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DIREITO DO TRABALHO

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Curso de Direito
Disciplina: Direito do Trabalho I
PROFESSOR LUÍS ALVES DE FREITAS LIMA
Fortaleza, 2015.1
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Momento
 das
 Apresentações
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Bacharel em Administração de empresas 
Bacharel em Direito
Especialista em Direito do Trabalho e Processo Trabalhista
Auditor Fiscal do Trabalho há 19 anos
Professor Universitário há 7 anos
Apresentação do professor
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 Apresentações e 
Expectativas
dos 
Alunos
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A disciplina Direito do Trabalho I inicia o estudo da principal espécie de trabalho prestado por uma pessoa natural, cuja relevância culminou na intervenção estatal visando assegurar a proteção do indivíduo enquanto trabalhador. Assim, a disciplina tem início com uma breve explanação histórica, para permitir a compreensão de sua importância no cenário social e sua estreita relação com outros ramos do direito e outras ciências. Dentro desse contexto é indispensável o estudo dos princípios básicos que norteiam o direito laboral.
Antes de identificar os direitos assegurados ao empregado é preciso diferenciar a relação de emprego de outras espécies de trabalho não amparadas pelo direito do trabalho. Assim, após conhecer os sujeitos da relação de emprego, começa a abordagem do contrato de trabalho, suas características e peculiaridades, a distinção entre remuneração e o salário associado ao estudo dos demais elementos integrantes do salário.
Apresentação da Disciplina
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Também faz parte da disciplina a análise da alteração contratual, os efeitos do contrato quando não há prestação de serviços e, por fim, a explanação das normas de proteção no que tange à duração do trabalho e períodos de descanso ditadas por normas impositivas de medicina, segurança e saúde do trabalhador. Os demais direitos serão abordados em Direito do Trabalho II.
Sendo a relação de emprego a principal forma de trabalho, a compreensão de suas peculiaridades é indispensável para os objetivos do curso, na medida em que contribui para o desenvolvimento do aluno propiciando a interdisciplinaridade, sendo assim, importante ferramenta para sua atuação acadêmica e profissional.
Apresentação da Disciplina
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Aulas expositivas, interativas e discussões dirigidas. 
Leitura e aplicação de dispositivos legais voltados para a resolução de casos concretos, com ênfase no estudo da norma jurídica.
Realização de pesquisas e debates.
Sempre que possível, deverá o professor utilizar-se de recursos físicos para complementar sua aula (data show; computador; estudo dirigido etc.)
Procedimentos de Ensino
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No Curso de Direito, a avaliação se dá de forma continuada, isto é, antes de cada aula o estudante deverá solucionar os casos concretos que se encontram na webaula da disciplina e postar suas respostas no ambiente on line.
Após a revisão e autocorreção, o estudante deverá refazer a análise do caso concreto, no ambiente webaula, acrescentando citações doutrinárias e jurisprudenciais. O conjunto dos trabalhos práticos realizados ao longo do período valerão até 2,0 (dois) pontos na AV1, AV2 e AV3.
Procedimentos de Avaliação
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As AV1, AV2 E AV3 serão realizadas através de provas escritas, valendo até 8,0 (oito) pontos, contendo questões objetivas e discursivas, sendo, ao menos uma das questões, um caso concreto para análise e resolução.
A soma de todas as atividades (provas escritas e resolução dos casos aula a aula) comporão o grau final de cada avaliação, não podendo ultrapassar o grau máximo de 10 (dez), sendo permitido atribuir valor decimal às avaliações.
A AV1 contemplará o conteúdo da disciplina até a sua realização, incluindo o das atividades estruturadas, nas disciplinas que as contenham.
As AV2 e AV3 abrangerão todo o conteúdo da disciplina.
Procedimentos de Avaliação
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Para aprovação na disciplina o aluno deverá:
1. Atingir resultado igual ou superior a 6,0, calculado a partir da média aritmética entre os graus das avaliações, sendo consideradas apenas as duas maiores notas obtidas dentre as três etapas de avaliação (AV1, AV2 e AV3). A média aritmética obtida será o grau final do aluno na disciplina.
2. Obter grau igual ou superior a 4,0 em, pelo menos, duas das três avaliações.
3. Frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas.
Procedimentos de Avaliação
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Tolerância de 15 minutos para o professor iniciar a aula
O aluno tem direito a 25% de faltas
As faltas só poderão ser abonadas se o aluno solicitar o regime especial e a instituição deferir
Atestados médicos isolados não abonam faltas
A chamada será realizada uma única vez, ao final da aula
Celular deve ficar no silencioso ou desligado
Não atender ligações em sala de aula
O material exposto nas aulas será disponibilizado no ambiente da “webaula”
Regras básicas de convivência
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Unidade 1 INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO
1.1. Origem e evolução do Direito do Trabalho
1.2. Conceito de Direito do Trabalho, características, natureza jurídica 
1.3. A inter-relação com demais ramos do Direito e outras ciências
1.4. Princípios peculiares ao Direito do Trabalho
1.5. Fontes do Direito do Trabalho
1.6. Aplicação do Direito do Trabalho no tempo e no espaço
Conteúdo Programático
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Unidade 2 RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO
2.1. Conceito e distinção
2.2. Requisitos da relação de emprego
2.3. Espécies de trabalhadores sem vínculo de emprego: autônomo, eventual, avulso, estagiário, empreiteiro, voluntário, representante comercial autônomo
Conteúdo Programático
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Unidade 3 SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO
3.1. Empregado: definição legal
3.1.1. Empregados urbanos
3.1.2. Empregados rurais
3.1.3. Empregados domésticos
3.2. Empregador: conceito
3.2.1. Empregador, empresa e estabelecimento: conceito e distinções
3.2.2. Poderes do empregador: de comando e disciplinar
3.2.3. Grupo econômico
3.2.4. Sucessão trabalhista: requisitos e efeitos
Conteúdo Programático
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Unidade 4 CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO
4.1. Conceito, natureza jurídica, características
4.2. Elementos essenciais do contrato individual de trabalho: nulidade e efeitos
4.2.1. Agente capaz: idade mínima para o trabalho e normas de proteção ao menor
4.2.2. Objeto lícito
4.2.3. Forma prescrita ou não defesa em lei: ingresso na administração pública
Conteúdo Programático
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4.3. Duração do contrato de trabalho
4.3.1. Contrato por prazo indeterminado
4.3.2. Contrato por prazo determinado (a termo): regras gerais
4.3.2.1. Contrato de experiência
4.3.2.2. Contrato de aprendizagem
4.3.2.3. Contrato de safra
4.3.2.4. Contrato de obra certa
4.3.2.5. Contrato por prazo determinado da Lei nº 9.601/98
4.4. Contrato de trabalho temporário da Lei nº 6.019/74
4.5. Terceirização
4.6. Cooperativa
Conteúdo Programático
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Unidade 5 SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
5.1. Remuneração: salário e gorjeta conceito e distinção
5.2. Salário
5.2.1. Salário mínimo, salário básico, piso salarial: conceito e distinções
5.2.2. Salário in natura
5.2.3. Sobressalário: gratificações, prêmios, comissões, percentagens, abonos, diárias de viagem, ajuda de custo, adicionais
5.2.3.1. Adicionais de insalubridade e periculosidade
5.2.4. Salário complessivo
Conteúdo Programático
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Unidade 5 SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
5.2.5. Participação nos lucros
5.2.6. Gratificação natalina
5.3. Meios e formas de pagamento de salários
5.4. Normas de proteção salarial, irredutibilidade, intangibilidade salarial (descontos no salário)
5.5. Equiparação salarial, reenquadramento e desvio de função
Conteúdo Programático
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Unidade 6 ALTERAÇÃO, SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
6.1. Alteração unilateral e bilateral
6.2. Jus variandi e o jus resistentiae
6.3. Promoção, rebaixamento, reversão: cargo de confiança
6.4. Transferência provisória e definitiva
6.5. Suspensão do contrato de trabalho: conceito, espécies e efeitos
6.6. Interrupção do contrato de trabalho:
conceito, espécies e efeitos
Conteúdo Programático
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Unidade 7 DURAÇÃO DO TRABALHO
7.1. Limitação do tempo de trabalho: fundamentos e objetivos
7.2. Jornada de trabalho e horário de trabalho
7.3. Jornadas especiais: bancário, telefonista, cabineiro de elevador, turnos ininterruptos de revezamento, aprendiz
7.4. Horas extras e variações de horário
7.5. Compensação de horário: semanal, mensal e anual (banco de horas)
Conteúdo Programático
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Unidade 7 DURAÇÃO DO TRABALHO
7.6. Empregados excluídos do capítulo da duração: trabalhador externo e gerentes ocupantes de cargo de gestão
7.7. Trabalho em regime de tempo parcial
7.8. Horas in itinere
7.9. Trabalho noturno
Conteúdo Programático
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7.10. Sobreaviso
7.11. Intervalos compulsórios
7.11.1. Intervalo intrajornada
7.11.2. Intervalo interjornada
7.12. Repouso semanal remunerado
7.12.1. Fundamentos, natureza jurídica
7.12.2. Duração e remuneração do repouso
7.12.3. Trabalho em domingos e feriados
Conteúdo Programático
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CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 7ª ed. Revista, Atualizada e Ampliada. São Paulo: Método, 2012
CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa; JORGE NETO, Francisco Ferreira. Direito do Trabalho. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
SARAIVA, Renato. Direito do Trabalho. Série Concursos Públicos. 15ª Ed. Método, 2013. 
Biblioteca virtual da Estácio.
Bibliografia Básica
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Unidade I
Introdução ao Direito
do
Trabalho
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Introdução ao Direito do Trabalho.
1.1. Origem e evolução do Direito do Trabalho:
O Direito do trabalho é de formação legislativa e cientifica recente. O trabalho, porém, é tão antigo quanto o homem.
O termo trabalho deriva do latim vulgar tripaliare que significa “martirizar com o tripalium” (instrumento de tortura composto de 03 paus).
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Introdução ao Direito do Trabalho.
Em todo o período remoto da pré-história, o homem primitivo é conduzido pela necessidade de satisfazer a fome e assegurar sua defesa pessoal. Ele caça, pesca e luta contra o meio físico, contra os animais e contra seus semelhantes. 
Nesta época não existia "trabalho" como conhecemos atualmente, mas sim a constante luta pela sobrevivência.
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Introdução ao Direito do Trabalho
A idade antiga – (4.000 a/C).
 
Houve a difusão do trabalho escravo, sobretudo entre gregos e romanos, associada à concepção do trabalho como mercadoria.
O escravo assemelhava-se a uma coisa que pertencia ao amo ou senhor. Era objeto de propriedade.
O escravo era destituído do direito à vida e ao tratamento digno.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Período da locação da mão de obra escrava. 
Ocorreu em torno dos séculos VII e VI a.C.
Com o aumento da população e a complexidade das relações sociais e humanas os Senhores passaram a se utilizar da mão de obra de escravos de outros senhores. 
Na época, os homens livres, mas de baixo poder aquisitivo também passaram a locar suas mãos de obra.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Idade Média 
O Trabalho escravo decai na economia medieval, não só no período feudal (século V a século XI), como também no período urbano (século XI a século XV).
No período feudal (economia predominantemente agrária) o trabalho era confiado ao servo de gleba, a quem se reconhecia a natureza de pessoa e não mais de coisa.
Embora reconhecida a natureza de pessoa, esse servo de gleba muito se assemelhava ao escravo. Geralmente eram escravos alforriados ou homens livres que tiveram suas terras invadidas pelo Estado.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Durante a Idade Média, existiam três tipos básicos de trabalhadores: 
1- Os vassalos, subjugados por contrato ao senhor feudal; 
2- Os servos da gleba, quase escravos, que podiam inclusive ser vendidos, dados ou trocados por outros servos e mercadorias;
3- Os Artesãos, que trabalhavam por conta própria e vendiam sua mercadoria.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Fase Posterior (Ainda Idade Média):
Verifica-se algo que se assemelha ao sindicalismo contemporâneo: surgiram naquela ocasião, e isso jamais ocorrera antes, entidades representativas de produtores e de trabalhadores.
A luta de classes, a partir daí, começou a ser deflagrada através de organizações representativas dos contendores como na era moderna do sindicalismo.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Idade Moderna. (Séc. XIV)
Ocorrência de três grandes momentos que mudaram a face da história: 
A Renascença;
A Revolução Francesa e
A Revolução Russa. 
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Introdução ao Direito do Trabalho
Cada uma das ocorrências com sua filosofia própria:
A Renascença pregava o humanismo.
A Revolução Francesa o Liberalismo, e,
A Revolução Russa o socialismo.
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Introdução ao Direito do Trabalho
A Revolução Francesa (Liberalismo), no entanto, foi o primeiro grande movimento genuinamente popular e de massa, na articulação de reivindicações, situando-se declaradamente, no plano político e econômico, se vinculando de modo estreito ao trabalho, e é a responsável histórica pelo advento do trabalho livre.
Graças à Revolução Francesa (1789), nas suas consequências históricas (apregoa seus ideais de liberdade e igualdade), o trabalho se tornou livre e foi possível admitir-se sua prestação, em proveito de outrem, mediante contrato. Liberdade de contratar e comerciar.
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Introdução ao Direito do Trabalho
A legislação trabalhista realmente nasceu no começo do século XIX. 
Primeiras normas trabalhistas aprovadas pelos Estados Europeus:
Inglaterra, 1824 – Relativa ao reconhecimento do sindicato.
França, 1864 – Referente ao exercício do direito de greve.
Alemanha, 1881 – Relativa aos seguros sociais e 
Itália (1883) e Alemanha (1884) – Referentes aos acidentes do trabalho.
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Introdução ao Direito do Trabalho
A OIT foi criada em 1919, como parte do Tratado de Versalhes, que pôs fim à Primeira Guerra Mundial.
A criação da OIT (1919), a Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), A carta Internacional Americana de Garantias Sociais (1948), A Carta Social Europeia (1961), a Convenção sobre o Direitos da Criança (1989), dentre outros instrumentos são exemplos de atos que influenciam a formação da ideia de uma justiça social, que se traduz na valorização do trabalho, a justa remuneração, na liberdade de trabalho, no dever de trabalhar e na supressão das desigualdades sociais. 
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Introdução ao Direito do Trabalho
O desenvolvimento histórico da legislação trabalhista no Brasil:
1888: Lei Áurea aboliu a escravidão no Brasil.
1889: Proclamação da República
1891: Edição do Decreto n.º 1313 instituiu a fiscalização de todas as fábricas em que trabalhassem menores de idade.
1922: Em São Paulo foram criados os Tribunais Rurais, sob a presidência do Juiz de Direito e que, repetindo a experiência anterior, ainda de São Paulo, em 1911, marca o primeiro esforço de criação da Justiça do Trabalho no Brasil.
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Introdução ao Direito do Trabalho
1923: Abre-se o capítulo da Previdência Social, como a criação de Caixas de Aposentadorias e Pensões, atingindo, inicialmente, os trabalhadores ferroviários, marítimos e, assim, sucessivamente.
1927: Foi promulgado o Código de Menores.
1930: Ascensão de Getúlio Vargas. Início da fase atual ou contemporânea do Direito do Trabalho brasileiro e criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Constituição de 1934: de inspiração socialdemocrática, institui Justiça do Trabalho, salário mínimo, limitação dos lucros, nacionalização de empresas, direta intervenção de Estado para normatizar, utilizar ou orientar as forças produtoras, organização sindical.
Em 01.05.1943: é promulgada a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (Decreto Lei n.º 5.452), com vigência a partir de 10 de novembro de 1943.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Após o período autoritário do Estado
Novo (1937/1945) o Brasil volta a viver um regime democrático com a expedição da Constituição de 1946.
Constituição Federal de 05.10.1988: 
Encerramento do ciclo do regime militar.
Inicia-se outra fase na vida brasileira, inclusive no plano trabalhista. 
Aumentam-se, quantitativamente, os direitos trabalhistas.
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Introdução ao Direito do Trabalho
1.2 Conceito de Direito do Trabalho, características, natureza jurídica 
O conceito pode ser reunido em três categorias:
- Subjetivista.
- Objetivista.
- Mista.
Esses conceitos variaram de acordo com o pensamento filosófico, político ou social dos autores e o momento histórico da sua elaboração.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Conceitos Subjetivistas – Realçam o empregado como a parte economicamente fraca da relação jurídica. Enfatizam o sujeito da relação jurídica.
Para Cesarino Júnior – “Direito do Trabalho é o sistema jurídico de proteção aos economicamente fracos”. 
É o conceito menos consistente.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Conceitos Objetivistas – Tomam como referência a prestação de trabalho subordinado, objeto do contrato de trabalho. Enfatizam o conteúdo objetivo das relações jurídicas.
Para Messias Donato – “Direito do Trabalho é o conjunto de Princípios e normas jurídicas que regem a prestação do trabalho subordinado ou a ele similar, bem como as relações e os riscos que dela se originam”.
É um conceito mais satisfatório, porém ainda incompleto.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Conceitos Mistos – As definições harmonizam os sujeitos do contrato de trabalho como o seu objeto, que é a prestação de serviço subordinado. Combinam, na mesma condição, os sujeitos e o conteúdo das relações jurídicas.
Para Maurício Godinho Delgado: “complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de trabalho e outras relações normativamente especificadas, englobando, também, os institutos, regras e princípios jurídicos concernentes às relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviço, em especial, através de suas associações coletivas”.
É o conceito mais moderno e, portanto o que deve ser utilizado.
 
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Introdução ao Direito do Trabalho
Divisão do Direito Material do Trabalho.
Direito Individual do Trabalho.
- Relação entre sujeitos de direito, considerando os interesses concretos de indivíduos determinados.
Direito Coletivo do Trabalho.
- Relação entre sujeitos de direito em que a participação do individuo também é considerada, mas como membro de uma coletividade.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Direito Individual do Trabalho – “É o conjunto de leis que considerem individualmente o empregado e o empregador, unidos numa relação contratual”. (Cesarino Júnior, Direito Social, p. 52).
Direito Coletivo do Trabalho – “É o conjunto de normas que consideram os empregados e empregadores coletivamente reunidos, principalmente na forma de entidades sindicais”. (Cesarino Júnior, Direito Social, p. 52).
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Introdução ao Direito do Trabalho
Características do Direito do Trabalho:
1. Intervencionismo:
Controla o meio econômico para evitar que a força do capital se sobreponha à do trabalho.
O equilíbrio dessa relação pode ser conseguido através da Legislação, em especial a Constituição Federal que estabelece blocos de direitos mínimos e irrenunciáveis, por isso, impossível qualquer negociação patronal.
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Introdução ao Direito do Trabalho
2. Protecionismo:
É a atitude preservadora do equilíbrio contratual, diante da evidência de ser o trabalho humano produtivo um valor social a ser protegido e de ser o trabalhador um sujeito vulnerado nas relações de emprego.
Assim garante: 
Aplicação da norma mais favorável. 
Manutenção de condições mais benéficas. 
Interpretação favorável ao empregado, quando houver dúvida.
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Introdução ao Direito do Trabalho
3. Reformismo Social:
Caracteriza-se pela intermediação dos conflitos de interesses entres patrões e empregados. Sua atuação, normalmente tendente a oferecer melhores condições de trabalho, pode, em momentos de crise, ser transformada para criar soluções alternativas capazes de manter os postos de serviços.
4. Coletivismo:
Prevalece sempre o interesse coletivo sobre o individual. 
Funciona como fundamento do reformismo social.
Acordo Coletivo de Trabalho – ACT.
Convenção Coletiva de Trabalho – CCT.
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Introdução ao Direito do Trabalho
5. Expansionismo:
Possui propensão a ampliação de seu conteúdo.
O expansionismo trabalhista tende cada vez mais a ampliar-se por conta de sua atual etapa de formação, dotado de institutos que ainda não alcançaram a plenitude.
6. Cosmopolismo:
Busca inspiração nos ordenamentos jurídicos estrangeiros.
Organizações Internacionais: Ex.: OIT
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Introdução ao Direito do Trabalho
7. Pluralismo de Fontes:
Nenhum outro ramo do Direito é tão caracterizado pelo pluralismo de fontes legislativas como o Direito do Trabalho. 
O mesmo empregado pode ser regido pela Lei, pelo contrato individual de trabalho, pelo regulamento interno da empresa, por Convenção Coletiva de Trabalho e por Acordo Coletivo de Trabalho.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Natureza Jurídica:
A apuração da natureza jurídica do Direito do Trabalho é complicada. Justificativa: visibilidade de caracteres que posicionariam o Direito do Trabalho ora no campo público, ora na esfera privada.
O Direito do Trabalho é produto histórico da intervenção pública, promotora de limites à exploração das forças laborais. Afirmar-se-ia, assim, ter o Direito do Trabalho natureza de Direito Público (quando o Estado interfere nas relações contratuais mediante sua força impositiva).
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Introdução ao Direito do Trabalho
Exemplo: Adoção de conteúdos mínimos para os contratos de emprego e a fiscalização do cumprimento das normas de identificação profissional, de segurança e medicina do trabalho, etc.
Direito Público? Direito Privado? ou Direito Social?
Vários autores afirmam que a natureza jurídica é de direito privado, pois há essencialmente uma relação entre particulares (relação empregatícia) e que a tutela do Estado sobre as relações privadas não é incompatível com a natureza de direito privado.
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Introdução ao Direito do Trabalho
1.3. A inter-relação com demais ramos do Direito e outras ciências
Direito Constitucional.
O Direito Constitucional é campo decisivo no processo de inserção justrabalhista no universo geral do Direito.
Pós Segunda Guerra Mundial – Europa – Experiências traumáticas e constrangedoras do Fascismo e Nazismo – Iniciaram o processo de constitucionalização justrabalhista.
Inserção de Direitos laborativos e principalmente Princípios Jurídicos: Princípio da dignidade humana, valorização sócio-jurídica do trabalho, a função social da propriedade privada, dentre outras.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Constituição da França – 1946.
Constituição da Itália – 1947.
Constituição da Alemanha – 1949.
Constituição da Portugal – 1976.
Constituição da Espanha – 1978.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Constituições Brasileiras:
Processo de constitucionalização dos Direitos justrabalhistas começou com a Constituição de 1934.
Foi mantido nas Constituições seguintes (1937 – 1946 – 1967/1969), mas a de 1988 foi a que mais garantiu direitos justrabalhistas e sociais.
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Introdução ao Direito do Trabalho
2. Relação com os Princípios Gerais do Direito e de outros ramos do Direito.
O Direito do Trabalho, apesar de ramo jurídico especial, integra-se ao universo jurídico geral, submetendo-se a vínculos como núcleo jurídico principal.
Vínculos: Princípios Gerais do Direito e Princípios Especiais.
Princípios da não discriminação, da justiça social, da equidade, da proporcionalidade, da razoabilidade, da boa fé, do não enriquecimento sem causa, da proibição ao abuso do direito e da alegação da própria torpeza
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Introdução ao Direito do Trabalho
3. Direito Civil.
A matriz do Direito do Trabalho é o Direito Civil, em especial seu segmento regulatório das obrigações. Permanência de Institutos, Regras e Princípios do Direito Civil.
Exemplo: Critérios de fixação de responsabilidade civil, fundada em culpa, que se aplicam a certas situações de interesse trabalhista. (Art. 7º, XXVIII).
Art. 8º, CLT: Direito Civil é fonte subsidiária do Direito do Trabalho, em situações de lacunas nas fontes principais desse ramo jurídico. 
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Introdução ao Direito do Trabalho
4. Direito Previdenciário.
Possuem vínculos históricos. Seguimentos jurídicos nasceram praticamente do mesmo processo de intervenção do Estado no mercado de trabalho, a partir da metade do século XIX, na Europa Ocidental.
Parte da arrecadação previdenciária origina-se da folha de salário das empresas. Base: verbas de natureza salarial. 
Auxílios da Previdência Social.
Exemplos: Auxilio doença, aposentadoria por invalidez, etc.
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Introdução ao Direito do Trabalho
5. Direito Penal.
Existem diversas condutas que são tipificadas como crime.
A lista é tão extensa que alguns doutrinadores sustentam que há uma variável do direito do trabalho, denominada de Direito penal do Trabalho.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Alguns tipos penais:
Crimes contra a organização do trabalho – Arts. 197 a 207 do CP.
As condutas criminosas referentes à anotação da CTPS – Art. 297, CP.
A redução de trabalhador á condição análoga á de escravo – Art. 149, CP.
Os ilícitos penais praticados durante a greve – Art. 15 da lei 7.783/89, dentre outros.
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Introdução ao Direito do Trabalho
6. Direito Tributário.
O rendimento proveniente do trabalho é base de incidência de alguns importantes tributos.
Exemplo: O Imposto de Renda, as Contribuições Sociais (contribuições previdenciárias e sindical). 
Não há como falar em pagamento de parcelas salariais sem a prévia retenção dos montantes devidos ao fisco.
A Legislação tributária (Art.186, CTN) deixa clara a posição privilegiada do credito trabalhista e acidentário.
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Introdução ao Direito do Trabalho
7. Relação com o Direito Comercial.
 
As relações empresariais quase sempre necessitam da contratação de empregados. Esse é o primeiro contrato de intercessão entre o Direito do Trabalho e o Direito Comercial.
O próprio Art. 2º da CLT ao definir empregador nos remete diretamente ao Direito Comercial ao definir “considera-se empregador a empresa”...
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Introdução ao Direito do Trabalho
A desconsideração da personalidade jurídica – Art. 50, CC.
O Estabelecimento – Art. 1.142, CC.
A escrituração contábil – Arts. 1.179 a 1.195, CC.
A falência e recuperação de empresa (Lei 11.101, de 09.2.2005). 
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Introdução ao Direito do Trabalho
8. Direitos Humanos.
O Direito do trabalho corresponde à dimensão social mais significativa dos Direitos Humanos, ao lado do Direito Previdenciário. 
Direito do Trabalho e Direito Previdenciário – Conferem aos Diretos Humanos maior espaço e evolução, ultrapassando as fronteiras originais, vinculadas basicamente à dimensão da liberdade e intangibilidade física e psíquica da pessoa humana.
O trabalho confere dignidade à pessoa humana.
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Introdução ao Direito do Trabalho
9. Relação com outras Ciências.
História – A organização do homem no desenvolvimento do trabalho variou ao longo do tempo, se inserindo no contexto histórico.
Psicologia – Estuda os processos mentais e comportamentais. Psicologia Organizacional ou do trabalho.
Antropologia – Estuda essencialmente o homem e a humanidade em todas as suas dimensões, notadamente as de natureza cultural, filosófica e biológica.
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Introdução ao Direito do Trabalho
Sociologia – Ciência mais ampla que a antropologia, estuda a sociedade humana em função do meio e dos processos que interligam os indivíduos instituições, associações, grupos, classes e categorias.
Interligação específica: Discussões sociológicas do trabalho e jurídico-laborais que dizem respeito ao modo de produção, às formas de organização do trabalho, ao uso de tecnologias que substituem a força laboral, às formas de representação dos trabalhadores, à reflexão de normas trabalhistas, o subemprego, desemprego, etc.
Medicina – Capítulo V da CLT – Da Segurança e Medicina do Trabalho – Portaria MTE n. 3.214 de 08.06.1978 – NRs.
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Princípios do Direito do Trabalho.
1.4. Princípios peculiares ao Direito do Trabalho:
Princípio da Proteção:
a) Regra do “in dubio pro operario”.
b) Regra da Norma mais favorável.
c) Regra da condição mais benéfica.
2. Princípio da Indisponibilidade.
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Princípios do Direito do Trabalho.
3. Princípio da Continuidade.
4. Princípio da primazia do contrato realidade.
5. Princípio da inalterabilidade contratual.
6. Princípio da Intangibilidade salarial. 
7. Princípio da imperatividade das normas trabalhistas.
8. Princípio da Isonomia.
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Princípios do Direito do Trabalho.
1. Princípio da Proteção
O Direito do Trabalho estrutura em seu interior, com suas regras, institutos, princípios e presunções próprias, uma teia de proteção à parte hipossuficiente na relação de emprego, visando retificar no plano jurídico, o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho. É apontado como sendo o mais importante.
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Princípios do Direito do Trabalho. 
Modalidades:
A) Regra do in dúbio, pro operário – Escolher, entre vários sentidos da norma, aquele que seja mais favorável ao trabalhador.
Na dúvida, ao trabalhador.
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Princípios do Direito do Trabalho.
B) Regra da norma mais favorável - No caso de haver mais de uma norma aplicável (Constituição, Lei, Regulamento, ACT, CCT), utilizar a mais favorável ao empregado, quebrando a hierarquia das normas.
C) Regra da condição mais benéfica – Aplicação de norma nova não pode implicar a diminuição das conquistas alcançadas pelo trabalhador (incorporadas ao patrimônio jurídico). Ver Súmula 51 do TST.
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Princípios do Direito do Trabalho.
Em Dissídios Coletivos, não podem ser estabelecidas cláusulas menos benéficas do que aquelas previstas em lei, acordo ou convenção coletiva do trabalho.
Exceção: As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.
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Princípios do Direito do Trabalho.
2. Princípio da indisponibilidade.
Inviabilidade técnico-jurídica de poder o empregado despojar-se, por sua simples manifestação de vontade, das vantagens e proteções que lhe asseguram a ordem jurídica e o contrato.
Esse princípio abrange a renúncia (ato unilateral) e a transação (ato bilateral).
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Princípios do Direito do Trabalho.
3. Princípio da continuidade.
Atribui à relação de emprego a mais ampla duração.
Continuidade:
No emprego – impede as despedidas (Estabilidades provisorias).
Na função – impede o rebaixamento (alteração).
No lugar – impede as transferências (alteração). 
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Princípios do Direito do Trabalho. 
Caracterização:
- Preferência pelos contratos por prazo indeterminado:
Os contratos a prazo (determinados) são exceção.
Na dúvida, presume-se que o contrato é por prazo indeterminado;
A continuidade do contrato a prazo transforma-o em indeterminado.
A não-resolução (rescisão) do contrato ao final do período de experiência torna-o por prazo indeterminado.
A sucessão de contratos por prazo determinado torna a contratação por tempo indeterminado.
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Princípios do Direito do Trabalho.
4. Princípio da primazia do contrato realidade.
Consiste em dar preferência à realidade fática verificada na prática da prestação de serviços em vez do que possa emergir dos documentos que corporificam o contrato de trabalho, quando houver discordância entre ambos (predomina o contrato realidade).
Fundamento: Proteção ao hipossuficiente.
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Princípios do Direito do Trabalho.
5. Princípio da inalterabilidade do contrato de trabalho.
O trabalhador tem direito à estabilidade das relações contratuais, não podendo ser surpreendido pelo aumento da jornada de trabalho, redução da remuneração, transferência de local de trabalho, sem que haja a sua anuência à alteração e desde que essa alteração não lhe seja prejudicial.
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Princípios do Direito do Trabalho.
Fundamento do Princípio – Está relacionado ao fato de que o trabalho é apenas uma das dimensões da vida humana. 
Não pode o trabalhador, diante de outros compromissos assumidos e deveres que possui (deveres familiares, sociais, associativos, religiosos), ficar à mercê da vontade arbitrária do empregador (Art. 468, CLT).
Possibilidade de dilatação da jornada de trabalho e redução salarial, mediante negociação coletiva.
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Princípios do Direito do Trabalho.
6. Princípio da intangibilidade salarial.
O salário merece garantias diversificadas da ordem jurídica, de modo a assegurar seu valor, montante e disponibilidade em benefício do empregado. Este merecimento deriva do fato de considerar-se ter o salário caráter alimentar, atendendo, pois a necessidades essenciais do ser humano.
 
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Princípios do Direito do Trabalho.
7. Princípio da imperatividade das normas trabalhistas.
Prevalece no segmento trabalhista o domínio de regras jurídicas obrigatórias, em detrimento de regras apenas dispositivas. As regras trabalhistas não podem, de maneira geral, ter sua regência contratual afastada pela simples manifestação de vontade das partes.
 
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Princípios do Direito do Trabalho.
8. Princípio da isonomia.
Impõe tratar com igualdade os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades.
Seu antônimo é a discriminação.
Genericamente, o princípio da isonomia está garantido no art. 5º da CF/1988.
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Princípios do Direito do Trabalho.
Princípio da isonomia.
Na seara trabalhista, o princípio da isonomia tem suas especificações (Art. 7º):
a) equiparação de direitos básicos entre trabalhador urbano e rural (caput).
b) não-discriminação por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil quanto a salários, funções e contratação (XXX).
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Princípios do Direito do Trabalho.
c) não-discriminação do trabalhador portador de deficiência (XXXI).
d) não-discriminação entre o trabalho intelectual, técnico e manual (XXII).
e) igualdade de direitos entre o trabalhador com vinculo empregatício e o trabalhador avulso (XXXIV).
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Princípios do Direito do Trabalho.
Indisponibilidade e flexibilização dos Direitos:
A indisponibilidade de direitos trabalhistas por parte do empregado é um dos princípios mais destacados do Direito Individual do Trabalho.
A regra geral no Direito Individual do Trabalho é a indisponibilidade dos direitos que aparece em alguns dispositivos da CLT (artigos 9º, 444 e 468)
Art. 9º: Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. 
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Princípios do Direito do Trabalho.
b. O artigo 444 dispõe que as partes podem estipular livremente os contratos de trabalho, desde que não haja contravenção das regras de proteção ao trabalho, aos respectivos contratos coletivos e ás decisões das autoridades competentes. 
c. O artigo 468 dispõe que a alteração das condições de trabalho só é lícita por mútuo consentimento e desde que não resultem em prejuízos diretos ou indiretos ao trabalhador, sob pena de nulidade de disposição contrária da garantia. 
Assim devemos entender que o trabalhador, quer por ato individual (renúncia), quer por ato bilateral negociado com o empregador (transação) não pode abrir mão de seus direitos laborais, sendo tal ato nulo de pleno direito. 
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Princípios do Direito do Trabalho.
Sergio Pinto Martins, entende que poderá, o trabalhador renunciar a seus direitos se estiver em juízo, diante do juiz do trabalho, pois nesse caso não se pode dizer que o empregado esteja sendo forçado a fazê-lo.
Maurício Godinho distingue os direitos trabalhistas protegidos por indisponibilidade absoluta dos protegidos pela indisponibilidade relativa. 
a. A indisponibilidade absoluta se dará quando o direito invocado merecer tutela de interesse público, num patamar mínimo firmado pela sociedade em um dado momento histórico, relacionado a dignidade da pessoa humana, ou quando se tratar de direito protegido por norma de interesse abstrato da categoria, exemplos: assinatura da CTPS, salário mínimo, medicina e segurança do trabalho. 
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Princípios do Direito do Trabalho.
b. A indisponibilidade relativa, sustenta Godinho, diz respeito ao direito que traduz interesse individual ou bilateral simples e que não caracteriza um padrão civilizatório mínimo, permitindo no que tange às parcelas de indisponibilidade relativa a transação (não a renúncia), desde que não resulte em efetivo prejuízo ao empregado, exemplo: modalidade de salário, compensação de jornada, etc.
A indisponibilidade relativa acontecerá no Direito Individual quando o direito não estiver no patamar mínimo determinado pela sociedade, podendo ser objeto de transação desde que não haja prejuízo ao trabalhador. 
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Princípios do Direito do Trabalho.
Irrenunciabilidade:
A irrenunciabilidade é a impossibilidade jurídica de se privar voluntariamente de uma ou mais vantagens concedidas pelo Direito do Trabalho em seu benefício. 
Como consequência da irrenunciabilidade temos a nulidade da renúncia.
No entendimento de Ives Gandra da Silva Martins Filho, "o princípio da irrenunciabilidade tem como um de seus fundamentos o princípio da indisponibilidade, vez que não haveria sentido o Estado através de seu ordenamento jurídico, proteger o empregado e este renunciar aos direitos que se prestam a sua própria proteção“.
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Princípios do Direito do Trabalho.
Irrenunciabilidade:
Objetivo: Limitar a autonomia da vontade das partes, já que não seria viável que o ordenamento jurídico, impregnado de normas de tutela do trabalhador, permitisse que o empregado se despojasse de direitos indisponíveis motivado pelo temor de não obter o emprego ou de perdê-lo, caso não fosse formalizada a renúncia.
Não se admite que o trabalhador renuncie às suas férias. Se isso ocorrer, por exemplo, por pressão da empresa, não terá qualquer validade o ato, podendo o obreiro reclamar na Justiça do Trabalho.
 
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Princípios do Direito do Trabalho.
A Irrenunciabilidade e o Conteúdo da Norma. 
Muitos autores sustentam que a irrenunciabilidade decorre do conteúdo da norma, de forma explicita ou implícita, podendo ainda advir de sua finalidade objetiva. 
A forma explicita surge claramente do processo legal, em que conta seu caráter derrogável. Essa manifestação poderá se externar sob a forma de proibição expressa da renúncia. Assim, no Direito do Trabalho brasileiro, "serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos conceitos contidos na presente Consolidação" (artigo 9º da CLT). 
 
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Princípios do Direito do Trabalho.
A Irrenunciabilidade e o Conteúdo da Norma. 
A forma implícita encontra-se delimitada no próprio texto legal. 
O caráter inderrogável dessas normas está implícito no seu próprio conteúdo. 
Exemplo: o artigo 7º, inciso XIII da Constituição Federal vigente, ao assegurar a duração do trabalho não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, possui um conteúdo inderrogável, pois ao mencionar o termo " não superior", traça limites que não podem ser ultrapassados, a não ser no caso de regime de compensação.
 
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Princípios do Direito do Trabalho.
Renúncia Expressa e Renúncia Tácita. 
A renúncia expressa se exterioriza por meio de declaração de vontade, em que o titular do direito (no caso, o empregado)
dele se priva. 
Exemplos: pedido de demissão do empregado estável, com a indispensável assistência a que alude o artigo 500 da CLT (assistência do Sindicato), e a renúncia ao emprego da trabalhadora gestante. 
 
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Princípios do Direito do Trabalho.
Renúncia Expressa e Renúncia Tácita. 
A renuncia tácita (ou presumida) se extrai de comportamentos do empregado que evidenciam a intenção de privar-se de certos direitos. 
A maioria dos autores não admite a renuncia tácita, sustentando que a renúncia só poderá ser admitida em caráter excepcional.
O Momento da Renúncia 
A renúncia pode ocorrer:
No caso de direitos futuros;
Durante o contrato de trabalho ou,
Na ocasião da ruptura do contrato de trabalho. 
 
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Princípios do Direito do Trabalho.
A. Renúncia a direitos futuros: 
Em princípio, os autores são unânimes em afirmar que a renúncia a direitos futuros é inadmissível. 
Atualmente o Direito do Trabalho brasileiro não admite a renúncia a direitos futuros. 
Exemplo: O TST editou a Súmula nº 199 que proíbe a pré-contratação de horas extras pelos bancários, pois implicaria em renúncia prévia á jornada reduzida. Assim, a renúncia antecipada á contratação é nula de pleno direito. Então, se o bancário ou outro trabalhador com direito á jornada reduzida (que lhe é mais benéfica), renunciar a esse direito, configura-se uma presunção de que foi coagido a esta atitude para ingressar na empresa. Essa atitude, á luz do artigo 9º da CLT, é nula.
 
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Princípios do Direito do Trabalho.
B. Renúncia no curso do contrato : 
No curso do contrato a renúncia é permitida apenas quando houver previsão legal. 
Exemplo: A opção pelo FGTS feita pelo empregado estável antes da Constituição Federal de 1988. Esse trabalhador estaria renunciando à estabilidade mas não á indenização por tempo de serviço. 
 
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Princípios do Direito do Trabalho.
C. Renúncia na ruptura do contrato: 
Na ruptura do contrato, a renúncia vem sendo permitida, mas desde que o direito seja disponível, o que é raro. Isso porque muitos institutos jurídicos assegurados ao trabalhador só são devidos após a ruptura do pacto e nem por isso deixam de estar consagrados em preceitos irrenunciáveis. Alem disso, poderia o empregado renunciar a esses direitos por causa da pressão econômica e por causa do desemprego. 
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Princípios do Direito do Trabalho.
Atento aos aspectos mencionados (pressão econômica e desemprego ), o TST editou a Súmula numero 276, cujo texto dispõe: "O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa do cumprimento não exime o empregador de pagar o valor respectivo, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego". 
O artigo 12 da Convenção número 132 da OIT, ratificada pelo Brasil, considera o instituto de férias irrenunciável, independentemente do momento.
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Princípios do Direito do Trabalho.
A Renúncia e a Norma Coletiva 
Outro aspecto ligado á renúncia e que tem conotação prática, diz respeito ao fato de poder ou não ser ela efetuada por meio de convenção coletiva.
A Constituição Federal de 1988 flexibilizou o princípio da irrenunciabilidade do sistema trabalhista, mas apenas nos incisos VI, XIII e XIV do artigo 7º, os quais não comportam interpretação extensiva. A consequência da irrenunciabilidade desrespeitada é a nulidade do ato.
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Princípios do Direito do Trabalho.
A Renúncia e as Comissões de Conciliação Prévia 
As Comissões de Conciliação Prévia – CCP foram instituídas pela Lei 9.958, de 12/01/2000. 
O artigo 652-A da CLT faculta a instituição de CCP, de composição paritária, com representantes dos empregados e empregadores, cuja atribuição consiste em tentar a conciliação dos conflitos individuais de trabalho. 
As CCP`s podem ser constituídas por empresa ou grupos de empresas e/ou ter caráter intersindical, podendo o interessado optar por uma delas. 
Quando a CCP for instituída no âmbito sindical, terá sua constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo. 
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Princípios do Direito do Trabalho.
A Renúncia e as Comissões de Conciliação Prévia 
	
	- É preciso atentar para que as Comissões de Conciliação Prévia, principalmente as instituídas por empresas ou grupos de empresas, não obtenham acordos que de alguma forma lesionem ou tentem ferir os direitos irrenunciáveis dos trabalhadores, parte mais fraca da relação jurídica. Caso isso ocorra, o acordo será passível de anulação perante a Justiça do Trabalho. 
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Princípios do Direito do Trabalho.
Transação 
Segundo Orlando Gomes, transação é o contrato pelo qual, mediante concessões mútuas, os interessados previnem ou terminam um litígio, eliminando a incerteza de uma relação jurídica. 
Objetivo da Transação: tem função social harmonizadora entre os sujeitos da relação de trabalho. 
Um dos requisitos principais da transação é o sacrifício recíproco das partes, fazendo concessões de caráter patrimonial com o objetivo de eliminar a incerteza do direito. Diante da desigualdade das partes, é questionável a transação desproporcional.
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Princípios do Direito do Trabalho.
Transação 
Para a transação é necessário:
Manifestação da vontade das partes.
Objeto que não seja absolutamente indisponível;
Capacidade das partes pactuantes.
Capacidade plena se atinge aos 18 anos (art. 402 da CLT);
Entre 16 e 18 anos, com assistência de seu representante legal, e
Abaixo de 16 anos, com representante legal. 
Entretanto, se a transação se operar de modo irregular e não houver prejuízo ao menor, não há nulidade.
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Princípios do Direito do Trabalho.
Na transação não pode existir prejuízo ao trabalhador em função do ato transacional. 
Os atos contratuais trabalhistas podem ser tácitos (art. 442, da CLT), não se podendo impor formalidades de conduta onde a ordem jurídica não preceituar (art. 5º, II, da CF 1988).
A transação é um elemento essencial na relação de emprego como, por exemplo, em caso de regime de compensação que só pode ser pactuada por escrito e não tacitamente ou mesmo no caso de banco de horas, cujas disposições devem constar de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho.
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Princípios do Direito do Trabalho.
Distinção entre Transação, Renúncia e Conciliação 
Transação: é uma relação jurídica em que as partes fazem concessões recíprocas, é bilateral, objetivando prevenir litígios. 
Restringe-se a direitos patrimoniais, de caráter privado, sobre os quais recaia suscetibilidade de litígio. 
Pode se manifestar no curso do contrato ou por ocasião de seu término. 
A transação sempre envolve direito duvidoso e pressupõe incerteza do direito para que possam ser feitas concessões mútuas. A transação concerne á extinção da obrigação.
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Princípios do Direito do Trabalho.
Distinção entre Transação, Renúncia e Conciliação 
Renúncia:
É sempre unilateral.
Diz respeito à extinção do direito. 
Conciliação: É um ato praticado no curso do processo, mediante a iniciativa e a interveniência do Magistrado, conforme nos traz os artigos 846 e 850 da CLT, sendo feita a proposta de conciliação na primeira audiência e posteriormente renovando-se a proposta na fase de alegações finais.
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Fontes do Direito do Trabalho.
1.5. Fontes do Direito do Trabalho
As fontes do Direito do Trabalho se dividem basicamente em:
Fontes Materiais
Fontes Formais.
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Fontes do Direito do Trabalho.
São Fontes Materiais:
Fatores econômicos, sociais, políticos, filosóficos e psicológicos que influenciam e levam à edição da norma jurídica.
Exemplos: 
Os avanços tecnológicos, 
A conscientização da necessidade de ofertar maior segurança e estabilidade às relações de trabalho, 
A pressão obreira pela obtenção de maiores vantagens salariais.
Os exemplos mencionados são alguns dos fatores que induzem à modificação do ordenamento jurídico laboral, pela edição de novas leis e normas jurídicas trabalhistas.
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Fontes do Direito do Trabalho.
São Fontes Formais:
 Os instrumentos jurídicos nos quais se concretizam as regras e comandos que disciplinarão as relações jurídico-trabalhistas.
São as diferentes espécies de normas jurídicas que podem estabelecer condutas a serem observadas em sociedade.
O Direito do Trabalho, no Brasil, emana das seguintes fontes formais de direito:
Fontes heterônomas.
Fontes autônomas.
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Fontes do Direito do Trabalho.
Fontes heterônomas – provenientes da vontade estatal, por qualquer de seus três poderes.
Fontes autônomas – provenientes da vontade dos próprios agentes sociais, estabelecem contratualmente ou unilateralmente as normas que disciplinarão seu relacionamento e os direitos laborais além daqueles já previstos legalmente.
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Fontes do Direito do Trabalho.
São Fontes Heterônomas:
A) Constituição Federal (1988): 
Os princípios básicos e direitos fundamentais do trabalhador encontram-se referidos em nossa Carta Magna especialmente:
Art. 5° (garantias processuais), 
Art. 7° (direitos do trabalhador), 
Art. 8° (direitos sindicais), 
Art. 9°(direito de greve).
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Fontes do Direito do Trabalho.
São Fontes Heterônomas:
B) Consolidação das Leis do Trabalho (1943):
Constitui o diploma legal por excelência na esfera laboral, complementado pela legislação extravagante.
São cerca de 170 leis de direito material, inclusive o Código Civil, quanto aos contratos de prestação de serviços e empreitada, e,
Cerca de 35 Leis de direito processual, em suas várias modalidades normativas: Leis complementares, leis ordinárias, decretos-lei e medidas provisórias. 
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Fontes do Direito do Trabalho.
São Fontes Heterônomas:
C) Decretos: Normas regulamentadoras das leis, de competência do Presidente da Republica (não podem inovar na ordem jurídica, mas estão jungidos à implementação pratica do que dispõem as leis que regulamentam).
D) Portarias (do Ministério do Trabalho):
Editadas pelo Ministro do Trabalho, autoridades a ele subordinadas ou colegiados com poder normativo, dando instruções práticas para o exercício dos direitos subordinados ao preenchimento de requisitos formais (a elas se equiparam as resoluções, instruções, normativas e normais de serviço).
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Fontes do Direito do Trabalho.
São Fontes Heterônomas:
E) Sentenças normativas:
Decisões dos Tribunais do Trabalho em dissídios coletivos, impondo cláusulas que criam novos direitos trabalhistas além dos previstos em lei, mas limitados à categoria representada pelo sindicato suscitante. 
F) Tratados internacionais: 
As Convenções da Organização Internacional do Trabalho - OIT, quando ratificadas pelo país.
São ratificadas através de Decreto do Poder Executivo Federal (Art. 84, VIII, CF).
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Fontes do Direito do Trabalho.
São Fontes Heterônomas:
G) Jurisprudência:
Decisões dos Tribunais (especialmente do TST e do STF) que, interpretando as leis e a Constituição, vão-lhes dando o seu conteúdo 
A pacificação da jurisprudência fica estampada nas súmulas, orientações jurisprudenciais, precedentes normativas e regimentos internos editados pelos Tribunais.
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Fontes do Direito do Trabalho.
São Fontes Autônomas:
A) Acordos Coletivos de Trabalho (CLT, art.611, §1°)
Estabelecem normas e condições de trabalho aplicáveis no âmbito de uma ou mais empresas participantes do acordo (acordo entre sindicato dos empregados e uma ou mais empresas).
B) Convenções Coletivas de Trabalho (CLT, art.611). 
Acordo de caráter normativo entre sindicatos (obreiro e patronal), em que se estipulam condições de trabalho aplicáveis às categorias por eles representadas.
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Fontes do Direito do Trabalho.
São Fontes Autônomas:
C) Regulamento Empresarial 
As normas internas da empresa, que regem as condições da prestação de serviços e estabelecem o Plano de Cargos e Salários, com a remuneração devida a cada cargo e função, constituem fonte de direito que se integra ao contrato de trabalho, não podendo ser alteradas para pior senão em relação aos empregados que ingressam na empresa após sua alteração (Súmula 51, I do TST). 
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Aplicação do Direito do Trabalho.
1.6. Aplicação do Direito do Trabalho no tempo e no espaço:
Critérios de aplicação das regras de Direito:
O critério geral de aplicação das regras de direito (para os vários ramos da árvore jurídica) é o da prevalência da:
A) 	Norma hierarquicamente superior, no caso de conflito entre os comandos nelas contidos (ex.: a Constituição prevalece sobre a lei e esta sobre decretos e portarias);
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Aplicação do Direito do Trabalho.
B)	Norma especial sobre norma geral (LINDB, art. 2º, §2º), no caso de haver disciplina jurídica especifica sobre parte da matéria que antes era tratada genericamente em determinada lei, tendo ambas vigência simultânea e destinações próprias (ex.: lei do atleta profissional em face da CLT).
Seara Trabalhista: o critério geral da hierarquia das normas não incide, uma vez que a regra em caso de conflito é a da aplicação da norma mais favorável ao trabalhador.
*
Aplicação do Direito do Trabalho.
A regra da prevalência da norma mais favorável, própria do Direito do Trabalho, comporta duas exceções:
1ª. Flexibilidade mediante negociação coletiva (CF, art.7º, VI, XIII e XIV) – admite-se a fixação de condições de trabalho menos benéficas do que as previstas em lei, desde que estabelecidas em convenções ou acordo coletivos; 
2ª. Acordo coletivo em relação a convenção coletiva: as condições estabelecidas em Convenção, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo (art. 620, CLT). 
*
Aplicação do Direito do Trabalho.
Nesse sentido, o art. 620 da CLT merece ser interpretado de forma sistemática, de acordo com a teoria do conglobamento (que pode ser também orgânico, quando comparadas às vantagens e desvantagens de instituto por instituto – Lei nº 7.064/82, art.3º, II), conforme julgado que segue:
	
	“PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS PREVISTA EM CONVENÇÃO COLETIVA – NÃO-PREVALENCIA SOBRE DISPOSIÇÃO DE ACORDO COLETIVO – TEORIA DO CONGLOBAMENTO – EXEGESE DO ART.620 DA CLT.”
	O art. 620 da CLT fala em prevalência das ‘condições’ estabelecidas em convenção coletiva, quando mais favoráveis àquelas previstas em acordo coletivo. O uso do plural leva ineludivelmente à conclusão de que o legislador não se afastou da teoria do conglobamento, segundo a qual cada instrumento normativo deve ser considerado no seu todo e não cláusula a cláusula isoladamente.
*
Aplicação do Direito do Trabalho.
Conflito de leis no tempo:
As regras básicas para solver os conflitos de lei no tempo são:
	A) Princípio da irretroatividade da lei: a lei nova não pode prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (CF, art.5°, XXXVI), de modo que, em nome da segurança jurídica, aquilo que já se incorporou ao patrimônio jurídico da pessoa não lhe pode ser retirado;
*
Aplicação do Direito do Trabalho.
Conflito de leis no tempo:
As regras básicas para solver os conflitos de lei no tempo são:
	B) Princípio da aplicação imediata da lei: as normas definidoras dos direitos tem aplicação imediata (CF, art. 5°, §1°). 
	C) Princípio da não-repristinação da lei: a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. (LINB, art. 2°, § 3°);
*
Aplicação do Direito do Trabalho.
Conflito de leis no tempo:
As regras básicas para solver os conflitos de lei no tempo são:
	D) Princípio da revogação tácita: a lei nova que não disponha expressamente sobre a revogação de lei anterior poderá revogá-la tacitamente quando (LINDB, art. 2°,§ 1°):
seja incomparável com a lei anterior;
disponha por inteiro da matéria objeto da lei anterior.
*
Aplicação do Direito do Trabalho.
Conflito de leis no espaço:
Em conformidade com o Código de Direito Internacional Privado (Código Bustamante de 1928), que foi
ratificado pelo Brasil, as leis trabalhistas e previdenciárias são de natureza territorial (art. 198).
Assim, vigorou por muito tempo, em matéria de Direito do Trabalho, a seguinte regra para solução dos conflitos de lei no espaço: deve-se aplicar a lei do lugar em que o contrato de trabalho for executado, e não a do lugar da contratação (critério da territorialidade).
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Aplicação do Direito do Trabalho.
Conflito de leis no espaço:
Com o advento da Lei n.º 11.962/2009, que alterou a redação do artigo 1º, da Lei n.º 7.064/82, passou a vigorar no Brasil a seguinte regra de aplicação do direito do trabalho no espaço:
	Será assegurada ao empregado transferido a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o disposto na Lei 7.064/82, quando mais favorável do que a legislação estrangeira, observado o conjunto de normas em relação a cada matéria.
*
Aplicação do Direito do Trabalho.
Conflito de leis no espaço:
Fica excluído do regime da Lei n.º 7.064/82 o empregado designado para prestar serviços de natureza transitória, por período não superior a 90 (noventa) dias.
Em decorrência da Lei n.º 11.962/2009 o TST cancelou, em 2012, a Súmula 207 que estabelecia o critério da territorialidade. 
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