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QUARTA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 42257/2005 - CLASSE II - 15 - COMARCA CAPITAL Fl. 1 de 6 TJ Fls.------ - AGRAVANTE: SINDUSMAD - SINDICATO DAS INDÚSTRIAS MADEIREIRAS DO NORTE DO ESTADO DE MATO GROSSO AGRAVADO: ESTADO DE MATO GROSSO Número do Protocolo: 42257/2005 Data de Julgamento: 20-02-2006 EMENTA RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO – MANDADO DE SEGURANÇA – SINDICATO DAS INDÚSTRIAS MADEIREIRAS DO NORTE DO ESTADO DE MATO GROSSO – TSE – TAXA DE SERVIÇOS ESTADUAIS - INDEFERIMENTO DE LIMINAR – NÃO PREENCHIMENTO DO PERICULUM IN MORA PREVISTO NO ART. 7º, II DA LEI N.º 1533/51 – DECISÃO MANTIDA – AGRAVO IMPOVIDO Ausente o requisito do periculum in mora, previsto pelo art. 7º, II da Lei n.º 1533/51 na forma de perigo de ineficácia da segurança caso seja deferida no julgamento final, a liminar para evitar a exigência da Taxa de Serviços Estaduais das empresas substituídas pelo impetrante deve ser indeferida. QUARTA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 42257/2005 - CLASSE II - 15 - COMARCA CAPITAL Fl. 2 de 6 TJ Fls.------ - RELATÓRIO EXMA. SRA. DRA. MARILSEN ANDRADE ADÁRIO Egrégia Turma: Trata-se de agravo de instrumento interposto por SINDUSMAD – SINDICATO DAS INDÚSTRIAS MADEIREIRAS DO NORTE DO ESTADO DE MATO GROSSO contra decisão proferida nos autos de Mandado de Segurança que indeferiu pedido de liminar que objetivava determinar à autoridade coatora que se abstenha de exigir das indústrias substituídas pelo impetrante, a Taxa de Serviços Estaduais decorrentes da expedição, fornecimento e/ou processamento de documento de arrecadação utilizado para recolhimento de tributos estaduais. Alega o recorrente que a exigência da taxa de serviços estaduais vem agravando, de forma nefasta, a crise econômica do setor, vindo a comprometer a economia da própria região, a qual se sabe, sobrevive às custas da indústria madeireira. Sustenta que o Estado de Mato Grosso é o único que cobra taxas para recolher tributos e que os valores gerados pela emissão de cada nota fiscal contribuem para tornar os produtos mais caros, o que diminui sua competitividade no contexto do mercado nacional. Por derradeiro, aduz que resta demonstrado, de forma inequívoca, a flagrante violação do direito líquido e certo das indústrias substituídas pelo sindicato agravante, razão pela qual requer seja concedida a antecipação da tutela recursal, nos moldes pretendidos. O recurso foi recebido apenas no efeito devolutivo (fls. 156/157). O Juiz Presidente do feito prestou informações às fls. 169-TJ. Nas contra-razões, o agravado defende o acerto da decisão atacada (fls. 171/174-TJ). A douta Procuradora de Justiça, Dra. Mara Lígia Pires de Almeida Barreto, opina pelo desprovimento do recurso (fls. 183/186-TJ). É o relatório. QUARTA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 42257/2005 - CLASSE II - 15 - COMARCA CAPITAL Fl. 3 de 6 TJ Fls.------ - P A R E C E R (ORAL) O SR. DR. MAURO VIVEIROS Ratifico o parecer escrito. VOTO EXMA. SRA. DRA. MARILSEN ANDRADE ADÁRIO (RELATORA) Egrégia Turma: Como já relatado, o agravante impetrou Mandado de Segurança visando livrar suas afiliadas do pagamento da Taxa de Serviços Estaduais (TSE), cobrada em razão da expedição, fornecimento e/ou processamento de documento de arrecadação utilizado para recolhimento de tributos estaduais. Imperioso ressaltar que compete a este Colegiado apenas avaliar o acerto da decisão que indeferiu a liminar, e, para tanto, devemos nos ater aos requisitos exigidos para a concessão de tal medida, sob pena de estarmos alcançando o meritum causae e suprimindo instância. O douto Magistrado da instância singela indeferiu o pedido de liminar, por entender não restar demonstrado o periculum in mora exigido pelo artigo 7º, II, da Lei n.º 1533/51, in verbis: “Art. 7º - Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: I - (...) II - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido quando for relevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja deferida.” Tal dispositivo condiciona a liminar, no mandamus, à relevância da fundamentação e ao perigo de ineficácia da medida pleiteada. Tais requisitos são cumulativos. QUARTA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 42257/2005 - CLASSE II - 15 - COMARCA CAPITAL Fl. 4 de 6 TJ Fls.------ - In casu, a petição inicial argumenta que, com a TSE (Taxa de Serviços Estaduais) o agravado viola diversos princípios constitucionais e viola direito líquido e certo seu – matéria de natureza complexa e de alta indagação, dificultando a análise prematura acerca da relevância da fundamentação. Quanto ao segundo requisito, a meu ver, andou bem o douto Magistrado a quo, pois as empresas substituídas pelo agravante não estão expostas a qualquer situação que possa resultar na inutilidade da segurança, eventualmente concedida quando do julgamento final. Por tal razão, não há lugar para o deferimento da liminar. A jurisprudência é unânime nesse sentido: “AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA - LIMINAR INDEFERIDA - AUSÊNCIA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES - RECURSO IMPROVIDO. Em se tratando de liminar em Mandado de Segurança, não havendo de plano suficiente comprovação do ‘fumus boni iuris’ e do ‘periculum in mora’, o seu indeferimento é a medida que se impõe.” (TJMT, 1ª CC, RAI 3146/2005, Rel. Des. Rubens de Oliveira Santos Filho, DJ 21/06/2005) “AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. LIMINAR INDEFERIDA. REQUISITOS INDISPENSÁVEIS. AUSÊNCIA. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. São requisitos necessários à concessão de liminar o ‘fumus boni iuris’ e o ‘periculum in mora’. 2. Sendo a apreciação de um pedido de liminar fundada em juízo de credibilidade, mediante conhecimento sumário, já que a existência efetiva do direito da parte só será mesmo apurada em sede meritória e, verificando-se a ausência do mencionado periculum in mora, imperativo é o seu indeferimento. 3. Agravo não provido.” (TJMG, AgI n. 1.0002.04.002402-4/001, Rel. Des. Célio César Paduani, J. 31/03/2005, DJ. 17/05/2005) Desta feita, os fundamentos trazidos pelo agravante são insuficientes para evidenciar o periculum in mora nos moldes do art. 7º, II da Lei n.º 1533/51, pois, se a QUARTA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 42257/2005 - CLASSE II - 15 - COMARCA CAPITAL Fl. 5 de 6 TJ Fls.------ - ordem pleiteada for concedida ao final, o Fisco estadual terá que restituir às empresa filiadas ao agravante todos os valores recolhidos a título de TSE (Taxa de Serviços Estaduais). Com essas considerações, e consoante parecer Ministerial, nego provimento ao recuso. É como voto. QUARTA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 42257/2005 - CLASSE II - 15 - COMARCA CAPITAL Fl. 6 de 6 GEACOR TJ Fls.------ - ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a QUARTA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência do DES. JOSÉ SILVÉRIO GOMES, por meio da Turma Julgadora, composta pelo DRA. MARILSEN ANDRADE ADÁRIO (Relatora), DES. JOSÉ SILVÉRIO GOMES (1º Vogal) e DR. ELINALDO VELOSO GOMES (2º Vogal), proferiu a seguinte decisão: POR DECISÃO UNÂNIME, NOS TERMOS DO VOTO DA RELATORA, NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. A PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA MANTEVE O PARECER. Cuiabá, 20 de fevereiro de 2006. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- DESEMBARGADOR JOSÉ SILVÉRIO GOMES - PRESIDENTE DA QUARTA CÂMARA CÍVEL EM SUBSTITUIÇÃO LEGAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------DOUTORA MARILSEN ANDRADE ADÁRIO - RELATORA ---------------------------------------------------------------------------------------------------- PROCURADOR DE JUSTIÇA
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