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APOPTOSE E NECROSE

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APOPTOSE E NECROSE
Necrose: morte celular por lesão. É irreversível. Normalmente a lesão ocorre aos poucos, vários mecanismos vão sendo ativados até que se complete a morte celular. 
ETAPAS DA MORTE CELULAR
Corresponde a uma destruição de membranas pelas enzimas lisossomais. Etapas caracterizadas pela destruição dos componentes celulares pelas enzimas lisossomais. A morte por necrose é uma morte enzimática. Membranas celulares são destruídas e também as dos lisossomos. As enzimas lisossomais são ativadas e liberadas para o citosol. 
Não há um ponto definido para o momento da morte celular, mas alguns autores acreditam que seja na ruptura da membrana dos lisossomos, que são ativadas, pelo agente agressor. A célula é destruída pelas próprias enzimas: as lípases destroem membranas (lipídios), as proteases destroem as proteínas citoplasmáticas, as endonucleases destroem as bases do DNA, seu núcleo. 
Os fragmentos celulares são fagocitados pelas células da inflamação. Necrose desencadeia uma reação inflamatória, pois houve a ruptura da membrana plasmática. Se o tecido necrótico permanece, ocorre a infecção, pois as células mortas são quimiotáticas para agentes infecciosos.
O reparo da necrose se dá pela substituição do tecido necrótico por tecido novo (pode ser por um processo de regeneração, que mantém sua função, ou por cicatrização, que faz um preenchimento com colágeno). 
A MORTE POR NECROSE PODE SER DE 2 TIPOS:
- AUTOLISE: Morte causada pelas enzimas da própria célula que está morrendo.
-HETEROLISE: Morte por enzimas lisossomais das células inflamatórias, no momento da fagocitose. 
TIPOS DE NECROSE:
- LIQUEFATIVA: Característica macroscópica: Tecido fica liquefeito (amolecido). Característica microscópica: Ocorre dissolução do tecido. Transforma-se em uma massa branca, sem forma. Não conseguimos identificar o tecido necrosado. Se desintegra rapidamente, por existir maior número de enzimas lisossomais.Necrose no cérebro (SNC) é geralmente liquefativa porque as células contém muitos lisossomos. 
- COAGULATIVA: Característica macroscópica: Tecido necrótico fica endurecido. Característica microscópica: A arquitetura tecidual é mantida apesar das células estarem mortas. Conseguimos ver o contorno das membranas das células e etc. Além disso, é possível identificar o tecido que foi necrosado (Se foi um tecido hepático, por exemplo, na biopsia estará especificado que o tecido necrótico é hepático).
Para que um tecido possa ser estudado adequadamente, é necessário que o tecido retirado do corpo seja colocado em um fixador (como o formol), para que este não se desintegre e possa ser feito o diagnóstico em laboratório. O formol interrompe a degradação enzimática, no entanto a morte celular já está completa. 
A partir do momento em que o agressor rompe a membrana da célula, há a resposta inflamatória. 
OUTROS TIPOS DE NECROSE (esses são mais específicos):
- NECROSE GORDUROSA OU PINGOS DE VELA: Ocorre principalmente no pâncreas. Quando há bastante tecido adiposo no órgão, os acinos começam a ser destruídos. Eles contém muitas lípases, que fazem o processo de saponificação do tecido adiposo do pâncreas. Este tecido começa a precipitar, aparecendo áreas esbranquiçadas, como se fossem pingos de vela (saponificação). Também pode ocorrer nas mamas. Pode ser chamado de necrose enzimática, visto que os acinos secretam lípases. Pode desenvolver uma diabetes secundária pois pode provocar uma lesão nas células formadoras da insulina. 
- NECROSE CASEOSA: Casem = queijo. Ocorre principalmente nos pulmões e em pacientes que possuem tuberculose. Tecido necrótico fica esbranquiçado e cheio de perfurações, lembrando um queijo. Não é exclusiva da tuberculose. 
EVOLUÇÕES DA NECROSE
- Inflamação, fagocitose e reparo/infecção.
Antigamente a GANGRENA era considerada um tipo de necrose, mas hoje sabe-se que é uma complicação da necrose. Gangrena é uma contaminação bacteriana do tecido necrótico nas extremidades e principalmente em diabéticos (que possuem dificuldade de oxigenação em extremidades por conta da obstrução dos vasos pela glicose). 
GANGRENA GASOSA é quando ocorre formação de bolhas pelas bactérias no tecido necrótico. É o que ocorre no tétano. Apresenta um tecido amolecido (liquefativo) com bolhas. É necessário que se faça uma raspagem para que não haja uma infecção. O tecido fica escurecido pela destruição (acúmulo de hemisiderina, bilirrubina, etc).
REVISANDO...
CARACTERÍSTICAS MACROSCOPICAS DOS TIPOS DE NECROSE:
- COAGULATIVA: Endurecido
- LIQUEFATIVA: Amolecido
- GORDUROSA: Aparência de pingos de vela
- CASEOSA: Aparência de queijo (esbranquiçado com perfurações)
CARACTERISTICAS MICROSCÓPICAS DOS TIPOS DE NECROSE:
- COAGULATIVA: Tecido morto mantendo sua arquitetura. (Também tem células da inflamação, no entanto, em menor quantidade quando comparadas com a liquefativa).
- LIQUEFATIVA: Massa morta por células inflamatórias. 
APOPTOSE: Morte celular. Pode ocorrer com lesão (por frio, vírus, etc) mas também pode ocorrer sem lesão (esta é a grande diferença entre a necrose, que APENAS OCORRE COM LESÃO). 
A apoptose possui grande importância na vida embrionária pois nela ocorrem muitas divisões celulares e a apoptose é uma forma de equilibrar esse crescimento para que não seja tão exacerbado e descontrolado. Ocorreriam muitos erros se não houvesse essa morte celular induzida geneticamente (apoptose).
A própria célula ativa o seu mecanismo de morte celular para contrabalancear esse crescimento exagerado. Toda célula possui em seu núcleo os genes para a apoptose caso ela torne-se desnecessária. 
Como recebemos os genes materno e paterno, forma-se o zigoto, que é a primeira célula. Por ser a primeira célula, ela fornecerá todas as informações para as futuras divisões celulares. Podem existir muitos erros nessas duplicações e a apoptose elimina estes erros. 
É considerada uma morte silenciosa, pois não desencadeia um processo inflamatório por não haver destruição da membrana plasmática. 
Defeito nos genes da apoptose podem gerar um órgão a mais (apoptose de menos) ou um órgão a menos (apoptose de mais).
Só há apoptose se houver lesão ou se a célula não for necessária. 
Gene p53: Sofre muitas mutações. 80 a 85% dos cânceres são relacionados a mutações nesse gene. O gene p53 controla a apoptose, logo existe uma relação entre câncer e apoptose. A apoptose controla o crescimento celular, que se caso for exagerado, pode levar ao câncer. 
Apoptose também ocorre em involuções do órgão por falta de hormônios (estimulo trófico). 
INVOLUÇÃO HORMONO-DEPENDENTE: Exemplos: útero pós-gravídico e mamas pós-lactação. Crescem em um determinado período e depois diminuem de tamanho. O músculo liso se multiplica e sofre hipertrofia, depois ocorre a apoptose para eliminar células. 
As involuções em sua maioria são por morte celular por apoptose, mas também pode ocorrer por necrose. No entanto, isso é patológico, destrói o tecido (uma mulher, por exemplo, não poderá mais engravidar se as células de seu útero pós-gravídico forem mortas por necrose, pois destruirá o tecido, perdendo sua função.)
O estímulo para a apoptose, nesse caso, é o hormônio, pois as células deixaram de receber o hormônio que era sua fonte para estimulo trófico.
No timo, as células vão morrendo por apoptose aos poucos. No indivíduo adulto, seu tamanho está bastante reduzido quando comparado com o timo de uma criança. 
DOIS MECANISMOS FISIOLÓGICOS RELACIONADOS A APOPTOSE:
- EMBRIOGÊNESE;
- INVOLUÇÃO HORMONO-DEPENDENTE.
APOPTOSE EM EVENTOS PATOLÓGICOS:
- Estimulado pela hipoxia (deficiência de oxigênio no tecido);
- Vírus: vírus instala o seu DNA viral no DNA do hospedeiro, inativando os genes da apoptose). Exemplos: invasão dos hepatócitos pelo vírus da hepatite B ou C. Há um reparo por cicatrização, que pode levar a ocasionar a cirrose. 
MECANISMO DA APOPTOSE: 
- VIA EXTRÍNSECA ou VIA DO RECEPTOR: Envolve participação de duas células: Uma é a célula que ocasiona a apoptose (célula killer) e a outra é a célula que morre(célula alvo). A célula killer possui em sua membrana um receptor chamado L-FAZ (Ligante da Proteína FAZ) e a célula alvo possui a proteína FAZ. Quando a proteína é ativada pelo seu ligante, a célula ativa a morte celular (ativa os genes das enzimas caspases que causam a morte da célula. Para elas serem ativadas, o sinal precisa chegar ao núcleo. As caspases destroem o DNA e as proteínas do citoesqueleto. Quando uma célula não está mais sendo necessária, ela começa a expressar em sua membrana a proteína FAZ (domínio da morte). Basta que outra célula que contenha o L-FAZ se aproxime desta para que o sinal seja gerado até o núcleo, que ativa o gene das caspases. Elas são produzidas e destrói a célula por apoptose. É considerada uma morte enzimática (assim como a necrose) porque as caspases são consideradas enzimas especificas para a morte celular por apoptose. Elas são formadas no momento da morte. Já na necrose, apesar de também ser uma morte enzimática, as enzimas já foram pré-formadas pois estão contidas nos lisossomos. Todas as células possuem genes para caspases, logo, todas estão sujeitas a sofrer morte celular por apoptose. Caspases são proteases e endonucleases. É uma morte específica, já a necrose é aleatória.
- VIA INTRÍNSECA ou VIA MITOCONDRIAL: Quando cessa o estimulo trófico (no caso do útero pós-gravídico, por exemplo), existe uma proteína na membrana mitocondrial (a proteína BCL- 2) que deixa de agir. Ela sofre uma alteração e torna-se inativa (a inativação da proteína BCL-2 origina a proteína BAX ). A BCL-2 regula a permeabilidade da membrana mitocondrial. Normalmente a permeabilidade dessa membrana é baixa, e a bcl-2 que a mantém baixa. Essa baixa permeabilidade é necessária porque dentro da membrana mitocondrial existem muitas enzimas e se elas escaparem para o citosol a célula irá morrer. Quando ela torna-se inativa, aumenta a permeabilidade e as enzimas escapam. Se a enzima da respiração – o citocromo C – for para o citosol, ela irá para o núcleo e ativará o gene p53, ou seja, ativará as caspases que ativarão a apoptose. 
Não ocorre reação inflamatória na apoptose porque as caspases destroem apenas o DNA e o citoesqueleto, mas não destroem a membrana plasmática. Logo, não desencadeia uma inflamação. Ela se fragmenta em vários pedaços (chamados de corpos apoptóticos), e cada pedaço possui uma membrana mesmo estando mortas. 
Todas as nossas células são capazes de fagocitar esses corpos, porque isso é bastante requerido na embriogênese. Ou seja, toda célula possui os receptores de fibronectina que são responsáveis por reconhecer esses corpos.

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