; Kappa=0.66 (n=80). Teledermatology worked best with skin conditions classified as infec-
tious/infestations (Kappa=0.71) and disorders of skin appendages (Kappa=0.69). 
CONCLUSIONS - The direct observation/distance image diagnostic agreement was lower than that direct observation/direct 
observation diagnostic agreement. Based on these findings we believe teledermatology will not replace direct observation
but may serve as a screening tool, therefore reducing referral and waiting list time for appointments.
Keywords: Dermatology; Primary health care; Telemedicine
An Bras Dermatol. 2007;82(6):521-7.
521
522 D´Elia PB, Fisher PD, Bordin R, Harzheim E, Ramos MC.
An Bras Dermatol. 2007;82(6):521-7.
INTRODUÇÃO
As doenças da pele e anexos são comumente
causas da procura de atendimento em atenção primá-
ria em saúde.1 Os médicos não dermatologistas tratam
cerca de 60% desses pacientes, embora as evidências
mostrem que os dermatologistas fornecem atendi-
mento superior a pacientes com doenças cutâneas.2-4
O custo das doenças cutâneas nos EUA é esti-
mado em mais de dois bilhões de dólares anualmen-
te. O custo mais elevado do atendimento do especia-
lista é geralmente relacionado com o custo da tecno-
logia. Mas isso pode não ser aplicado à dermatologia
devido ao fato de essa especialidade usar na prática
clínica geralmente poucos recursos tecnológicos. Em
análise econômica, alguns autores acreditam que os
gastos médios de atendimento a doenças cutâneas
seriam um pouco menores se esse atendimento fosse
realizado por dermatologista. Apesar dos honorários
mais caros dos especialistas em dermatologia, a preci-
são do diagnóstico, a solicitação de menos exames
complementares, de reconsultas ou de encaminha-
mentos feitos por eles minimizam os custos.3
A Sociedade Brasileira de Dermatologia estima-
va haver no Brasil, em 2003, aproximadamente, 4.438
dermatologistas em atividade.5 Tais profissionais assis-
tem 184.736.723 de pessoas numa área de
8.514.876,599km2.6 A distribuição desses especialistas
é bastante irregular, pois cerca de 63,5% deles se con-
centram na Região Sudeste, que tem apenas 41,6% da
população brasileira. Isso leva algumas regiões a
terem dificuldade de acesso à consulta especializada
em dermatologia.7
Os encaminhamentos para consulta com derma-
tologista no nível secundário no Sistema Único de
Saúde são feitos através de formulário de referência.
Quando o médico no nível primário de saúde necessi-
ta de avaliação do especialista, ele preenche um formu-
lário com os dados referentes ao paciente e as informa-
ções clínicas, justificando seu encaminhamento. 
Em Porto Alegre, esses encaminhamentos for-
malizados são agendados por intermédio da Secretaria
de Saúde via central telefônica comum a todos os pos-
tos de saúde. Durante 2005, a Central de Marcação de
Consultas Ambulatoriais da Secretaria Municipal de
Saúde (SMS) de Porto Alegre agendou 14.059 consul-
tas referenciadas ao dermatologista no nível de aten-
ção secundária. No primeiro semestre de 2006, foram
agendadas 7.422 consultas dermatológicas.8
A SMS de Porto Alegre não tem disponível o
dado referente ao tempo de espera desde o agenda-
mento até a consulta com o especialista nem informa-
ções referentes à demanda reprimida dessa especiali-
dade. Dependendo da demanda de consultas e da
oferta dos serviços de saúde especializada, o tempo
decorrente entre o encaminhamento do usuário e a
consulta com o especialista pode ser longo.9 Várias
alternativas estão sendo propostas como possíveis
soluções para esse problema, entre elas, o uso de
novas tecnologias, como a telemedicina.
Telemedicina é o uso de tecnologia de teleco-
municação para fornecer cuidados de saúde a distân-
cia. A utilização desse recurso tem ocorrido em várias
especialidades, por exemplo, na radiologia, na patolo-
gia e na dermatologia.10-12 Na teledermatologia, as ima-
gens são transmitidas de duas maneiras: de forma
estática, através do uso de câmeras fotográficas digitais
– store-and-forward system (SFS) – ou de maneira
dinâmica com o uso de câmeras de vídeo digitais em
videoconferência.13, 14 Alguns estudos têm avaliado a
concordância entre o diagnóstico a distância e o diag-
nóstico presencial em dermatologia através de video-
conferência, concluindo ser método confiável e com
boa relação custo/benefício em situações específicas.15
A teledermatologia também tem sido usada
para diagnóstico em uma série de populações especí-
ficas como as de idosos institucionalizados, apontan-
do sua alta aceitação e satisfação por parte dos
pacientes.16 Outra vantagem de seu uso é reduzir o
tempo de espera para o atendimento, em especial
para cuidado de pacientes com condições que requei-
ram urgência na referência a serviços secundários de
dermatologia.17
A implantação dessa modalidade na interface
entre os níveis de atenção primária e secundária do
sistema de saúde brasileiro é de extrema relevância,
pois seria de grande utilidade para otimizar o encami-
nhamento dos pacientes, freqüentemente difícil e
demorado no Brasil.
O objetivo deste estudo é avaliar a concordân-
cia diagnóstica presencial e por imagem digital de
lesões cutâneas em pacientes provenientes de uma
unidade básica de saúde através do SFS.
CASUÍSTICA
Calculou-se a amostra considerando 95% de
confiança e o erro absoluto máximo de 7%, obtendo-
se tamanho de amostra de 196 lesões. Para isto, foi
utilizado o cálculo de tamanho amostral para propor-
ção com variância maximizada.
O estudo foi realizado em um ambulatório
público estadual de referência em atenção secundária
em dermatologia na cidade de Porto Alegre, Rio
Grande do Sul.
Os pacientes encaminhados ao dermatologista
para primeira consulta pela Unidade Básica de Saúde
Municipal Santa Marta foram convidados a participar
do estudo. Os pacientes submeteram-se, inicialmente,
a uma entrevista realizada por dois enfermeiros resi-
dentes em dermatologia sanitária. A partir dos relatos,
Concordância entre diagnósticos dermatológicos feitos presencialmente e por imagens digitais 523
An Bras Dermatol. 2007;82(6):521-7.
obteve-se a história clínica padronizada do problema
dermatológico que era o motivo da consulta. 
Os primeiros 20 pacientes entrevistados foram
avaliados presencialmente por dois dermatologistas
especialistas pela Sociedade Brasileira de Derma-
tologia que participaram do estudo. Ambos os médi-
cos formularam seus diagnósticos separadamente e
com base na história clínica e no exame físico. Os
outros 80 pacientes foram entrevistados e fotografa-
dos pelos enfermeiros previamente à consulta con-
vencional com o dermatologista Y. 
Foi utilizada a câmera digital Fuji Finepix
modelo S7000 com resolução de 3 megapixels para
fotografar as lesões. As imagens foram transferidas da
câmera para o computador através de cabo USB e
armazenadas no formato JPG. A iconografia foi feita
com a câmera adaptada a um tripé. Foi usada luz arti-
ficial através de um iluminador externo de 500 watts,
além de luz natural proveniente de uma janela lateral
no local em que o paciente era posicionado para ser
fotografado. Os enfermeiros foram treinados previa-
mente por cerca de um mês, três tardes por semana.
A câmera era usada no modo automático, e as fotos
eram feitas no modo macro em distância que variou
de um a 20cm. 
Cabia aos enfermeiros a decisão do local a foto-
grafar, de acordo com a queixa do paciente. Em um
formulário anexo eram anotados todos os locais que
haviam sido fotografados a fim de que o dermatolo-
gista que vira o paciente presencialmente pudesse
diagnosticar as mesmas lesões digitalizadas. Foram
excluídos pacientes que vieram à consulta com quei-
xas,mas sem lesões visíveis.
As fotos foram analisadas pelo dermatologista
X, que formulou seu diagnóstico com base apenas
nas informações clínicas coletadas pelos enfermeiros
e nas fotografias digitais. Foram comparados os diag-
nósticos dos dermatologistas X e Y através do coefi-
ciente de concordância interobservador (Kappa) de
duas maneiras:
1º) Chamou-se de Kappa presencial o coefi-
ciente de concordância interobservador obtido após a
visita ao paciente dos dois dermatologistas (separada-
mente), que, em nenhum momento, puderam trocar
informações sobre o caso.
2º) Chamou-se de Kappa virtual o coeficiente
de concordância interobservador que resultou da
comparação feita entre o diagnóstico presencial for-
mulado pelo dermatologista Y com o realizado pelo
dermatologista X, com base apenas na entrevista
padronizada e na fotografia das lesões dermatológi-
cas. O fluxograma a seguir explica o desenho do estu-
do (Figura 1).
A fim de demonstrar homogeneidade de classi-
ficação diagnóstica entre os dois dermatologistas, as
lesões dermatológicas foram classificadas pelo tipo de
lesão. Para essa classificação foi empregado como
referência de literatura nacional o livro-texto de
Sampaio e Rivitti, de 1998.18 O cálculo do Kappa foi
realizado pelo programa Stata versão 8.2.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa do Grupo Hospitalar Conceição, de
Porto Alegre. Todos os pacientes que aceitaram parti-
cipar assinaram o termo de consentimento livre e
esclarecido. As fotografias e as entrevistas foram reali-
zadas mantendo-se o caráter confidencial. O fato de
participar do estudo não prejudicou a assistência,
pois todos os pacientes foram atendidos por um der-
matologista após a entrevista e a fotografia.
RESULTADOS
No total de 100 pacientes entrevistados, foram
vistas 240 lesões, das quais 188 foram fotografadas,
com 46 diagnósticos diferentes. Em dois pacientes
(um presencial e um virtual) um dos dermatologistas
não conseguiu estabelecer o diagnóstico.
A amostra de 80 pacientes, dos quais foram
fotografadas 188 lesões, consistia de 72 brancos e 62
mulheres. A idade média dos pacientes era de 45,42
(desvio padrão de 22,45 anos), com a média de esco-
FIGURA 1: Fluxograma do estudo
pcte(s): paciente(s)
524 D´Elia PB, Fisher PD, Bordin R, Harzheim E, Ramos MC.
An Bras Dermatol. 2007;82(6):521-7.
laridade de 8,5 anos de estudo (desvio padrão de 4,97
anos). Os tipos de doença dermatológica mais encon-
trados foram lesões tumorais benignas/malignas
(32,4%) e alterações de anexos cutâneos (19,7%). O
início dos sintomas em 70 dos pacientes entrevistados
era auto-referido como lento. Em relação ao curso da
doença, 65 pacientes relataram ser contínuo. O sinto-
ma mais citado pelos entrevistados foi prurido
(32,5%). Os locais de lesão mais constatados foram:
face e cabeça (26,3%) e membros superiores (21,7%).
O Kappa presencial encontrado foi de 0,91 (IC
95% = 0,83-1) e o Kappa virtual foi de 0,66 (IC 95%
= 0,63-0,70). 
Em relação aos tipos de lesões dermatológicas,
os dois maiores valores de Kappa encontrados foram
nas dermatoses classificadas como infecciosas/infesta-
ções em que foi obtido Kappa igual a 0,71 (IC = 0,48-
0,95) e nas alteração dos anexos, em que o Kappa
encontrado foi 0,69 (IC = 0,54-0,85). Na tabela 1 são
apresentados os valores de Kappa encontrados con-
forme a classificação pelo tipo de lesão. Não foram
realizadas comparações estatísticas dos valores de
Kappa, por não ser esse o foco do estudo.
DISCUSSÃO
A teledermatologia é uma subespecialidade da
dermatologia que está em grande ascensão. O núme-
ro de publicações abordando esse assunto vem cres-
cendo anualmente, a maioria apresentando grande
entusiasmo, tendo em vista os resultados favoráveis, a
possibilidade de usar tecnologias relativamente sim-
ples e a boa aceitação por parte dos pacientes.10,13,19,20,21-25
No Brasil, projetos nessa área vêm sendo desenvolvi-
dos na Universidade de São Paulo e no Hospital de
Clínicas de Porto Alegre.21
A coleta dos dados de história clínica padroni-
zados e as fotografias das lesões foram realizadas por
enfermeiros. Acredita-se que tal procedimento pode
refletir, de forma mais apropriada, a situação real nos
postos de saúde, onde os profissionais da enferma-
gem, bem treinados, podem coletar os dados, não
sobrecarregando o trabalho do médico de atenção
primária em saúde. Esta logística é importante, por-
que permite ao médico generalista do posto dar con-
tinuidade a sua rotina de atendimento.
Embora os dados e imagens coletados por pro-
fissionais de saúde não médicos possam ter reduzido
a qualidade das informações recebidas pelo dermato-
logista, acredita-se que o enfermeiro seja o profissio-
nal mais capacitado para esse tipo de trabalho.23
Foi escolhida uma amostra de conveniência, na
qual todos os 100 pacientes agendados para consulta
de referência com um dermatologista foram incluí-
dos. De acordo com a rotina desse ambulatório da
atenção secundária, os quatro pacientes agendados a
cada hora eram instruídos a chegar no mesmo horá-
rio para pegar uma senha e aguardar, em uma sala de
espera, o atendimento, que era realizado por apenas
um especialista. Os pacientes eram convidados a par-
ticipar do estudo durante o período em que espera-
vam ser chamados para a consulta. Assim, a pesquisa
alterou pouco a rotina de atendimento desses pacien-
tes, visto que eles participavam da coleta de dados em
um período de tempo no qual estavam ociosos.
* na categoria “Outras” foram agrupadas as categorias: dermatoses purpúricas, papulopruriginosas, por causas externas 
e alterações do colágeno
Fonte adaptada: Sampaio SAP, Rivitti EA.18
TABELA 1: Distribuição dos diagnósticos dermatológicos das lesões fotografadas e valores de Kappa 
N. total % de concordância N. concordância Kappa (IC 95%)
Eczematosas 15 60 9 0,36 (0,10-0,63)
Eritêmato-escamosas 9 33,3 3 0,05 (0-0,19)
Discromias 31 77,4 23 0,61 (0,41-0,82)
Afecções 7 71,4 5 0,63 (0,27-1,00)
queratóticas
Alteração de anexos 37 78,4 29 0,69 (0,54-0,85)
Infestações/ infecções 19 78,9 15 0,71 (0,48-0,95)
Lesões tumorais 62 67,7 42 0,56 (0,47-0,71)
benignas/malignas
Outras * 08 37,5 3 0,29 (0,02-0,55)
Total 188 68,6% 129
Concordância entre diagnósticos dermatológicos feitos presencialmente e por imagens digitais 525
Certamente essa atitude contribuiu para a alta partici-
pação dos pacientes. Uma limitação deste estudo,
decorrente do uso de amostra de conveniência, é o
fato de não haver boa representação da população
em geral.
Inicialmente, a escolha do modo mais apro-
priado para se fazer a coleta da história clínica e das
imagens que substituíram o exame físico foi um obs-
táculo encontrado pela pesquisadora principal. Há
referência bibliográfica (Sampaio e Rivitti) que sugere
que a anamnese na consulta convencional deve ser
orientada pela lesão visualizada,19 enquanto outros
artigos, como Kvedar (1997), ressaltam a importância
de sua padronização por acreditar que os dados da
história clínica complementam os da imagem.1
Preferiu-se usar coleta padronizada/uniforme
de informações clínicas. Assim, haveria menos riscos
de viés de aferição do que com a coleta da história clí-
nica realizada livremente pelos enfermeiros. Esse pro-
cedimento, entretanto, por ser a anamnese padroni-
zada bastante rígida, faz com que alguns pequenos
detalhes não sejam informados aos especialistas. Isso
pode ter prejudicado o médico que fez o diagnóstico
a distância, pois, como não se impuseram limites na
coleta de dados de história clínica realizada pelo der-
matologista que avaliou os pacientes presencialmen-
te, pode-se perceber que ocorreu desnivelamento de
informações entre os dois especialistas que participa-
ram do estudo. 
Outra situação problemática é que, devido ao
fato de os pacientes terem esperado longo tempo
para conseguiro atendimento especializado, eles che-
gavam na maioria das vezes com mais de uma queixa
dermatológica. Essas queixas múltiplas correspon-
diam, em alguns casos, a lesões da mesma doença em
locais diferentes do corpo ou a doenças diferentes.
Por isso, tomou-se a decisão de se fazer uma cataloga-
ção topográfica. Constatou-se que embora alguns
pacientes tivessem o mesmo problema, em mais de
uma região, em muitos casos, tratava-se de doenças
distintas em locais variados.
Uma grande incerteza que ocorreu durante a
análise dos dados dizia respeito à possibilidade de o
diagnóstico do dermatologista que examinou os
pacientes presencialmente ser considerado ou não o
padrão ouro. Esse assunto é controverso, e alguns estu-
dos analisam desta maneira, considerando o diagnósti-
co presencial padrão ouro.26 De acordo com a interpre-
tação dos autores, isso não se aplica a este estudo. O
planejamento da pesquisa foi realizado para medir o
índice de concordância interobservador (Kappa), e,
assim, o desenho do estudo não possibilita avaliar, nas
situações em que houve discordância, qual dos diag-
nósticos, presencial ou virtual, está correto. 
Para a análise do Kappa foi utilizado apenas o
primeiro diagnóstico e considerado que houve con-
cordância quando os diagnósticos formulados foram
iguais. Os casos em que houve concordância parcial
não foram considerados concordantes. Entende-se
que essa forma mais rigorosa em relação à análise dos
dados pode levar a índices menores de concordância
interobservador. Entretanto, optou-se em fazer dessa
maneira, considerando as concordâncias totais, por
ser menos subjetiva. Os resultados apresentados
(Kappa = 0,66; concordância = 68,6%) estão de acor-
do com os dados da literatura internacional, confor-
me mostrado no quadro 1. Cabe ressaltar que os estu-
dos apresentam metodologias muito variáveis, e isso
talvez seja outra razão para se entender a grande
variabilidade de concordâncias encontradas.27-29
Não é possível explicar por que as lesões ecze-
matosas apresentam Kappa tão baixo (0,36), mas
acredita-se que a justificativa para o fato de o grupo
de dermatoses classificadas como lesões tumorais
benignas/malignas apresentar o segundo pior Kappa
(0,56) seja a impossibilidade de palpação das lesões
através da teledermatologia.
Assim, a maneira assincrônica de transmissão
de imagens na teledermatologia tem suas característi-
cas, vantagens e desvantagens. O modo SFS, por ser
menos complexo e ter custo reduzido, é uma forma
vantajosa para o uso na realidade brasileira em
Atenção Primária em Saúde e no contexto do SUS. 
Acredita-se que os grandes usos da telederma-
tologia são, além de na triagem de consultas, em vigi-
lância sanitária, na elaboração de banco de dados de
imagens dermatológicas e em educação. O uso dessa
tecnologia para promover conhecimento pode ser
feito através de educação continuada de médicos de
atenção primária e alunos de graduação, e da discus-
são de casos mais complexos para a troca de expe-
riências entre dermatologistas como, por exemplo, a
solicitação de segunda opinião.21
CONCLUSÕES
Diante do resultado geral do Kappa virtual,
poderia questionar-se o valor da teledermatologia em
Atenção Primária em Saúde. Uma das vantagens foi
citada por Perednia, que enfatiza o fato de o exame
físico realizado através da teledermatologia não ser
igual ao realizado no paciente ao vivo. Apesar disso,
esse autor acredita que a teledermatologia funcionará
como um nível de atenção intermediária entre aten-
ção primária e secundária, tentando fazer interação
entre ambas que talvez de outro modo não fosse pos-
sível. Dessa maneira ela apenas deverá tomar o lugar
da consulta convencional em situações específicas em
que não haja prejuízos sociais, médicos ou econômi-
cos.30 A autora concorda, e também acredita que a
teledermatologia não deve substituir a consulta der-
An Bras Dermatol. 2007;82(6):521-7.
526 D´Elia PB, Fisher PD, Bordin R, Harzheim E, Ramos MC.
An Bras Dermatol. 2007;82(6):521-7.
matológica convencional devido às limitações da téc-
nica. Mas sugere que, em situações especiais, como
na triagem de pacientes de Atenção Primária em
Saúde, possa ser ferramenta de grande utilidade.
Miot (2005) sugeriu que os casos provenientes
de uma Unidade Básica de Saúde teriam grandes
benefícios com assistência através da teledermatolo-
gia, por acreditar que haveria mais casos de baixa
complexidade. Assim, com este estudo reconhece-se
que o índice de concordância interobservador virtual
geral mostrou resultado favorável.24 Apesar do Kappa
de 0,66, a teledermatologia mostrou-se alternativa
viável para potencializar o acesso de pacientes que se
consultam em serviços de Atenção Primária em Saúde
ao especialista. 
Finalmente, acredita-se que a teledermatologia
de maneira SFS por ser menos complexa e ter menor
custo seria um modo vantajoso para uso na realidade
brasileira em Atenção Primária em Saúde e no contex-
to do SUS. �
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Kvedar JCME, et al.1 116 pacientes 61-64% Pacientes com acne e verrugas 
foram excluídos por serem 
considerados diagnósticos muitos 
fáceis
Jaramillo F, et al.23 126 diagnósticos 90% Sugere a palpação ser de grande 
importância na semiologia 
dermatológica
High WA, et al.28 92 pacientes 64-77% Concordância completa
Caumes E, et al.29 130 diagnósticos 92% Melhora da concordância entre o 
dermatologista e o médico de APS
decorre do tempo de uso da 
teledermatologia evidenciando 
valor educativo e acúmulo de 
conhecimento
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APS: Atenção Primária em Saúde
Concordância entre diagnósticos dermatológicos feitos presencialmente e por imagens digitais 527
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Paula Berenhauser D´Elia
Rua Pedro Chaves Barcelos, 295/ap 302. 
Bairro: Mont Serrat. Porto Alegre – RS 
Fone: (51) 33325636/ 91092593 
e-mail: pdelia@terra.com.br
Como citar este artigo / How to cite this article: D´Elia PB, Fisher PD, Bordin R, Harzheim E, Ramos MC. Concordância entre
diagnósticos dermatológicos feitos presencialmente e por imagens digitais. An Bras Dermatol. 2007;82(6):521-7.
An Bras Dermatol. 2007;82(6):521-7.

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