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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ________________ PROCESSO Nº ............................................ JERUSA, já qualificada nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, inconformada, com a respeitável decisão de pronúncia, vem respeitosamente por seu advogado subscrito, à presença de Vossa Excelência, interpor: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Com fulcro no art. 581, IV, do Código de Processo Penal. Requer a V.Exa. que seja recebido e processado o presente recurso e que seja exercido o juízo de retratação, com fundamento no art. 589 CPP, para modificar a decisão de pronúncia, pelos motivos a seguir: Caso V.Exa. mantenha a respeitosa decisão de pronúncia, após a juntada das contrarrazões do Ministério Público, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça. Termos em que, Pede deferimento. Comarca, 09 de agosto de 2013. Advogado OAB/___N° RAZÕES RECURSO EM SENTIDO ESTRITO RECORRENTE: JERUSA RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO Processo n°_________ Egrégio Tribunal de Justiça, Colenda Turma, Ilustres Senhores Julgadores, Douto procurador de Justiça. Não obstante o notável saber jurídico do Excelentíssimo Juiz de Direito da __ Vara Criminal do Tribunal do Júri da Comarca___, a respeitável decisão de pronúncia não deve prosperar, pelas razões de fato e de direito que passa a expor: I – DOS FATOS Consoante denúncia do MP, a recorrente, estando atrasada para compromisso profissional, dirige seu carro bastante preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos sofridos pela colisão. Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público decide oferecer denúncia contra a recorrente, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP). A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar a recorrente pelo crime apontado na inicial acusatória. II – O DIREITO DA DESCLASSIFICAÇÃO E DECLINAÇÃO DE COMPETÊNCIA A recorrente, segundo constam os fatos narrados, dirigia preocupada por estar atrasada para compromisso profissional, entretanto respeitava os limites de velocidade estipulados e não estava ao volante de maneira imprudente. O fato de a recorrente não ter ligado a seta para realizar a ultrapassagem não caracteriza por si só o dolo eventual, nos termos do art. 18,I CP, pois não tinha a previsão do resultado, nem tampouco assumiu o risco pela ocorrência do resultado, mas sim, ter agido com imprudência, por não ter tomado os cuidados necessários à manobra, restando ser considerado culposa a sua conduta. Corroborando ao exposto, nota-se que a recorrente diligenciou todo socorro à vítima, que faleceu por motivos alheios à sua vontade e a conduta da recorrente, o que comprova que mesma não concorreu para o resultado, nem pode prevê-lo ou assumi-lo. Face ao exposto, a respeitável sentença de pronúncia não deve prosperar, PIS é contrária aos ditames legais. Em verdade, o crime amolda-se à descrição do tipo previsto no art. 302 CTB, que versa sobre homicídio culposo na direção de veículo automotor, motivo pelo qual o crime deve ser desclassificado, bem como declinada sua competência para uma das varas criminais, com base no art.419, CPP, pois não se trata de competência do Tribunal do Júri. III – DO PEDIDO Requer a V. Exa. O conhecimento e provimento do recurso em sentido estrito, para que seja desclassificada a conduta da recorrente para aquela prevista no art. 302 CTB e para que os autos sejam remetidos à livre distribuição para uma das Varas Criminais da Comarca____, para o devido processamento e julgamento do feito, nos termos do art. 419 do CPP. Termos em que, Pede deferimento. Comarca, 09 de agosto de 2013. Advogado OAB/___N°
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