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AULA 2 - Acidentes do Trabalaho_conceitos, causas e custos(1)

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Acidentes do Trabalho: Conceitos, causas e custos
Diogo Sergio César de Vasconcelos
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O Brasil perde, por ano, o equivalente a 4% do PIB (R$ 102.320.000.000,00) por causa dos acidentes de trabalho. Segundo dados do último Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho foram registrados em 2012, em todo o País, 705.239 acidentes de trabalho (2.731 mortes). 
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que, no mundo, 6.000 trabalhadores morrem a cada dia devido a acidentes e doenças relacionadas com o trabalho, cifra que está aumentando. Além disso, a cada ano ocorrem 270 milhões de acidentes de trabalho não fatais (que resultam em um mínimo de três dias de falta ao trabalho ) e 160 milhões de casos novos de doenças profissionais.
Fonte: Ministério da Previdência Social e 
Fundacentro - Fundação Jorge Duprat Figueiredo 
de Segurança e Medicina do Trabalho 
Acidentes em Números...
Estima-se que esse número de acidentes seja até 3x maior em virtude da subnotificação dos acidentes de trabalho.
Algumas causas da subnotificação dos acidentes de trabalho:
Os funcionários públicos e os trabalhadores do mercado informal, (cerca de 45 milhões de trabalhadores) que não possuem registro em carteira de trabalho regulamentado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estão fora dessas estatísticas;
No trabalho rural e nas micro e pequenas empresas, a atenção com o acidente do trabalhador praticamente inexiste e os dados fornecidos são falhos;
Muitas empresas sonegam seus dados por problemas de indenização e de seguro;
Nem sempre os funcionários das empresas, que são responsáveis pelo preenchimento das CAT’s, são treinados, podendo levar a erros e/ou superficialidade nas informações;
Acidentes em Números...
Conceitos de Acidente de Trabalho
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Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, 
“Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados (...), provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho".
O conceito legal de AT
Art. 19 da Lei nº 8.213/91
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular.
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.
O conceito legal de AT
 Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
   I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade;
   II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.
O conceito legal de AT
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O conceito legal de AT
DOENÇA PROFISSIONAL OU TECNOPATIAS
São causadas por fatores inerentes à atividade laboral. Possuem nexo causal presumido.
EXEMPLOS:
Silicose adquirida em virtude do trabalho realizado em pedreiras. 
DOENÇA DO TRABALHO OU MESOPATIAS
Relacionada ao meio ambiente de trabalho, é aquela que tem ligação com o ambiente onde o trabalho é exercido. A relação com o trabalho deve ser comprovada.
EXEMPLO:
Um trabalhador que está exposto ao ruído excessivo, em um galpão de solda, e desenvolve surdez. Esse é um caso típico de doença do trabalho.
DOENÇAS OCUPACIONAIS
  § 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
       a) a doença degenerativa;
       b) a inerente a grupo etário;
       c) a que não produza incapacidade laborativa;
      d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
        
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
O conceito legal de AT
   Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
      
  I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
  
 II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
O conceito legal de AT
   Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
      
  III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;
    IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
      
O conceito legal de AT
   Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
      
 d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
 
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.
O conceito legal de AT
 Quando o empregado recebe vale transporte da empresa, mas sofre acidente de trabalho usando um veículo próprio.
O acidente ocorreu no trajeto habitual de casa para o trabalho ou do trabalho
para casa.
Ocorreu um acidente de trabalho?
O conceito legal de AT
Sim. Somente não se caracteriza como acidente de trabalho o acidente de trajeto sofrido pelo segurado que, por interesse pessoal, tiver interrompido ou alterado o percurso habitual.
  Um promotor de vendas trabalha em dois supermercados em João Pessoa. 
Ao se deslocar entre um supermercado e outro, sofre um acidente de trânsito. 
Este acidente é considerado um acidente de trabalho, mas de que tipo? Típico ou de trajeto?
O conceito legal de AT
Acidente típico.
O conceito legal de AT
	Como se vê, pela lei brasileira, o acidente é confundido com o prejuízo físico sofrido pelo trabalhador (lesão, perturbação funcional ou doença).
	Do ponto de vista prevencionista, entretanto, essa definição não é satisfatória, pois o acidente é definido em função de suas consequências sobre o homem, ou seja, as lesões, perturbações ou doenças.
Conceito prevencionista
de AT
	Visando a sua prevenção, o acidente, que interfere na produção, deve ser definido como “qualquer ocorrência que interfere no andamento normal do trabalho”, pois além do homem, podem ser envolvidos nos acidentes, outros fatores de produção, como máquinas, ferramentas, equipamentos e tempo. Ou seja, ocorre um acidente no trabalho quando ocorre alguma coisa que interfere no andamento normal de um trabalho qualquer. 
	Este conceito de acidente é o mais amplo possível.
	“Acidente de Trabalho é todo evento inesperado e indesejável que interrompe a rotina normal de trabalho, podendo gerar perdas pessoais, de materiais, ou pelo menos de tempo”.
Conceito prevencionista de AT
Conceito prevencionista de AT
PIRÂMIDE DE BIRD
 Para cada 600 Quase Acidentes, 1 Perda Maior vai ocorrer. Isto significa 1 destes casos em cada 600 Quase Acidentes.
Conceito prevencionista de AT
Causas dos Acidentes de Trabalho
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A primeira teoria jurídica criada para embasar as leis de proteção à saúde do trabalhador, ainda no século XIX, foi a TEORIA DA CULPA, que, em linhas gerais, entende o AT como um crime qualquer.
Ela preconiza a existência de dois grupos de causas de acidentes:
Os atos culposos cometidos pelo prórpio empregado acidentado ou algum de seus colegas (os chamados “atos inseguros”); ou
Os atos culposos cometidos pelo empregador, seja por ação ou por omissão (as chamadas “condições inseguras”).
Segundo esta teoria, o pagamento de indenizações pelas lesões decorrentes de acidentes deveria ficar a cargo do elemento considerado culpado, o que demandava sempre uma ação judicial.
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Causas do Acidente de Trabalho
Causas do Acidente de Trabalho
 
Atos inseguros = empregado
Condições inseguras = empregador
CAUSAS DO AT
Ato inseguro = Ato cometido pelo trabalhador quando contraria as normas de segurança, podendo ou não causar ou favorecer a ocorrência de acidentes.
 Trabalhar sem estar autorizado;
 Trabalhar em ritmo inseguro;
 Deixar de utilizar ou manter em mau estado os EPI;
 Utilizar instrumental inadequado ou utilizá-lo imprudente;
 Adotar posturas ou posições inseguras;
 Etc.
Condição insegura = é a condição do ambiente que causa ou contribui para que o acidente possa vir a acontecer.
 Falta de protetores;
 Proteções inadequadas ou defeituosas;
 Instalações mal projetadas ou mal construídas;
 Iluminação inadequada;
 Ventilação inadequada;
 Piso escorregadio;
 Corrimão danificado;
 Equipamento, ferramentas e materiais defeituosos.
 Etc.
TEORIA DA CULPA
=
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Causas do Acidente de Trabalho
Trecho de um dos laudos de acidente fatal com a conclusão do engenheiro perito:
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Causas do Acidente de Trabalho
Quem "escolhe" o local para a execução da tarefa? 
Por acaso existe terreno isento de pedras?
Quem decide o tipo de ferramenta ou faca a ser usada na execução da tarefa?
E por acaso existe lâmina de aço disponível no mercado que seja inquebrável, resistente a impactos desta natureza?
O trabalhador foi treinado na atividade?
Os EPIs que eles utilizava eram adequados?
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Causas do Acidente de Trabalho
Entender que os acidentes do trabalho são fenômenos causados por falha humana do acidentado, consequência sobretudo de atos inseguros praticados pelos trabalhadores, implica em dispensar uma investigação das causas.
Apesar dos avanços no campo da análise acidentológica, as concepções que responsabilizam os próprios trabalhadores pelos acidentes de que são vítimas mantém-se com vigor no dia-a-dia das fábricas. O binômio atos inseguros-condições inseguras mantém seu poder de sedução.
Por detrás do termo ATO INSEGURO oculta-se um universo de situações registradas obscuramente (as CONDIÇÕES INSAGURAS) e quase sempre com o objetivo de definir e transferir a culpa para o acidentado.
O que faz – porque faz - com quem faz- como faz - em que tempo faz- com o que faz – quando faz – onde faz – em que condições faz.... A sistematização destas respostas possibilita o encontro de fatores situados mais na origem dos acidentes, a busca das causas das causas.
TÉCNICA DOS 5 POR QUÊS?
ACIDENTE QUEDA DE TRABALHADOR EM MESMO NÍVEL
Por que o trabalhador caiu? Porque estava desatento e não viu o piso molhado.
Por que o piso estava molhado? Porque vazou água da tubulação.
Por que vazou água da tubulação? Porque a tubulação estava furada.
Por que a tubulação estava furada? Porque a tubulação estava corroída.
Por que a tubulação estava corroída? Porque faltou manutenção.
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Causas do Acidente de Trabalho
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Causas do Acidente de Trabalho
“Através da Portaria nº 84/09, o Ministério do Trabalho corrigiu um antigo erro. A expressão "ato inseguro", contida na alínea "b" do item 1.7 da NR-1, foi retirada da regulamentação, assim como os demais subitens que atribuíam ao trabalhador a culpa pelo acidente de trabalho. 
O novo texto esclarece a possibilidade da divulgação de ordens de serviço sobre Segurança e Saúde por meios alternativos como, por exemplo, cartazes, comunicados e meios eletrônicos. 
Na opinião do médico do trabalho e especialista em análise de acidentes do trabalho, Ildeberto Muniz de Almeida, a aprovação desta alteração representa a desconstrução das práticas de atribuição de culpa às vítimas de acidentes. 
" Não se trata apenas de uma mudança restrita aos instrumentos legais. Isso significa que o MTE retomou seu trabalho de incentivo à prevenção de acidentes, incluindo novas propostas de formação e de atualização de seus auditores fiscais", considera Almeida. 
Reprodução da matéria publicada na Revista Proteção 
edição nº 208 - 04/2009.
Custos dos Acidentes
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Custos dos Acidentes
Insumos;
Processamento;
Processamento;
Processamento;
Produto final;
Consumidor.
Meios de Trabalho & Força de Trabalho
PERDAS
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 Materiais;
 Meios de trabalho;
 Mão-de-obra.
Quantidade X
Quantidade X
Custos dos Acidentes
LUCRO = RECEITA - CUSTOS
ACIDENTE DE TRABALHO
ACIDENTE DE TRABALHO
=
MAIORES CUSTOS
=
PREJUÍZOS
Qualquer acidente do trabalho acarreta prejuízos econômicos para o acidentado, para a empresa, para a Nação. Se encararmos o acidente do ponto de vista prevencionista (não ha necessidade de efeito lesivo ao trabalhador em virtude da ocorrência), a simples perda de tempo para normalizar a situação já representa custo.
Por exemplo, a queda de um fardo de algodão mal armazenado.
Custos dos Acidentes
Em princípio, teria como conseqüências:
Custos dos Acidentes
O empregado encarregado da rearmarzenagem despendera esforço para o trabalho, inclusive passando novamente pelo risco inerente a atividade, desnecessário se a armazenagem inicial tivesse sido corretamente feita;
O empregador pagara duplamente pelo serviço de armazenagem;
A perda de produção, pela necessidade de execução do serviço varias vezes, representa um custo para a Nação, mais sentida em caso de produtos de exportação
Se, no exemplo anterior, um trabalhador for atingido pelo fardo e necessitar de um afastamento temporário para recuperação, citamos como conseqüências:
Custos dos Acidentes
o operário ficará prejudicado em sua saúde;
o empregador arcará com as despesas de salário do acidentado, do dia do acidente e dos seguintes quinze dias;
a empresa seguradora (no caso do INSS) pagará as despesas de atendimento medico e os salários a partir do 15º dia até o retorno do acidentado ao trabalho normal.
Há diversos custos que o próprio bom-senso facilmente determina. Outros, porem, além de não serem identificados na totalidade, quando o são tornam-se de difícil mensuração.
O caso de um trabalhador morto em virtude de um acidente do trabalho. Em termos da Nação como um todo, como mensurar a perda de capacidade produtiva e mesmo da capacidade criativa do acidentado? Teremos os gastos com funeral, pagamento de pensão, porém o chamado CUSTO SOCIAL decorrente do acidente não poderá ser determinado.
A família do acidentado poderá sofrer graves conseqüências, não só financeiras, como também sociais. Não haverá
mais a possibilidade de promoções, horas extras, etc. Toda a experiência de vida que poderia ser transmitida aos filhos é perdida.
Pode ser sentida aqui a dificuldade para mensurar os custos dos acidentes.
Custos dos Acidentes
Parcelas do custo de acidentes:
O custo total do acidente do trabalho pode ser em duas parcelas: o custo direto e o custo indireto, ou seja:
C.T. = C.D.+ C.I.
Onde: CT = Custo total do Acidente;
 CD = custo direto do acidente;
 CI = custo indireto do acidente;
Em 1931, o americano H.W. Heinrich efetuou uma pesquisa entre a média industria americana e encontrou a relação 1:4 entre o custo direto e o custo indireto, ou seja, se o custo direto de um acidente é R$ 1.000,00, seu custo indireto será R$ 4.000,00. 
Custos dos Acidentes
Custos dos Acidentes
Custos Diretos (contabilizados facilmente):
Instabilidade para a empresa e perdas de produtividade causadas pela falta dos trabalhadores;
Perdas de salários dos trabalhadores e possíveis custos de reposição de mão-de-obra;
Custos de primeiros socorros, assistência médica e reabilitação;
Despesas de seguro e indenização;
Multas, embargos e interdições;
Substituição ou reparação de equipamentos e/ou ferramentas danificadas.
Custos Indiretos (não são diretamente relacionados ao AT):
Tempo perdido pelos companheiros do acidentado;
Tempo despendido pela alta administração em função dos inquéritos pós-acidente ou acompanhamento da autoridade responsável nas inspeções de trabalho;
Conflitos trabalhistas (judiciais);
Custo social (oculto, difícil de ser contabilizado)
Menor empregabilidade do trabalhador, em longo prazo, devido à lesão;
“Custos humanos” – perda da qualidade de vida e do bem-estar em geral; Baixa motivação, menos ânimo para o trabalho e maior absenteísmo;
Perda de imagem e confiança com as partes interessadas (clientes, Governo, acionistas e sociedade);
Custos dos Acidentes
Pode-se notar, portanto, que o custo de acidentes envolve vários fatores de produção:
Pessoal:
Envolve todos os funcionários assalariados. Qualquer acidente determinará despesas médicas, hospitalares, farmacêuticas, além de gastos com indenizações por incapacidade, ao órgão segurador;
Máquinas e equipamentos:
Inclui ferramentas, carros de transporte diretamente ligados à produção, maquinas, que podem ser danificados em caso de acidente, exigindo reparos, substituição de peças e serviço extra das equipes de manutenção.
Custos dos Acidentes
Matéria-prima: 
Compreende os três estágios, entrada, processamento e saída como produto acabado. Material perecível, por exemplo, pode ser perdido em caso de parada repentina do processo em virtude de um acidente.
Tempo: 
Invariavelmente, qualquer acidente acarreta, com perda de tempo, tanto na produção como na mão-de-obra.
Instalações:
Compreende danos as instalações elétricas, aos prédios, às canalizações, etc.
Custos dos Acidentes
Custos dos Acidentes
FONTE:
NBR 14280:2000
RAT – Riscos Ambientais de Trabalho
FAP – Fator Acidentário Previdenciário
NTEP – Nexo técnico Epidemiológico Previdenciário
RAT – Riscos Ambientais de Trabalho
Antigo SAT – Seguro de Acidente do Trabalho;
É uma contribuição devida à Previdência Social, a título de seguro de acidente do trabalho, pago pelo empregador sobre a folha de pagamento e recolhido na GPS – Guia da Previdência Social;
A alíquota do RAT é determinada pelo grau de risco da empresa. Essa alíquota poderá ser de 1%, 2% e 3%.
DECRETO 3048 de 06 de maio de 1999 (Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências )
ANEXO V – RELAÇÃO DE ATIVIDADES PREPONDERANTES E CORRESPONDENTES GRAUS DE RISCO (CONFORME A CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES ECONÔMICAS) (Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
CNAE 2.0 		Descrição					Alíquota
8532-5/00 		Educação superior - graduação e pós-graduação 	1
1081-3/02 		Torrefação e moagem de café			 3
FAP – Fator Acidentário Previdenciário
É fator multiplicador do RAT;
O FAP é determinado pela frequência, gravidade e custo que sua empresa gerou para a Previdência Social.;
O cálculo do FAP leva em consideração o número de acidentes do trabalho, auxílio-doença por acidente, doenças do trabalho, pensão por morte por acidente do trabalho, aposentadoria por invalidez e auxílio-acidente por acidente do trabalho. Também há um peso atribuído pelo CNAE ao qual a empresa pertence
Decreto 6.042/07
Art. 202-A.  As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202 serão reduzidas em até cinqüenta por cento ou aumentadas em até cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção - FAP. 
 FAP = [ 0,5000 ; 2,000 ] 
CNAE 
grau leve 
 1%
CNAE 
grau médio 
 2%
CNAE 
grau grave 
 3%
 1%  0,5% a 2%
 2%  1% a 4 %
 3%  1,5% a 6 %
FAP – Fator Acidentário Previdenciário
FAP – Fator Acidentário Previdenciário
Na sistemática antiga, a líquota do RAT era igual para todas as empresas (1%, 2% ou 3%), de acordo com a atividade e o grau de risco de cada uma.
Nesse antigo sistema, as empresas que investiam na prevenção de acidentes e doenças do trabalho não tinham qualquer vantagem em relação àquelas que eram responsáveis por altos índices de sinistros laborais, vez que pagavam a mesma quantia a título de contribuição previdenciária.
Assim, em termos simples e diretos, a nova forma de cálculo implementada através do FAP, pode ser resumida à seguinte frase:
“A empresa que der ensejo a mais acidentes e casos de doenças do trabalho que outra, pagará contribuição previdenciária maior.” 
 
2% x 1,9435 = 3,8870 %
2% x 1,0000 = 2,0000 %
2% x 0,8571 = 1,7142 %
Tributação “Coletiva” (CNAE)
Tributação “Individual” (CNPJ)
FAP
2% x 1,1750 = 2,3500 %
2% x 0,5997 = 1,1994 %
2% x 1,5362 = 3,0724 %
Mesma atividade Econômica 
Risco Médio = 2% - RAT
FAP – Fator Acidentário Previdenciário
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NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário
A Previdência Social estabeleceu (anexos do Decreto 6.042/2007) que algumas doenças são desencadeadas pelo trabalho, ou seja, há um suposto nexo entre a doença e a atividade laborativa desenvolvida na empresa. Trata-se de presunção.
ANEXO – II (LISTA B)
ANEXO – II (LISTA C)
NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário
Trabalhador de uma empresa de confecção de peças de vestuário (CNAE 1412) foi afastado durante 1 mês de suas atividades laborativas por ter sido diagnosticado com BRONQUITE ASMÁTICA. 
ANEXO – II (LISTA B)
ANEXO – II (LISTA C)
SE O CNAE DA EMPRESA ESTIVER REFERIDO NO CID DAQUELA DOENÇA, ESSA DOENÇA SERÁ CONSIDERADA COMO ACIDENTE DO TRABALHO. CABENDO A EMPRESA COMPROVAR QUE NÃO HÁ NEXO ENTRE A DOENÇA E O TRABALHO DO EMPREGADO.
NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário
O NTEP pode influenciar FAP?
Sim. Quando a Previdência Social entende que a doença do trabalhador foi desencadeada pela atividade da empresa, ou seja, gera o nexo técnico epidemiológico entre a doença e o trabalho desenvolvido, o trabalhador irá receber auxílio-doença acidentário. Assim, este afastamento vai ser computado para determinar o FAP.
Qual medida a empresa pode tomar para não haver aumento da alíquota do FAP?
Aplicar todas as normas de segurança e saúde do trabalhador, visto que o FAP é composto basicamente pelos índices de acidentes e benefícios concedidos pela Previdência Social em decorrência de acidentes e doenças do trabalho.
Comunicação de Acidente do Trabalho
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Comunicação do AT (CAT)
 
A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho (pela internet), ocorrido com seu empregado, havendo ou não afastamento do trabalho.
A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer um acidente de trabalho ou uma doença ocupacional. Deve ser emitida pela empresa no prazo de 1 dia util, ou, se ocorreu óbito, imediatamente. 
Pode também ser emitida - mesmo fora do prazo - pelo médico, pelo familiar, por
um dependente do segurado, pelo sindicato ou por uma autoridade pública; nesse caso o INSS enviará uma carta à empresa para que emita sua CAT.
Comunicação do AT (CAT)
 
A comunicação será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT, preenchido em 4 (quatro) vias, com a seguinte destinação (Artigo 357 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/2010):
1ª via – ao INSS; 
2ª via – à empresa; 
3ª via – ao segurado ou dependente; 
4ª via – ao sindicato de classe do trabalhador; 
Comunicação do AT (CAT)
 
Ocorrências X Tipos de CAT
Ocorrências:
Tipos de CAT:
a) acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou do trabalho;
CAT inicial;
b) reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho, já comunicado anteriormente ao INSS;
CAT reabertura;
c) falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial.
CAT comunicação de óbito.
 
 
Taxa de Frequência e Taxa de Gravidade
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A avaliação da frequência e da gravidade deve ser feita em função de:
Número de acidentes ou de acidentados;
Horas-homem de exposição ao risco;
Tempo computado.
Taxa de Frequência e de Gravidade
A avaliação da frequência e da gravidade deve ser feita em função de:
Número de acidentes ou de acidentados:
2.1 Acidente de trabalho: ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão pessoal.
2.9.2 acidentado: vítima de acidente.
NOTA: não é correto referir-se a “acidente”, quando se desejar fazer referência a “acidentado”.
Taxa de Frequência e de Gravidade
A avaliação da frequência e da gravidade deve ser feita em função de:
Horas-homem de exposição ao risco:
As horas-homem são calculadas pelo somatório das horas de trabalho de cada empregado.
Horas-homem, em um certo período, se todos trabalham o mesmo número de horas, é o produto do número de homens pelo número de horas. Por exemplo: 25 homens trabalhando, cada um, 200 h por mês, totalizam 5 000 horas-homem.
Quando o número de horas trabalhadas varia de grupo para grupo, calculam-se os vários produtos, que devem ser somados para obtenção do resultado final.
Taxa de Frequência e de Gravidade
A avaliação da frequência e da gravidade deve ser feita em função de:
Horas-homem de exposição ao risco:
EXEMPLO: 25 homens, dos quais 18 trabalham, cada um, 200 h por mês, quatro trabalham 182 h e três, apenas, 160 h, totalizam 4 808 horas-homem, como abaixo indicado:
18 x 200 = 3 600
4 x 182 = 728
3 x 160 = 480
Total = 4 808 horas-homem de exposição ao risco
Taxa de Frequência e de Gravidade
A avaliação da frequência e da gravidade deve ser feita em função de:
Tempo computado:
2.9.8 Tempo computado: tempo contado em “dias perdidos, pelos acidentados, com incapacidade temporária total” mais os “dias debitados pelos acidentados vítimas de morte ou incapacidade permanente, total ou parcial”.
Taxa de Frequência e de Gravidade
A avaliação da frequência e da gravidade deve ser feita em função de:
Tempo computado:
2.9.6 Dias perdidos: dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de lesão pessoal, excetuados o dia do acidente e o dia da volta ao trabalho.
2.9.7 Dias debitados: dias que se debitam, por incapacidade permanente ou morte, para o cálculo do tempo computado.
Taxa de Frequência e de Gravidade
A tabela de dias debitados permite a comparação de redução de capacidade devido ao acidente. Representa uma perda econômica, tendo a vida média do trabalhador, sido estimada em 20 anos ou 6.000 dias. É usada internacionalmente e foi organizada pela "Internacional Association of Industrial Accident Bord and Comissions". 
Taxa de Frequência e de Gravidade
Uma situação...
Suponhamos duas fábricas; uma que chamaremos de A e outra de B. No ano passado, 10 trabalhadores se acidentaram na fábrica A e 20 na B. Qual das duas fábricas teve uma proporção mais alta de acidentados? 
Mas suponhamos, que na fábrica A trabalhem 100 pessoas e na B um número duas vezes maior. Cada fábrica, portanto, teve o mesmo número de acidentados para cada 100 trabalhadores. 
Mas, suponhamos agora que a fábrica A trabalhe 40 horas por semana e a fábrica B 44 horas. Isso, nos faz concluir, que em termos de prevenção de acidentes, a B é melhor do que a A, já que cada operário trabalhando mais horas, a exposição ao risco é maior .
Taxa de Frequência
O objetivo do cálculo da taxa de frequência (F) é o de priorizar os locais onde os acidentes ocorrem com maior freqüência. A taxa de freqüência F é dada por:
Onde: N = nº de acidentes ocorridos no período analisado;
 HH = nº de homens-hora de exposição ao risco.
A taxa de freqüência expressa o número de acidentes com perda de tempo ocorridos em um milhão de horas-homens trabalhadas. Este é o número padrão adotado para possibilitar a comparação entre coeficientes de empresas que possuem diferentes números de empregados.
A taxa de frequência F deve ser expressa com aproximação de centésimos.
Taxa de Frequência
EXEMPLO
Se na fábrica A ocorreram 10 acidentes com perda de tempo, no ano passado e, se foram trabalhadas 200.000 horas-homens durante o ano, obtemos, aplicando a fórmula: 
Isto significa, que durante o ano os trabalhadores da fábrica A sofreram lesões que provocaram uma perda de tempo à razão de 50, por cada milhão de horas que trabalharam. 
A taxa de freqüência indica apenas a quantidade de acidentes, mas não indica a gravidade das lesões. 
Assim por exemplo, numa empresa pode ter havido 50 acidentes com lesões de pequena importância, enquanto que numa outra empresa poderia ter havido apenas 5 acidentes com perda de falanges e perda de visão de um olho. 
Portanto, como o número de acidentes não expressa realmente a gravidade dos acidentes, torna-se necessário levantar a taxa de gravidade. 
A idéia de se fazer a comparação através da gravidade decorre do fato de que nem todos os casos são igualmente danosos;
Taxa de Frequência
A taxa de gravidade (G), representa a perda de tempo resultante dos acidentes em número de dias, ocorridos em um milhão de horas-homens trabalhadas;
A taxa de gravidade G é dada por:
Onde: HH = nº de homens-hora de exposição ao risco;
 TC = tempo computado, isto é, dias perdidos mais dias debitados.
A taxa de gravidade G deve ser expressa em números inteiros.
Taxa de Gravidade
EXEMPLO
Se no caso da fábrica A, as 10 lesões provocaram um total de 200 dias perdidos, obteremos empregando a expressão de coeficiente de gravidade: 
Isto é, o tempo perdido devido aos acidentes ocorridos na fábrica A, no ano passado, foi de 1.000 dias para cada 1.000.000 horas trabalhadas. Supondo-se que cada trabalhador, trabalhou 2.000 horas por ano, a média de tempo perdido foi de 2 dias por homem, por ano. 
Taxa de Gravidade
ÍNDICE DE AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE (IAG):
É a razão entre o Coeficiente de Gravidade e o Coeficiente de Frequência. 
Esse índice é o que vai determinar a prioridade de ação.
Índice de avaliação de gravidade
Exemplo ilustrativo
Estabeleça a prioridade de ação do setor de Segurança do Trabalho numa empresa que trabalha 8h/dia, tomando para análise o período de 60 dias e o quadro seguinte: 
Setor
Nº de op.
Horas extras
Nº de AT
D.P
D.D
IAG
Prioridade
1
80
10
05
15
1800
2
100
25
18
32
750
Exemplo ilustrativo
Setor
Nº de op.
Horas extras
Nº de AT
D.P
D.D
IAG
Prioridade
1
80
10
05
15
1800
362,99
2
100
25
18
32
750
SETOR 1: 
HH= (80x8x60) + 10 
HH= 38400 horas-homem de exposição ao risco
----------------------------------------------------------------------------
F= N x 106 =_ 5__ x 106  F = 130,21
 HH 38400
-----------------------------------------------------------------------------
G= (DP + DD)
x 106 = (15 + 1800) x 106  G = 47266
 HH 38400
-----------------------------------------------------------------------------
IAG= G = 47266  IAG= 362,99
 F 130,21
Exemplo ilustrativo
Setor
Nº de op.
Horas extras
Nº de AT
D.P
D.D
IAG
Prioridade
1
80
10
05
15
1800
362,99
2
100
25
18
32
750
SETOR 2: 
HH= (100x8x60) + 25 
HH= 48025 horas-homem de exposição ao risco
----------------------------------------------------------------------------
F= N x 106 =_ 18__ x 106  F = 374,80
 HH 48025
-----------------------------------------------------------------------------
G= (DP + DD) x 106 = (32 + 750) x 106  G = 16283
 HH 48025
-----------------------------------------------------------------------------
IAG= G = 16283  IAG= 43,44
 F 374,80
Exemplo ilustrativo
Setor
Nº de op.
Horas extras
Nº de AT
D.P
D.D
IAG
Prioridade
1
80
10
05
15
1800
362,99
1º
2
100
25
18
32
750
43,44
2º
SETOR 2: 
HH= (100x8x60) + 25 
HH= 48025 horas-homem de exposição ao risco
----------------------------------------------------------------------------
F= N x 106 =_ 18__ x 106  F = 374,80
 HH 48025
-----------------------------------------------------------------------------
G= (DP + DD) x 106 = (32 + 750) x 106  G = 16283
 HH 48025
-----------------------------------------------------------------------------
IAG= G = 16283  IAG= 43,44
 F 374,80

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