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UNIDADE 2 REL TRAB X REL EMPREGO

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Curso de Direito
Disciplina: Direito do Trabalho I
PROFESSOR LUÍS ALVES DE FREITAS LIMA
Fortaleza, 2015.1
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Unidade II
Relação de Trabalho
X
Relação de Emprego
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Unidade 2 RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO
2.1. Conceito e distinção
2.2. Requisitos da relação de emprego
2.3. Espécies de trabalhadores sem vínculo de emprego: autônomo, eventual, avulso, estagiário, empreiteiro, voluntário, representante comercial autônomo
Conteúdo Programático
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2.1. Conceito e distinção:
Relação de Trabalho: É a relação que pressupõe qualquer liame jurídico entre dois sujeitos, desde que tendo por objeto a prestação de um serviço, autônomo ou subordinado.
Não há duvida que não só os contratos celetistas estão abrangidos na relação de trabalho, mas também boa parte dos contratos civis e comerciais.
Relação de trabalho é o antecedente de que a relação de emprego é o consequente.
Na verdade a Relação de Trabalho é o gênero, do qual se tem como espécie a relação de emprego. 
Relação de trabalho x Relação de emprego
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Assim temos que a relação de emprego é uma das espécies de relação de trabalho e é em torno dessa relação laboral que se construiu o Direito do Trabalho pátrio.
Espécies de Relação de Trabalho Subordinado:
Típico (a relação de emprego); 
Atípico (trabalho eventual, avulso, temporário, voluntário, dentre outros);
Especial, também denominado em regime diferenciado (trabalho rural, doméstico, artístico, dentre outros). 
Relação de trabalho x Relação de emprego
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Com exceção do trabalho subordinado típico, todas as outras formas de prestação laboral exibem um diferencial para que não se caracterizem como uma relação de emprego.
No caso do trabalho subordinado atípico se encontra presente o elemento subordinação, mas, por não haver alguns outros elementos da relação de trabalho subordinado típico, ou por eles se encontrarem de forma mitigada, não se deu àquela forma de trabalho a mesma proteção que o Direito trabalhista pátrio confere a este último.
Relação de trabalho x Relação de emprego
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No trabalho subordinado especial (ou em regime diferenciado), o trabalho subordinado se caracteriza por preencher todos os elementos da relação empregatícia, mas, em virtude de algumas características especiais que possuem os trabalhadores subordinados a cada tipo de regime jurídico de sua categoria, acabam por se diferenciar dos trabalhadores subordinados típicos. 
São empregados, mas, em razão de peculiaridades presentes a cada tipo de relação jurídica, possuem tratamento legal específico, com aplicação ou não de todos ou alguns dos dispositivos celetistas. 
Relação de trabalho x Relação de emprego
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Relação de Emprego: A relação de emprego é o contrato de trabalho ou de prestação de serviço que se configura como uma relação formal de trabalho (típico) e que define obrigações de um empregado perante seu empregador de maneira subordinada. 
O Contrato de Trabalho é feito com o consentimento de ambas as partes, e o vínculo empregatício, que é a relação de emprego em si determina a prestação dos devidos serviços dando em troca uma remuneração ao trabalhador. Essa relação é necessariamente de trabalho subordinado, não eventual e pessoal.
Relação de trabalho x Relação de emprego
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2.2. Requisitos da relação de emprego:
Em relação ao empregado:
Pessoa física
Pessoalidade
Onerosidade: empregado é um trabalhador assalariado, portanto, alguém que, pelo serviço que presta, recebe uma retribuição
Não eventualidade ou continuidade: Traduz-se pela exigência de que os serviços sejam de natureza não eventual, isto é, são necessários à atividade normal do empregador.
Subordinação: empregado é um trabalhador cuja atividade é exercida sob dependência (subordinação jurídica: sujeito a ordens) 
	
Relação de trabalho x Relação de emprego
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Trabalho à distância e subordinação:
Art. 6º, da CLT: Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. (Redação dada pela Lei nº 12.551, de 2011)
	
	Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio. (Incluído pela Lei nº 12.551, de 2011)
Relação de trabalho x Relação de emprego
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2.3. Espécies de trabalhadores com ou sem vínculo de emprego:
a) Eventual
Conceito: Aquele que presta a sua atividade para alguém ocasionalmente.
Diferencial: Precariedade
Estatuto: CC, art. 593
Vínculo de emprego: Não
b) Autônomo
Conceito: Aquele que trabalha por conta própria e independente diante daqueles para os quais presta continuadamente ou não os seus serviços. Estabelece e concretiza, cotidianamente, a forma de realização dos serviços que pactuou prestar. 
Diferencial: Independência/Não subordinação
Estatuto: CC, arts. 593 a 609
Vínculo de emprego: Não
	
Relação de trabalho x Relação de emprego
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c) Avulso
Conceito: Aquele que, através de mediação de terceiro agenciador dos serviços (OGMO ou sindicato) presta serviços de curta duração, mediante remuneração paga basicamente em forma de rateio procedido pelo agenciador dos serviços.
Diferencial: Não vinculação
Estatutos: 
	- Lei n.º 12.023/2009 (Trabalhador fora do Porto)
	- Lei n.º 12.815/2013 (Trabalhador do Porto)
Vínculo de emprego: Não
Relação de trabalho x Relação de emprego
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d) Agente e/ou Distribuidor
Conceito: Aquele que promove negócios ou distribui produtos em nome próprio mas à conta de outrem, mediante retribuição (representante comercial).
Diferencial: Independência
Estatuto: CC, arts. 710 a 721
Vínculo de emprego: Não (regra geral)
e) Corretor
Conceito: Aquele que trabalha na obtenção de negócios para outrem (intermediação).
Diferencial: Segue instruções
Estatuto: CC, arts. 722 a 729
Vínculo de emprego: Não (regra geral)
Relação de trabalho x Relação de emprego
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f) Transportador
Conceito: Aquele que trabalha no transporte de pessoas ou coisas por conta própria.
Diferencial: Independência
Estatuto: CC, arts. 730 a 756
Vínculo de emprego: Não
g) Empreiteiro
Conceito: Aquele que se compromete a realizar obra certa, recebendo remuneração pela obra realizada.
Diferencial: Remuneração por resultado
Estatuto: CC, arts. 610 a 626
Vínculo de emprego: Não
Relação de trabalho x Relação de emprego
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h) Aprendiz (empregado)
Conceito: Aprendiz é o jovem entre 14 e 24 anos que esteja matriculado e frequentando a escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrito em programa de aprendizagem. Caso o aprendiz seja pessoa com deficiência, não haverá limite máximo de idade para a contratação.
Diferencial: Finalidade Educativa
Estatuto: CLT (arts. 428 a 433) e ECA
Vínculo de emprego: Sim
Relação de trabalho x Relação de emprego
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i) Temporário
Conceito: Aquele que presta serviços à empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços.
Diferencial: Transitoriedade
Estatuto: Lei nº 6.019/74
Vínculo de emprego: Sim (com a empresa de trabalho temporário)
Relação de trabalho x Relação de emprego
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j) Doméstico
Conceito: Aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas.
Diferencial: Não lucratividade do tomador
Estatuto: Lei nº 5.859/72
Vínculo de emprego: Sim
k) Rural
Conceito: Aquele que presta serviços de natureza não eventual em propriedade rural ou prédio rústico a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.
Diferencial: Natureza do serviço
Estatuto: Lei nº 5.889/73
Vínculo de emprego: Sim
Relação de trabalho x Relação de emprego
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l) Voluntário
Conceito: Aquele que presta serviço não remunerado a entidade publica ou privada sem fins lucrativos.
Diferencial: Não remuneração
Estatuto: Lei nº 9.608/98
Vínculo de emprego: Não
Relação de trabalho x Relação de emprego
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m) Estagiário
Conceito: Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. 
Diferencial: Finalidade educativa
Estatuto: Lei nº 11.788/2008
Vínculo de emprego: Não (desde que cumprida a Lei específica)
Relação de trabalho x Relação de emprego
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n) Cooperado
Conceito: Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro. 
Diferencial: Os cooperados são sócios
Estatutos: Leis nº 5.764/70 e 12.690/2012
Vínculo de emprego: Não (desde que cumpridas as Leis específicas)
Relação de trabalho x Relação de emprego
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TRABALHADORES INTELECTUAIS:
Conceito: Trabalhadores intelectuais são aqueles cuja atividade pressupõe uma cultura científica ou artística, como o advogado, o médico, o dentista, o psicólogo, o artista, entre outros. 
Quanto mais intelectualizado o trabalho, mais a subordinação se dilui.
Durante muitos anos se combateu a existência de contrato de trabalho entre trabalhadores intelectuais e empresas, por se entender que a subordinação estava ausente.
Relação de trabalho x Relação de emprego
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TRABALHADORES INTELECTUAIS:
CF/1988 (art. 7º, XXXII): Proíbe qualquer distinção entre trabalhador manual, técnico e intelectual.
Proletarização dos intelectuais: estendeu-se ao intelectual a esfera normativa do Direito do trabalho desde que ele se posicione como sujeito de um contrato de trabalho.
Estando presentes as características do contrato de trabalho é claro que existe vinculo empregatício na relação contratual, de acordo com o Art. 3º da CLT.
Relação de trabalho x Relação de emprego
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CONTRATO DE APRENDIZAGEM:
Lei 11.180 de 23/09/2005.
Antes: Menor aprendiz (maior de 14 e menor de 18 anos). 
Hoje: Jovem aprendiz (maior de 14 e menor de 24 anos)
O conceito de aprendizagem está no Art. 62 do ECA que é a formação técnico-profissional ministrada ao adolescente ou jovem segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor, implementada por meio de um contrato de aprendizagem.
Relação de trabalho x Relação de emprego
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Contrato de aprendizagem (Art. 428 da CLT): É um contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.
O Contrato de Aprendizagem não pode ser prorrogado. A duração do contrato está vinculada à duração do curso de aprendizagem. O prazo máximo é de 2 anos.
Relação de trabalho x Relação de emprego
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Proibição de atividade insalubres, perigosas ou penosas. Observar Art. 227 da CF/88 e ECA.
Quem está obrigado contratar aprendiz: Os estabelecimentos de qualquer natureza, que tenham pelo menos 7 (sete) empregados, são obrigados a contratar aprendizes, de acordo com o percentual exigido por lei (art. 429 da CLT).
É facultativa para:
As microempresas (ME), 
Empresas de pequeno porte (EPP), 
Inclusive as que fazem parte do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições, denominado “SIMPLES”.
Relação de trabalho x Relação de emprego
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É facultativa para as Entidades sem Fins Lucrativos (ESFL) que tenham por objetivo a educação profissional, mas apenas aquelas que ministram cursos de aprendizagem (art. 14, I e II, do Decreto nº 5.598/05).
As empresas públicas e sociedades de economia mista também estão obrigadas a contratar aprendizes?
	
	Sim, podendo-se optar pela contratação direta, hipótese em que deverão fazê-lo por processo seletivo divulgado por meio de edital ou, indiretamente, por meio das ESFL – Entidades sem fins lucrativos - (art. 16 do Decreto nº 5.598/05).
Relação de trabalho x Relação de emprego
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Qual é a cota de aprendizes a serem contratados?
	A cota de aprendizes está fixada entre 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, por estabelecimento, calculada sobre o total de empregados cujas funções demandem formação profissional. As frações de unidade darão lugar à admissão de um aprendiz (art. 429, caput e § 1º da CLT).
São excluídas da base de cálculo da cota de aprendizagem as seguintes funções:
	* 	as que exijam formação de nível técnico ou superior e os cargos de direção, de gerência ou de confiança;
	* os empregados em regime de trabalho temporário, instituído pela Lei nº 6.019/73;
	* os aprendizes já contratados.
Relação de trabalho x Relação de emprego
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Salário do Aprendiz: Salário mínimo hora.
Composição do salário = horas práticas + horas teóricas + dsr + feriados.
Alíquota do FGTS: 2%
Contribuição Sindical: Recolhimento obrigatório. 
Falta no curso de Aprendizagem: Desconto no salário.
Relação de trabalho x Relação de emprego
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Jornada de trabalho legalmente permitida:
	-	06 horas diárias: Não conclusão do ensino fundamental. Horas teóricas + horas práticas. Exemplo: 02 horas no curso e 04 horas na empresa. (Art. 432, caput, CLT).
	- 	08 horas diárias: Concluído o ensino fundamental. Horas teóricas + horas práticas. Exemplo: 02 horas no curso e 06 horas na empresa. (Art. 432, § 1º, CLT).
Relação de trabalho x Relação de emprego
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Não é, portanto, possível uma jornada diária de 8 horas somente com atividades práticas.
Durante as folgas das aulas teóricas o aprendiz pode cumprir jornada integral na empresa.
Em qualquer caso, a compensação e a prorrogação da jornada são proibidas (art. 432, caput, da CLT).
Trabalho domingos e feriados: é permitido, desde que a empresa possua autorização para trabalhar nesses dias e seja garantido ao aprendiz o repouso, que deve abranger as atividades práticas e teóricas, em outro dia da semana. 
Relação de trabalho x Relação de emprego
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Menor de 18 anos é proibido:
Trabalhador urbano: das 22hs de um dia e às 5hs do dia seguinte.
Trabalhador rural: das 21hs de um dia e às 5hs do dia seguinte, na lavoura.
Trabalhador rural: das 20hs de um dia e às 4hs do dia seguinte, na pecuária.
Relação de trabalho x Relação de emprego
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