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Eletrofisiologia Cardíaca - Fisiologia II

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ELETROFISIOLOGIA CARDIACA | Fisiologia II | Prof. Dr. José Antônio Dias Garcia | 10.08.2017 
Yala Figueiredo | Medicina UNIFENAS XXXIV 
1 
 
ELETROFISIOLOGIA CARDIACA 
 
As células nodais possuem canais de sódio vazantes que fornecem a elas a capacidade de gerar impulsos e 
receber estímulos, conhecido por automatismo, capaz de despolarizar a célula sem receber um estímulo. Quando 
estão em funcionamento basal (sem estímulo simpático), elas estão sob efeito do tônus simpático, uma condição 
basal do funcionamento simpático. Depois que as células nodais do marcapasso geram impulsos elétricos com 
certa frequência, esse impulso elétrico vai para a parede atrial direita e depois, pela via interatrial, para a 
parede atrial esquerda. Ou seja, assim que o impulso elétrico for gerado no nodo sinusal, ele se espalha pela 
parede atrial em ambos os lados. 
 
1) Via interatrial - átrio esquerdo e átrio direito 
 Após o impulso elétrico ter sido gerado no nodo sinoatrial, ele irá para a parede do AD numa velocidade 
de aproximadamente 0,3 m/s. Na via internodal na parede do AE, a velocidade chega até 1m/s. O tempo gasto 
para despolarizar os átrios fica entre 0,07 a 0,09 (0,08s em média). O lado esquerdo é mais rápido porque tem 
mais junções comunicantes do tipo GAP entre as células e também para que os átrios despolarizem ao mesmo 
tempo (afinal, eles são contraídos ao mesmo tempo). 
 
2) Vias internodais 
Temos a anterior, média/lateral e posterior. A velocidade do impulso elétrico vai de 0,3 a 1m/s e o tempo 
gasto para sair do nodo sinusal até chegar ao nodo atrioventricular é de 
0,03s. Quando ele está chegando ao nodo atrioventricular, antes de chegar 
até as fibras nodais, existem as células transicionais, uma porção (células) 
penetrante do feixe atrioventricular. 
 
3) Células transicionais e células nodais atrioventricular 
Ficam entre as vias internodais e as células nodais 
atrioventriculares. O tempo gasto é de 0,09s. 
 
4) Porção penetrante do feixe atrioventricular (ou de Hiss) 
 O tempo gasto é de 0,04s. 
 
 Nos livros, não se fala sobre velocidade. Mas sabe-se que no 
sistema de Purkinje, a velocidade do impulso elétrico chega de 1,5 a 4m/s e que essa velocidade é 150x maior do 
que a velocidade nodo sinoatrial/nodo atrioventricular. Sabe-se também que como o tempo é maior, a velocidade 
deve ser menor. Esse tempo maior é chamado de retardo fisiológico do coração (0,09s + 0,04s). Somado a 0,03s 
da via internodal dá 0,16s é chamado de retardo total do coração. Acompanhemos a explicação abaixo: 
Na região das fibras transicionais, fibras nodais atrioventriculares e porção penetrante do feixe átrio 
ventricular, a velocidade do impulso elétrico sofre um retardo fisiológico. Esse retardo ocorre por três motivos: 
menor número de junções comunicantes do tipo GAP, eletronegatividade (são mais eletronegativas e por isso tem 
mais dificuldade de despolarizar) e são mais delgadas (lembrar que, no caso de neurônios, quanto maior o seu 
diâmetro, maior a velocidade de condução de impulso elétrico). O benefício desse retardo é dar tempo suficiente 
para os átrios contraírem e esvaziarem o conteúdo para os ventrículos, antes que o impulso elétrico atinja o 
sistema de Purkinje na região ventricular. Já o retardo total dá um tempo, em média, de 0,12 a 0,20s. Quando se 
Se o tempo gasto para o impulso 
sair do nodo sinoatrial até o nodo 
atrioventricular é de 0,03s e para 
passar pelas células transicionais, 
células nodais atrioventriculares ele 
gasta 0,09s, ao somar, ele gastará 
0,12s do nodo sinoatrial até a 
porção penetrante do feixe 
atrioventricular. Ainda, para passar 
pelo feixe, gastará mais 0,04s. Ou 
seja, para sair do nodo sinoatrial até 
chegar à região ventricular, gasta-se 
16s. 
ELETROFISIOLOGIA CARDIACA | Fisiologia II | Prof. Dr. José Antônio Dias Garcia | 10.08.2017 
Yala Figueiredo | Medicina UNIFENAS XXXIV 
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avalia o ECG, o intervalo P-R tem que ficar nessa faixa e deverão existir potenciais elétricos atrioventriculares. 
Vale lembrar que a onda P é a despolarização atrial, QRS é despolarização ventricular e T é a repolarização 
ventricular. Antes de começar a onda Q, o tempo desde o inicio da geração da onda P até o inicio da onda Q tem 
que estar entre 0,12 e 0,20s. Todo impulso elétrico gerado nos átrios será passado para os ventrículos. A maior 
parte de sangue passa antes da contração atrial. Quando há um intervalo superior a 20 segundos, é retardo 
patológico. 
 
SISTEMA DE PURKINJE 
 
Envolve a porção distal do feixe atrioventricular e seus ramos esquerdo e direito e as células de Purkinje 
que estão na parede ventricular na região subendocárdica, que está em contato com as células musculares. 
Entre as células de Purkinje e do miocárdio existem junções comunicantes do tipo GAP. Quando o impulso 
elétrico passar pelo retardo, entrará na região da porção distal do feixe atrioventricular, irá para os ramos, em 
seguida para as células de Purkinje numa velocidade de 1,5 a 4m/s. Sairá com 0,16s, descerá pelos ramos direito e 
esquerdo do septo interventricular, irá para as células de Purkinje dessa região e gastará, até chegar à 
extremidade da base do coração novamente em cerca de 0,03s (num total de 0,19 segundos desde a saída do 
nodo sinoatrial). Porém, esse impulso, que agora está no subendocárdio, tem que chegar até o miocárdio. 
 
5) Miocárdio ventricular 
A velocidade do impulso elétrico é próxima de 0,5m/s e o tempo gasto para percorrer o subendocárdio, 
miocárdio e epicárdio é de 0,03s (total 0,22s - a parede do ventrículo esquerdo é mais espessa que a do ventrículo 
direito, portanto para percorrer a esquerda gasta 0,22s e a direita 0,21s). Então, em aproximadamente 0,22 todo 
o coração fica despolarizado. 
 
Esse impulso elétrico que chega ao cardiomiócito (células de trabalho) tem função contrátil e recebe 
informações do sistema de Purkinje e despolarizará rápido devido à presença de canais de cálcio e sódio rápidos, 
ficando com ddp de -90mv, cujo limiar é próximo de -70mv, chegando a potenciais de despolarização de +30mv. 
Quando chegar próximo a esse limiar, os canais rápidos se fecham e abrem os canais de potássio, que sai da 
célula e começa a repolarização. Só que ao mesmo tempo em que os canais de K+ são abertos, ocorre a abertura 
de canais de Ca++ lentos. Então, o potencial elétrico é mantido, ocorrendo o momento de manutenção do 
potencial elétrico. Quando os canais de cálcio lentos são fechados, o potássio continua saindo e a célula sofre 
repolarização. Os canais de K+ tem maior velocidade que os de Ca++, mas o influxo do cálcio diminui o efluxo de 
K, quase equiparando a velocidade. 
Vimos que uma célula muscular estriada é cilíndrica e têm algumas invaginações em sua membrana 
(sarcolema) e seu citoplasma é conhecido como sarcoplasma. Ela também tem REL, que não tem função de 
sintetizar lipídeos, mas sim de sintetizar e armazenar cálcio, e as invaginações chamadas de túbulos T conduzem o 
impulso elétrico para o interior da célula. 
Uma das diferenças fisiológicas entre uma célula MEE e uma célula MEC é que o reticulo sarcoplasmático 
do músculo estriado esquelético é mais desenvolvido, apresentando mais cálcio armazenado; em contrapartida, 
os túbulos T das células musculares cardíacas são mais desenvolvidos e possuem a função de armazenar íons 
cálcio por apresentarem uma substância mucopolissacadídica aniônica com cargas negativas que atraem cátions – 
neste caso, o cálcio. Quem preenche esse túbulo é o LEC. 
 
ELETROFISIOLOGIA CARDIACA | Fisiologia II | Prof. Dr. José Antônio Dias Garcia | 10.08.2017 
Yala Figueiredo | Medicina UNIFENAS XXXIV 
3 
 
Pesquisar: como o cálcio 
atua na contração domusculo cardíaco? Se eu 
pegar o paciente e injetar 
cálcio endovenoso, o que 
acontece com a frequência 
cardíaca? Nesse controle 
de entrada e saída, como 
ele sai da célula cardíaca? 
Prestar atenção em 
fosfolambam. 
 
Vimos na Fisiologia I que o período em que a célula fica despolarizada chama-se PRA (período refratário 
absoluto). O de uma célula com potencial em platô (coração) é maior que a célula com potencial em ponta. A 
ddp de repouso das células do nodo sinusal é de -55mv a -60mv, já o potencial de dpp em repouso de uma célula 
de trabalho é -90mv. Se dermos um choque elétrico no coração, todas as células despolarizam. Quando a fonte 
dos choques é retirada, as células se repolarizam. 
Quem chega primeiro no repouso são as células do nodo sinusal e por isso são as principais células que 
têm condição de gerar impulso para o coração (o marcapasso do coração). Então, durante uma parada cardíaca, 
usamos o desfibrilador e damos o choque no paciente para que todas as células despolarizem e contraiam e, 
quando tiramos o choque, elas repolarizam. Logo em seguida, essas células devem gerar o impulso elétrico para o 
coração. Se não forem elas, podem ser células do nodo atrioventricular (capacidade de gerar impulso de 40 a 
60mv) ou talvez células de Purkinje (geram impulso de 15 a 40 impulsos por minuto). Todas as células do 
coração, ricas ou pobre em miofibrilas, podem gerar impulso. Assim, quando tenho uma geração que não é do 
nodo, o marcapasso muda de lugar e é denominado como marcapasso equitópico, comandando o coração fora 
do nodo sinusal. 
Em casos patológicos, o impulso elétrico pode entrar no ciclo em volta do 
átrio e despolarizar o átrio em circunferência. 
O nodo sinusal (marcapasso, dentro de todo o sistema condutor e gerador 
elétrico do coração que está na parede do coração), é conhecido como inervação 
intrínseca do coração, formado por células musculares estriadas cardíacas pobres 
em miofibrilas. 
O coração recebe uma inervação extrínseca formada pelo sistema nervoso 
autônomo, que é a parte eferente do SNvisceral, mas também existem fibras 
aferentes atriais que chegam ao encéfalo, levando informações do átrio para o 
SNC, como no caso de estiramento atrial. Desse modo, a parte eferente pode 
influenciar no sistema condutor e gerador elétrico do coração. 
Sabe-se que o simpático estimula favorecendo despolarização e o parassimpático inibe favorecendo 
hiperpolarização. O simpático inerva o coração como um todo (nodos, átrios e muito bem os ventrículos, etc) 
porque o coração não pode parar. Já o parassimpático, inerva muito bem o nodo atrioventricular através do 
nervo vago. Quando ocorrer um potente estímulo do nervo vago, ocorrerá a inibição do coração no nodo 
atrioventricular, que é o local onde passa informação do átrio para o ventrículo. A pouca inervação 
parassimpática do ventrículo recebe o nome de escape ventricular. 
Ainda, durante um potente estímulo do nervo vago, poderá ocorrer o bloqueamento dos nodos 
atrioventriculares, fazendo com que o impulso elétrico não chegue ao sistema de Purkinje no intervalo de 20 a 
30s, podendo acontecer uma parada caríaca. Então, se não receberem informações dos nodos, as células de 
Pukinje gerarão impulso elétrico. A retomada de batimentos ventriculares a partir das células de Purkinje chama-
se de síndrome de Stoke- Adams. 
Este estímulo vagal pode acontecer durante uma cirurgia ou no dia a dia, com uma pressão na região ou 
estiramento dos seios carotídeos, na bifurcação da carótida, porque existem barorreceptores e 
quimiorreceptores na parede da carótida interna, que manda sangue para as regiões intracranianas (a externa 
manda para a região externa do crânio). Se ocorrer um estiramento, terá muito impulso nervoso no NTS, inibindo 
a área cardioexcitatória e estimulando a área cardioinibitória, ativando o nervo vago e diminuindo a frequência 
cardíaca. Além disso, esse potente estímulo do nervo vago também pode ocorrer durante uma sincope vaso-
vagal.

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