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CONCURSO DE CRIMES

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Conceito:
Ocorre concurso de crimes quando o agente com uma ou mais condutas realiza mais de um crime. Não se confunde com o concurso de pessoas (que significa a participação de duas ou mais pessoas em um determinado delito), porém nada impede que ao mesmo tempo haja concurso de crimes e concurso de pessoas, como por exemplo: duas ou mais pessoas cometem dos crimes de evasão de divisas de forma continuada. Como também é possível o concurso entre um crime doloso e outro culposo, por exemplo: Na “aberratio ictus” em sentido amplo o agente mata quem ele queria (homicídio doloso) e ainda acaba lesando um terceiro (lesão culposa), ou seja, conduta única, com dois resultados.
Em tese, o concurso de crimes pode se dar em todas as espécies de crime, porém, há situações em que não se pode falar em concurso de crimes, sejam elas: crime complexo; crime permanente; crime habitual; crime de conteúdo múltiplo ou variado ou plurinuclear; crime de conduta única desdobrada em vários atos praticados no mesmo contexto fático; crime massificado. (Esses crimes podem configurar, ou não, um concurso de crimes, tudo depende do caso concreto.) 
MODALIDADES DE CONCURSO DE CRIMES:
Existem três modalidades de concurso de crimes, sejam elas:
Material ou real – Encontra-se fundamentado no artigo 69 do código Penal, e ocorre “quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não”. Seus requisitos são: a pluralidade de conduta e pluralidade de crimes. Podendo ser homogêneos (se os resultados produzidos forem idênticos), ou heterogêneo (se os resultados forem diversos). 
 Aplicação da pena em concurso material ou real
OLHAR NA FOTO E VER QUAL COLOCAR
Existem regras de fixação de pena: as aplicadas individualmente, é realizada pelo sistema adotado pelo Código Penal Brasileiro chamado cúmulo material onde somam as penas cominadas a cada um dos crimes praticados em concurso. Caso as espécies de penas não sejam iguais, cumpre-se primeiro a mais grave, assim, a reclusão deve ser cumprida primeiro que a detenção, mas caso sejam aplicadas.
Formal ou ideal – Encontra-se fundamentado no artigo 70 do Código Penal, e ocorre “quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não”. Seus requisitos são: conduta única e pluralidade de crimes. Podendo ser homogêneos ou heterogêneo. Podendo ser, ainda, perfeito (ou normal ou próprio) quando o agente não atua com desígnios autônomos em relação a cada crime ou imperfeito (anormal ou impróprio) quando há desígnios autônomos em relação a cada crime.
VER A PÁGINA 330 E 331 DO LIVRO e decidir qual colocar:
A pena aplicada no concurso formal perfeito é relativo, se for homogêneo, aplica-se a pena de qualquer dos crimes, acrescida de 1/6 até a metade; se for heterogêneo, aplica-se a pena do mais grave, aumentada 1/6 até a metade. O aumento da pena varia de acordo com a proporção de resultados produzidos.
Para que não torne benéfica a prática de mais de um crime por uma única ação, no concurso formal impróprio, é utilizado o sistema de cúmulo material das penas, o mesmo que é utilizado no concurso material. Havendo apenas a soma das penas aplicadas aos diversos crimes, como no concurso material.
(VER SE COLOCA - no caso do concurso formal, quando as penas aplicadas por o sistema de exasperação superarem as que por ventura fossem aplicadas por o sistema do cúmulo material, para que o apenado não saia prejudicado, sua pena será computada como se desta forma fosse, este é o chamado cúmulo material benéfico. O aumento de pena no concurso formal deve ser fundamentado pelo juiz, devendo, segundo a maioria dos doutrinadores, ser aplicado levando em consideração o número de vítimas ou a quantidade de crimes praticados).
CRIME CONTINUADO:
	
O crime continuado ou continuação delitiva está previsto no art. 71 do Código Penal, este se dá quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, em condições de tempo, lugar, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie utilizando de modos de execução semelhantes, sendo que subsequentes devem ser havidos em continuação do primeiro delito.
Segundo a doutrina, o crime continuado possui duas espécies, no qual se difere somente pelo emprego de violência e dolo, são elas:
a) Crime continuado comum: crime cometido sem o emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa (art. 71, caput). O sistema de aplicação de pena é obtida pelo resultado da pena mais grave, aumentada de 1/6 até 2/3, dependendo da quantidade de vítimas.
b) Crime continuado específico: crime doloso praticado com violência ou grave ameaça contra vítimas diferentes (art. 71, parágrafo único). A tipo de pena utilizado neste caso é da aplicação da pena mais grave aumentada até o triplo.
Esta forma de concurso de crimes foi adotada por ficção jurídica, já que são vários crimes que a lei adota como crime único para questões de punibilidade.
Por crimes de mesma espécie, não há necessidade de serem idênticos, bastando que o bem jurídico atingido no seu cometimento sejam os mesmos. Este não é um entendimento pacífico, alguma parte da doutrina entende que apenas crimes que fazem parte de um mesmo dispositivo legal (artigo de lei) seriam da mesma espécie, como um homicídio simples e um qualificado, por exemplo.
O percentual de aumento em ambos os casos deve ser baseado no número de crimes ou de vítimas. E, da mesma forma que no concurso formal próprio, as penas aplicadas pelo sistema da exasperação não podem superar as que seriam aplicadas pelo cúmulo material, portanto, caso seja ultrapassado o limite, será aplicado o cúmulo material benéfico.

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