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Matéria Direito Administrativo II

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DIREITO ADMINISTRATIVO II
Professor: Rainaldo 
27/07/2017
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO ESTADO
A primeira coisa que temos que saber é que obrigação é diferente de responsabilidade. Há uma tendência de chamarmos obrigações de responsabilidade, mas não é. O código civil, penal, tributário, CDC, todas as estruturas de leis que criem direitos, criam direitos e obrigações.
Obrigações: 
Primárias: São as obrigações que o direito cria, que vemos estudando. O livro 2 do código civil chama de obrigações. Portanto, até hoje estamos aprendendo apenas obrigações. Vão ser de natureza:
Contratual: Decorrer de um ato bilateral, porque tem uma dupla manifestação de vontade.
Extracontratual: Neste caso, ela será unilateral, Não decorre do conjunto de duas vontades. Em regra, vão decorrer da lei. Ex: O direito de responsabilidade civil; direitos de propriedade. 
Derivada/sucessiva: É quando a obrigação primária é descumprida. É a obrigação que nasce com a quebra da obrigação original. Só vai acontecer se, por ventura, desobedecer o contrato, descumprir alguma regra da lei. Portanto, surge com o descumprimento contratual. Essa obrigação derivada/sucessiva é o que vamos chamar de RESPONSABILIDADE.
A responsabilidade é uma obrigação derivada que nasce com a quebra/descumprimento de uma obrigação primária. 
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL
Essas obrigações vão trabalhar com uma obrigação legal que é estabelecida por uma estrutura da responsabilidade civil. Essa obrigação legal seria, nesse caso, uma obrigação de não fazer, se consubstanciando em uma obrigação de NÃO causar dano a terceiro. Essa é a obrigação negativa que foi imposta por lei para nós. Temos aqui o artigo 186 do CC/02. Art. 187 CC/02 (abuso de direito). 
O direito nacional ou estrangeiro se apresentou na estrutura da Cláusula Nemenem Laedere, que é a obrigação negativa de não gerar dano à terceiro. Portanto, agora, a obrigação de não fazer citada acima, vamos chamar de Cláusula Nemenem Laedere. 
Todo direito também usa uma estrutura que foi trabalhada do principio da intangibilidade das esferas jurídicas. Princípio este criado por José Cavalcante Pontes de Miranda, que trabalha com o princípio acima citado. Tal princípio diz que cada pessoa está envolta numa esfera jurídica, tendo essa esfera um núcleo central, sendo esse núcleo em dignidade humana. A espera de proteção do núcleo central são os direitos fundamentais. É essa esfera que deve ser protegida no direito. Portanto, a dignidade humana esta sendo exercida de forma satisfatória quando nossos direitos fundamentais estiverem sendo desenvolvidos e produzidos pelo estado. Os seus direitos fundamentais são intangíveis, são irrenunciáveis. Quando direitos fundamentais de pessoas diferentes começarem a colidir dentro da sociedade, vamos começar a obrigar a parte que ocasionou o dano a reparar o dano, aplicando a Cláusula Nemenem Laedere. 
Vamos começar a conversar acerca das teorias da responsabilidade civil:
Teoria da irresponsabilidade: É a teoria que se aplicou no período do despotismo; no período dos monarcas. Neste momento, a regra da teoria basicamente se explica, porque vai dizer que neste momento os danos causados por atos estatais não geravam responsabilidade para o Estado. Ainda que o Estado causasse dano a terceiro, ele não era obrigado a reparar. Por isso se chama teoria da irresponsabilidade. Aqui usou-se a famosa frase “The King Can Do Not Wrong” (O rei não é errado). Os livros gostam de dizer que era a regra da “inerrância”, uma vez que o rei não errava. 
Teorias privadas: Vai começar pós-revolução francesa. Somente depois da revolução francesa que vamos começar a encontrar algum resquício de mudança. Temos então duas teorias dentro dessa teoria:
Teoria de ato Império e ato gestão: Os atos de império eram os atos que eram praticados pelos soberanos. Era chamado ato de soberania do rei. Se for um ato de soberania do rei, sob este ato havia irresponsabilidade. Aqui está os chamados “Ius Imperium”. Os atos de gestão são aqueles que não fazem parte da estrutura do Estado, estando ligados a serviços públicos, serviços de conservação, aos bens públicos. Não são praticados pelos soberanos, mas sim pra quem trabalha pelo Estado. Neste ato havia responsabilidade civil. 
Teoria da responsabilidade comum: Diz que a responsabilidade do Estado é equiparada à responsabilidade do particular. Se a responsabilidade do Estado é igual à do particular e o particular responde pela responsabilidade subjetiva, o Estado também responde dessa forma. Então, vai ter que apresentar uma conduta, que é de ação ou omissão; apresentar um dano; apresentar um nexo de causalidade e uma culpa. No código civil de 1916, o artigo que falava da responsabilidade civil era o artigo 159. 
Teorias publicistas: Elas vão nascer de uma estrutura diferenciada. Na França, que é um berço de estudo de responsabilidade civil, tivemos uma menina chamada Agnes Blanco (famoso caso blanco) que foi atropelada por um vagonete da companhia de fumo francesa e a família dela processou o Estado e o conselho de estado francês, que o órgão administrativo que faz a estrutura de resolução de conflitos contra o estado, apresenta uma decisão que vale para todos nós, dizendo que, em matéria de responsabilidade civil do estado, temos que começar a trabalhar um novo regime jurídico, em que o Estado não vai estar no mesmo patamar do particular no que tange à responsabilidade. Dessas decisões, a começar pelo caso acima, começam as teorias abaixo:
Teoria da culpa administrativa: Se eu estou falando de culpa, estou falando da modalidade subjetiva (que é obrigado a provar culpa). Aqui a responsabilidade ainda era subjetiva. Esta teoria é uma teoria de transição da responsabilidade subjetiva para a objetiva. Essa teoria tem de importante que nesta teoria foi estabelecido uma “culpa especial”, em que vamos dizer que há uma presunção em desfavor do Estado, ou seja, em favor da vítima. Há uma presunção relativa (relativa porque se permite prova em contrário) de responsabilidade do Estado, invertendo o ônus da prova. Se antes tínhamos que provar que o Estado estava errado, agora vamos ter a inversão do ônus da prova, cabendo ao Estado, e não à vítima, provar que não foi ele o causador do dano. Isso é a culpa especial (é a famosa teoria da culpa), esta que gera uma presunção. Três situações que foi estabelecida presunção em favor da vítima:
Quando o Estado for omisso. Quando Estado tinha uma obrigação de fazer a não fez. Se o Estado é omisso, presumia-se que ele tinha agido com culpa, cabendo ao Estado provar que não tinha sido omisso. 
Quando o Estado faz um ato comissivo. O Estado age por ação e a ação dele gerou um dano. Se a ação dele gera um dano, é natural que vamos começar a dizer que presumia-se que ele é responsável por esse dano até que ele (o Estado) provasse o contrário. 
Quando o Estado teve uma conduta parcial, ou seja, tinha feito algo pelas metades. É quando, por exemplo, o Estado precisa fazer um muro de 5 metros e ao invés disso, faz um de 3 metros. 
O STF E O STJ SUSTENTAM PARA OS CASOS DE OMISSÃO ESTATAL A TEORIA DA CULPA ADMINISTRATIVA.
Teoria do risco: Nasce justamente numa necessidade que temos de criar uma responsabilidade que não nasce de negligencia, imperícia e imprudência. É a teoria que vigora, por exemplo, no CDC, é a do risco da atividade. Essa teoria trabalha com dois princípios: 
Igualdade: Vamos ter uma divisão igualitária do ônus e do bônus da atividade pública. Os bônus são os serviços públicos (serviços de saúde, educação e segurança). Os ônus são aquelas situações que o Estado cria restrições aos nossos direitos, tendo que ser divididas igualitariamente em que toda coletividade tem que respeitar tais restrições. Então, os Bônus são as vantagens que o Estado dá e os ônus são as restrições, ambos tendo que ser divididos igualitariamente. Para a teoria do risco, essas restrições trazidas pelo Estado, podem ser restrições tanto de atos lícitos (ex da obra da leitãoda Silva que não acaba nunca e gerou prejuízo aos comerciantes do local) quanto de atos ilícitos. 
Solidariedade: Quando o ato lícito ou ilícito gerar algum dano. Consubstancia-se numa regra que diz que toda a coletividade vai responder pelos danos. Todo o grupo social vai responder. Obs. útil: O Estado responde por precatório toda vez que sua dívida ultrapassar 60 salários mínimos. Quando for abaixo, vai pagar em um prazo de 60 dias. São os impostos que vão sustentar os danos que o Estado tem que reparar. 
Portanto, no direito administrativo, nascem dois tipos de risco:
Risco Integral: A conduta que vai ser adotada, seja de ação ou omissão, a responsabilidade será objetiva. Só que o risco integral tem uma característica importante, que é que não podemos alegar as excludentes de responsabilidade (como visto abaixo), sendo essa a diferença do risco administrativo para o risco integral. No risco integral será necessário provar o nexo de causalidade, tendo a parte que provar a conduta, dano e nexo; quando eu provar a conduta, dano e nexo, o autor do dano pode alegar apenas duas matérias de defesa: falar que não tem nexo nenhum; e o contestar quantum indenizatório. O risco integral só acontece APENAS em determinadas hipóteses:
Dano nuclear: A fundamentação é que a atividade de exploração de energia nuclear é um dos poucos monopólios que a União tem. Portanto, a doutrina aceita que tal dano esteja enquadrado nas hipóteses. Ex: O rapaz trabalha em uma das angras e teve um câncer e pediu indenização na justiça por danos morais e materiais. No laudo medico o câncer não tinha haver com exposição à radioatividade, mas sim por hereditariedade. No caso, provou-se que não tem nexo, não cabendo indenização.
Acidente aéreo decorrente de atentado terrorista: Se acontecer algum acidente aéreo decorrente de atentado terrorista, o Estado (União) vai indenizar.
DPVAT: Seguro obrigatório que se paga quando se renova o documento do veículo anualmente. Não exige nenhum tipo de demonstração de nada, apenas que aconteça um acidente com veículo automotor em via terrestre. Não cabe só ao acidentado, mas também quem causou o acidente. Duas decisões do STJ: STJ (sumula 257) decidiu que ainda que não tenha feito o pagamento do DPVAT em dia, você tem direito a receber o valor do seguro; e o STJ decidiu que o valor que você receber do DPVAT será abatido da indenização que o autor do dano dará à pessoa que ele feriu. Portanto, o valor do DPVAT é uma forma de antecipar a indenização. 
Decisão de 2014 do STJ dizendo que dano ambiental é risco integral: Ex: Todas as vítimas de Mariana vão ter que provar o nexo e a empresa vai poder apenas discutir o quantum. Não pode botar a culpa na vítima, em terceiro ou força maior. 
Risco administrativo: O direito brasileiro adota o risco administrativo. Art. 37, §6º. No risco administrativo, podemos alegar as excludentes de responsabilidade: Culpa exclusiva da vítima; culpa do terceiro e caso fortuito ou força maior. Características do risco administrativo: 
A modalidade de responsabilidade é a modalidade objetiva. 
O Estado responde pelos atos lícitos e ilícitos.
Institui o Estado como garantidor (é aquele que, por lei, ato ou contrato ou por circunstância, assume o risco). O Estado está como garantidor porque ele assume o risco. 
02/08/2017
DECISÃO MAIS IMPORTANTE DO STF E STJ NO QUE TANGE À RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Art. 37, §6º, CF: Em regra a responsabilidade é objetiva.
O STF olha para a expressão “danos que seus agentes causarem” que é dita no citado acima. O STF diz que “causarem” é uma conduta de ação/conduta comissiva. O dano que o agente causa, para o STF, ele causa fazendo uma ação (médico do SUS que opera errado e o cara morre; Servidor que se exalta com o cidadão e agride ele...). 
O Supremo, junto com o STJ, diz que quando as condutas forem de ação, a responsabilidade será objetiva; Quando a conduta for de omissão, a responsabilidade é subjetiva.
É a decisão mais famosa que o STF tem em matéria de responsabilidade civil do Estado, porque ele fez uma interpretação da expressão “causarem” nos sentidos acima. 
FICAR ATENTO AO QUADRO ABAIXO:
	CONDUDA
	MODALIDADE DE RESPONSABILIDADE
	TEORIA
	FUNDAMENTO
	Ação 
	Objetiva
	Teoria do Risco administrativo
	Art. 37, §6º, CF
	Omissão
	Subjetiva
	Teoria da culpa administrativa
	Decisão do STJ e STF citadas acima
	Ação ou Omissão
	Objetiva
	Teoria do Risco Integral
	Hipóteses específicas ditas nos temas acima.
PRINCÍPIOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Princípio da Primazia do Interesse da Vítima: 
Começou-se a estudar o seguinte: 
1ª: Culpa
2ª: Dano: Aprendemos que dano = prejuízo. Sobre um formato patrimonialista, dano tem que ser provado um prejuízo, chamando esse dano de dano material, dividido em danos emergentes (o que perdeu) e lucro cessante (o que deixou de ganhar). Depois disso, começa a nascer a ideia do dano moral, que é a maior quebra do paradigma referente à discussão de dano. A primeira ideia que tivemos de dano moral é que ele é decorrente de um dano material, portanto, entendia-se que se alguma conduta gerasse algum prejuízo e esse prejuízo fosse intenso, têm-se o dano moral. Ex: perder a mão no acidente de trabalho. Em um segundo momento, nasce o dano moral puro, que é quando não necessita ser decorrente de um dano material, ou seja, dano moral é dano moral. Fala-se que temos dano moral quando temos dor e sofrimento psíquico, tendo essa dor e sofrimento psíquico que estar fora da normalidade, algo exorbitante. Contudo, abriu-se uma subjetividade, tendo que o juiz analisar o quanto você sofreu o não, entrando nos sentimentos do juiz. Ex: juiz religioso julgar algo referente à religião vai dar um dano moral alto. Em um terceiro momento do dano moral, temos dano moral quando tivermos a quebra de um direito fundamental. Portanto, temos que ter um dano anormal, mas um dano anormal que quebra um direito fundamental (igualdade, liberdade, propriedade, ir e vir...).
3ª: Nexo de causalidade: “Vamos abrir um tópico mais pra frente sobre o nexo de causalidade”. A teoria adotada no direito brasileiro é a da causa direta e imediata para fundamentar o nexo de causalidade.
Estudamos ação culposa, dano e nexo... Mas em que momento o direito vai olhar para a figura prejudicada, ou seja, a vítima? O direito se debruçou em uma dogmática em que se estuda tanto o autor do dano, o nexo e o dano que se gerou que se esqueceu de estudar quem se deu mal. Aí que nasce a constitucionalização do direito, que é quando fazemos a substituição do “ter” pelo “ser”. Quando o direito começa a abandonar seu aspecto patrimonialista (onde só quer evitar o enriquecimento sem causa) e começa a avaliar o direito pelo aspecto existencialista, em que o desequilíbrio se aponta não mais para o autor do dano, mas para a vítima. É nesse momento que surge o Princípio da Primazia do Interesse da Vítima. Ex: Tem uma discussão na esfera de responsabilidade civil sobre transportes interestaduais. Está indo pra BH, quando o ônibus está numa curva e um caminhão vem na contra mão e ônibus se joga para a ribanceira para não bater e todo mundo do ônibus morre. Ao entrar com ação contra a empresa de ônibus, ela diz que o motorista do caminhão é culpado. Pela dogmática, tem uma saída que é alegar isso. Então, o STF disse (súmula 187) que a empresa de transporte interestadual não pode alegar culpa de terceiro em acidentes, cabendo direito de regresso. O risco é dela, ela tem que assumir o risco. Agora se entende o porquê de ter um seguro nas viagens interestaduais. Então, está, como no exemplo acima, olhando para o lado da vítima, não em discussão de quem causou o dano. 
Princípio da solidariedade: Configura uma necessidade de um trato social adequado, entre os membros da comunidade. 
Art. 3º, I, CF. 
Ex de conduta social: Quando o sinal amarela ele tem que parar ao invés de apertar o acelerador para passar. Se fizéssemos isso, teríamos uma economia muito grande em demandas judiciais,homicídios culposos e acidentes de transito. 
O STJ fundamenta na quebra da conduta social em duas decisões em que há tal quebra.
A quebra desse princípio que faz o Brasil ser uma bosta do jeito que é. 
Princípio da reparação integral: É um movimento que está adotado no fundamento jurídico do restitutio in integrum.
Art. 944, CC/02.
Tem por objetivo o reequilíbrio da situação jurídico-econômica que foi feita com o dano. Este reequilíbrio tem a função de retornar a situação ao Status Quo Ante. 
Aqui englobam todos os danos (moral, estético, material...).
Princípio da função social da responsabilidade civil
Função tem que traduzir a ideia de Dever. Todos os institutos jurídicos tem que atender um conclamo social. Toda dogmática de direito tem que cumpri sua função social. É um dever que foi criado para o legislador, intérprete e para todos que integram tal dogmática.
A responsabilidade civil, antigamente, foi sempre sobre uma ideia de uma função de reequilíbrio, através de uma indenização pelo dano. Quando faço uma função de reequilíbrio, estou apenas analisando os efeitos e nunca estou buscando mexer nas causas que geraram o dano. Então, começaremos a ver uma função social que vai além da função de reequilíbrio, mantendo um equilíbrio. Começa-se a trabalhar então para evitar que o dano ocorra, ao invés de esperar acontecer para reparar. Vamos ter aí medidas para evitar a ocorrência do dano. 
Vai se subdividir em funções da responsabilidade civil:
1ª: Função reparatória: Visa reequilíbrio; Visa retorno ao status quo ante; é a função que se dá para termos uma indenização. Nesta função, consegue-se reparar o dano. Se o dano consegue ser reparado na prática, estamos falando do dano moral (dano emergente e lucro cessante). Portanto, Danos materiais são reparados e danos morais são compensados.
.2ª: Função compensatória: Também busca o reequilíbrio. Contudo, nesse caso, a compensação nós fazemos quando o dano não for de valor certo, mas for dano que não tem valor econômico. A função compensatória se dá para os danos morais. O STJ tem uma tabela para os danos morais. Portanto, Danos morais são compensados e danos materiais são reparados.
3ª: Função Preventiva: É a função que vai buscar o equilíbrio, porque é a busca para que não ocorra o dano ou para que esse dano não se repita. Nós vamos trabalhar aqui a ideia do que nós importamos dos EUA, que é a ideia do Punitive Damage. Punitive Damage vamos ter que a decisão do juiz vai dar uma condenação por dano material, moral (caso haja) e ter um acréscimo de indenização para o desestímulo para aquela conduta e para que as pessoas que virem você pagando esse acréscimo não fazerem o mesmo. 
03/08/2017
4ª: Função punitiva: Visa também o desestímulo e ela é chamada por toda doutrina de função pedagógica da indenização do dano moral. 
Princípio da Razoabilidade e proporcionalidade
O STJ vai dizer para analisar:
A gravidade do fato
Repercussão social que este fato fez
Condição econômica da vitima e do autor do dano.
Esses critérios acima têm como objetivo evitar que a indenização sirva como instrumento de enriquecimento sem causa. O Juiz vai analisar tais critérios em relação ao quantum indenizatório. 
O STJ tem decisão sacramentada dizendo que no que diga respeito ao dano moral, dizendo que, em matéria de exceção, o STJ poderá rever o quantum referente ao dano moral em duas situações: Quando tivermos um dano moral muito alto ou muito baixo, baseando-se no princípio da proporcionalidade e razoabilidade para que a decisão não tome o rumo do enriquecimento sem causa. 
Portanto, a regra é que recurso especial não tenha função de avaliar situações de fato (súmula 7 do STJ). Então, o explicitado acima são exceções. O STJ fala que vai afastar a aplicação da súmula 7 quando tiver uma indenização muito alta ou muito baixa. 
ELEMENTOS/FILTROS/PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Conduta: Com relação à conduta, aprendemos está referida à uma conduta de ação ou omissão (como ensinado mais acima na matéria).
Ação: Responsabilidade objetiva. Aqui vamos aplicar a teoria do risco, podendo ser tanto o risco integral quanto o administrativo.
Omissão: Responsabilidade subjetiva. Aqui vamos plicar a teoria da culpa administrativa. 
Dano: Elementos que compõem o dano:
1º: O dano tem que ser jurídico, que é o dano a uma quebra de algum direito, a violação de algum direito fundamental que temos. Essa violação vai gerar a responsabilidade. Não há indenização, em regra, de dano meramente econômico, em que o STJ entende que se dentro da relação jurídica não tiver uma quebra de direito, não há que se falar de indenização. Ex de dano meramente econômico: Inadimplemento contratual. Mas se o contrato tiver algum tipo de prestação à dignidade da pessoa humana, vai ter um dano jurídico, cabendo dano moral. Ex: Contrato referente à plano de saúde que te oferece um tratamento mas na hora que pede a internação, o plano nega a internação. 
2º: Além de o dano ser jurídico, tem que ser um dano anormal, que é o dano que nasce da quebra das relações naturais da convivência em sociedade, que extrapola tais relações. Nesse caso, o STJ vai dizer que essa ausência de normalidade seja justificada pela teoria do mero aborrecimento. Teoria essa que o STJ entende que pode ate ter o desgaste entre duas pessoas, mas tem que ter o mero aborrecimento. Ex: Porta Giratória de Banco quando a pessoa não consegue entrar, dentro da proporcionalidade e razoabilidade. 
3º: O dano, além de ser jurídico e anormal, tem que ser específico, que é trabalharmos com quem é o causador do dano e quem é a vítima. Ocorreu uma relativização, nascendo o dano moral coletivo, uma vez que não tem mais que usar o critério subjetivo da dor e sofrimento, mas o critério objetivo da quebra do direito fundamental (matéria acima).
Modalidades de dano:
Dano Material: É o dano que nos permite exigir reparação, porque temos como quantificar a perda, podendo ser reparado. Ele vai se subdividir em:
Danos emergentes: É a perda/diminuição econômica imediata que a parte tem.
Lucro cessante: É uma interrupção de um ganho que a parte iria ter, de um ganho futuro. A jurisprudência entende que o lucro cessante obrigatoriamente tem que ser provado. É uma modalidade muito difícil de provar. Não pode ter natureza estimatória (ex: eu iria ganhar tanto...). 
Dano Estético: É algum tipo de deformidade que foi gerada ao cidadão. Manchas, cicatrizes, perda de membros, são exemplos do que vai configurar dano estético. Esse dano é um dano in re ipisa, ou seja, dispensa produção de provas, não precisando ter uma perícia de uma pessoa que juntou uma foto do processo do dano causado. A quebra do direito fundamental por si só é suficiente para comprovar o dano. Aqui não tem o que contestar, terá que indenizar. Temos duas grandes discussões que o dano estético trouxe:
O dano estético pode ser cumulado com o dano moral (súmula 387, STJ). 
O STJ disse que não há nenhum tipo de problema em pedir tutelas liminares de natureza definitiva. 
Dano Moral: Estamos passando o critério subjetivo da dor e sofrimento e estamos adotando um critério objetivo de quebra de um direito fundamental (de propriedade, integridade física, intimidade, dentre outros...). 
Cumulação: Vamos poder cumular dano material com dano moral (sumula 37, STJ) e pode ser cumulado dano moral com dano estético (sumula 387, STJ). 
Dano moral objetivo: É aquele dano que está propriamente determinado como o dano que ocorreu. É o chamado dano presumido, dano in rei pisa. Configurou, acabou! Não há que se discutir se houve dano ou não, porque HOUVE. Vai apenas discutir o quantum. Ex: Quando mexemos com o direito ao nome, tendo uma inscrição irregular no cadastro negativo (SERASA). Ex2: Dano estético. Ex3: Danos que atentem contra a dignidade humana, como a historia da juíza que chegou uma moça que fez um pequeno delito, a juíza botou a moça numa cela masculina. Na troca de turno, não vigiaram ela e oshomens vestiram a menina de homem e abusaram dela. O STJ diz que gestor público que não faz licitação, salvo as hipóteses que a lei permite, o dano para o erário é in rei pisa e ele vai tomar uma improbidade e acabou, não precisando provar o prejuízo. 
Dano moral subjetivo: É o dano que não é presumido, ele é um dano que vamos ter que necessitar de fazer a prova da quebra do direito fundamental. Como não vamos mais avaliar dor e sofrimento, com o passar dos anos, o STJ cria categorias aonde ele vai gerando o dano moral. Ex de categoria: Quando alguém mata seu animal de estimação (que antes eram considerados bens semoventes), começamos a olhar para os bichos de estimação como parte da família, gerando o dano moral. Outra coisa com relação às categorias: Direito de paz na sua casa, vindo do direito fundamental de segunda geração de moradia. Ex: Música alta seguidas vezes, virando a noite. Direito à personalidade também; direito da integridade física, etc... 
09/08/2017
Dano a Pessoa: A doutrina tem entendido que o dano moral tem um caráter patrimonialista que nós tínhamos e nessa estrutura nós nos confundíamos nas expressões dos Danos morais. Então a doutrina tem entendido que temos dano à pessoa. A professora Maria Celina Bodin Morais, em seu livro Dano Moral e a Dignidade da Pessoa Humana, diz que temos um dano à pessoa e este dano é um dano objetivo e subjetivo:
Objetivo: Seriam os bens que a pessoa tem, móveis, imóveis, semoventes. 
Subjetivo: Um dano à pessoa que tivesse ligado à Dignidade Humana. Ex: pedreiro caiu, chamou o SAMU e o SAMU não prestou socorro. O pedreiro, por causa dessa omissão do socorro, veio a falecer. No caso, pode-se pedir um dano pois é um dano à pessoa em caráter subjetivo. Diz respeito à vida, dignidade, integridade física, imagem, intimidade, nome, etc... 
O professor Peruano Sossarego, da Universidade católica do Chile, fala muito sobre esse tema. 
Sergio Cavalieri Filho também fala do dano moral no sentido estrito e no sentido amplo:
Sentido Estrito: Seriam os danos referentes à dignidade humana.
Sentido Amplo: Outros bens jurídicos que são atingidos dentro da dignidade humana (bens materiais, etc...). 
A Doutrina não quer mais chamar o dano moral de dano moral, querendo trocar para Dano à Pessoa. Nós estamos migrando para a expressão “Dano à Pessoa”. 
Critérios que o STJ usa para estabelecermos o dano moral: Não há um consenso, pois temos dois modelos de critério, contudo, vamos falar de um critério só, que se divide em 5:
1) Analisar a gravidade e a extensão do fato.
2) Analisar a culpa (em sentido amplo, ou seja, dolo ou culpa) do agente. 
3) Analisar a condição econômica desse agente e da vítima, para que não haja enriquecimento sem causa e para que a indenização não seja irrisória. 
4) Analisar a participação da vítima. Muitas vezes a vítima colaborou para a gravidade do evento. 
5) Analisar as condições especiais da vítima. Ex: o autor é um pastor da igreja e é acusa de estupro. Nesse caso, presume-se que ele não teria feito por ser pastor.
Sistema bifásico do dano moral: Estamos reverenciando o direito do precedente. É um sistema que estabelece um critério objetivo respeitado pelo direito do precedente.
1ª Fase: Se existem casos iguais e semelhantes e qual foi o valor do quantum para esses casos, pautando em um critério objetivo, sem levar em consideração o que ele acha mas sim as pesquisas feitas por ele. Contudo, não será feito na prática pelos juízes, uma vez que eles não tem tempo pra fazer tal coisa, pois tem muitos processos para cuidar.
2ª Fase: Depois que ele achou o valor da fase acima, o juiz vai ver as peculiaridades do caso e ai vai então ver se há um aumento ou diminuição dessa indenização. 
Categorias especiais de dano moral (olhar Dano Moral Subjetivo na matéria acima):
Perda de uma chance: Teoria francesa importada para o Brasil por Sergio Cavalieri Filho. Na perda de uma chance temos que um evento vai acabar impedindo que a pessoa goze de uma situação jurídica posterior. O critério que a doutrina é um critério objetivo que diz que tem que se provar nexo de causalidade entre o evento e a chance perdida. Ex (de Sergio Cavalieri): Quando o advogado perde um prazo numa causa que havia um direito bem fundamentado da parte (a probabilidade do sucesso desse direito é uma coisa que estava MUITO bem fundamentado e perdeu o prazo), entende-se que há dano moral pela perda de uma chance. Ex: Pessoa internada num hospital municipal e precisava ser transferido pra um hospital maior em que tinha um tratamento essencial para ele e não foi transferido e teve um agravamento na situação clínica. Essa pessoa entrou com uma ação por perda de uma chance, porque se ele fosse transferido no tempo certo, o quadro dele não teria se agravado. Temos casos que não aceita-se perda de uma chance: 1) Questões de concurso público. Ex: foi eliminado por um concurso porque a administração da banca corrigiu a primeira fase errado e falou que passaria na próxima fase, contudo, o STJ disse que não tem garantia que ele ia passar na segunda fase. 
Dano moral indireto, reflexo ou por ricochete: Também vem do direito francês. Vamos ter que uma causa vai gerar um dano à alguém e esse dano será direito só que essa mesma causa também gera, de forma reflexa, o dano à outrem. A vítima do evento é “A”, só que esse dano vai refletir para “B”. Na pratica, esses danos são feitos em caso de morte, em que pais, esposa, filhos e dependentes são reflexamente atingidos pelo dano “morte”.
Dano existencial: É o dano ligado à dignidade da pessoa humana, danos de existencialidade. Se subdivide em dois:
Dano da perda do projeto de vida: Estamos ligados, como a doutrina gosta de dizer, à coexistencialidade da pessoa humana e aos seus projetos pessoais. Portanto, está ligado à autonomia da vontade, é um direito de autodeterminação do seu projeto de vida, à sua liberdade. Ex: Assédio moral e assédio sexual, pessoa que está presa a mais tempo que o devido. 
Dano da perda do convívio social: Temos que conversar sobre Dano Dumping Social (Dumping seria uma questão ligada a concorrência desleal usando sua capacidade financeira para ter vantagem como, por exemplo, jogar seus preços lá em baixo até quebrar as outras empresas). Dumping é uma tentativa de derrubada dos direitos trabalhistas. Ex: Moça chinesa sem tirar 1 dia de férias depois de 20 anos de trabalho. São situações em que a regra da hierarquia excede a razoabilidade, portanto, não pode chegar a um ponto que seu chefe destrua seu convívio social.
Dano Moral Coletivo: Aqui se ultrapassou a ideia de que tem que identificar a vítima do dano, em que a sociedade não poderia sofrer dano moral. Anteriormente alegava-se que a sociedade não podia ter dor e sofrimento, só que esse conceito está ultrapassado. Atualmente o dano moral não é mais dor e sofrimento mas um dano anormal a direitos fundamentais. Começou a permitir o dano moral coletivo porque temos também a situação dos direitos fundamentais de 3ª geração (direitos transindividuais ou difusos ou coletivos). STJ1: O dano moral coletivo não pode ser conhecido de ofício pelo juiz. STJ2: Quem vai fazer o pedido do dano moral coletivo é o MP. STJ3: Dano moral coletivo não precisa dor e sofrimento. STJ4: O valor da indenização é destinado à fundos específicos e não às vítimas. O dano moral coletivo é canalizado para o que vamos chamar de litigante contumaz. Ex: banco pega os funcionários e faz desvio de função, promovendo o cara e não pagando ele, trabalhando como gerente recebendo como caixa. 
Nexo de causalidade: Toda ideia da causalidade parte da causa efeito e ai nasce, as teorias da causalidade. O nexo de causalidade é liame (ligação) entre a conduta e o dano. Tenho uma conduta de ação ou omissão, mas para que tenha uma indenização, temos que provar um nexo de causalidade. O nexo de causalidade que se usa no direito penal é diferente do que se usa no direito civil. Temos uma sequencia de eventos e temos que configurar qual eventoé importante para o direito e que vai dar causa ao dano. Temos uma linha causal e vários eventos acontecem dentro dela, mas tem um evento que vai ter relevância jurídica para nós. Ex: estava de carro, em uma via publica e passei o sinal vermelho e causei acidente, o evento “estar de carro” e “passar na via publica” não são relevantes, mas sim o evento “passar no sinal vermelho”. Este evento importante para o direito é chamado pelo STF de causa direta e imediata, tendo sido essa causa que gerou condições para que o dano ocorresse. 
10/08/2017
Teorias do nexo de causalidade: 
1ª: Teoria da relevância jurídica: o evento que vai gerar o dano ele tem que ter relevância jurídica suficiente para que possamos configurar dano. Ex: casal apaixonado vai passar a lua de mel nas montanhas e acendem a lareira. E, depois de uma orientação errada do chalé, uma fagulha pula da lareira e cai sobre o tapete e pega fogo em todo aquele chalé bonito de madeira. Essa conduta não é de relevância jurídica suficiente para o nexo de causalidade, não conseguindo configurar o crime de incêndio, por exemplo. Temos também as concausas dentro dessa teoria, que são causas independentes que interferem contra a causa; acaba interferindo em uma outra causa. Ex de concausas: Uma pessoa estava na motocicleta e, quando fez a curva, tinha um carro fazendo ultrapassagem irregular, então ele caiu. O cara do carro fez tudo de correto, triangulo e tudo mais. Veio outro carro errado, atropelou um motoqueiro e foi embora, não prestou socorro. O primeiro carro vai responder somente por lesões corporais, não pelo homicídio. Essa é uma teoria que não é muito aceita.
2ª: Teoria do Sine Qua Non (ou equivalente das condições): Essa teoria é a teoria admitida no código penal (art. 13, CP). Essa teoria diz que a causa é o evento relevante capaz de gerar o dano. O problema dessa teoria é o que a doutrina chama de regresso ao infinito, ou seja, porque a equivalência das condições fazia com que muitas causas podiam ser relevantes para o dano, tendo uma insegurança. Ex: o cara, antes do dano, fez várias coisas antes, como pega a arma emprestado, deslocamento, disparo da arma de fogo e depois a morte, “infinitamente”. Pensa-se “se ele não tivesse pegado a arma emprestado porque o dono não a teria comprado se...” gerando um infinito de possibilidades. Diante disso, o direito penal foi melhorando, adotando a forma do Sueco Thyrem, tentando fazer um corte nessa equivalência, gerando a ideia da causa direta e imediata, dizendo que somente tem relevância aquilo que foi a causa que desencadeou o dano (no caso acima, o disparo que tem importância). A doutrina moderna, em matéria de nexo de causalidade em direito penal, diz que causa é todo evento direito praticado com dolo ou culpa que gere dano. Então passamos a inserir o elemento subjetivo “dolo” ou “culpa”. 
3ª: Teoria da causalidade adequada: É a teoria que exige a necessidade (desencadeia o dano. Sem esse evento, o dano não teria acontecido) + adequação da conduta para produzir o dano. Netão, o evento tem que ser necessário (direito e imediato) e adequado. No exemplo da teoria acima, se ele não tivesse disparado (elemento necessário e adequado), não teria a morte. A teoria adotada no Brasil para a responsabilidade civil é essa, no subprincípio da necessidade, porque essa é a causa necessária, direta e imediata que gera o dano.
RESPONSABILIDADE SEM NEXO:
Hipótese referente à responsabilidade da união em acidentes aéreos decorrentes de ato terrorista ou ato de guerra: Se atiram uma bomba no avião, mesmo não sendo a União, ela se responsabiliza. 
Questão de corte de árvore de reserva legal: Só vai ter reserva legal em imóvel rural e dependendo da localidade que você esteja, vai ter uma porcentagem dessa área rural que não pode ser cortada. Se alguém corta, vai praticar crime ambiental. Se eu compro um imóvel rural e desmato área de reserva legal e depois eu vendo, apesar de eu ter praticado esse dano ambiental, o novo proprietário terá obrigação de preservar a mata. Essa obrigação é obrigação propter rem. 
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
Tem a função de quebrar o nexo da causalidade.
Não podem ser alegadas no risco integral, apenas no risco administrativo.
Modalidades de excludente de responsabilidade:
Culpa exclusiva da vítima: Aqui vamos ter uma conduta e essa conduta gerou um dano, tendo esse dano um nexo de causalidade. A conduta que gerou o dano foi a conduta da própria vítima. O efeito jurídico do reconhecimento da culpa exclusiva da vítima é a isenção de responsabilidade do Estado. O Estado não tem nenhum tipo de dever de indenizar. Ex: Suicídio. Ex2: Surfista de trem, que ele sobe no trem e fica em cima do trem. 
Culpa concorrente: Vamos ter uma conduta que gera um dano e há um nexo de causalidade, só que agora a conduta é tanto da vítima quanto do Estado. Os dois estavam praticando um ato errado. O efeito nesse caso será a indenização proporcional pela quantidade da culpa. Se estivermos falando de uma divisão de responsabilidade de acordo com a culpa de cada um, é natural que a responsabilidade aqui seja subjetiva, tendo que se averiguar a culpa de cada parte. Ex1: Exemplo que a jurisprudência chama de pingente, é aquela pessoa que vai grudada na porta do ônibus quase pendurado e quase caindo. O motorista não deveria sair de porta aberta e ninguém deveria se pendurar na porta para andar. Ex2: Você pega o trem em movimento, esperando ele sair e pega ele em movimento. Nesse caso, o STJ entende que se essa pessoa consegue pular, a concessionária não está fazendo a fiscalização para que isso aconteça, gerando uma culpa concorrente. Mas se a pessoa pula pra fora do trem mesmo mantendo os elementos de segurança, a culpa vira culpa exclusiva da vítima. 
Culpa de terceiro: Essa conduta não é nem da vítima e nem do autor do dano. É decorrente de um ato de terceiro. Vamos ter o efeito da isenção de responsabilidade. Ex: Ato de multidão: Vamos imaginar uma manifestação com um grupo de pessoas e no momento do encerramento dessa manifestação, a multidão se dispersa, começando a gerar danos, muitas vezes. Isso tem sido entendido como ato de multidão, entendendo a jurisprudência esse ato de multidão como culpa de terceiro, excluindo a culpa do Estado. 
Importante: Se, por ventura, conseguir ser provada a negligência do Estado na fiscalização do ato de multidão, pode ser configurado a responsabilidade subjetiva, pois terá que ser provada a negligência estatal. 
Dano multitudinário: Assim como crime de rixa, tem natureza de crime subjetivo, pois precisamos da presença de várias pessoas para que seja configurado o crime. Esse grupo de pessoas não é igual o ato de multidão, pois estão convergindo uma contra outra, sendo ligada a briga de torcida, briga de gangue, pessoas indo umas contra outras. A responsabilidade penal aqui é o de crime de rixa do art. 137, CP e na responsabilidade civil, se o Estado for omisso em apartar as brigas, vai caracterizar dano multitudinário. 
Caso fortuito e força maior: Está se dizendo na doutrina é que caso fortuito é evento humano e a foça maior é evento da natureza ou algum tipo de evento humano poderoso. Vamos trabalhar com a estrutura de Agostinho Alvim, que é o cara que escreveu as obrigações do código civil de 2002.
	FORTUITO INTERNO
	FORTUITO EXTERNO
	Art. 292, CC/02
	Art. 292, CC/02
	Imprevisto previsível.
	É um imprevisto imprevisível, que não estava na programação normal e quando vem, vem arrasando.
	Não há exclusão de responsabilidade. 
	Está fora do risco da atividade, excluindo a responsabilidade.
	Ex: despacho minha mala no aeroporto e a mala some.
	Ex: Roubos durante o percurso. Se o ônibus, no percurso, é parado e o ladrão rouba as pessoas, o STJ entende que é um fortuito externo, havendo exclusão de responsabilidade. 
	Ex: Transporte interestadual de pessoas, tendo a cláusula de incolumidade que diz que a pessoa que saiu tem que chegar no destino do mesmo jeito. Quem faz transporte de pessoas nãopode alegar culpa de terceiro como excludente de responsabilidade (súmula 187, STF).
	Ex: Arrastão. É um imprevisto absolutamente imprevisível. 
	
	
Atos da natureza: Excluem a responsabilidade estatal. Chuvas, vendaval, chuva de granizo, etc... 
Importante: Caso seja provada negligência estatal, o Estado deverá responder na modalidade subjetiva, porque tem que provar negligência. 
Estado como garantidor: Vamos estudar a relação de custódia do Estado, tendo o estado o dever obrigatório de proteção. Relações de custódia do Estado é quando: a criação está na creche, o adolescente está na escola, o doente está no hospital, o deficiente no nosocômio, o idoso está no asilo e o preso está no presídio. Essas pessoas são a relação de custodia do Estado, em que o estado tem que dar proteção especial para essas pessoas. Quando estamos nessa relação, há o que a doutrina chama de responsabilidade civil agravada, que significa que o Estado também não pode alegar culpa de terceiro. Temos também a responsabilidade civil de agravadíssima, que é o preso somente, porque quando o preso está na relação de custódia do Estado, no caso de suicídio dentro da prisão, não pode o Estado alegar culpa exclusiva da vítima e nem culpa de terceiro, só podendo alegar fortuito externo.
16/08/2017
RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR ATOS LÍCITOS
Temos as obras públicas. Ver parte da matéria que fala da Av. Leitão da Silva.
RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR OMISSÃO
O STJ E STF decidiram que quando o ato for por omissão vamos aplicar a teoria da culpa administrativa e a responsabilidade será subjetiva.
O Estado responde em risco administrativo (risco administrativo pode alegar excludentes de responsabilidade, no risco integral não). Não é toda omissão estatal que vai gerar responsabilidade ao Estado, senão estamos colocando o Estado para responder em risco integral, o que não é certo. Para que isso aconteça, vamos trabalhar com Sergio Cavalieri:
	OMISSÃO GERAL
	OMISSÃO ESPECÍFICA
	É quando serviços ou atividades públicas estão feitos indistintamente para a sociedade, ou seja, a atividade que está sendo feita é geral, não tendo um destinatário específico. Se ela não tem um destinatário específico, vamos gerar a omissão geral. Ex: Segurança Pública, porque o Estado está fazendo proteção e ostensão de todos, não de uma pessoa específica e ao mesmo tempo não a todos. Então Estado não tem responsabilidade. 
	Quando temos a quebra do dever legal de agir. Estamos numa situação de um dever legal de agir e o Estado não atua. A modalidade é subjetiva na forma de negligência. Ex: Agente público não cumpre algo que a lei disse especificamente a ele para fazer, como no caso de uma pessoa que vai a um hospital publico e é deixada no corredor até morrer. Vamos gerar responsabilidade para o Estado. 
O estatuto da cidade (lei 10257/01) foi omisso na sua publicação referente à questão relacionada de quem é dever de cuidar da calçada. Aconteceu que os municípios pegaram por lei, já que tem omissão no código geral nacional, e criaram uma regra onde fazem a transferência da responsabilidade da manutenção da calçada ao particular (aqui em Vitória se chama “calçada cidadã”). O Estado tem a obrigação de fiscalizar se de fato os cidadãos estavam fazendo a fiscalização. Contudo, os municípios, estados e União não fiscalizam. As pessoas estavam processando o município, mas eles falavam que não é com eles. Mas o judiciário entendeu que o município, por não fiscalizar, tem responsabilidade, já que foi transferido ao particular. A lei de inclusão social (estatuto do deficiente) (lei 13.146/15) contempla essa omissão, que é chamada de omissão específica. Essa lei responsabilizou o município, portanto, é o município que tem que cuidar da calçada. Então o Estado tem o dever de fazer o investimento, a manutenção e a fiscalização. Aqui cabe mandado de injunção porque o estatuto foi internalizado na ordem interna como norma de cunho constitucional. 
RESPONSABILIDADE DAS CONCESSIONÁRIAS E PERMISSIONÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO
No Art. 37, §6º CF, estamos falando de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público que, no caso desse tema, são as delegatárias (concessionária, permissionária e a autorizada) que são modalidades de descentralização por delegação (vide matéria Administrativo I do 9º período). 
STF em 2004, numa decisão do ministro Celso Mello, quando ele fez uma intepretação do art. Citado acima, ele entendeu que, com relação à concessionária e permissionária, 
Caso a pessoa seja usuária: Se ela está usando o serviço publico, naturalmente, se o serviço for falho, aplica-se a teoria do risco, sendo a responsabilidade objetiva (provar dano e nexo).
Caso não seja usuária: Se ele não é usuário do serviço, naturalmente, a responsabilidade será subjetiva (provar imprudência, negligencia ou imperícia). 
Em 2009 o STF, após uma intensa discussão doutrinária, vai rever a decisão acima, com o ministro Ricardo Lewandovski, dizendo que para o usuário e não usuário, a responsabilidade é objetiva. Essa discussão foi intensamente debatida, tanto que os concursos, mesmo 8 anos depois, adoram perguntar à respeito disso.
RESPONSABILIDADE DAS ESTATAIS
As estatais, pelo art. 173, CF, são duas modalidades: Empresa pública e sociedade de economia mista.
 
A atividade que as estatais podem exercer é prestação de serviço público e exploração de atividade econômica. 
Dentro do art. 37, §6º, vamos enquadrar as estatais na segunda modalidade de legitimidade (pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público). Na prática, se a empresa pública ou sociedade de economia mista for prestadora de serviço publico, a responsabilidade é objetiva, pautada no art. Acima; Se for exploradora de atividade econômica, a responsabilidade é subjetiva, na forma do CC/02, uma vez que o artigo acima não cita exploradora de atividade econômica, só de prestadora de serviço público. 
Segue quadro comparativo de modalidade e prazo prescricional:
	
	PRESTADORA
	EXPLORADORA
	MODALIDADE:
	A modalidade é objetiva. Aqui se aplica regra de ordem pública.
	A modalidade é subjetiva. Aqui se aplica regra de ordem privada, pois está regulado pelo código civil.
	PRAZO PRESCRICIONAL:
	Dec. Lei 20.910/33 o prazo é de 05 anos. Este prazo é uma decisão do STJ de 2015. 
	De acordo com o código civil, são 03 anos. 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NO DIREITO SOCIAL À SAÚDE
É um direito de segunda geração/dimensão. De acordo com a doutrina, tal segunda geração se refere a sociais, econômicos e culturais. São chamados direitos prestacionais que é uma estrutura de caráter positivo, que é uma obrigação de fazer do Estado. Esses direitos sociais que visam estabelecimento da concretização da igualdade material com a consequente redução das desigualdades sociais. 
Se estiver conversando desses direitos prestacionais, temos como exemplos: direito à saúde, educação, moradia e trabalho.
O Estado presta saúde, de acordo com o art. 196 ao 200 da CF. Está toda regulamentação constitucional em sede de saúde. O art. 196 diz que o direito à saúde é um direito universal, ou seja, um direito de todas as pessoas. O STF está entendendo que essa universalidade é REALMENTE universal como, por exemplo, fornecimento de remédios alto custo, em que não estão na lista do SUS; tratamentos; internações; instrumentos de acessibilidade (muleta, cadeira de rodas, próteses, etc...). O art. 198 vai regular o SUS, que é um sistema regionalizado (porque ele vai atuar dentro das necessidades das mais diversas regiões do país) e descentralizado (porque cada local tem seu próprio SUS) regulado pela lei 8080/90.
Decisões que o STJ tem para competência: Todos esses tratamentos que forem solicitados, entende o STJ que há uma responsabilidade solidária entre os entes políticos (União, estados ou Municípios). Se houver uma omissão na entrega de, por exemplo, um remédio por um desses entes tem a responsabilidade do Estado. Uma omissão por atendimento,internação, também vai responsabilizar o Estado. 
RESPONSABILIDADE DO ESTADO NA SEGURANÇA PÚBLICA
É matéria de omissão geral que, em regra, não vai gerar responsabilidade para do Estado, contudo, estamos começando a ter uma movimentação jurisprudencial mudando tal fato. 
Não são todas as situações, tendo alguns aspectos que a doutrina trabalha com relação a questões mais específicas que podem vir a virar exceções à essa regra:
A doutrina entende que, na situação de alguém dirigir alcoolizado e ele passa por uma blitz e a blitz não o para ou o para e o libera e ali na frente ele bate em alguém e o mata, poderíamos aqui chamar o Estado para se responsabilizar, porque o Estado está atuando de forma satisfatória, tendo a obrigação de efetuar o procedimento direto, gerando uma omissão específica. Se a blitz para o cara alcoolizado e não fizer nada, poderíamos configurar uma ação mal feita, em que a responsabilidade é objetiva; se não parou o cara, pode-se gerar uma omissão específica, gerando uma responsabilidade objetiva.
Quando houver algum nível de previsibilidade, vamos então falar de responsabilidade do Estado. Decisão do STJ que inaugura a ideia de previsibilidade é uma situação em que uma pessoa é assaltada em um ponto de ônibus e família conseguiu demonstrar que a região que a pessoa foi assaltada existia uma quantidade imensa de BO determinando um grupo de vagabundos que ficava exatamente naquela região fazendo furtos e roubos, não havendo nenhuma dificuldade do estado em botar uma viatura ali fazendo a patrulha. Deram um tiro no rapaz e ele não morreu, respirando por aparelhos. Então o Estado foi condenado a dar o tratamento para ele em Home Care. 
17/08/2017
RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR DANO DE OBRAS
Temos dois tipos de dano nesse sentido:
Dano “só pelo fato da obra”
Dano de obra propriamente dito
	“SÓ PELO FATO DA OBRA”
	PROPRIAMENTE DITO
	Ele é uma modalidade de dano muito especial, porque nessa modalidade não há necessidade de demonstração de irregularidade da obra. É um tipo de responsabilidade que vamos aplicar quando tivermos falando de serviços públicos, porque quando tivermos conversando sobre isso, o dano é um dano que independe da irregularidade da obra, ou seja, o simples fato da ocorrência do dano obriga o Estado ou a concessionária a indenizar. 
	Tem que ser provada a irregularidade. Se for o Estado que estiver fazendo, se for por ação, será responsabilidade objetiva; se for por omissão, será subjetiva. Se for o particular que está fazendo, a responsabilidade será subjetiva. Concessionária e permissionária de serviço público não deve ser confundida com privada. As de serviço público cobram tarifa para usar os serviços delas. As empresas de cunho privado, são as que vencem licitação para fazer algum serviço para o Estado. 
	Responsabilidade é objetiva.
	
	Está incluído tanto o Estado quanto às concessionárias e permissionárias. 
	
	Ex: A situação do metrô de São Paulo em que a obra estava irregular e num dado momento da perfuração, a rua desceu em cima do buraco que estavam fazendo. Então a concessionária vai ser responsável, independente de estar irregular ou não, dispensando prova da irregularidade da obra.
	
	
	
OBS: Há uma importante observação constante no art. 70 da lei 8666/93, dizendo que, como uma forma de resguardar o Estado, o contratado não vai poder alegar que há uma falha de fiscalização ligada à culpa in vigilando (é a fiscalização da administração), com a motivação que haja uma culpa concorrente entre a empresa contratada e o Estado. 
RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR ATOS LEGISLATIVOS
Hely Lopes Meireles defende que os atos legislativos (lei) gerais abstratos não caberão nenhum tipo de indenização por ato legislativo. Fala que a lei geral abstrata não tem nenhum destinatário específico. Ele diz também que o ato praticado pelo legislativo é um ato de soberania, não podendo esse ato ser analisado sob a ótica do dano. Ele entende também que, como quem escolheu os governantes foi o povo, o povo tem que arcar com as decisões deles.
Em sentido contrário, Maria Silvia vai rebater ponto por ponto, que ela é 100% favorável à responsabilização por atos legislativos, dizendo que: 1) Hoje não se exige que o destinatário seja específico, já que temos dano moral coletivo; 2) Diz que é ato de soberania, mas que ninguém está acima da CF. E a CF no art. 37, §6º que se o Estado causar dano, ele tem que ressarcir; 3) Mesmo a escolha sendo do povo, tem que há uma presunção de exigência de uma atividade de interesse público, não que vá lesionar o povo. 
O STF entende que leis podem gerar dano sim, trazendo duas exigências:
Que haja previamente um controle de constitucionalidade dessa lei (o controle prévio de constitucionalidade vai ser entendido como pressuposto, ou seja, antes). Se a lei não for declarada inconstitucional, não há que se falar em pedir dano decorrente dessa lei.
Que haja uma ocorrência de que haja um dano especial. Esse dano especial, de acordo com o STF, tem que se demonstrar um nexo de causalidade da lei inconstitucional com o dano. Ex: Uma lei que mexa com relações econômicas, proibindo a comercialização de um produto em território nacional. Se eu sou representante dessa marca no Brasil e vem uma lei proibindo a comercialização e 02 anos depois o STF declara inconstitucional. Eu como representante no Brasil, vou poder reclamar o dano, uma vez que fiquei 02 anos sem poder comercializar. 
Temos também dano por ato legislativo quando tivermos a chamada lei material. Essa lei, ao invés de ser uma norma geral e abstrata, é uma lei concreta e individual, ou seja, a doutrina entende que o que é concreto e individual é característica de ato administrativo (ex da carteira de motorista) e não ato legislativo. A doutrina então entende que essa estrutura é formalmente lei, mas é materialmente ato administrativo, porque ela está sendo concreta e individual. Esse tipo de lei é um tipo de lei que não precisa sofrer controle de constitucionalidade, só precisando sofrer controle de legalidade. Ex dessas leis: leis que determinam área para desapropriação, dando concretude e individualidade, dizendo que aquela determinada área vai ser destinada à desapropriação. Vou pedir então, em primeiro lugar, que determine a ilegalidade e indenização por prejuízos que me foram causados. 
RESPONSABILIDADE POR ATO ADIMINISTRATIVO
Como todo ato de poder tem três características que marcam os atos administrativos: imperatividade, autoexecutoriedade e presunção de legalidade. Só ato do Estado tem. Esse ato administrativo acaba por gerar danos, porque o Estado tem poder de determinar o ato e imediatamente iniciar seu cumprimento, sendo um ato também que o judiciário não participa. Aqui então gera uma quantidade imensa de danos, uma vez que o Estado tem essas três características e é capaz de iniciar seu cumprimento imediatamente.
Vamos ter dois tipos de atos para o Estado indenizar:
Ato administrativo concreto e individual: Exemplo de uma fiscalização do Estado determina o fechamento temporário da empresa, mas faz isso fora das hipóteses que a lei lhe permite, portanto, de forma ilegal. 
Ato administrativo geral e abstrato: Decretos, resoluções, instruções normativas. Temos aqui que o Estado possui ato geral e abstrato quando a lei permite, só que quando o ato é administrativo, temos controle de legalidade. 
RESPONSABILIDADE POR ATOS JURISDICIONAIS
Aqui temos um ambiente onde temos uma pesada discussão dos atos jurisdicionais. Temos duas situações do ato jurisdicional, duas divisões:
Ato jurisdicional na esfera penal: Aqui não há a menor discussão porque está na CF o chamado erro judiciário (art. 5, LXXV, CF). A doutrina e a jurisprudência entenderam que a expressão “condenado” deve ser entendida em sentido estrito fazendo menção somente no erro da esfera penal e não na cível. Gera indenização àquele que está preso há mais tempo que o devido, como por exemplo, temos prisão de Homônimos. 
Na esfera cível é quenasce o problema. Porque a esfera civil, aparentemente, não está escrita na CF. Vai ser importante que se faça uma pequena divisão:
Dano de quando o juiz está no exercício do poder de polícia na audiência. Então o juiz vai exigir tratamento de urbanidade das partes, de alguém não se comportar o juiz vai pedir para se retirar, inclusive, pedindo auxilio policial. Mas se esse exercício foi exacerbado, vai gerar uma indenização pelo Estado. 
O juiz pode responder na condução do cartório. O juiz tem função administrativa, que é comandar o cartório e uma jurisdicional. Se ele gerar algum dano nessa função administrativa como, por exemplo, perder o processo, vai ser gerado um dano para o Estado.
Quando o juiz está fazendo as decisões (função jurisdicional) e é aqui que a discussão come solta, porque os tribunais afirmam que caso o juiz tome alguma decisão que for pautada somente em erro, não cabe indenização. Só vamos conseguir fazer com que haja indenização se a decisão for pautada por dolo. Não vai gerar dano pelo erro porque temos o direito de recorrer. 
A doutrina que critica, diz que estamos diante de um expediente de irresponsabilidade do Estado, imunizando os juízes nas suas incompetências, dizendo a ele “você pode ser incompetente que for, mas pode ficar tranquilo que o TJ vai concertar sua besteira”. A doutrina defende então que estamos voltando para o tempo do rei. 
Dois defensores dessa irresponsabilidade é Ely Lopes Meireles e Carvalho Filho. Carvalho filho defende que da sentença errada cabe recurso e se não recorrer, far-se-á a coisa julgada. 
23/08/2017
AÇÃO DE REGRESSO
A ação de regresso está na parte final do artigo 37, §6º da CF. 
“Ressalvado o direito de regresso no caso de dolo ou culpa” é a frase do artigo acima que nos interessa. A CF faz uma imensa diferenciação, porque ela vai imediatamente apresentar a expressão “no caso de dolo ou culpa”, então ela está dizendo que na ação de regresso a modalidade de responsabilidade é subjetiva, porque tem que ser provada dolo ou culpa. Quando tivermos falando da ação contra o estado, em que vamos ter que a vítima vai processar o Estado, e quando o Estado perder, ele vai entrar com uma ação contra o seu agente público, que é a ação de regresso. A ação de regresso é uma ação que o Estado vai promover em face do seu servidor (o agente público). Quando a responsabilidade for do agente público na ação de regresso, ela sendo ação ou omissão, não importa qual, a responsabilidade será sempre subjetiva. 
Prazo para ação contra o Estado: Temos a lei geral e a lei especial. A lei geral é o CC/02, por exemplo, e, na lei geral, o prazo é prescricional de 3 anos, para entrar com ação contra outra pessoa. A lei especial é, por exemplo, o decreto-lei 20.910/33 e ele diz que o prazo é de 05 anos. Como o CC/16 dava o prazo de 20 anos e o decreto de 05 anos, era mais vantajoso para o Estado o prazo de 5 anos. Quando o CC/02 entrou em vigor, começou a escrever várias teses que, em nome da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público, esse prazo de 03 anos deveria ser acolhido para o Estado. Estava se falando que houve uma revogação tácita do decreto em nome da supremacia, sobressaindo no novo código civil. Essa discussão era travada de 2003 ate 2011 e em 2011 o STJ decide, baseando-se no critério da especialidade, dizendo que norma geral não revoga dispositivo de norma especial. Portanto, o que vigora é o prazo de 05 anos. Vai se aplicar a lei especial, de 05 anos, quando tivermos regime público (entes políticos, entidades que tiverem regime publico (autarquia, fundação e agência reguladora e consórcio público)) e os 03 anos quando tiverem regime privado (Estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) e fundações publicas de direito privado). Contudo, com relação às estatais, se for de exploração de atividade econômica, o prazo é de 03 anos, já as de prestação de serviço público, o prazo é de 05 anos, de acordo com decisão do STJ de 2015. Aplica-se a mesma para a ação de regresso contra o servidor. 
Prazo de ação de regresso por lesão ao erário público: Entendimento anterior do STF: O supremo se utilizava do art. 37, §5º, CF e com este artigo que ele dizia que os agentes públicos deverão responder pelos seus atos funcionários nos prazos estabelecidos em lei, ressalvados a ação de regresso. A parte final do paragrafo acima que fez o supremo entender que danos ao erário público eram imprescritíveis. Isso se sustentou até 2016, em que o STF mudou sua decisão, fazendo um overruling, decidindo que quando o dano for decorrente de matéria penal, continua imprescritível; Quando o dano for decorrente de improbidade administrativa (fraudar uma licitação por exemplo), continua imprescritível; Se o dano for decorrente de ato civil, não é mais imprescritível, aplicando lei especial (05 anos). 
Prazo para execução:
É o mesmo prazo para ajuizar a ação, de acordo com sumula 150 STF. 
Prazo da ação de regresso por ato de dirigente de empresa pública e sociedade de economia mista: A lei 13.303/16 regula as atividades das empresas publicas e sociedades de economia mista. Trouxe uma responsabilidade ao dirigente para quando ele causar dano à empresa pública, que é um prazo de 06 anos a partir do ano que sair da empresa. 
Prescrição Actio Nata: Vamos trabalhar com a regra de que não é mais do fato ou do inadimplemento (que era como era), mas sim de quando nós concretizamos efetivamente o dano, do conhecimento real do dano. Não é mais da data do fato, mas sim do momento do conhecimento efetivo do dano, da data da concretização do dano. Ex: se bateram no seu carro e você se ferra todo, o prazo só se inicia quando tiver alta do hospital/fizer todas as fisioterapias, etc... Então a Actio Nata é a alteração do início da contagem do prazo prescricional, que antes era da data do fato e agora passa para a data do conhecimento efetivo do dano. Uma decisão do STF de 2015 dizendo que o principio da Actio Nata se aplica ao direito administrativo.
Denunciação à lide: É entendida como uma ação de regresso antecipada. Antes o Estado era processado pela vítima e ele contestava e junto coma defesa, ele fazia a denuncia à lide do agente público, porque a denunciação à lide é uma ação de regresso antecipada. Quando a vítima esta processando o Estado, se a conduta é de ação a responsabilidade é objetiva e omissão é subjetiva, mas na ação de regresso contra o agente público, independente de omissão ou ação, é sempre subjetiva. O Estado vai sempre tentar demonstrar a culpa do agente, tendo que fazer perícia, demorando o processo, então, nós, que tínhamos a vantagem da responsabilidade subjetiva, ficávamos prejudicados porque o Estado ficava retardando esse processo. Misturavam-se no mesmo processo, responsabilidade objetiva e subjetiva, o que trazia prejuízo à vítima, porque o processo ficava bem mais demorado. O STJ falou que a denunciação à lide do agente público é facultativa para o Estado, só que ela tem que ser analisada caso a caso pelo juiz e esta análise deve levar em conta o princípio da celeridade processual. Se o juiz perceber que o processo vai se estender de mais com a denunciação, o juiz não deve aceitar a denunciação e o Estado, após o final do processo, ele que ajuíze uma ação de regresso autônoma de ressarcimento contra o agente/servidor. 
Legitimidade passiva na ação de ressarcimento: Sempre tivemos uma proteção do agente público, em que a vítima processava o Estado e não o servidor, sendo que o servidor vai indenizar o Estado numa ação de regresso. A vítima processava o Estado e depois o Estado processava o agente, sendo essa uma regra de proteção ao agente público. Isso o STF chamava de teoria da dupla garantia, porque tínhamos duas garantias: 1ª) É uma garantia inerente ao Estado, que tinha o direito de ser ressarcido pelo dano gerado pelo seu agente; 2ª) Era inerente ao agente público, em que ele tem o direito de ser processado em ação de regresso, na denunciação à lide ou por meio de açãoautônoma. Em 2013, Celso Antônio Bandeira de Melo mudou seu entendimento, falando que o art. 37, §6º da CF, ele tem que ser interpretado em favor da vítima e não do Estado, sustentando que a vítima pode escolher quem ela quer processar, podendo ser só o Estado, o Estado e o servidor (em litisconsórcio passivo facultativo) ou somente o servidor. Se a vítima escolher processar o servidor, a modalidade é sempre subjetiva. Se for o Estado e o servidor, vai ser um na objetiva e outro na subjetiva. Se for só o Estado, se tiver ação, é objetiva, tendo omissão, subjetiva. Em 2014 o STJ admitiu esse entendimento do Celso. Agora isso está em repercussão geral, porque o STF aplica a teoria da dupla garantia e o STJ aplicando esse entendimento novo feito pelo Celso Antônio. 
24/08/2017
ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL
Há uma discussão enorme sobre a superlotação carcerária, em que a nossa situação é a de que a maioria do sistema carcerário brasileiro é deficitária. A União tem 6 presídios federais e os demais presídios são organizados pelos estados. Há um fundo nacional para os presídios, e esses fundos acabam que há uma burocracia para liberar dinheiro nesse fundo, sendo esse fundo é de mais de 2bi e esse dinheiro não vai para onde deveria ir. Aconteceu que o STF, na ADPF 347 em 2016, vai trazer um conceito da corte constitucional colombiana e essa corte trás este conceito que é chamado de estado de coisas inconstitucional, que é justamente essa situação onde você não vê apenas uma conduta de inconstitucionalidade, mas sim um conjunto de atos inconstitucionais, em que temos presídios superlotados, condições deploráveis, o tratamento que é dado é completamente desproporcional para a ideia de ressocialização, não temos o funcionamento correto do sistema fechado, aberto e semiaberto, que é a progressão de regime, dentre outros... Então não é um ato inconstitucional, mas sim um estado de coisas inconstitucional. O STF então decidiu que se liberasse o dinheiro deste fundo para os presídios do Brasil.
Ano passado o supremo concedeu indenização por danos morais aos presos em função da situação carcerária, com o fundamento de que há a quebra do dano existencial. 
ACABOU RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
NOVA MATÉRIA: AGENTES PÚBLICOS
A expressão funcionário público não existe mais em sede constitucional. Nos crimes contra a ADM, no CP/41, que não está atualizado pela EC 19/40, e o CP usa a expressão “funcionário público”. Portanto, no direito penal vai se usar essa expressão, mas no direito administrativo vai usar a expressão “agente público”. 
Temos que, antes de qualquer coisa, conversamos sobre as diferenciações: 
Agente público de fato: Vai se dividir em:
Agente putativo: Aqui vamos começar a entrar numa discussão do STF que fez nascer o agente putativo, que é a pessoa que foi irregularmente investido em cargo público. Essa pessoa fez uma quebra de legalidade. Essa pessoa tinha que ter os requisitos que estava no edital, só que a administração come bola e nomeia esse cara. Aqui ele é nomeado, toma posse e entra em exercício e começa a fazer atos administrativos. Então depois o tribunal de contas vê que ele não era pra estar ali. A consequência disso é a anulação da nomeação dele, mas há alguns problemas... Ele não tem direito adquirido, porque, pelo princípio da autotutela, se o Estado pode rever seus próprios atos, ele também pode rever os atos que estão errados, portanto, não há direito adquirido para ato ilegal. Existe um prazo de 5 anos, mas o STF disse que quando tivermos quebras de princípios constitucionais ou má fé, não há prazo. E os atos que ele provocou? Se eu declaro a anulação (uma vez que é decisão de natureza declaratória, que tem efeito ex tunc), os atos são atos ilegais por ausência de competência, se tornando um agente público incompetente. Em 2007 o STF definiu a questão do agente putativo, usando a teoria da aparência (ligada à segurança jurídica) e aplica a presunção de legalidade que detêm os atos administrativos, considerando válidos os atos produzidos naquele período de tempo pelo agente putativo. Para o STF considerar válido o ato do agente putativo, ele vai fazer uma alteração dos efeitos do ato, fazendo a técnica da modulação dos efeitos, dizendo que, em nome da segurança jurídica, o efeito é ex nunc. Como essas pessoas trabalharam esse período, o STF disse que eles não precisam devolver as remunerações do período trabalhado. 
Agente convocado: É um particular que não integra a administração pública, não tendo sido investido irregularmente em nada. Ele é convocado em situações emergenciais. Ex: Há 3 anos atrás, no inicio do ano, nós tivemos tanta chuva que todo mundo quase morreu afogado. Em 2014, no RJ, uma das cidades desabou a chover o meio da madrugada que um barranco chegou a desmoronar nas casas. Quando os bombeiros chegam, já que tinham somente 10 bombeiros, eles convocam os particulares para ajudar a retirar as pessoas dos escombros. Uma pessoa é achada com vida, mas quem tirou ela (que não era bombeiro) dos escombros tropeça com ela no colo e cai e quebra ela toda. Nesse caso, de acordo com parte da doutrina, em função da teoria do órgão, aquele cara que “salvou a vida do outro” e não era bombeiro, por não ser servidor, não se responsabiliza. Vem se desenvolvendo então uma teoria, que não estamos analisando somente a conduta do servidor, dizendo que o foco não é o agente público, mas sim o serviço desenvolvido (teoria do risco). Portanto, se aquele serviço era para ser desenvolvido pelo Estado, é o Estado que deve responder, devendo, claro, o juiz analisar caso a caso. 
Agente público de direito: A CF diferencia o agente público civil e o militar, porque há uma especialização na carreira dos militares, ou seja, eles têm especialização de patentes. Temos que ter uma lei para os militares, que vão ser diferentes dos civis. São eles:
Agente público civil: 
Servidor público:
Concursado.
Não concursado.
Empregado público: Trabalham no regime privado da administração.
Temporário: São as contratação excepcionais.
Agente público militar: Temos dois tipos de militares:
Militar estadual: 
Policia Militar.
Corpo de bombeiros.
Militar federal: 
São os que estão ligados ao ministério da defesa: Exército, marinha e aeronáutica. 
Obs.: O Superior Tribunal Militar só serve para julgar as forças armadas federais.
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS
1ª) É a classificação de Hely Lopes Meireles: Ele faz uma classificação assim:
Políticos: São agentes que são escolhidos de duas formas: Ou por forma eletiva ou nomeação (são escolhidos pelo chefe do executivo, como os cargos de primeiro escalão do Estado, como ministérios e secretarias e de segundo escalão, que o PR e Governador escolhem para as autarquias e estatais). A lei declara o cargo como cargo de natureza política. Outros cargos que são declarados em lei de natureza política: Chefe da AGU, o PGR, o presidente do BACEN. Ele entendia que juízes e promotores também são agentes políticos porque ele entendia que havia uma liberdade/autonomia para que ele pudesse atuar de forma imparcial, que é a mesma autonomia que os agentes políticos tinham. Mas a doutrina majoritária atual entende juízes e promotores como agentes administrativos. Mas ELES se conclamam agentes políticos. 
Honoríficos: São os agentes que são escolhidos por condições pessoais que esse agente detém, pelas suas condições de honorabilidade, tornando esse agente honorável. Ex de agente honorífico: Jurados, mesários que trabalham no dia da eleição e serviço militar obrigatório. 
Administrativos: Divide em 03:
Servidor público.
Empregado público.
Temporário.
Delegado: É um fenômeno administrativo é o evento chamado de descentralização por delegação. São os delegatários: 
Concessionárias.
Permissionárias.
Autorizadas de serviço público.
Convocado: São os agentes que são chamados/convocados para um ato específico. Ex: Uma pessoa que foi convocada para participar de um congresso internacionalcomo representante do país. 
2ª) É a classificação de Celso Antônio Bandeira de Mello. Ele faz a seguinte classificação:
Político: Cargo eletivo ou nomeado, não estável, de natureza temporária. Só que aqui ele não faz nenhuma diferença como Hely.
Honoríficos: São os agentes que são escolhidos por condições pessoais que esse agente detém, pelas suas condições de honorabilidade, tornando esse agente honorável. Contudo, os exemplos dele são diferentes: Membros do conselho de Estado e do conselho de defesa. 
Servidor Público: Está aqui a imensa diferença que ele tem em relação à Hely, porque ele trás um servidor em sentido amplo como gênero e dentro desse sentido amplo como gênero, vão ter 3 espécies:
Servidor público em sentido estrito (aqui são como espécie).
Empregado público.
Temporário.
Particular em colaboração com o interesse público: 
4.1: Ele vai falar dos particulares que são convocados. E é aqui nos convocados que ele vai chamar o jurado, o mesário, serviço militar obrigatório, não como o Hely, que diz que esses são honoríficos. 
4.2: Aqui estão os delegados. Aqui que estão as concessionárias, permissionárias e autorizadas, que colaboram com o interesse público. 
4.3: Aqueles que são os chamados agentes interessados, que ele chama de sponte própria, que são aqueles que são espontâneos. São interessados em colaborar com o interesse público, sendo eles próprios os interessados. Eles se candidatam a ajudar o interesse público. Aqui tem as pessoas que são os sindicatos.
4.4: São os delegatários de atos de fé pública. Ex: donos de cartório. 
30/08/2017
REGIME JURÍDICO
Único: Se eu tenho o estatutário na administração direta, naturalmente eu também terei estatutário na administração indireta. É estatutária com exceção das estatais.
Misto: 
PEGAR MATERIA COM RENAN
31/08/2017
Servidores (continuação): O servidor público não recebe FGTS. Tem muitos direitos trabalhistas, mas esse é um direito que ele não detém. 
Direitos trabalhistas do servidor: Estão no artigo 39, §4º, CF. Vai trazer os direitos trabalhistas que também são inerentes aos servidores, como, por exemplo, férias, 13º, horas extras, licença paternidade, maternidade, adicional noturno, etc... 
Regime de previdência dos servidores: Temos dois regimes de previdência no Brasil: RGPS (regime geral de previdência social, conhecido pelo INSS) e RPPS (regime próprio de previdência social). No RPPS a CF determina que cada ente político monte um regime próprio de previdência para ele e o desconto dos servidores não pode ser inferior ao desconto da previdência do servidor federal, tendo como parâmetro o percentual federal. No ES quem cuida da previdência dos servidores IPAJM. Servidor público contribui no RPPS. 
O servidor público responde pela lei de improbidade administrativa (lei 8429/92), responde pelos crimes contra a administração (312 ao 327, CP). 
Teto constitucional: O teto constitucional está determinado no art. 37, XI, CF. Vamos ter o teto geral, subtetos e teto facultativo:
Teto Geral: Diz que no território brasileiro ninguém pode ganhar mais do que o teto do Ministro do STF, que é R$ 33.700,00. 
Subtetos: Vai fazer uma regra para os estados e para os municípios. No Estado vamos ter uma divisão nos 03 poderes (executivo, em que ninguém ganha mais que o governador, legislativo, em que ninguém pode ganhar mais do que o deputado e judiciário, que ninguém pode ganhar mais do que o desembargador). No município ninguém pode ganhar mais do que o prefeito. 
Teto Facultativo: Estabelecido pelo art. 37, §12. Esse teto vai permitir que os estatutos pudessem criar uma regra, se quiserem estabelecer como teto, o que ganha o Desembargador. Se o executivo estabelecer esse teto, esse teto não pode ser aplicado ao legislativo, porque se fizer, está tendo quebra de harmonia dos poderes. A intenção aqui é acabar com os marajás do serviço público, que era um cara que ganhava um dinheiro absurdo trabalhando para o Estado. 
Criou-se então, discussões a respeito da implantação desse teto: O STF começou a amenizar o teto, tomando a decisão, referente ao teto, dizendo que quem exercer mais de 1 cargo público, quando autorizado pela CF, não há uma soma global, há uma soma separada. Ex: Se ganha 33 em um e 33 em outro, está ok, porque cada um está dentro do teto. Essa decisão é para o cara que é juiz, promotor ou procurador, em que ele pode ser professor.
Verbas indenizatórias: O que diferencia uma verba remuneratória de uma vantagem:
	VERBA INDENIZATÓRIA
	VANTAGEM
	Ela não incorpora, nem na remuneração, nem no subsídio.
	Incorporam somente na remuneração. 
	Não vai incidir recolhimento de previdência. 
	A incorporação é para fins de aposentadoria. 
	Não vai incidir IR.
	Quem recebe vantagem, é quem recebem remuneração, não subsídio. 
	Não carrega ela para a aposentadoria, porque ela não incorpora. 
	Vai contribuir previdência nas vantagens e isso vai acrescentar na aposentadoria dele. 
	Vai receber só na ativa.
	Vai incidir IR. 
	
	Vai receber só na ativa e na inativa. 
Se for uma pessoa que sempre ganhou muito, e veio alguém e me limitou, fica ruim. Então foi feita uma reforma na CF e essa reforma acrescentou o parágrafo 11 do art. 37 (EC 47/05), e no momento que esse art. Ganha esse parágrafo 11, ficou legal. Ele vai dizer que as verbas indenizatórias não se somam na remuneração ou no subsídio para efeitos do teto constitucional. Então a CF diz que o teto constitucional é o subsídio do ministro do STF, mas no contracheque vai ter lá o subsídio + verbas indenizatórias.
Exemplos de verba indenizatória: Auxilio alimentação; diárias (toda vez que desloco o servidor, ele vai continuar ganhando o que ele ganha e vai pagar um deslocamento para ele); auxilio moradia (vai incidir se precisar deslocar um membro do judiciário ou MP para o interior, vai pagar o auxilio moradia, desde que lá não tenha uma casa do judiciário ou MP). Contudo, o auxilio moradia dado aos juízes sem se deslocar, foi indiretamente um aumento, uma vez que não incide contribuição previdenciária; cartão corporativo (esse cartão é uma das hipóteses de dispensa de licitação, porque estou passando no cartão e foda-se); todos os PR do Brasil têm direito ao subsídio vitalício; O ex PR tem direito à motorista e 7ª assessores. 
Acumulação de cargos: Art. 37, XVI. A regra brasileira é proibição de acumulação de cargos. A exceção para a acumulação são 03:
Posso ter dois cargos de professor. 
Posso ter o cargo técnico (2º grau) ou científico (3º grau) + Professor.
Dois cargos na área de saúde. 
Requisitos para acumulação: 
(1º) Uma das três hipóteses descritas acima.
(2º) A soma desses dois valores não pode ultrapassar o teto constitucional.
(3º) Tem que ter compatibilidade de horário. 
O STJ em 2015 decidiu que só pode cumular cargo quando estivermos falando de carreira de 30 horas semanais. 
O vereador pode acumular qualquer coisa, não tendo limitação para vereador, desde que tenha compatibilidade de horário e respeite o teto. 
Cargos de carreira/dedicação exclusiva: Eles não podem acumular nem com outro cargo e nem com funções privadas. São eles: Juiz, promotor, policial. Temos a seguinte situação:
Juiz e promotor: Eles podem acumular a função deles com cargo de professor. A jurisprudência começou a entender que os cargos de carreira jurídica de dedicação exclusiva, da mesma forma que juiz e promotor podem acumular função de professor. 
Procuradores do estado e procuradores do município: Procuradores do estado estão disciplinados na CF. Eles não têm dedicação exclusiva, o que é diferente dos da União, que são de dedicação exclusiva. 
Questão da procuradoria do município: A CF não regulamentou a procuradoria dos municípios, então município, constitucionalmente, não tem que ter procuradoria. Os municípios tem vontade de licitar escritórios de advocacia para trabalhar para eles. Muitos municípios querem contratar consultoria jurídica de peso, e isso chegou ao STF,

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