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1 2 AULA 4: PROCESSOS E METODOLOGIAS DOCENTES 3 INTRODUÇÃO 3 CONTEÚDO 4 COMPETÊNCIAS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO 4 MODELO DE FORMAÇÃO POR COMPETÊNCIAS 5 PLANEJAMENTO DIDÁTICO + FORMAÇÃO POR COMPETÊNCIAS 6 AULA EXPOSITIVA 8 SEMINÁRIO 10 ENSINO EM PEQUENOS GRUPOS 13 GRUPO DE OBSERVAÇÃO E DE VERBALIZAÇÃO 14 PAINEL INTEGRADO 15 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 16 ATIVIDADE PROPOSTA 20 REFERÊNCIAS 20 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 22 CHAVES DE RESPOSTA 25 ATIVIDADE PROPOSTA 25 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 25 3 Introdução Você sabia que toda ação educativa tem uma intenção? No caso da universidade, busca-se a formação adequada em Nível Superior para suprir as necessidades da sociedade. No entanto, reduzir esse segmento do ensino à qualificação de mão de obra seria diminuir seu objetivo. Devemos pensar na Educação Superior a partir de uma perspectiva mais abrangente, que desenvolva as potencialidades dos estudantes e contribua para aperfeiçoar suas competências técnicas e cognitivas – entre elas o saber CONHECER, SER, VIVER e FAZER. Nesta aula, você vai entender melhor os processos e as metodologias disponíveis para alcançar esses fins. Objetivo Identificar os processos didático-pedagógicos necessários a uma aula universitária. 4 Conteúdo Competências no mundo contemporâneo Como vimos ao longo das aulas anteriores, o mundo está em contínua transformação, e a educação não pode ficar alheia a esse movimento. Uma das formas encontradas pelo campo educacional para manter-se alinhado com essas mudanças foi basear o ensino no desenvolvimento de habilidades e organizar os currículos de acordo com as exigências do mundo contemporâneo, visando à formação por competências. Para entender melhor o conceito de competências1 e sua importância para a educação, assista ao vídeo da TV São Judas. Conforme aponta o professor Luiz Carlos Menezes, atuar didaticamente na perspectiva da formação por competências exige dos professores uma prática docente que favoreça o uso de metodologias ativas focadas no estudante e vinculadas à resolução de problemas e de desafios, bem como ao desenvolvimento de projetos. Por isso, o centro do processo de ensino e aprendizagem se desloca do professor para o aluno, ou seja, do ENSINAR para o APRENDER. Vamos entender melhor a noção em que se baseia essa reflexão? 1 Competências Capacidade que a pessoa tem de articular e de transformar, de maneira independente, seus vários saberes para atingir determinado objetivo preestabelecido. Esse conceito se baseia nos seguintes pilares da educação: Saber conhecer; Saber fazer; Saber ser; Saber conviver. 5 Modelo de formação por competências O modelo de competências apareceu como uma sugestão para a educação profissional em função das mudanças no mundo do trabalho, que exigiam novos saberes e determinado perfil de trabalhador – aquele com: Autonomia; Iniciativa; Capacidade de enfrentar e de resolver problemas; Aptidão para se adaptar a situações imprevistas. Isso aconteceu devido à crescente complexidade dos processos laborais e ao surgimento das novas tecnologias e formas de organização do trabalho. Esse novo padrão de formação engloba o conceito, a habilidade e a atitude do sujeito, ou seja, os três níveis de conhecimento – conceitual, procedimental e atitudinal. Há vários tipos de competências apontados por diversos autores. Nesta disciplina, seguiremos a proposta de Resende (2000), que destaca os seguintes: Competência técnica Domínio do conteúdo referente à área em que atuamos. Trata-se do que chamamos de expertise. Competência intelectual Aptidão mental para a realização de determinadas atividades. Competência cognitiva Articulação das aptidões mentais com o conhecimento adquirido. 6 Competência relacional Habilidade prática de relacionamento interpessoal em diferentes áreas, com distintos grupos ou associações. Competência didático-pedagógica Habilidade voltada para a educação e o ensino. Trata-se de saber planejar, ensinar e organizar atividades de estudo. O sujeito competente é aquele que sabe unir os conhecimentos de sua formação, de sua experiência e de seu autodesenvolvimento com as habilidades adquiridas e os comportamentos2 adequados socialmente. E você? É uma pessoa competente em sua área de atuação? Planejamento didático + formação por competências Atuar como professor no novo contexto a que nos referimos anteriormente exige outra postura e abordagem do conteúdo. Veja o que o professor Luiz Carlos Menezes fala a respeito do assunto: Como você pôde observar, a ação educativa do professor ao longo de um curso deve-se fundamentar em objetivos educacionais claros e definidos previamente. Esses objetivos precisam estar vinculados a um projeto de formação humana ampla e contribuir para a autonomia intelectual do estudante universitário. 2 Comportamentos Entre os comportamentos necessários à formação por competências, estão o interesse e a vontade do sujeito. 7 Disto resulta a importância do planejamento didático: através dele, as ações do educador em sala de aula são desenhadas de forma antecipada, com a finalidade de alcançar os objetivos propostos. Você se lembra dos três níveis do conhecimento em que se baseia a formação por competências? Para que o professor atue, de forma eficaz, na formação plena do estudante, seu planejamento didático também precisa contemplá-los. Nesse caso, o docente deixa de ser transmissor e transforma-se em facilitador do saber e mediador da aprendizagem. No campo da educação universitária, em especial, ele auxilia o processo de ensino ao formar alunos com autonomia e iniciativa, tornando-os capazes de solucionar problemas. Nesse contexto, planejamento e avaliação têm papéis fundamentais! Aprenda mais Para saber mais sobre as habilidades exigidas do ensino em Nível Superior, leia o texto Competências para a educação atual: uma discussão necessária nos cursos de Graduação. 8 Aula expositiva Agora que já entendemos quais são as competências necessárias ao professor de Ensino Superior, vamos apresentar as metodologias de que ele pode se valer para desempenhar suas funções em sala de aula. Trata-se de referências e perspectivas de abordagens do processo de ensino e aprendizagem muito importantes para nortear o fazer didático. Vamos começar pela técnica da aula expositiva! Esse método não está condenado no ambiente acadêmico, mas, por sua natureza individualista, deixa a cargo do educador toda a tarefa do ensino e, geralmente, não dá espaço para o debate e a pesquisa por parte dos alunos. Embora seja relevante e necessária, essa técnica não pode ser a única estratégia docente na Educação Superior, porque tende a tornar os estudantes sujeitos passivos. Antes disso, a aula expositiva precisa de complemento a partir do uso de outras metodologias que serão apresentadas mais adiante. Mesmo diante da necessidade de complementação, qualquer aula expositiva tem de ser planejada com base nos seguintes elementos estruturais: Conhecimento pleno da matéria O professor precisa dominar plenamente o conteúdo que ministra. Isso é um elemento que incentiva o aprendizado dosestudantes. Organização e preparação Organizar esse tipo de aula no Ensino Superior exige do professor: O diálogo com a turma para conhecer seus limites e suas potencialidades; 9 O incentivo à leitura antecipada do conteúdo por parte dos alunos; A atenção para os saberes prévios dos estudantes. Desenvolvimento e encadeamento lógico A aula precisa ter introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução ao tema, o professor apresenta o conteúdo à turma e incentiva a participação dos alunos através de questões que devem ser desenvolvidas ao longo da aula. O desenvolvimento é a decomposição do tema em suas partes principais: princípios básicos, conceitos-chave, fatos e exemplos. A ideia é fazer com que os estudantes organizem o conteúdo de modo cognitivo. Cabe, então, ao docente iniciar a aula do método dedutivo para o indutivo, ou seja, das leis gerais para os exemplos específicos. A conclusão deve fechar as ideias colocadas no desenvolvimento e checar se os educandos conseguiram construir conhecimentos e relações no decorrer da exposição. O professor precisa verificar se o aluno foi capaz de apropriar-se do conteúdo. Bom uso da voz A voz é um instrumento e uma estratégia do professor. Por isso, é importante que ele atente para sua altura e modulação. Esses elementos favorecem (ou não) a comunicação. Táticas interessantes que podem ser utilizadas para reter a atenção dos alunos e tornar as aulas mais agradáveis são as pausas estratégicas em momentos-chave da exposição e o silêncio seguido de expressões corporais e faciais. 10 Apresentação de perspectivas a partir de exemplos Para melhor equilibrar a ação ativa do professor e passiva dos alunos na aula expositiva, é necessário que o docente universitário estimule a participação dos estudantes, enfatizando seus pontos de vista e os exemplos voltados para seu contexto social. Seminário Seguindo a apresentação das metodologias de trabalho docente, vamos conhecer, agora, as características do seminário. Trata-se de uma técnica de ensino muito utilizada no meio acadêmico. Mas precisamos atentar para o fato de que esse tipo de trabalho não consiste apenas em entregar o tema para o aluno. Ao contrário: seu desenvolvimento requer a aplicação de um método próprio. Primeiro, é necessário que pequenos grupos façam uma pesquisa sobre determinado tema proposto pelo professor, seguindo os passos científicos de uma investigação. São eles: Coleta de dados; Organização das informações; Análise dos dados; Produção de um trabalho conclusivo. Depois, os alunos devem partir para a exposição da pesquisa. Isso pode ser feito de duas maneiras. Vejamos... A primeira forma de expor a pesquisa realizada através do seminário é por aula, com a apresentação individual de cada grupo. 11 Caso opte por essa escolha, o professor precisará organizar a participação de toda a turma, considerando as funções de cada um nesse trabalho. De acordo com Marconi e Lakatos (2004), entre esses papéis, podemos destacar os seguintes: Coordenador Figura representada pelo professor, que recomenda os temas, indica a bibliografia inicial, estabelece a agenda de trabalho e as regras para sua apresentação. Organizador Figura representada por um integrante do grupo, que será o responsável pelas reuniões coletivas, pela coordenação das etapas da pesquisa e das tarefas para cada componente. Relator Figura responsável pela exposição dos resultados dos estudos do grupo, mas ela não é a única a falar em sala de aula. Secretário Figura designada pelo professor para anotar as conclusões finais após os debates. Comentadores Figuras designadas pelo professor para o aprofundamento reflexivo do tema a ser apresentado. Elas devem estudá-lo com antecedência, com o intuito de fazer críticas adequadas à exposição antes da discussão e por ocasião do debate com os demais participantes. 12 Debatedores Figuras representadas por todos os alunos da turma. Elas participam da discussão da seguinte forma: Fazendo perguntas; Pedindo esclarecimentos; Colocando objeções; Reforçando argumentos; Dando alguma contribuição para o debate. A segunda forma de expor a pesquisa realizada através do seminário é em um único dia, com a apresentação de representantes dos grupos em mesa- redonda coordenada pelo educador. Caso opte por essa escolha, o professor deverá organizar a composição da mesa somente com os relatores de cada grupo. Isso não significa que os outros alunos deixariam de participar ou de se revezar no andamento do trabalho. Nesse modelo, os relatores expõem o resultado de suas pesquisas, de modo a incentivar questionamentos da plateia. Além disso, no decorrer da apresentação, é importante que o docente introduza temas novos e diferenciados, desde que os alunos tenham condições acadêmicas de tratá-los com base na investigação feita inicialmente. 13 Ensino em pequenos grupos Dando continuidade a nosso estudo, vamos conhecer a metodologia de ensino em pequenos grupos. Aqui, retiramos o foco do professor e damos ênfase aos alunos. O objetivo não é apenas a aquisição do conteúdo, mas, igualmente, o desenvolvimento das seguintes competências: Pesquisa; Resolução de problemas; Linguística, de comunicação e criação; Inter-relação, com destaque para a empatia3; Trabalho em grupo, com a propagação de conceitos éticos e morais; Respeito às diferenças; Compartilhamento e articulação de ideias; Argumentação. Ao optar por essa técnica, o educador precisa estabelecer uma relação amigável e de confiança com os estudantes e entender que o conhecimento é resultado da construção coletiva. 3 Empatia Nas inter-relações pessoais e sociais, trata-se da capacidade que alguém tem de se ver como o outro o vê e de ver o outro como este próprio se vê. Em outras palavras, nesse caso, o sujeito está apto para ouvir e ser ouvido. Adaptado de: Dicionário Aulete online. 14 Conheça, agora, alguns procedimentos para o planejamento de aulas em pequenos grupos: Posicionamento na sala Dependendo do espaço físico e dos objetivos da aula, podemos estabelecer pequenos círculos ou um círculo grande no qual cada estudante é convidado a discorrer sobre o tema em questão. Distribuição dos materiais Os materiais utilizados devem seguir os objetivos da aula, as questões teóricas a serem desenvolvidas e as regras da apresentação de cada tema. Diálogo sobre objetivos O professor precisa dialogar com os alunos para sanar todas as suas dúvidas sobre os materiais que serão utilizados em aula. Criação de ambiente favorável à participação O professor deve criar um clima agradável e democrático em sala de aula, deixando sempre espaço para que os estudantes se expressem. Uma boa dica é reforçar as participações positivas e lidar, de forma construtiva, com os possíveis deslizes ou erros dos alunos. A apresentação dos temas pode seguir as mesmas orientações do seminário. Grupo de observação e de verbalização Chegou o momento de apresentarmos a metodologia de ensino que se baseia na organização de grupos de observação e de verbalização. Essa técnica estabelece a criação de duas equipes em sala de aula. A primeira é menor e possui 5 ou 6 elementos que discutirão,por 15 ou 20 minutos, sobre um tema determinado pelo professor. 15 Já a segunda é maior e composta pelos demais alunos da turma. De início, esse grupo só observará o anterior debatendo sobre o assunto. Após o término do tempo destinado à discussão, as funções se invertem: o segundo grupo passa a debater, e o primeiro apenas observa o debate. Esse método possibilita uma série de vantagens para o processo educativo, tais como: A introdução de novos conteúdos à temática da aula; A exploração de experiências pessoais dos alunos; A abordagem crítica de certo caso ou assunto sobre o qual já se havia comentado anteriormente. Painel integrado Vamos tratar, a partir desse momento, da metodologia de ensino denominada painel integrado. Essa técnica visa aprofundar determinado assunto, bem como desenvolver atitudes éticas e críticas e a habilidade do trabalho em grupo em sala de aula. Caso opte por esse método, o professor deverá, primeiro, dividir a turma em equipes de 5 estudantes e distribuir para cada uma recursos diferentes, mas que as permitam tratar do mesmo tema. Por exemplo, um grupo pode ficar com um artigo, outro com capítulos de livros distintos, mas que devem ser lidos individualmente antes da aula e trabalhados, de forma coletiva, no primeiro período do turno. 16 Talvez, essa primeira etapa demande mais tempo e ocupe uma aula inteira. Independente disso, é importante que haja tal prévia de estudo. Logo após a primeira fase descrita anteriormente, o educador deve solicitar a cada grupo que elabore um resumo, uma síntese ou um mapa conceitual para expor as principais ideias extraídas do texto. Na aula seguinte, são formados novos grupos compostos por um integrante de cada uma das equipes anteriores. Desse modo, em cada grupo, haverá representantes de equipes diferentes que poderão enriquecer a discussão com novos elementos. Essa troca se dará por 4 ou 5 vezes entre os grupos, com tempos de 15 minutos de debate. Para finalizar a atividade, as equipes farão análises sobre o conteúdo estudado e buscarão estabelecer uma relação entre os vários fragmentos lidos, comentando-os de forma crítica. Em seguida, todos poderão produzir um texto de modo coletivo. Elaboração de projetos Entre as metodologias de ensino de que o professor dispõe e que podem auxiliar sua atuação em sala de aula, está a elaboração de projetos. Trata-se de uma das técnicas de aprendizagem mais completas da atividade didática no Ensino Superior, porque, geralmente, os temas dos trabalhos estão relacionados a alguma situação profissional ou a algum evento real. 17 Além disso, trabalhar com projetos é uma excelente maneira de desenvolver tanto o ensino quanto a pesquisa no campo acadêmico, e isso também pode funcionar para cursos de extensão universitária. Conheça, agora, as fases da elaboração de projetos: Problematização e contextualização A primeira fase do projeto corresponde à apresentação da proposta pedagógica do professor e do contrato didático negociado com os alunos. Pesquisa individual A segunda fase do projeto refere-se à pesquisa individual e à ação do acadêmico na construção de seu conhecimento. Essa etapa contempla o conjunto de valores e saberes interdependentes do saber conhecer, ser, fazer e conviver. Nesse momento, é importante que o professor oriente os alunos, oferecendo a eles dicas de como organizar seu trabalho, a fim de que possam seguir o caminho que cabe a cada investigação. 18 Discussão coletiva Na terceira fase, a participação do docente é muito importante, pois é ele que conduzirá, de forma adequada, as discussões, atuando como mediador do conhecimento – aquele que instiga os alunos e lhes propõe refletir sobre suas dúvidas. Esse momento de argumentação crítica permite: O trabalho em parceria; O desenvolvimento da ética e do respeito ao outro; A intervenção em situações de conflito; A busca por consensos. Produção colaborativa A quarta fase está voltada para a possibilidade de aprender a aprender e de trabalhar em parceria, com ética e responsabilidade. O objetivo é a produção de um texto colaborativo. Afinal, todos são agentes de transformação do conteúdo. Em outras palavras, o trabalho deve ser desenvolvido a partir dos debates realizados, de forma coletiva, em sala de aula, e não como antigamente, em que cada indivíduo fazia sua parte para, depois, juntar cada uma e formar um todo. Nessa etapa, o professor deve observar o desenvolvimento de cada produção e somente interferir caso seja solicitado pelo grupo. Dessa forma, ele dá liberdade de expressão e permite o pensamento reflexivo dos estudantes, impulsionando, indiretamente, a discussão crítica. 19 Apresentação do projeto Esta fase refere-se à socialização dos projetos realizados para toda a turma. Isso significa que cada trabalho deve ser descrito e apreciado por todos os grupos envolvidos. Avaliação coletiva A avaliação deve acontecer em todas as fases de elaboração do projeto. No entanto, é na fase anterior que podemos observar, mais claramente, o trabalho como um todo e sinalizar pontos que foram muito bem explorados, bem como outros que ainda têm potencial para maior desenvolvimento. Aqui, o professor deve orientar os estudantes a alinharem, de modo constante, os objetivos traçados para o projeto. Atenção De acordo com Piaget (2003), se optar pela aplicação dessa técnica em sala de aula, o docente deverá agir de modo a: Estimular a percepção do grupo para pontos de vista distintos; Estabelecer relações; Provocar o desequilíbrio dos alunos; Direcionar a discussão para a ação e a reflexão sobre o mundo e a realidade vivenciada por cada um. O resultado é a reestruturação do pensamento e o incremento do projeto realizado pelos grupos. Isso constitui a educação significativa! 20 Sob uma visão dialógica de construção do conhecimento, todas essas etapas contribuem para o desenvolvimento da maturidade intelectual do grupo com o qual o professor está lidando. Aprenda mais Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula: Assista ao episódio do programa Caminhos da Escola – Pesquisas científicas no Brasil; Leia o texto O ensino de Graduação na universidade – a aula universitária. Atividade proposta Após analisar as características da aula expositiva, faça uma relação de suas limitações e produza um texto, indicando qual delas você considera a mais imprescindível de ser superada. Justifique sua resposta. Referências ANTUNES, C. Como desenvolver competências em sala de aula. Petrópolis: Vozes, 2010. BEHRENS, M. A. Paradigma da complexidade: metodologia de projetos, contratos didáticos e portfólios. Petrópolis: Vozes, 2006. ______. Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. In: MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 19. ed. São Paulo: Papirus, 2012. 21 BEHRENS, M. A.; OLIARI, A. L. T. A evolução dos paradigmas na educação: do pensamento científico tradicional à complexidade. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 7, n. 22, p. 53-66, set./dez. 2007. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004. MASETTO, M. T. Docência universitária: repensando a aula. In:TEODORO, A.; VASCONCELOS, M. L. (Orgs.). Ensinar e aprender no Ensino Superior: por uma epistemologia da curiosidade na formação universitária. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005. p. 76-107. PERRENOUD, P. Construir competências é virar as costas aos saberes? Universidade de Genebra, 1999. PIAGET, J. Biologia e conhecimento. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. RESENDE, E. O livro das competências: desenvolvimento das competências – a melhor autoajuda para pessoas, organizações e sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000. 22 Exercícios de fixação Questão 1 Analisando as técnicas de ensino, assinale (V) para as afirmativas verdadeiras ou (F) para as falsas: ( ) Elas precisam estar a serviço de uma boa relação entre professor, aluno e conhecimento. ( ) Elas devem ser diversificadas e produzidas pelo professor universitário. ( ) Elas necessitam apenas de boa vontade do educador. ( ) Elas exigem planejamento antecipado para não perder seu significado. ( ) Elas não devem ser utilizadas no Ensino Superior, porque são consideradas um retorno ao tecnicismo. Questão 2 Determinada técnica de aprendizagem exige a pesquisa por parte dos alunos, a discussão do tema pela turma e o debate entre o grupo. Sua apresentação requer a exposição do assunto, bem como a troca de ideias entre quem fala e quem assiste a essa comunicação. Estamos nos referindo à metodologia denominada: a) Aula expositiva b) Seminário c) Apresentação de projetos d) Grupo de observação e) Painel integrado 23 Questão 3 Determinada técnica de aprendizagem estabelece a criação de dois grupos em sala de aula. De início, somente o primeiro discute sobre o assunto, e o segundo observa o debate. Depois, as posições das equipes se invertem. Estamos nos referindo à metodologia denominada: a) Aula expositiva b) Seminário c) Apresentação de projetos d) Grupo de observação e) Painel integrado Questão 4 De acordo com Perrenoud (1999), a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos – saberes, capacidades, informações etc. – para solucionar uma série de situações é a: a) Competência b) Capacidade c) Exigência d) Habilidade e) Atitude 24 Questão 5 A competência é um conceito que engloba três dimensões diferentes que se complementam. São elas: a) Conteúdo, forma e atitude. b) Conhecimento, estrutura e atitude. c) Conteúdo, forma e comportamento. d) Conhecimento, habilidade e atitude. e) Comportamento, conhecimento e conteúdo. 25 Atividade proposta Entre as características da aula expositiva, podemos citar: A síntese do conteúdo; O trabalho solitário do professor; A pouca participação do aluno; A duração e a perda de interesse do discente; O total controle nas mãos do docente. Exercícios de fixação Questão 1 – V, V, F, V, F Justificativa: As técnicas de ensino devem ser previamente organizadas e planejadas pelo professor, de forma dinâmica e diversificada, a fim de que o aluno aprenda e se relacione melhor com o docente e os conteúdos estudados. Questão 2 – B Justificativa: O seminário é uma técnica de ensino muito utilizada no meio acadêmico, que se baseia, primeiramente, na pesquisa sobre determinado tema proposto pelo professor. A etapa seguinte corresponde à exposição da investigação, que pode ser feita por cada grupo por aula ou no mesmo dia em forma de mesa-redonda por representantes dos grupos, através da coordenação docente. Questão 3 – E Justificativa: A técnica dos grupos de observação e de verbalização requer o estabelecimento de duas equipes que discutirão os assuntos propostos pelo professor – ora observando o debate sobre eles, ora expondo suas opiniões a respeito deles. 26 Questão 4 – A Justificativa: Como vimos ao longo desta aula, a competência é a capacidade que a pessoa tem de articular e de transformar, de maneira independente, seus vários saberes para atingir determinado objetivo preestabelecido. Questão 5 – D Justificativa: A competência pode ser definida pela integração de três dimensões do conhecimento – a compreensão de conceitos, de tecnologia, de padrões de trabalho, de metodologias etc., a habilidade para realizar uma tarefa e a atitude para concluí-la. Atualizado em: 13 mai. 2014
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