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1 MEIO AMBIENTE: UMA QUESTAO DE CONSCIENTIZACÃO E PRESERVACÃO DO HOMEM EM PROL DE SUA PRÓPRIA SOBREVIVÊNCIA Patrícia Edí Ramos Escola Estadual Maria Eduarda Pereira Soldera São José dos Quatro Marcos INTRODUCÃO Este trabalho tem por objetivo uma pesquisa acerca dos elementos que compõem as práticas de gestão ambiental, pois é de suma importância que a sociedade se conscientize da extrema necessidade de se preservar o meio ambiente. A questão ambiental tomou espaço e se tornou uma preocupação tanto de organizações governamentais como não governamentais e também do mercado internacional, ambos interessados em demonstrar comprometimento com o meio ambiente, buscando controlar os impactos ambientais das suas atividades, produtos ou serviços, tendo em consideração a sua política e objetivos ambientais, fatores esses que contribuem para o trabalho nas empresas de acordo com as legislações e normatizações. Para dar inicio ao nosso estudo nos atentamos a analisar a expressão meio ambiente, que podemos defini lá como tudo aquilo que nos cerca, ou seja, o céu, a terra, o ar, as águas, as árvores, as construções, os municípios, os estados, os países, mais especificamente trata do mundo em si. Desde o inicio da civilização, o ser humano vem fazendo uso frequente dos recursos naturais, ainda nos tempos da caverna o homem caçava, pescava e coletava produtos da fauna e flora para alimentação e vestimentas, tudo isso se intensificou a medida que o homem passou a percorrer o mundo. Com o passar dos anos e desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais, o homem passou também a utilizar de maneira intensa os recursos 2 minerais, algumas vezes como material para construção e outra vezes como instrumentos para diversos tipos de trabalhos. Por muito tempo os recursos naturais foram vistos como algo que nunca teria fim, porém com o passar dos anos e com os desgastes causados a natureza devida toda industrialização, o homem começou a perceber que isto não passava de uma mera ilusão, e a partir deste momento o meio ambiente deixou de ser visualizado como uma fonte inesgotável de recursos e passou a fazer parte da preocupação de toda a humanidade. A partir do momento em que o homem passou a perceber que a forma de vida que levava estava resultando na escassez dos recursos e causando a degradação do meio ambiente, começou uma busca incansável por alternativas que recuperasse os recursos naturais e ajudasse na restauração dos recursos ambientais. Foi a partir daí que a sociedade em geral passou a cobrar das empresas, uma maneira delas aliar suas atividades a conservação do meio ambiente, visto que estas são as maiores causadoras dos danos ambientais. Não podemos deixar de observar a suma importância que tem o espaço que a mídia tem dado ao assunto, pois é através de discussões, da pressão das organizações governamentais e até mesmo não governamentais e da exigência do mercado internacional que as empresas começaram a implantar soluções para os problemas ambientais, tudo isso resultou no aumento de empresas com o Sistema de Gerenciamento Ambiental (SGA), este tem a função de verificar se os objetivos estabelecidos estão sendo alcançados, mas para que isso aconteça é preciso também à implantação da Auditoria Ambiental, uma ferramenta que contribui efetivamente na eficácia de bons resultados do sistema. Diante de todo esse patamar é imprescindível que consideremos a vida em harmonia com o meio ambiente como um fator determinante para nossa sobrevivência e a sobrevivência de tudo que nos cerca. E foi pensando em tudo que estamos presenciando nos dias atuais com os ecossistemas e mais precisamente com a natureza que tem respondido ao homem todos os danos que este o causou que surgiu o interesse em ler, estudar, pesquisar e refletir sobre o meio ambiente e tudo que interfere neste, pensando que atualmente sou uma professora atuante em uma escola da zona rural, e que é meu papel 3 não só meu, mas como de todos educadores orientar e esclarecer todos os educando sendo esta uma forma de auxiliar na formação de cidadãos críticos e conscientes de seu papel perante a sociedade e ao meio em que vive. MEIO AMBIENTE RESPEITAR PARA SE TER UMA QUALIDADE DE VIDA A relação de vida do homem com o meio ambiente corresponde especificamente ao modo de vida, ou melhor, de construir o seu meio de viver, pois suas ações refletem diretamente na qualidade de vida do meio ambiente, se tornando uma questão econômica e de sobrevivência de ambos. Todo enfoque ao redor da degradação da vida ambiental, tem haver com o fato dos recursos naturais estarem se esgotando, ou melhor, a natureza não tem conseguido se recuperar perante as ações humanas, a partir do progresso com a industrialização, o homem se mostrou capaz de alterar totalmente o meio ambiente, assim surgiu à necessidade de conciliar o modo de vida do ser humano com a proteção ao meio ambiente. Somente há poucas décadas, em decorrência de catástrofes ambientais, índices alarmantes de poluição e a constatação de que os limites da natureza estavam sendo superados foi que se iniciou um movimento em favor da utilização racional dos recursos naturais. Essa decorrência de fatores se deve aos estágios de relacionamentos, pelos quais o ser humano vem passando em seu processo de evolução através dos tempos. Em principio, movido pela preocupação com as forças da natureza e o desejo de segurança relacionado ao medo e ao respeito, gerou o espírito de cooperação mútua e a organização social. Trabalhava-se para o sustento do grupo o que gerava mais segurança e pouca interferência nos ecossistemas da época, um período em que o homem retirava da natureza somente o necessário para a sua sobrevivência. Logo, o homem começa a se sentir autoconfiante, e então se inicia o período de adaptação do meio às necessidades do homem, como por exemplo, a domesticação de animais selvagens e o surgimento de atividades agrícolas 4 garantindo alimento para todos, o que propicia o crescimento populacional. Agora já fortalecido diante aos desafios da vida social, a vida em harmonia com a natureza se transforma em agressão devido todo desenvolvimento, urbanização, industrialização a mineração intensiva, processos que geram um progresso a qualquer custo. No entanto, todo esse desenvolvimento tem propiciado o surgimento de sentimentos em relação ao mundo, como os sentimentos de responsabilidade social, ética ambiental e consciência coletiva, ou seja, novamente o homem terá que ajustar suas necessidades às características do meio se quiser preservar a vida de sua própria espécie. Cuidar do meio ambiente é muito mais que o uso da razão, da ciência e da tecnologia, passou a ser uma questão de sobrevivência. Para Ribeiro (1998), as mudanças de valores, mentalidade e comportamento são fundamentais para o futuro da espécie humana, em que o limite norteia uma situação que o consumismo e os valores materialistas exercem pressão sobre os recursos naturais. Quando nos atentamos para as questões ambientais, não se trata apenas do nosso Brasil, mas sim de uma questão de nível internacional, o meio ambiente é uma preocupação mundial. O crescimento populacional urbano e o desenvolvimento industrial desenfreado têm gerado enormes degradações ambientais, podemos citar como exemplos significativos deste fator o aumento de temperatura do planeta, a destruição da camada de ozônio, o esgotamento acelerado dos recursos naturais, entre muitos outros fatores. Estas situações pôs o mundo todo a pensar e buscarpor novas práticas de desenvolvimento econômico que preservem a natureza. A esse respeito Cavalcanti (1998) relata que a economia não pode ser vista como algo à parte da natureza, a sustentabilidade implica o requisito de que os conceitos e métodos a serem usados na ciência econômica devem levar em conta as restrições ambientais ao desenvolvimento social. As relações entre ambiente e desenvolvimento econômico estão estritamente ligadas e devem buscar sempre o eixo da sustentabilidade, ou seja, como o próprio significado da palavra sustentável já traz que não envolva riscos ambientais. O termo sustentabilidade foi bem explicado pela primeira vez pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente das Nações Unidas, que o definiu 5 da seguinte maneira: “é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações em satisfazer suas necessidades” (WECD, 1987). Relacionado a esse contexto de sustentabilidade Barbieri (1996, p. 29) descreve que “o objetivo da sustentabilidade é aumentar as opções das pessoas, respeitando não só as gerações atuais como também as gerações futuras”. Segundo Sachs (2002, p. 85), o desenvolvimento voltado para a sustentabilidade deve considerar aspectos como: social, cultural, ecológico, ambiental e territorial. Os quais serão descritos a seguir: Sustentabilidade social: aquela em que se alcança um patamar razoável de homogeneidade social, distribuição de renda justa, emprego pleno e/ ou autônomo com qualidade de vida decente e igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais; Sustentabilidade cultural: a que se refere às mudanças no interior da comunidade, capacidade de autonomia para elaboração de um projeto nacional integrado e com abertura para o mundo. Implica ainda na necessidade de se buscar solução de âmbito local, utilizando-se das potencialidades das culturas e do modo de vida da cidade, assim como da participação da população residente nos processos decisórios e nas formulações de programas e do desenvolvimento turístico; Sustentabilidade Ecológica: a que decorre da preservação do potencial capital da natureza na sua produção de recursos renováveis, da limitação do uso de recursos não renováveis, da limitação do respeito da capacidade de carga máxima de suporte dos ecossistemas; Sustentabilidade Ambiental: aquela que respeita e realça a capacidade de autodepuração dos ecossistemas naturais; Sustentabilidade Territorial: a que se refere às configurações urbanas e rurais balanceadas. A necessidade de implantar um instrumento de gestão ambiental que garantisse a implantação das normas ambientais e o cumprimento das leis surgiu a partir do momento que as empresas começaram a investir em um planejamento sustentável. Foi a partir de então que se implantou as normas ISO série 14000, uma organização internacional especializada, não 6 governamental, composta por 111 países, também conhecida como a família de normas desenvolvidas para cuidar da rotulagem ambiental. Seu principal objetivo é desenvolver normas referentes à fabricação, comércio e comunicação e publicar documentos que estabeleçam práticas internacionalmente aceitas, esses documentos são geralmente Normas Internacionais, que estabelecem regras a serem seguidas. Segundo Valle (1995) a ISO série 14000 auxilia as empresas a cumprirem suas responsabilidades em relação ao meio ambiente através de um sistema de gestão, suas normas se aplicam às atividades industriais, extrativas, agroindustriais, certificando que as empresas satisfaçam os padrões de qualidade ambiental em suas linhas de produção. Todo esse procedimento impede que a sociedade pague por uma conta, isto é, impactos ambientais, que muitas vezes as empresas causadoras deixam de assumir. Valle (1995, p.54) ressalta que: Com o intuito de uniformizar as ações que deveriam se encaixar em uma nova ótica de proteção ao meio ambiente, a ISO – International Organization for Standartization (Organização Internacional para Normalização) – decidiu criar um sistema de normas que convencionou designar pelo código ISO 14000. Esta série de normas trata basicamente da gestão ambiental e não deve ser confundida com um conjunto de normas técnicas. O Brasil participa da ISO por meio da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, que é uma entidade privada sem fins lucrativos, composta de pessoas físicas e jurídicas. A ABNT é conhecida pelo governo brasileiro como Foro Nacional de Normalização, é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro, cujo objetivo principal é promover a elaboração de normas em diversos domínios de atividades. Além disso, a ABNT pode efetuar a certificação de produtos e sistemas. Para Bogo (1998) as normas ISO série 14000 focalizam um sistema que alcance político, objetivo e de alvo, em que requerem políticas de inclusão de elementos que façam com que cumpram as leis e suas regulamentações, principalmente quando se tratam de evitarem a poluição. 7 A série ISO 14000 abrange seis áreas: sistemas de gerenciamento ambiental, auditorias ambientais, avaliação do desempenho ambiental, rotulagem ambiental, análise do ciclo de vida e aspectos ambientais relacionados a produtos. De forma simplificada, a ISO série 14000 pode ser visualizada em dois grandes blocos: um seria o direcionamento para a organização e outro para o processo. A série cobre suas áreas, tanto no nível do Sistema de Gerenciamento Ambiental, realizando a avaliação do desempenho ambiental e da Auditoria Ambiental, quanto na Rotulagem Ambiental, isto é, por meio da análise do ciclo de vida e aspectos ambientais dos produtos. Como podemos notar as normas ISO série 14000 procuram desenvolver uma abordagem organizacional que leve a uma gestão ambiental efetiva e um dos pontos chave para esse impasse seria a mudança de hábitos do consumidor, pois foi esse um dos elementos que despertou nas organizações o interesse pela gestão ambiental que integra em seu significado: A política ambiental, que é o conjunto consistente de princípios doutrinários que conformam as aspirações sociais e/ ou governamentais no que concerne à regulamentação ou modificação no uso, controle, proteção e conservação do ambiente; O planejamento ambiental, que é o estudo prospectivo que visa à adequação do uso, controle e proteção do ambiente às aspirações sociais e/ ou governamentais expressas formal ou informalmente em uma política ambiental, através da coordenação, compatibilização, articulação e implantação de projetos de intervenções estruturais e não estruturais. O gerenciamento ambiental, que é o conjunto de ações destinado a regular o uso, controle, proteção e conservação do meio ambiente, e a avaliar a conformidade da situação corrente com os princípios doutrinários estabelecidos pela política ambiental. Como podemos ver o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é a parte do sistema global que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos a desenvolver, programar, atingir, analisar criticamente e manter a 8 política ambiental. A ISO 14001 define, de acordo com Maimon (1999, p. 85) o Sistema de Gestão Ambiental como: A parte do Sistema de Gestão Global que inclui a estrutura organizacional, o planejamento de atividades, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para o desenvolvimento, implantação, alcance, revisão e manutenção da política ambiental. Ainda em se tratando de preservaçãoambiental, de acordo com Siqueira (2001), para que uma sociedade possa viver em harmonia, todos respeitem o espaço alheio e cumpram seus direitos e obrigações, normalmente são criadas as regras que se concretizam com a edição de Leis, Decretos, Tratados, dentre outros. Em relação ao meio ambiente não é diferente. Tem-se a Lei 9.605, sancionada em 12 de dezembro de 1998, que veio estabelecer sanções criminais às práticas lesivas ao meio ambiente. Ela veio para complementar a Lei 6.398/81, em relação à responsabilidade criminal do poluidor e/ou degradador do meio ambiente, já que a Lei 6.398/81 trata apenas das reparações civis decorrentes de atos danosos ao meio ambiente. Segundo Seguin e Carreira (1999, p. 70) o direito ambiental pode ser conceituado como: O conjunto de leis, princípios e políticas publicas que regem a interação do homem com o Meio Ambiente para assegurar, através de processo participativo, a manutenção de um equilíbrio da Natureza, um ambiente ecologicamente equilibrado para a presente e as futuras gerações. Após a realização de todo procedimento citado até agora, inicia-se o processo de auditoria ambiental. Em que para Sá (1990) a auditoria pode ser vista como uma revisão, perícia, intervenção, exame de contas ou de toda uma escrita, constantemente ou eventualmente. O termo auditoria pode ser observado ainda como: exames de documentos antes de escriturados, o que podemos chamar de pré-auditoria, enquanto que os exames citados adiante são de fato auditorias ambientais, vejamos quais são eles: exame sistemático de todos os fatos realizados dentro da empresa, exame semestral ou anual de contas para aprovação, exame eventual solicitado por alguém competente para verificação da exatidão de procedimentos de uma administração, dentre outros. La Rovere (2001, p. 13) define auditoria ambiental como: Um exame e/ou avaliação independente, relacionada a um determinado assunto, realizada por especialista no objeto de exame, que faça uso de julgamento profissional 9 e comunique o resultado aos interessados (clientes). Ela pode ser restrita aos resultados de um dado domínio, ou mais ampla, abrangendo os aspectos operacionais, de decisão e de controle. Como podemos ver a auditoria ambiental é uma ferramenta que permite através dos resultados dos exames o uso de medidas corretivas quanto a problemas ambientais eventualmente detectados, e relacionadas a esse sistema de gestão temos as normas ISO 14010, 14011, e 14012. A Norma NBR ISO 14010 (1996) apresenta orientações às organizações, auditores e seus clientes em relação aos princípios gerais comuns à execução de auditorias ambientais, estabelecendo os princípios gerais de auditoria ambiental, as definições e os termos relacionados, composta por alguns termos específicos para auditoria ambiental como: conclusão de auditoria, critérios de auditoria, evidência de auditoria, constatação de auditoria, equipe de auditoria, auditado, auditor ambiental, cliente, auditoria ambiental, auditor-líder ambiental, organização, objeto da auditoria e especialista técnico, que constam também na ISO 14050. Uma questão interessante a se destacar seria o porquê das empresas buscarem por uma certificação ambiental? Podemos destacar inúmeras razões para a busca da certificação de gerenciamentos ambientais corretos, que podem variar também de uma organização para outra, pois cada qual agirá segundo aquilo que acredita. Entre os fundamentos para se adotar um Sistema de Gerenciamento Ambiental, temos: A necessidade de preservar nosso ecossistema, pois como já citamos no inicio do trabalho os recursos minerais estão se esgotando, isto é, são limitados e devido às atividades publicas estão se tornando escassos, raros e caros, isso quando não se encontram protegidos por lei. Os bens naturais, como a água e o ar deixaram de serem bens livres, ou seja, passaram a ter valor comercial, por exemplo, pagamos pela água que consumimos e a tendência é pagar cada vez mais caro pelo consumo desse recurso natural. Assim, como as residências que quando situadas em regiões com ar puro, livre da poluição seu valor é bem maior do que o de uma casa na região de poluição, justamente por proporcionar bem estar aos que habitam regiões onde a natureza é preservada. 10 Sem esquecer que é devido a todos os danos ao meio ambiente, que as legislações ambientais estão exigindo cada vez mais respeito e cuidado com o nosso planeta, exigências essas que conduz a pressões publicas tanto nacionais como internacionais, e mesmo a sociedade em geral, como a comunidade em que se vive está se demonstrando mais crítica e vigilante quanto aos danos ambientais e a poluição gerada pelas indústrias, partindo desde o vizinho até as organizações, todos estão trabalhando em prol do beneficiamento tanto ecológico como o populacional, pois todos serão beneficiados com a reparação dos danos ambientais, com a minimização dos impactos ambientais e os cumprimentos das legislações. Principalmente as empresas preservadoras dos ecossistemas, que em geral conseguem ter privilégios dos bancos, das financiadoras e seguradoras, enquanto que a firmas poluidoras como uma forma de serem castigadas tem suas apólices e taxas financeiras com valores elevados. Muitos são os benefícios daqueles que primam por um trabalho em harmonia com o meio em que vive, pois tanto compradores, como acionistas, consumidores, fornecedores e autoridades públicas estão dando preferência às empresas ambientalmente responsáveis. Atualmente os consumidores tendem a dar preferência aos produtos cultivados de forma mais saudável, sem qualquer tipo de agressão ambiental, sendo esta uma questão chave para as empresas investirem na produção consciente. Para muitas empresas a gestão ambiental tornou-se uma questão estratégica, e não somente uma questão de atendimentos aos requisitos legais. Atualmente as empresas estão expostas a cobranças de posturas mais ativas com relação à responsabilidade sobre seus processos industriais, é importante analisar o produto como um todo, ou seja, desde a matéria-prima até o descarte final, não se deve esquecer que as empresas são consideradas pela sociedade como os principais responsáveis pela poluição, o que as tornam vulneráveis a ações legais, e levam a recusa por parte dos consumidores, que hoje consideram a qualidade ambiental como uma de suas necessidades principais a serem atendidas (MOURA 2002). Outro fator interessante e importante é que as auditorias ambientais podem ser uma ferramenta de cunho auxiliador na determinação de melhorias 11 a serem realizadas nas empresas, deixando de ser uma ferramenta importante apenas na área de gestão ambiental, mas também para toda gestão da empresa, isto é, ter papel fundamental em diminuir os riscos financeiros da empresa e auxiliar em todo o Sistema de Gerenciamento Ambiental. Vale aqui ressaltar que as normas de meio ambiente não são um modismo: vieram para ficar, visto que atendem às novas exigências do mercado, cada vez mais globalizado e competitivo, em que o fator de preservação ambiental estará relacionado à aceitação dos produtos e sua valorização. 12 CONCLUSÃO Através desta pesquisa foi possível conhecer e refletir sobre o Sistema de Gerenciamento Ambiental, bem como as auditorias ambientais e as normas que as regem. Em relação ao termo meio ambiente e sua qualidade de vida, bem como o ciclo de vida humano, podemos constatar que a sociedade se encontra bem atentaquanto à questão ambiental. Muitos têm sido os esforços tanto de organizações governamentais como não governamentais para conscientizar o mundo de que a vida no planeta depende de uma série de fatores e é de suma importância o respeito à vida ecológica, bem como fazer uso responsável dos recursos encontrados nela. Com os olhos do mundo voltado para a degradação ambiental, toda a sociedade tem cobrado do mercado industrializado e globalizado alternativas para se viver em harmonia com o mundo ecológico, buscar um desenvolvimento que não prejudique nem comprometa a preservação ambiental, sendo uma alternativa para esse desenvolvimento a sustentabilidade, que tem como prioridade a qualidade de vida. Diante de toda conscientização que tem sido realizada através das mídias, a população passou a cobrar em relação à produção dos produtos comercializados pelas empresas, o mercado globalizado se tornou mais exigente com relação às empresas, o que resultou numa preocupação em dar mais credibilidade aos produtos que são fabricados de maneira ecologicamente correta e sustentável. Assim, diante das exigências impostas pelo mercado consumidor, ter a certificação das normas ISO tornou-se sinônimo de bons negócios e de qualidade perante a concorrência, o que levou as empresas a buscarem implantar o Sistema de Gerenciamento Ambiental, bem como a auditoria ambiental, visto que esta é uma ferramenta que tem a função de acompanhar e auxiliar os objetivos a serem alcançados por aquela determinada organização, sendo de fundamental importância as empresas possuírem planejamento e metas a serem alcançadas dentro de um sistema sustentável que tem por 13 finalidade um trabalho racional sem degradação do meio ambiente. Por fim, uma empresa deve sempre buscar pela melhoria de seu sistema de funcionamento, unindo a necessidade de proteção ambiental, bem como satisfazendo as expectativas dos clientes e consumidores. Assim, diante de tudo que estudamos e refletimos, mais uma vez podemos elevar que o respeito do homem com o meio em que vive é de suma importância para garantir sua própria sobrevivência no planeta. É preciso que o homem aprenda a lidar e a utilizar de forma consciente tudo àquilo que é oferecido pela natureza, pensando sempre nas gerações futuras. Afinal que mundo pretendemos deixar para os nossos descendentes? Qual será a qualidade de vida que as gerações sequentes terão? E de que forma nossos filhos, os filhos de nossos amigos e daqueles que nem sequer conhecemos irão ver o planeta que hoje conhecemos por nossa terra, nosso lar? Todas essas questões cabem a nós mesmos as respostas, pois é das nossas atitudes e do modo como escolheremos viver que dependerá o futuro daqueles que ainda estão por vir ao mundo que construímos com nossas ações. 14 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Família de normas ISSO 14000. NBR ISO 14000. Rio de Janeiro, 1996. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Sistema de Gestão Ambiental: especificação e diretrizes para uso. NBR ISO 14001. Rio de Janeiro, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Sistema de Gestão Ambiental - Diretrizes Gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. NBR ISO 14004. Rio de Janeiro, 2005. BARBIERI, E. Desenvolver ou preservar o ambiente. São Paulo: Cidade Nova, 1996. BOGO, Janice Mileni. O sistema de gerenciamento ambiental segundo a ISO 14001 como inovação tecnológica na organização. 1998. 153 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1998. CAVALCANTI, C. Desenvolvimento e Natureza: Estudo para uma Sociedade Sustentável. São Paulo: Cortez, 1998. LA ROVERE, E. Manual de auditoria Ambiental. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. MAIMON Dália. ISO 14000 - passo a passo a da implementação nas pequenas e médias empresas. Rio de Janeiro: Quality Mark, 1999. MOURA, L. A. A. 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