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DIREITO PENAL IV

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DIREITO PENAL IV (15/02/2017)
A disciplina Direito Penal IV tem por objeto de estudo os crimes contra a Administração Pública e a introdução ao estudo da Legislação Penal Especial. Será objeto de estudo e discussão a expansão do Direito Penal e consectário surgimento de novas formas de criminalidade, de novos ramos do Direito Penal e, conseqüentemente, de novas formas de controle social introduzidas pelo processo de desenvolvimento sócio-político, econômico e de globalização da sociedade. Com base na premissa de que é essencial o debate a partir dos suportes teóricos pedagógicos apresentados pelo docente e seu confronto com suas experiências profissionais, bem como com os temas objeto de maior controvérsia no atual contexto social serão selecionadas, ao longo da disciplina, as principais figuras típicas afetas aos citados crimes em espécie. Para tanto serão estudados critérios de descrição das condutas típicas, fixação de pena em abstrato, em concreto e consequente adoção de medidas de política criminal pelo Sistema de Justiça Criminal Brasileira para fins de controle social-penal.
Desta forma, conclui-se que a disciplina Direito Penal IV visa o fomento do raciocínio crítico-jurídico acerca da Parte Geral do Direito Penal, das Teorias da Sanção Penal e seus reflexos no estudo dos crimes em espécie para, em consonância com os objetivos do Curso, sempre sob o foco de sua constitucionalidade de modo a possibilitar ao estudante o desenvolvimento de competências e habilidades que o capacitem, graças à criação de uma rede de sentidos, a compreender o fenômeno jurídico como um todo para fins de atuação acadêmica e profissional.
Crimes contra a Administração Pública. Crimes praticados por Funcionário Público. Crimes praticados por particular contra a Administração Pública. Crimes contra a Administração da Justiça.
Legislação Penal Especial. Lei de Crimes Hediondos e equiparados (Lei n.8072/1990). Lei de Tortura (Lei n.9455/1997). Terrorismo (Lei n.13260/2016). Lei de Drogas (Lei n. 11.343/2006). Organização Criminosa (Lei n. 12850/2013). Estatuto do Desarmamento (Lei n.10826/2003). Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9503/1997). Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e Relações de Consumo 
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(Lei n. 80137/1990 e Lei n. 8078/1990). Lavagem de Capitais (Lei n.9613/1998) e Crimes de Colarinho Branco (Lei n..7492/1986). Lei Maria da Maria da Penha - Crimes de violência doméstica contra a mulher (Lei n.11340/2006). Criminalidade Ambiental (Lei n. 9.605/98).
Objetivos gerais
Reconhecer a relevância do estudo integrado entre as Teorias do Delito, da Sanção Penal e os crimes em espécie, previstos na Parte Especial do Código Penal e na Legislação Penal Especial e sua necessária subsunção aos princípios constitucionais.
· Desenvolver o raciocínio crítico-jurídico acerca dos Crimes contra a Administração Pública.
· Fomentar a leitura, o estudo e a análise crítica acerca dos Crimes contra a Administração
Pública.
· Identificar os critérios de seleção dos bens jurídico-penais a serem tutelados pela Legislação, Penal Especial e as medidas de política criminal adotadas pelo Sistema de Justiça Criminal Brasileira para fins de controle social-penal.
Objetivos específicos
Identificar, nos casos concretos apresentados, os delitos contra a Administração Pública
praticados por funcionário público ou por particular e os crimes praticados contra a
Administração da Justiça, bem como sua respectiva responsabilidade penal. Reconhecer as medidas de política criminal adotadas para a tipificação dos denominados delitos hediondos e equiparados. Avaliar as transformações ocorridas no Direito Penal e consequente tipificação de condutas que lesionem bens supra individuais, tais como a ordem econômica, as relações de consumo e o meio ambiente.
Conteúdos
UNIDADE I. Crimes contra a Administração Pública.
1.Considerações gerais: Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo: objetivos, subjetivos e normativos.
Sujeitos do delito. Classificação do delito. Consumação e tentativa. Questões controvertidas entendimento
dos Tribunais Superiores
2.Figuras típicas. Figuras típicas majoradas e qualificadas.
2.1.Crimes praticados por Funcionário Público Conceito de funcionário público para efeitos penais.
2.1.1. Peculato.
2.1.2. Concussão.
2.1.3. Excesso de exação.
2.1.4. Corrupção passiva.
2.1.5. Facilitação de contrabando ou descaminho.
2.1.6. Prevaricação.
07/08/2017 Portal do Aluno
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2.1.7. Condescendência criminosa.
2.1.8. Advocacia administrativa.
2.1.9. Abandono de função.
2.1.10. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado.
2.1.11. Violação de sigilo funcional.
2.2. Crimes praticados por particular contra a Administração Pública.
2.2.1 Usurpação de função pública.
2.2.2. Resistência.
2.2.3. Desobediência.
2.2.4. Desacato.
2.2.5. Tráfico de influência.
2.2.6. Corrupção ativa.
2.2.7. Contrabando e descaminho.
2.3. Dos Crimes contra a Administração da Justiça.
2.3.1. Denunciação Caluniosa.
2.3.2. Comunicação falsa de crime ou contravenção.
2.3.3. Autoacusação falsa.
2.3.4. Falso testemunho ou falsa perícia.
2.3.5. Coação no curso do processo.
2.3.6. Exercício arbitrário das próprias razões.
2.3.7. Fraude processual.
2.3.8. Favorecimento pessoal e real.
2.3.9. Exploração de prestígio.
2.3.10. Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito.
UNIDADE II. Legislação Penal Especial.
1.Lei de Crimes Hediondos e equiparados- Lei n. 8072/1990
1.1. Critérios de tipificação, controle de constitucionalidade e alterações legislativas.
1.2. Conflito de Direito Intertemporal.
1.3. Considerações gerais: Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo: objetivos, subjetivos e normativos. Sujeitos do delito. Classificação do delito. Consumação e tentativa. Figuras típicas. Figuras
típicas majoradas e qualificadas. Questões controvertidas- entendimento dos Tribunais Superiores.
1.4. Figuras Típicas:
1.4.1. Homicídio e lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
1.4.2. Latrocínio
1.4.3 Extorsão qualificada
07/08/2017 Portal do Aluno
http://portaldoaluno.webaula.com.br/portalsava/aluno/view/home/default.asp 4/7
1.4.4. Extorsão mediante sequestro.
1.4.5 Estupro.
1.4.6. Estupro de Vulnerável.
1.4.7. Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente
ou de vulnerável.
1.4.8. Genocídio.
1.5 Figuras Equiparadas a crimes hediondos.
1.5.1. Lei de Tortura: Lei n. 9455/97.
1.5.2. Terrorismo: Lei n.13260/2016
2. Lei de Drogas. Lei n. 11.343/2006.
2.1. Considerações gerais: Bem jurídico tutelado. Política Criminal de Drogas. Elementos do tipo:
objetivos, subjetivos e normativos. Sujeitos do delito. Classificação do delito. Consumação e tentativa.
Figuras típicas. Figuras típicas majoradas e qualificadas. Questões controvertidas -entendimento dos
Tribunais Superiores.
2.2. Do uso indevido de Drogas
2.2.1 Posse de Droga para consumo pessoal.
2.2.2. O plantio para uso próprio.
2.2.3. Cessão gratuita a pessoa de seu relacionamento.
2.3. Tráfico de Drogas.
2.3.1. Figuras Típicas e equiparadas.
2.3.2. Associação para o tráfico e a Lei n. 8072/1990.
2.3.3. Financiar ou custear a pratica de qualquer dos crimes previstos nos artigo 33, caput e §1º, e 34
da Lei.
2.3.4. A figura do Informante.
3. Organização Criminosa: Lei n. 12850/2013.
3.1. Considerações gerais: Bem jurídico tutelado. Definição e análise das figuras típicas.
3.2. Crimes por natureza e por extensão.
3.3. Dos crimesem espécie.
3.4. Transnacionalidade do crime organizado.
3.5. Confronto com os delitos de associação criminosa e milícia privada.
4. Estatuto do Desarmamento: Lei n.10826/2003.
4.1. Sistema Nacional de Armas.
4.2. Considerações Gerais: Objetividade jurídica: imediata e mediata. Crimes de perigo. . Elementos do
tipo: objetivos, subjetivos e normativos. Sujeitos do delito. Classificação do delito. Consumação e
tentativa. Figuras típicas. Figuras típicas majoradas e qualificadas. Questões controvertidas -
entendimento dos Tribunais Superiores. A ADI n.3112/DF.
07/08/2017 Portal do Aluno
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4.3. Crimes em espécie.
4.3.1. Posse Irregular de Arma de Fogo de uso permitido.
4.3.2. Omissão de Cautela
4.3.3. Porte Ilegal de Arma de Fogo de uso permitido.
4.3.4. Disparo de Arma de Fogo.
4.3.5.Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de uso restrito.
4.3.6. Comércio Ilegal de Arma de Fogo.
4.3.7. Tráfico Internacional de Arma de Fogo.
5. Código de Trânsito Brasileiro - Lei n. 9503/1997
5.1. Crimes de Trânsito. Considerações gerais: Crimes de perigo e crimes de dano. Objetividade
jurídica: imediata e mediata. Elementos do tipo: objetivos, subjetivos e normativos. Sujeitos do delito.
Classificação do delito. Consumação e tentativa. Figuras típicas. Figuras típicas majoradas e
qualificadas. Questões controvertidas - entendimento dos Tribunais Superiores.
5.2. Incidência dos institutos despenalizadores da lei n.9099/1995
5.3. Suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor –
hipóteses de cabimento.
5.4. Multa reparatória.
5.5. Crimes em Espécie:
5.5.1. Homicídio Culposo.
5.5.2. Lesão Corporal Culposa.
5.5.3. Participação em competição não autorizada.
5.5.4.O delito de Embriaguez ao Volante.
6. Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e Relações de Consumo.
6.1. Lei n.8137/1990. Considerações gerais: Objetividade jurídica. Sujeitos. Autonomia e
esgotamento procedimento administrativo -controvérsias. Ação Penal. Extinção de punibilidade. Da
pena de Multa.
6.1.2. Crimes em espécie: art.1º a 3º.
6.2. Lei n.8078/1990.
6.2.1. Considerações gerais. Objetividade jurídica. Sujeitos.
6.2.2.Crimes em espécie: (i) lei n.8137/1990 , art. 4º e 7; (ii) lei n. 8078/1990, art.63 a 74.
7. Lavagem de Capitais e Crimes de Colarinho Branco
7.1. Lei n. 9613/1998.
7.1.1. Considerações Gerais. Conceitos, fases e técnicas. Objetividade Jurídica. Relação com o delito de
organização criminosa. Aplicabilidade de sursis processual. Delação Premiada.
7.1.2. Crimes em espécie Art.1º, da Lei n. 9613/1998. Causas de aumento de pena.
07/08/2017 Portal do Aluno
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7.2. Lei n.7492/1986
7.2.1. Considerações Gerais. Conceito de instituição financeira. Objetividade Jurídica. Ação Penal.
Aplicabilidade de sursis processual. Delação Premiada.
7.2.2. Crimes em espécie: art. 2º a 23.
8. Lei n.11340/2006. Crimes de violência doméstica contra a mulher.
8.1. Considerações Gerais: Política criminal e violência de gênero. Distinção entre Violência de Gênero
e Violência Doméstica.
8.2. Competência para processo e julgamento.
8.3. A ação penal e a ADI 4424.
8.4. As medidas protetivas de urgência à ofendida e as medidas que obrigam o agressor.
9. Lei n.9605/1998. Criminalidade Ambiental.
9.1. As Origens históricas e princípios político-criminais norteadores.
9.2. Princípios da Prevenção e Precaução.
9.3.. A relação entre Direito Administrativo Sancionador e Direito Penal de Intervenção Mínima.
9.4.O confronto entre a acessoriedade administrativa e o princípio da legalidade.
9.5. A responsabilidade penal da pessoa jurídica e sistema da dupla imputação.
9.6. Principais figuras típicas: (i) dos crimes contra a Fauna ; (ii) dos crimes contra a Flora; (iii) Da
Poluição e outros Crimes Ambientais; (iv) Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio
Cultural e (v) Dos Crimes contra a Administração Ambiental.
Indicação do material didático
Bibliografia básica
· ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação Penal Especial. 6.ed. São Paulo: Saraiva,
2010.9788502089716
· CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 7.ed. v.4. São Paulo: Saraiva,
2012 ISBN9788502086272.
· NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 10.ed. Forense.
 Semana de Aula: 01
Crimes contra a Administração Pública praticados por funcionário público I.
O aluno deverá ser capaz de:
Conhecer o plano de aula. Analisar a aplicação, nos casos concretos apresentados, dos princípios constitucionais aos crimes contra Administração Pública, inclusive, o princípio
da insignificância. Diferenciar os crimes funcionais próprios e impróprios para fins de aplicação do preceito estabelecido no art. 30, do Código Penal.
Identificar, nos casos concretos apresentados, os delitos contra a
Administração Pública praticados por funcionário público e respectiva
responsabilidade penal do agente.
Estrutura do Conteúdo
O conteúdo será apresentado com base no Material Didático de Direito Penal IV
Os artigos. 312 a 327, todos do Código Penal.
Verbete de Súmula n. 147, do Superior Tribunal de Justiça.
Verbete de Súmula n. 18, do Supremo Tribunal Federal.
As páginas indicadas de seu material Didático.
ESTRUTURA DE CONTEÚDO DESTA AULA:
I - Considerações gerais: Bem jurídico tutelado.
1.1. Conceitos de Administração Pública e funcionário público para o Direito Penal.
1.2. Distinção entre funções precípuas e concorrentes da administração pública.
1.3. Distinção entre crimes funcionais próprios e impróprios.
1.4. Conceitos de funcionário público e, funcionário público por equiparação, previstos no Código Penal; distinção do conceito de múnus público (art.327, do CP)
1.5. Distinção entre o conceito de funcionário público, previsto no Código Penal, e autoridade pública, prevista na Lei n 4898/1965: natureza das funções exercidas; aplicação do princípio da especialidade e derrogação tácita de dispositivos do Código Penal.
1.6. A aplicação do princípio da insignificância aos crimes contra Administração Pública.
II. Crimes em espécie praticados por funcionário público.
- Elementos do tipo: objetivos, subjetivos e normativos.
- Sujeitos do delito.
- Consumação e Tentativa.
- Modalidades culposas.
- Figuras qualificadas, majoradas e privilegiadas.
- O concurso de pessoas e a incidência do art. 30, do Código Penal: comunicabilidade das circunstâncias pessoais.
- Questões controvertidas- entendimento dos Tribunais Superiores.
2.1. Peculato. (art.312, do CP) (i) figuras típicas: peculato furto, peculato culposo,
peculato desvio, peculato mediante erro de outrem; (ii) concurso de pessoas;
(iii)reparação do dano e extinção da punibilidade; (iv)distinção do delito de peculato dos delitos de falsificação de documento, furto e apropriação indébita.
2.2 Concussão.(art.316, do CP): (i) análise do tipo penal; (ii) confronto com o delito de
extorsão: semelhanças e dessemelhanças; concurso de crimes ou conflito aparente de
normas; (iii) confronto com os delitos de corrupção ativa e passiva; (iv) excesso de
exação.
2.3. Corrupção passiva (art.317, do cp): (i)análise do tipo penal;(ii) confronto com os
delitos de concussão e prevaricação;(iii) incidência do princípio da insignificância; (iv)corrupção passiva privilegiada.
2.4. Facilitação de contrabando ou descaminho. (art.318, do CP): (i) análise do tipo penal; (ii)distinção entre mercadorias absolutamente ou relativamente proibidas e mercadorias permitidas; (iii) incidência do princípio da insignificância; (iv)causas extintivas de punibilidade.
2.5. Prevaricação. (art.319, do CP): (i) análise do tipo penal; (ii) confronto com os delitos de corrupção passiva privilegiada, concussão e desobediência; (iii) confronto com os delitos previstos nas normas extravagantes: art. 345, da lei n 4737/1965; art. 23 da lei n 7492/1986 e art. 15, §2º, da lei n 6938/1981.
2.6. Condescendência criminosa. (art.320,do CP: (i) Análise do tipo penal.
2.7. Advocacia administrativa. (art.321, do CP) : (i) análise do tipo penal; (ii)confronto com os delitos de prevaricação, corrupção passiva e concussão (iii).confronto com os delitos previstos nas normas extravagantes: art. 3º,iii da lei n 8137/1990 e art. 91, da lei
n 8666/1993.
2.8. Abandono de função. (art.323, do CP: (i)Análise do tipo penal.
2.9. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado.(art. 324, do CP):
(i)Análise do tipo penal.
2.10. Violação de sigilo funcional: (i)Análise do tipo penal; (ii) Causas excludentes de
ilicitude.
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS:
Para o Direito Penal, entretanto, a expressão Administração Pública deve ser
compreendida como toda a atividade funcional do Estado, seja subjetivamente (órgãos
instituídos para a concreção de seus fins), seja objetivamente (atividade estatal realizada
com fins de satisfação do bem comum).(Neste sentido vide PRADO, Luiz Regis, op.cit.pp 387/388). Ainda, será analisada a possibilidade de incidência dos princípios da insignificância e adequação social aos crimes praticados contra a Administração Pública para fins de exclusão da tipicidade material da conduta. Distinção entre crimes funcionais próprios e impróprios. Crime funcionais são aqueles perpetrados por funcionário público no exercício de suas funções ou em decorrência destas sendo, classificados em próprios e impróprios (mistos). Crimes funcionais próprios são aqueles são aqueles em que, caso não esteja presente a elementar do tipo ?funcionário público? a conduta será considerada atípica, enquanto, delitos funcionais impróprios são aqueles nos quais, uma vez excluída a elementar funcionário público a conduta será tipificada como outro crime. O delito de peculato, previsto no art.312, do Código Penal, descreve figuras especiais dos delitos de apropriação indébita (caput) e de furto (§1º), caracterizando-se, portanto, como delitos funcionais impróprios ou mistos. Apresenta como figuras típicas os delitos de peculato próprio, impróprio (peculato-furto), peculato culposo e peculato mediante erro de outrem. Por outro lado, no caso da conduta culposa, o agente público, por meio da quebra do dever objetivo de cuidado, concorre para a prática de peculato doloso por outrem. O delito de Concussão, previsto no art.316, do Código Penal, descreve a figura especial do delito de extorsão caracterizando-se, portanto, como delito funcional impróprio ou misto. No que concerne ao excesso de exação, previsto no §1º, é compreendida como a exigência rigorosa de tributos ou contribuição social. Ainda, o §2º prevê a modalidade qualificada nos casos em que o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos. O delito de Corrupção passiva, previsto no art.317, do Código Penal, configura-se como tipo penal de ação múltipla ou tipo misto alternativo face à possibilidade da prática de mais de uma conduta sem que, com isso, seja caracterizada a pluralidade de infrações penais. Nas condutas de receber vantagem indevida ou aceitar promessa de tal vantagem haverá bilateralidade de condutas entre os delitos de corrupção ativa e passiva, este último praticado por particular contra a Administração Pública. Além da figura prevista no caput, comporta as figuras qualificada e privilegiada - §§1º e 2º. No delito de facilitação de contrabando ou descaminho, previsto no art.318, do Código Penal, o legislador rompeu com a teoria unitária do concurso de pessoas na medida em que optou por tipificar a conduta do agente que, na verdade,
realiza conduta acessória às condutas de contrabando ou descaminho. Trata-se
de delito formal e plurissubsistente. Insta salientar que, no que concerne aos
delitos de contrabando e descaminho houve alteração legislativa pela lei n. 13008 de 26/06/2014. Com relação ao delito de prevaricação, previsto no art.319, do Código Penal,
caracteriza-se tipo subjetivamente complexo cujo especial fim de agir é o interesse ou sentimento pessoal. Configura-se como delito formal e somente admite a modalidade tentada nas condutas comissivas. O delito de condescendência criminosa, art.320, do Código Penal, configura-se como delito formal, admite condutas comissivas e omissivas e consuma-se independentemente da efetiva impunidade do subalterno. O delito de advocacia administrativa, art.321, do Código Penal, compreende em sua figura típica a conduta de patrocinar interesse privado perante a administração pública, sendo a expressão patrocinar compreendida pelas condutas de proteger, beneficiar ou defender, direta ou indiretamente, interesse privado, que pode ser legítimo ou não (NUCCI, Guilherme de Souza. Material Didático). Saliente-se que a referida conduta configura-se como delito formal e não exige a obtenção de qualquer vantagem por parte do funcionário público. Por fim, o delito de exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado,
previsto no art. 324, do Código Penal, configura-se como norma penal do mandato em branco por força da expressão à expressão ?exigências legais?. Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal.
Bibliografia Básica
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 10.ed. Forense, 2014. ISBN
9788530953898
Bibliografia Complementar
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 4.ed. São Paulo: Saraiva.v 4,
2009.ISBN 978-85-02-09149-8.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 15. ed São Paulo: Saraiva.v.3,2015. ISBN
9788502619050.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Especial. 11.ed. Niterói: RJ: Impetus.
V.4, 2015. 9788576268178.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 13ª. edição revista e ampliada.
São Paulo. Revista dos Tribunais.2014. ISBN 9788520350683.
Caso Concreto
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: 
Em datas e horários diversos, todavia no período compreendido entre meados do mês de
fevereiro até o mês de maio do ano de 2014, RONALDO ESPERTO, prevalecendo-se
da condição de perito, nomeado pelo juízo da Xª Vara civil da Comarca da Capital, com
o fim de obter indevida vantagem econômica solicitou aos advogados de determinado
processo, o pagamento de determinada quantia em dinheiro para fins de elaboração de
laudo favorecendo o cliente destes, todavia as vítimas não concordaram em repassar
qualquer montante a RONALDO ESPERTO. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os Crimes contra a Administração Pública, responda às questões formuladas:
a) RONALDO ESPERTO é considerado funcionário público para fins penais?
Responda de forma objetiva e fundamentada.
b) Qual a correta tipificação de sua conduta? Ainda, responda se a mesma restou
tentada ou consumada, haja vista as vítimas não terem concordado em repassar qualquer
montante ao agente.
Questão objetiva.
Acerca dos crimes contra a Administração pública, assinale a resposta correta.
a) O crime de denunciação caluniosa (art. 339 do CP), além de outros requisitos de
configuração, exige que a imputação sabidamente falsa recaia sobre vítima determinada,
ou, ao menos, determinável.
b) Para a configuração do crime de peculato-furto (art. 312, § 1°, CP) é suficiente que
o sujeito ativo, funcionário público, subtraia um bem móvel particular que esteja sob a
guarda da Administração pública.
c) Considera-se funcionário público, para efeitos penais, quem exerce múnus público,
assim entendido o ônus ou encargo para com o poder público, como no caso do curador.
d) Nos crimes de inserção de dados falsos em sistemas de informações (art. 313-A do
CP) e modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (art. 313-B do
CP) se exige que figure, como sujeito ativo da conduta, o funcionário público
autorizado.
e) Ao contrário do que ocorre na extorsão, o crime de concussão é classificadocomo
delito material, operando-se quando o agente aufere a vantagem indevida almejada.
Semana de Aula:02
O aluno deverá ser capaz de:
Identificar, nos casos concretos apresentados, os crimes praticados por
particular contra a Administração Pública por meio de seus elementos
objetivos, subjetivos e normativos. Analisar a incidência, nos casos concretos apresentados, de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre os delitos praticados por particular contra a Administração Pública e os delitos contra a pessoa e contra o patrimônio. Diferenciar, nos casos concretos apresentados, os delitos em espécie.
O conteúdo será apresentado com base no Material Didático de Direito Penal IV
Antes da aula, não esqueça de ler:
Os artigos. 328 a 334-A, todos do Código Penal.
I. Dos Crimes praticados por particular contra a Administração Pública: disposições gerais. II - Figuras típicas.
2.1 Usurpação de função pública. (ART.328, do CP) (i) análise da figura típica; (ii)
confronto com o delito de estelionato. 2.2. Resistência. (ART.329, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) confronto com os delitos de desacato, desobediência e lesão corporal; (iii) o delito de furto consumado e posterior delito de resistência: controvérsias - concurso de crimes ou crime único de roubo impróprio. 2.3. Desobediência (ART.330, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) confronto entre o sigilo médico e o delito de desobediência; (iii) desobediência e o princípio que veda a autoincriminação compulsória. 2.4. Desacato (ART.331, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) confronto com os delitos de desobediência e contra a honra. 2.5. Tráfico de influência. (ART.332, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) confronto com os delitos de corrupção ativa e passiva; (iii) confronto com o delito de exploração de prestígio, previsto no art.357, do código penal. 2.6.Corrupção ativa. (ART.333, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) confrontocom o
delito de corrupção passiva: hipóteses de ocorrência simultânea ou isolada; (iii) confronto com os delitos de concussão; corrupção de testemunha, perito, tradutor ou intérprete; extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento; (iv) controvérsia sobre a possibilidade de incidência dos princípios da adequação social e insignificância. 2.7.Descaminho. (ART.334, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) figuras equiparadas;
(iii) distinção entre contrabando e descaminho; (iv) confronto com os delitos de falsidade documental e uso de documento falso: concurso de crimes; (v)controvérsia sobre a possibilidade de incidência do princípio da insignificância; (vi) a possibilidade de extinção de punibilidade pelo pagamento do tributo no delito de descaminho. analogia, súmula vinculante n.24 súmula n. 560 stf ? controvérsia. 2.8. Contrabando (ART.334- A, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) figuras equiparadas; (iii) confronto entre o delito de contrabando e as figuras típicas previstas na lei n. 11343/2006 (tráfico de drogas), na lei n.10826/2003 (tráfico internacional de armas); (iv) confronto entre os delitos de receptação e contrabando.
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS:
O delito de usurpação de função pública compreende a conduta de exercício
indevido, ou seja, a efetiva prática de ato específico de determinada função
pública e, por tratar-se de delito formal, consuma-se independentemente da
ocorrência de efetivo prejuízo à administração. Com relação ao delito de resistência, previsto no art. 329, do Código Penal, é também denominado resistência ativa, na medida em que o agente se opõe ao cumprimento de ato legal mediante o emprego de violência ou ameaça. Por outro lado, o delito de desobediência, previsto no art.330, do Código Penal, é denominado pela doutrina resistência passiva, pois o agente não emprega
violência ou ameaça ao se opor ao cumprimento de ato legal. A figura típica de desacato, previsto no art.331, do Código Penal, por sua vez contempla como objetos materiais o funcionário público e sua honra. Significa dizer que a expressão desacatar compreende as condutas de menosprezar, desrespeitar ou humilhar o funcionário público no exercício de sua função ou em razão dela (Material Didático, p. 1031). O delito de tráfico de influência, previsto no art.332, do CP, configura-se como tipo de ação múltipla (alternativo) podendo a conduta do agente comportar desde a solicitação até a exigência ou recebimento da vantagem indevida sendo que o elemento normativo do tipo penal vantagem indevida não terá, necessariamente, natureza econômica. Com relação ao delito de corrupção ativa, previsto no art.333 do CP, configura-se como a conduta de oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício e, da mesma forma que no delito anterior, elemento normativo do tipo penal não terá, necessariamente, natureza econômica. Interessante o confronto entre as condutas
de corrupção ativa e passiva e sua possibilidade de ocorrência simultânea em um mesmo contexto fático. No que concerne aos delitos de contrabando e descaminho, importante salientar que, com o advento da lei n.13008/2014, estas condutas passaram a integrar
tipos penais autônomos, art.334 e 334-A, CP e tem como principal elemento distintivo o reconhecimento da mercadoria ser proibida ou não. Desta forma, o descaminho configura-se, no tipo fundamental, pela conduta de iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria, ao passo que, a figura básica do delito de contrabando acresce a elementar normativa mercadoria proibida. Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV.
Bibliografia Básica
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 10.ed. Forense, 2014. ISBN
9788530953898
Bibliografia Complementar
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 4.ed. São Paulo: Saraiva.v 4,
2009.ISBN 978-85-02-09149-8.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 15. ed São Paulo: Saraiva.v.3,2015. ISBN
9788502619050.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Especial. 11.ed. Niterói: RJ: Impetus.
V.4, 2015. 9788576268178.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 13ª. edição revista e ampliada.
São Paulo. Revista dos Tribunais.2014. ISBN 9788520350683.
Aplicação Prática Teórica
CASO CONCRETO
Túlio, Guarda Municipal, encontrava-se em serviço em frente a determinado prédio
público, quando verificou que José iniciava uma pichação naquele prédio. Em razão
disso, ordenou a Flaviano Bom de Tinta que parasse de imediato e entregasse o material
que estava sendo utilizado na pichação. Ocorre que Flaviano Bom de Tinta, para
garantir sua fuga, desferiu chutes na canela do funcionário e, de imediato, empreendeu
fuga, não vindo a ser alcançado. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os Crimes contra a Administração Pública, responda às questões formuladas:
a) Diferencie as condutas de desacato, resistência e desobediência. Responda
de forma objetiva e fundamentada!
b) Qual a correta capitulação da conduta de Flaviano Bom de Tinta?
Responda de forma objetiva e fundamentada!
Questão objetiva.
Em relação aos crimes praticados por particulares e funcionários públicos contra a
Administração Pública, analise as assertivas e assinale a alternativa correta:
I - Pode-se afirmar que o crime de prevaricação tipifica-se por retardar ou deixar de
praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei,
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
II - O descumprimento, por autoridade administrativa, de sentença proferida em
Mandado de Segurança, pode configurar, em tese, o crime de prevaricação.
III - Para configuração do crime de corrupção passiva, na modalidade solicitar
vantagem indevida, é necessário que a solicitação do funcionário sejacorrespondida
pelo particular.
IV - Se o funcionário deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever funcional,
cedendo a pedido ou influência de outrem, comete o delito de condescendência
criminosa.
V - No crime de concussão, como o particular é ameaçado, caso ceda à exigência do
funcionário, não incorre em corrupção ativa.
a) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras.
b) Apenas as assertivas I, II e V são verdadeiras.
c) Apenas as assertivas II, IV e V são verdadeiras.
d) Apenas as assertivas II, III e IV são verdadeiras.
e) Apenas as alternativas II, III e V são verdadeiras.
Semana de Aula: 03
Crimes contra a Administração da Justiça
Objetivos 
Identificar, mediante a análise dos casos concretos apresentados, elementos objetivos, subjetivos e normativos crimes praticados por particular contra a Administração da Justiça. Analisar a incidência, nos casos concretos apresentados, de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre os delitos praticados por particular contra a Administração da Justiça. Diferenciar os delitos praticados por particular contra a Administração da Justiça dos delitos contra a pessoa, contra o patrimônio bem como previstos na Legislação Penal Especial, tais como Leis n.7492/1986, 8137/1990 e 9.613/1998.
Os artigos. 339 a 342; 345, 347 a 349-A, 357 e 359, todos do Código Penal.
1. Dos Crimes praticados contra a Administração da Justiça Pública: disposições gerais.
2. Denunciação caluniosa (Art. 339, do Código Penal): (i) análise da figura típica; (ii) confronto com os delitos de calúnia e comunicação falsa de crime ou contravenção; (iii) questões controvertidas: denunciação caluniosa e organização criminosa; confronto entre o direito à autodefesa e a denunciação caluniosa.
3.Comunicação falsa de crime ou contravenção. (Art. 340, do Código Penal): (i) análise da figura típica; (ii) questões controvertidas.
4. Autoacusação falsa. (Art. 345, do Código Penal): (i) análise da figura típica; (ii) questões controvertidas.
5. Falso testemunho ou falsa perícia (Art. 342, do Código Penal): (i) análise da figura típica; (ii)questões controvertidas: o compromisso de dizer a verdade e a caracterização de falso testemunho e o concurso de pessoas no crime de falso testemunho.
6. Exercício arbitrário das próprias razões. (Art. 345, do Código Penal): (i) análise da figura típica; (ii)questões controvertidas: concurso de crimes com o delito resultante da violência e ação penal.
7. Fraude processual. (Art. 347, do Código Penal): (i) análise da figura típica; (ii) questões
controvertidas: confronto com as figuras típicas previstas no caput e, parágrafo único, do art. 347 e com o delito de estelionato - art.171, todos do código penal; confronto entre o direito à autodefesa e a fraude processual; fraude processual prevista na legislação penal especial: lei n.9503/1997 e lei n.70826/2003.
8. Favorecimento pessoal (Art. 348, do Código Penal): (i) análise do tipo penal; (ii) questões controvertidas: distinção entre favorecimento pessoal e concurso de pessoas no delito antecedente; confronto com os delitos de prevaricação e corrupção passiva; alcance das escusas absolutórias.
9. Favorecimento real. (Art. 349, do Código Penal): (i) análise do tipo penal; (ii) questões controvertidas: o art. 349-a e sua subsunção à lei n. 9472/1997, art. 60,§1º; distinção entre favorecimento real e concurso de pessoas no delito antecedente; confronto com os delitos de favorecimento pessoal e receptação; inexigibilidade de conduta diversa.
10. Exploração de prestígio (Art. 357, do Código Penal): (i) análise do tipo penal; (ii) questão relevante: confronto com o delito de tráfico de influência.
11. Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito. (Art. 359, do Código Penal): (i) análise do tipo penal; (ii) questão relevante: confronto com o delito de desobediência (art.330, código penal) e com as medidas previstas nas leis n. 9099/1995, 9503/1997 e 11340/206.
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS.
 Na presente semana de aula serão identificadas, demonstradas e relacionadas algumas das figuras típicas previstas no rol de crimes praticados contra a Administração da Justiça.
 Em um primeiro momento, com relação aos delitos de denunciação caluniosa, comunicação falsa de crime ou contravenção, autoacusação falsa e falso testemunho ou falsa perícia serão identificadas suas semelhanças e elementares distintivas.
 Saliente-se que nestas condutas o objeto jurídico é a própria administração da justiça, logo o Estado e, secundariamente, o particular que possa vir a ter seus direitos e garantias lesionados pelo falso, razão pela qual a todo momento há o confronto com o direito à autodefesa bem como à vedação da autoincriminação compulsória. No que concerne ao delito de exercício arbitrário das próprias razões, relevante salientar que a pretensão visada pelo agente é lícita, todavia o meio empregado por ele para alcançá -la transforma sua conduta em relevante sob o prisma jurídico-penal. A conduta é descrita como a denominada justiça realizada pelas próprias mãos de modo a afastar, portanto, a normal administração da justiça. Com relação ao delito de fraude, na medida em que à lesão à normal administração da justiça também figura como sujeito passivo indireto a pessoa prejudicada com a inovação artificiosa no processo pendente, seja ele no âmbito civil ou administrativo, conforme expressa previsão do art. 347, do Código Penal, todavia consuma-se independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo. As infrações de favorecimento pessoal e favorecimento real, por sua vez, tem como elemento distintivo o fato de que na primeira o auxílio é prestado ao criminoso (para sua fuga ou ocultação) e não ao crime, como ocorre no favorecimento real. Por outro lado, ambos se configuram como delitos subsidiários, ou seja, para sua configuração é imprescindível a prática de delito anterior. O delito de exploração de prestígio guarda similitude com o delito de tráfico de influência, previsto no art.332, do Código Penal, na medida em este configura espécie de tráfico de influência que recai sobre a conduta de magistrado, jurado, órgão do Ministério Público, perito, testemunha. Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV.
Bibliografia Básica
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 10.ed. Forense, 2014. ISBN 9788530953898
Bibliografia Complementar
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 4.ed. São Paulo: Saraiva.v 4, 2009.ISBN 978 -
85-02-09149-8.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 15. ed São Paulo: Saraiva.v.3,2015. ISBN 9788502619050.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Especial. 11.ed. Niterói: RJ: Impetus. V.4, 2015.
9788576268178.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 13ª. edição revista e ampliada. São Paulo. Revista
dos Tribunais.2014. ISBN 9788520350683.
Caso Concreto.
ARNALDO, jovem de 17 anos, após praticar o crime de roubo de um veículo automotor, procura seu amigo LAURO e o solicita que mantenha o carro guardado em sua casa por um tempo. LAURO aceita a incumbência e age conforme o combinado, unicamente com a intenção de ajudar ARNALDO. Contudo, a autoria do roubo é descoberta, pois a Polícia Civil consegue recuperar o veículo que ainda estava com LAURO. Dos fatos, ARNALDO e LAURO são denunciados em processo-crime pelo delito de roubo, sendo LAURO, considerado partícipe do delito. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os delitos contra o Patrimônio e Administração Pública, responda de forma objetiva e fundamentada às seguintes questões:
a) A capitulação da conduta de LAURO está correta? Responda de forma objetiva e fundamentada.
b) O fato de ARNALDO ser inimputável possui alguma relevância para a conduta de LAURO?
Questão objetiva.
Xisto, Vereador de um determinado município do Estado de Sergipe, com o escopo de vingar-sedo seu desafeto Tácito, também Vereador do mesmo município, faz uma denúncia escrita de crime eleitoral perante a Autoridade Policial contra Tácito, sabendo da inocência deste, apresentando -se como Moisés para não ser identificado. O Inquérito Policial é instaurado pela Autoridade Policial. Neste caso Xisto cometeu crime de
a) denunciação caluniosa com pena de 2 a 8 anos, aumentada de um terço.
b) comunicação falsa de crime, com pena de 1 a 6 meses de detenção e multa, aumentada de um terço.
c) denunciação caluniosa com pena de 2 a 8 anos e multa, aumentada da sexta parte.
d) comunicação falsa de crime, com pena de 1 a 6 meses de detenção e multa, sem qualquer majoração.
e) denunciação caluniosa, com pena de 2 a 8 anos, sem qualquer majoração.
Semana de Aula:04
Legislação Penal Especial. Crimes Hediondos I. Lei n.8072/1990. 
Aspectos penais e crimes em espécie.
Objetivos
O aluno ao final da aula deverá ser capaz de:
Conhecer o plano de aula. Reconhecer as medidas de política criminal adotadas na Lei n.8072/1990 e sua necessária subsunção aos princípios norteadores do Estado Democrático de Direito consubstanciado na Constituição da República de 1988. Compreender, nos casos concretos apresentados, os conflitos de Direito Intertemporal e
seus reflexos na Lei de Crimes Hediondos. Identificar, nos casos concretos apresentados, a tipificação dos delitos como incursos na Lei de Crimes Hediondos e seus consectários penais. 
Os artigos. 1º a 8º, todos da Lei n. 8072/1990.
Verbete de Súmula n. 471, do Superior Tribunal de Justiça.
Verbetes de Súmula n. 711 e 719, do Supremo Tribunal Federal.
Súmula Vinculante n. 26.
1. Movimento da Lei e da Ordem e Crimes Hediondos - confronto com o sistema Penal
Garantista consubstanciado na Constituição da República de 1988.
 2. Crimes Hediondos: Assento Constitucional. 
 3. Lei n. 8072/1990.
 3.1.Controle de constitucionalidade e alterações legislativas.
3.2. Direito Intertemporal e a Lei n.11.464/2007 - as denominadas normas híbridas.
3.3. Critérios de tipificação.
3.4. Consectários Penais e Processuais: (i) vedação à indulgência soberana; (ii) crimes hediondos e liberdade provisória; (iii). individualização das penas, progressão de regimes e a possibilidade de conversão das penas em penas restritivas de direitos;(iv) associação criminosa para a prática de delitos hediondos. milícia privada e lei de crimes hediondos; (v) delação eficaz.
4. Crimes em Espécie.
4.1. Homicídio. O delito de homicídio e sua tipificação como delito hediondo: (i)Homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (Art.121, §2º, incisos I a VII);(ii) Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal segui da de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (iii) a (in)aplicabilidade da Lei n.8072/1990 ao delito de homicídio qualificado-privilegiado.
4.2. Latrocínio O roubo qualificado pelo resultado morte e sua tipificação como delito hediondo - Lei n.8930/1994: (i) a admissibilidade da tentativa no delito de latrocínio: controvérsias; (ii) a competência para processo e julgamento do delito de latrocínio.
4.3. Extorsão O delito de extorsão e a lei de crimes hediondos: (i) figuras típicas consideradas hediondas; (ii) a Lei n.11923/2009 e a extorsão qualificada do §3º, do art. 158, do Código Penal e sua (in)aplicabilidade à Lei n.8072/1990- controvérsias.
4.4 Extorsão mediante sequestro. O delito de Extorsão mediante sequestro: (i) figuras típicas consideradas hediondas.
4.5. Os delitos de Estupro e Estupro de Vulnerável. Figuras típicas consideradas hediondas: (i) Estupro de Vulnerável- a Lei n.12015/2009 e sua incidência sobre a Lei de Crimes Hediondos; (ii) O Direito Intertemporal - a Lei n.12015/2009 e as causas
de aumento previstas no art. 9º, da Lei n. 8072/1990; (iii) O Direito Intertemporal, a Lei n.12015/2009 e o delito de atentado violento ao pudor.
4.6. Epidemia com resultado morte.
4.7. Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
4.8. Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou
Adolescente ou de vulnerável.
4.9. Crimes Hediondos. Crimes em espécie previstos na Legislação Penal Especial.
O delito de Genocídio previsto na Lei n.2889/1956 e a EC n.45/2009: art. 5º, §4º e art. 109, inciso V-A, da CRFB/1988
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS.
Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. Nesta semana de aula serão analisadas as formas de criminalidade que, segundo sua gravidade objetiva, finalidade, modus operandi, lesividade ou consequências, são tipificadas como hediondas e equiparadas, bem como, as medidas de Política Criminal de Controle a serem adotadas pelo Estado Democrático de Direito. A lei de crimes hediondos possui assento constitucional (Art. 5º, XLIII,CRFB/1988) e seu texto legal não conceituou crime hediondo ou equiparado, tendo o legislador optado pela adoção de um critério taxativo, no qual selecionou figuras típicas previstas no Código Penal e as rotulou como hediondas e, algumas previstas na legislação penal especial, equiparadas a hediondas. Interessante destacar que, desde sua entrada em vigor, a lei tem sido objeto de controle de constitucionalidade face ao tratamento diferenciado mais rigoroso imposto aos condenados pelos referidos delitos, razão pela qual na presente semana de aula será realizado o confronto constitucional dos dispositivos repressores constantes na lei n.8072/1990. Cabe salientar que o art.1º, da lei n.8072/1990, ao apresentar o rol taxativo de delitos hediondos, elencou as figuras típicas previstas no Código Penal, figuras estas estudadas na disciplina Direito Penal III, quais sejam: homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por
um só agente, e homicídio qualificado, latrocínio, extorsão qualificada pelo resultado morte, extorsão mediante sequestro, estupro, estupro de vulnerável, epidemia com resultado morte, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e o delito de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (esta acrescida pela lei n. 12.978, de 2014). No que concerne ao delito de homicídio qualificado, a lei n. 13.104, de 2015 alterou o Código Penal acrescentando a figura denominada de feminicídio, no qual o motivo determinante para a prática do homicídio é a violência discriminatória de gênero o que, segundo a referida lei envolve violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Ainda, a lei n. nº 13.142, de 2015 acrescentou ao art.1º, da lei de crimes hediondos as condutas de lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129,
§ 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. Com relação às figuras equiparadas, previstas no art.2º da lei n.8072/1990, rol também taxativo, quais sejam: tortura (lei n.9455/1997), o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins (lei n.11343/2006) e o terrorismo, serão analisadas separadamente nas semanas de aula seguintes.
Caso Concreto
Tentativa de roubo de tênis termina commorte de uma adolescente em SP
O criminoso queria roubar o tênis do namorado da vítima. Gabriela dos Santos tinha 17 anos, chegou com vida ao hospital, mas não resistiu. Disponível em: http://g1.globo.com/hora1/noticia/2016/11/tentativa-de-roubo-de-tenis-termina-com-mortede-uma-adolescente-em-sp.html
(Atualizado em 16/11/2016 08h44)
A polícia de São Paulo procura um motoqueiro suspeito de matar uma adolescente, na capital. Tudo aconteceu porque o criminoso queria roubar o tênis do namorado dela. O crime aconteceu por volta das 20h de segunda-feira (14). Uma câmera de segurança gravou a aproximação de uma moto preta, em baixa velocidade na avenida Arraias do Araguaia, em Sapopemba. A polícia suspeita que o rapaz que aparece nas imagens, de capacete preto e blusa vermelha, procurava uma vítima pelo bairro – e encontrou assim que entrou na travessa Alessandro Tassoni. Era um casal que saiu de uma padaria caminhando e foi parado quase na porta de casa. O namorado contou à polícia que o ladrão desceu da moto, apontou uma arma para o casal e exigiu que ele entregasse o tênis. Quando o rapaz se abaixou para tirar o calçado dos pés, o motoqueiro fez um disparo que atingiu a cabeça da namorada, que estava ao lado. O bandido fugiu sem levar nada. Os namorados tinham saído de casa só para trocar dinheiro e já estavam voltando quando foram abordados. O rapaz contou aos policiais que tudo foi muito rápido e quando ele pediu calma, o ladrão atirou. Gabriela dos Santos, de 17 anos, foi socorrida pelos parentes.
Chegou com vida ao pronto socorro, mas algumas horas depois os médicos constataram a morte cerebral da adolescente. A vizinhança passou o dia tentando acalmar a família da jovem. Revoltados, os amigos e os parentes não quiseram falar sobre o crime. Até agora ninguém foi preso. A polícia disse que o suspeito aparenta ter menos de 20 anos e cerca de um 1,80m de altura. Com base nos estudos realizados sobre os crimes em espécies e delitos hediondos, responda às questões formuladas:
a) Qual a correta capitulação da conduta do motoqueiro? Ainda, o delito restou tentado ou consumado? Responda de forma objetiva e fundamentada.
b) Caso o motoqueiro venha a ser preso e posteriormente condenado pelo delito praticado, sendo no curso do processo-crime descoberto que o mesmo é reincidente, qual será o prazo mínimo de cumprimento de pena para a progressão de regimes? Responda de forma objetiva e fundamentada.
Questão objetiva
A respeito do que dispõe a Constituição Federal de 1988 e a Lei n.º 8.072/1990,
assinale a opção correta.
a) O agente que pratica homicídio simples, consumado ou tentado, não comete crime
hediondo.
b) A prática de racismo constitui crime hediondo, inafiançável e imprescritível.
c) A tortura é crime inafiançável, imprescritível e insuscetível de graça ou anistia.
d) O crime de lesão corporal dolosa de natureza gravíssima é hediondo quando
praticado contra parente consanguíneo até o quarto grau de agente da segurança
pública, em razão dessa condição.
e) A lei penal e a processual penal retroagem para beneficiar o réu.
Semana de Aula:05
Crimes equiparados a hediondos. Lei de Tortura. Terrorismo
Objetivos
Identificar as figuras típicas de tortura, previstas na lei n.945/1997 e sua necessária interpretação constitucional. Diferenciar o delito de tortura de outras figuras típicas previstas no Código Penal e na Legislação Penal Especial. Identificar as figuras típicas de terrorismo, previstas na lei n.13260/2006. Analisar as controvérsias existentes acerca do delito de terrorismo, seu iter criminis e respectiva responsabilização penal.
O Art. 5º, inciso XLIII CRFB/1988.
Os artigos 1º a 4º, todos da Lei n. 9455/1997.
Parte I, art. 1º da Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos ou Degradantes (1984).
Os artigos 1º a 11, 16 a 18, todos da Lei n.13260/2006.
Os artigos 1º a 3º, do Decreto n. 5639/2005 que ratificou a Convenção Interamericana contra o Terrorismo.
1. A Lei n. 9455/97.
1.1. Bem jurídico-penal tutelado - art. 5°, III e XLIX, XLIII da Constituição da República de 1988.
1.2.. A Lei n. 9455/1997 e o art. 4°, da Convenção das Nações Unidas contra a Tortura.
1.3 Conceito de Tortura: alcance da expressão sofrimento físico e mental.
1. 4. A incidência dos institutos repressores previstos na Lei n. 8072/1990.
1.5. Figuras típicas: controle de constitucionalidade: (i)figura Equiparada - art. 1°, §1°; (ii) a responsabilidade do omitente prevista no art. 1°, §2° - confronto com os art.13, §2º e 29, ambos do Código Penal; (iii) confronto com as figuras típicas da Lei n. 4898/1965 - Lei de Abuso de Autoridade; (iv) confronto entre a figura típica prevista no art. 1°, II, da Lei n. 9455/1997 e o art. 136, do Código Penal; (v)a figura qualificada e o confronto com a figura prevista no art. 121, §2°, III, do Código Penal.
1.6. Consectários Penais e Processuais: (i) alterações legislativas e o Direito Intertemporal; (ii) causas de aumento de pena; (iii) questões controvertidas.
2. A Lei n. 13260/2006
2.1. Bem jurídico-penal tutelado - art. 5°, XLIII da Constituição da República de 1988.
2.2. A Lei n. 13260/2006 e os arts. 1° e 2º , doDecreto n. 5639/2005.
2.3. Conceitos de Terrorismo: alcance da expressão e características.
2.4. Alterações legislativas no Código Penal e Lei de Crimes Hediondos.
2.5. Figuras típicas: atos de terrorismo, atos preparatórios, iter criminis.
2.6. Exclusão da tipicidade e iter criminis.
 UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS.
 Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. Tortura. A lei de tortura, ainda que tenha por fonte normativa a definição constante no art.1º, da Convenção da ONU de 1984, em muitos aspectos desvencilhou-se desta para fins de tipificação das condutas de tortura. Antes do advento da lei de tortura, a mesma só e ratipificada expressamente pelo Estatuto da Criança e Adolescente (lei n.8069/1990, art.233). A lei n.9455/1997, por questões de política criminal, não restringiu a tipificação da prática da tortura a qualquer condição pessoal do agente, sendo, portanto, um delito comum e tem por objetivo imediato a proteção da dignidade humana.
Crime equiparado a hediondo e, portanto, sujeito aos institutos repressores da lei n.8072/1990, apresenta como figuras típicas: tortura prova, tortura meio e tortura dis criminatória, estas com especial fim de agir ou motivação. As demais figuras, previstas no art.1º, II e §1º do art.1º, aplicam -se aos agentes que exercem sobre as vítimas sob sua guarda, poder ou autoridade. Cabe salientar que a conduta prevista no §2º do art.1º, não é equiparada a delito hediondo e configura-se como delito omissivo próprio. Por fim, insta salientar a existência da figura qualificada pela lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima ou morte, prevista no §3º, do art.1º e as causas de aumento previstas no §4º, do mesmo artigo. Terrorismo. A Convenção Interamericana contra o Terrorismo, ratificada pelo Brasil pelo Decreto 5639/2005, estabelece que o terrorismo constitui uma grave ameaça para os valores democráticos e para a paz e a segurança internacionais (?)?.(Organização dos Estados Americanos ? OEA. Convenção Interamericana contra o Terrorismo). As tentativas de sua conceituação partem dos meios empregados e dos resultados produzidos, bem como da finalidade política dos atos, da qualidade organizacional e cujos efeitos são indiscriminados. Para os atos de terrorismo ou ?preparatórios de terrorismos? os bens jurídicos penais tutelados são tanto individuais, quanto meta individuais, tais como a paz pública e a própria democracia. 
CASO CONCRETO
Leia a situação hipotética abaixo e responda às questões formuladas:
ROMOALDO, padrasto de L.T, de 11 anos de idade, foi denunciado pelos vizinhos por ter submetido a criança a intenso sofrimento físico e mental com o fim de castigá-la ao agredi-la pordiversas vezes com a utilização de seu cinto, pois esta estava brincando na sala de sua casa no momento em que ROMOALDO assistia ao jogo final do campeonato estadual de futebol e o barulho da brincadeira atrapalhava sua concentração no jogo. Dos fatos, ROMOALDO restou denunciado pelo delito de maus -tratos, previsto no art.136,§1º, do Código Penal. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os crimes em espécie e crimes hediondos e equiparados, responda de forma objetiva e fundamentada se a capitulação da conduta de ROMOALDO está correta.
QUESTÃO OBJETIVA
Crisóstomo, policial militar, e Elesbão, agente da Polícia Civil, agindo em comunhão de esforços e desígnios, buscando a confissão de um crime, provocaram intenso sofrimento físico a Nicanor. Posteriormente, Vitorino, delegado de polícia, ao saber do ocorrido, mesmo possuindo atribuição investigativa, opta por não apurar o caso, visando a abafá-lo. Nesse contexto é correto afirmar que:
a) todos praticaram crimes da Lei nº 9.455, contudo a conduta do delegado não é equiparada a crime hediondo.
b) o policial militar cometeu crime militar, equiparado a hediondo; o agente cometeu crime previsto na Lei n° 9.455, também equiparado a hediondo; e o delegado cometeu crime de prevaricação, não hediondo.
c) O policial militar e o agente cometeram crime previsto na Lei n° 9.455, equiparado a hediondo; e o delegado cometeu crime de prevaricação, não hediondo.
d) todos praticaram crimes equiparados a hediondo, previstos na Lei n° 9.455.
e) o policial militar cometeu crime militar, não hediondo; o agente cometeu crime previsto na Lei n° 9.455, equiparado a hediondo; e o delegado cometeu crime de prevaricação, não hediondo.
Semana de Aula: 06
Lei de Drogas I. Lei n.11343/2006.
Politica Criminal de Drogas – Prevenção e Tratamento usuário.
Objetivos
Conhecer o plano de aula. Reconhecer os diferenciados modelos de política criminal adotados para as condutas típicas de uso indevido e tráfico ilícito de drogas. Identificar as condutas típicas de uso indevido de drogas e seus consectários penais e processuais penais. Compreender os conflitos de Direito Intertemporal para fins de tipificação Das condutas previstas na lei n.11343/2006
Os artigos. 1º a 4º, 27 a 30, 48 e 66, todos da Lei n. 11343/2006.
Verbete de Súmula n. 711, do Supremo Tribunal Federal.
Verbete de Súmula n. 501, do Superior Tribunal de Justiça.
1. Lei n. 11.343/2006. Política Criminal de Drogas.
1.1. Movimento da Tolerância Zero e Política da Redução de Danos - distinção.
1.2. A Lei n.11.343/2006 e o Princípio da Alteridade.
1.3. A Lei n.11.343/2006 e o Direito Intertemporal.
2.Distinção entre as condutas de uso indevido de drogas e tráfico ilícito de drogas - critérios.
3. Do uso indevido de drogas: atividades de prevenção.
3.1. Posse de Droga para consumo pessoal. Art. 28, da Lei n. 11.343/2006 - natureza jurídica: Crime ou infração administrativa.
3.2. Consumo pessoal ou tráfico ilícito de drogas - critérios de diferenciação.
3.3. A figura típica do plantio para uso próprio.
3.4. Cessão gratuita a pessoa de seu relacionamento - controvérsias.
4. Questões controvertidas: direito material e processual - entendimento dos Tribunais Superiores.
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS.
Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. Nesta semana de aula serão identificadas as medidas de política criminal adotadas pela lei n.11343/2006 para o uso indevido de drogas.
Com a entrada em vigor da lei n.11343/2006 uma das principais questões debatidas foi acerca da natureza jurídica da figura prevista no art.28, qual seja: nesse dispositivo teria o legislador contemplado um crime, uma infração penal sui generis ou uma infração administrativa? Consoante entendimento pacificado nos Tribunais Superiores e Estaduais ocorreu apenas a despenalização, na medida em que a conduta de porte para uso próprio tornou-se infração penal de menor potencial lesivo. A partir desta premissa e, em consonância com a política criminal de redução de danos, a lei 11.343/2006 em título específico tratou não apenas do caráter retributivo do controle social penal, mas também das medidas de prevenção do uso indevido e reinserção social de usuários ou dependentes de drogas. Para tanto, a utilização do procedimento previsto nos art.60 e seguintes, da lei n.9099/1995 – Lei dos Juizados Especiais Criminais, não podendo ser imposta prisão em flagrante ao autor do fato, mas termo circunstanciado sendo este encaminhado ao JECrim para a adoção do respectivo procedimento.
CASO CONCRETO
LEONARDO foi surpreendido por policiais militares, na noite de sábado, 11 de janeiro de 2014, às 00h30min, próximo a um bar localizado na Asa Norte de Brasília, trazendo consigo uma porção de cocaína totalizando massa líquida de 26,45g. No carro em que ele estava foi encontrada a droga em um saco plástico e dinheiro. Dos fatos restou denunciado e condenado pelo delito de tráfico de drogas, previsto no art.33, caput, da Lei n.11343/2006. Em sede de apelação criminal suscitou sucessivamente: (i) atipicidade material da conduta pelo princípio da insignificância; (ii) desclassificação para o delito de porte de drogas para uso. Ante o exposto, sendo certo que no momento da abordagem, seus atos não poderiam qualificar sua conduta como sendo a de vendedor de drogas, analise a possibilidade de aplicação das teses defensivas. Responda de forma objetiva e fundamentada.
QUESTÃO OBJETIVA
Se determinada pessoa, maior e capaz, estiver portando certa quantidade de droga para consumo pessoal e for abordada por um agente de polícia, ela
a) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for reincidente por este mesmo fato.
b) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for condenada a prestar serviços à comunidade e, injustificadamente, recusar a cumprir a referida medida educativa.
c) estará sujeita à pena, imprescritível, de comparecimento a programa ou curso educativo.
d) poderá ser submetida à pena de advertência sobre os efeitos da droga, de prestação de serviço à comunidade ou de medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
e) deverá ser presa em flagrante pela autoridade policial.
Semana de Aula: 07
Lei de Drogas II. Lei n.11343/2006. Tráfico ilícito de drogas
Confrontar as medidas de Política Criminal adotadas pela Lei n. 11343/2006 e consequente interpretação constitucional dos tipos penais. Identificar as condutas típicas de tráfico ilícito de drogas, a incidência dos institutos repressores previstos na Lei n.8072/1990 e seus consectários penais. Solucionar, mediante a análise dos casos concretos apresentados, os conflitos de Direito Intertemporal face ao denominado "tráfico privilegiado". Diferenciar a conduta de associação para o tráfico das demais figuras típicas de associação para a prática de crimes previstas no art.288, do Código Penal e no art. 8º da Lei n. 8072/90.
Os artigos 33 a 47 e 49, todos da Lei n. 11343/2006.
Verbetes de Súmula n. 145, 522 e 711, do Supremo Tribunal Federal.
Verbetes de Súmula n. 492, 501 e 528, do Superior Tribunal de Justiça.
Resolução n. 5 de 2012 do Senado Federal.
1. Lei n. 11.343/2006. Tráfico de Drogas.
1.1. Política Criminal.
1.2. Normal penal do mandato em branco, Direito Intertemporal e o Enunciado 711 da Súmula do Supremo, Tribunal Federal.
2. Figuras Típicas e equiparadas
2.1.Distinção entre as condutas de uso indevido e tráfico ilícito de drogas.
2.2. A figura do tráfico privilegiado – questões controvertidas.
2.2. Associação para fins de tráfico- distinção das figuras típicas previstas no art. 288, do Código Penal e no art. 8, da Lei n. 8072/1990.
2.3.Financiamento ou custeamento do tráfico ilícito de drogas e as teorias adotadas acerca do concurso de pessoas - controvérsias.
2.4. A figura do informante - confronto com o delito de corrupção passiva.
 3. As causas de aumentode pena - análise de sua incidência.
 4. Tráfico Transnacional de drogas.
 5. Questões controvertidas: direito material e processual - entendimento dos Tribunais Superiores.
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS.
Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. Nesta semana de aula serão identificadas as medidas de política criminal adotadas pela lei n.11343/2006 para o tráfico de drogas e seus consectários penais. Da mesma forma que nas condutas de uso indevido, as figuras típicas e equiparadas de tráfico de drogas caracterizam-se como critérios de tipificação de condutas pela utilização de tipo misto alternativo e norma penal do mandato em branco. Com a entrada em vigor da lei 11343/2006 algumas alterações relevantes ocorreram face à revogação expressa das leis n.3636/1976 e 10409/2002, dentre elas: - a figura privilegiada do §4º, do art.33, segundo a qual a pena pelo tráfico de drogas será reduzida de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa; - a figura do art.36, como figura autônoma em rompimento à teoria monista do concurso de pessoas para a conduta de financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34. - a figura do informante, prevista no art.37 da lei para a conduta do agente que colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34. - a figura do uso compartilhado, segundo a qual o agente oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem que, embora prevista no §3º do art.33, configura-se infração penal de menor potencial ofensivo. - as vedações previstas no art.44, objeto de controle difuso de constitucionalidade.
CASO CONCRETO
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas:
Astolfo, nascido em 15 de março de 1940, sem qualquer envolvimento pretérito com o aparato judicial, no dia 22 de março de 2014, estava em sua casa, um barraco na comunidade conhecida como Favela da Zebra, localizada em Goiânia/GO, quando foi visitado pelo chefe do tráfico da comunidade, conhecido pelo vulgo de Russo. Russo, que estava armado, exigiu que Astolfo transportasse 50 g de cocaína para outro traficante, que o aguardaria em um Posto de Gasolina, sob pena de Astolfo ser expulso de sua residência e não mais poder morar na Favela da Zebra. Astolfo, então, se viu obrigado a aceitar a
determinação, mas quando estava em seu automóvel, na direção do Posto de Gasolina, foi abordado por policiais militares, sendo a droga encontrada e apreendida. Astolfo foi denunciado perante o juízo competente pela prática do crime previsto no Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06. Em que pese tenha sido preso em flagrante, foi concedida liberdade provisória ao agente, respondendo ele ao processo em liberdade. Astolfo, em suas alegações finais, confirmou que fazia o transporte da droga, mas alegou que somente agiu dessa forma porque foi obrigado pelo chefe do tráfico local a adotar tal conduta, ainda
destacando que residia há mais de 50 anos na comunidade da Favela da Zebra e que, se fosse de lá expulso, não teria outro lugar para morar, pois sequer possuía familiares e amigos fora do local. (XX Exame OAB Unificado. PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada em 18/09/2016. MODIFICADA). Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os delitos previstos na Lei n.11343/2006, responda de forma objetiva e fundamentada às seguintes questões:
a) A partir da premissa de que Astolfo é primário e não possui antecedentes, apresente as possíveis teses defensivas.
b) À conduta de Astolfo aplicam-se os institutos repressores da lei de crimes hediondos?
c) Uma vez condenado, será possível a substituição de pena privativa de liberdade?
QUESTÃO OBJETIVA
Jeremias integra de forma estável e permanente a estrutura da facção criminosa instalada em determinada comunidade, exercendo dupla função: é responsável por manter droga em depósito para revenda e, em outras oportunidades, serve como “fogueteiro”, em razão do que aciona fogos de artifício toda vez que percebe a ação de policiais ou de grupos rivais naquela localidade, a fim de alertar os demais integrantes de sua facção. Nesse contexto, é correto afirmar que Jeremias pratica o(s) crime(s) previsto(s) no(s)artigo(s):
a) 33, da Lei n° 11.343. de 2006.
b) 33. 35 e 37, da Lei n° 11.343. de 2006
c) 33 e 35, da Lei n° 11.343. de 2006.
d) 33 e 37, da Lei n° 11.343. de 2006.
e) 35, da Lei n° 11.343. de 2006
Semana de Aula:08
Organização Criminosa. Lei n. 12850/2013
Conhecer o plano de aula. Identificar as características do instituto “organização criminosa”. Diferenciar organização criminosa dos delitos de associação criminosa e milícia privada.
Organização Criminosa: Lei n. 12850/2013.
1. Considerações gerais: Bem jurídico tutelado. Definição e análise das figuras típicas.
2. Crimes por natureza e por extensão.
3. Dos crimes em espécie.
4. Transnacionalidade do crime organizado.
5. Confronto com os delitos de associação criminosa e milícia privada.
6.. Questões controvertidas: direito material e processual - entendimento dos Tribunais Superiores.
CASO CONCRETO
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas.
Membro de organização criminosa é condenado a 16 anos de prisão no CE. Acusado foi preso com maconha, crack e uma escopeta calibre 12. Justiça negou habeas corpus a outro membro de uma quadrilha. Disponível em: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2016/12/membro-de-organizacao-criminosa-econdenado-16-anos-de-prisao-no-ce.html (atualizado em 15/12/2016). A Justiça condenou a 16 anos de prisão um dos integrantes de uma organização criminosa preso com drogas e uma escopeta em Fortaleza. O acusado foi condenado pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e posse ilegal de arma de fogo. O juiz Ernani Pires Paula Pessoa Júnior, titular da 1ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas de Fortaleza, estabeleceu o cumprimento da sentença inicialmente em regime fechado. O magistrado negou ainda o direito de recorrer em liberdade. “A gravidade dos crimes imputados ao réu e a quantidade dos entorpecentes apreendidos, de patente nocividade à saúde pública, justificam a segregação antecipada do mesmo, a fim de evitar novos atentados à ordem pública e a aplicação da lei penal, em caso de confirmação desta condenação”, Destacou o juiz. Segundo os autos do processo, Mayandreson Araújo Albuquerque foi preso em flagrante no dia 18 de abril de 2016 no Bairro Granja Lisboa. Policiais militares notaram uma movimentação suspeita em frente a uma residência e abordaram o réu. Com ele foi apreendido 116.650 gramas de maconha, 910 gramas de crack, uma escopeta calibre 12, munição e uma balança digital. Em depoimento, o acusado confessou ser responsável por receber, guardar e distribuir no Ceará os entorpecentes que eram trazidos do estado da Paraíba. Habeas corpus negado: A Justiça do Ceará também negou habeas corpus para Marcos Aurélio de Sousa, acusado de corrupção de menores, posse de arma de fogo, tráfico de entorpecentes, associação ao tráfico. Ele é apontado pela polícia com integrante de uma outra organização criminosa com atuação no Ceará e em outros estados brasileiros. O acusado foi preso junto com outros 31 suspeitos em um sítio localizado no parque Tijuca, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza. No momento da operação, ele estava em uma moto à frente da residência. A prisão foi realizada por policiais civis que estavam investigando, há vários meses, a existência e atuação da organização criminosa no Ceará. Ante o exposto, com base nos estudos realizados responda de forma objetiva e fundamentada às seguintes questões:
a) Diferencieas condutas de organização criminosa, associação criminosa e associação criminosa para fins de tráfico de drogas.
b) Identifique a correta capitulação das condutas de Mayandreson Araújo Albuquerque.
QUESTÃO OBJETIVA.
O Delegado de Polícia, no ano de 2015, toma conhecimento da existência de organização criminosa que atua na área da circunscrição de sua Delegacia, razão pela qual instaura inquérito policial para apurar a prática de delitos considerados de grande gravidade. No curso das investigações, determinado indiciado procura o Ministério Público, acompanhado de seu advogado, manifestando interesse em realizar um acordo de colaboração premiada, de modo a auxiliar na identificação dos demais coautores. Para tanto, solicita esclarecimentos sobre os requisitos, pressupostos e consequências dessa colaboração. No caso, o Promotor de Justiça deverá esclarecer, de acordo com as previsões da Lei nº 12.850/13, que:
a) considerada meio de prova, poderá uma sentença condenatória ser proferida com fundamento, apenas, nas declarações do agente colaborador;
b) em observância ao princípio da obrigatoriedade, a Lei nº 12.850/13 não admite que o Ministério Público requeira ao magistrado a concessão de perdão judicial ao colaborador, apesar de ser possível o requerimento pelo reconhecimento de causa de diminuição de pena;
c) a colaboração premiada somente pode ser realizada até a publicação da sentença, de modo que qualquer auxílio após poderá apenas ser considerado como atenuante inominada;
d) de modo a garantir o contraditório, as negociações para formalização do acordo de colaboração contarão com a participação do magistrado, do Ministério Público e do acusado com seu defensor, podendo, ainda, haver contribuição do delegado de polícia;
e) após o acordo de colaboração, nos depoimentos que prestar, o colaborar renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
Semana de Aula:09
Estatuto do Desarmamento. Lei n.10826/2003 Sistema Nacional de Armas. Crimes em espécie.
Conhecer o plano de aula. Confrontar as condutas típicas previstas na lei n.10826/2003 com os princípios limitadores do poder punitivo estatal. Diferenciar armas de fogo de uso proibido, restrito, permitido, obsoleto ou de valor histórico, para fins de correta tipificação da conduta, ou ao contrário, considerá-la atípica. Identificar as condutas típicas previstas na lei n.10826/2003 e a incidência de concurso de crimes ou conflito aparente de normas com outras figuras típicas previstas no Código Penal e nas demais Legislações Especiais.
Os artigos. 1º a 3º; 6º e 12 a 21, da Lei n.10826/2003.
Verbete de Súmula n. 513, do Superior Tribunal de Justiça.
Lei n.10826/2003 - Estatuto do Desarmamento.
 1. Disposições Gerais.
 1.1. Política Criminal e a criação do Sistema Nacional de Armas.
 1.2. Objetividade jurídica: imediata e mediata.
 1.3.A ADI n.3112/DF. Controle de constitucionalidade e alterações legislativas: A Lei n.11706/2008
- e o Direito Intertemporal.
1.4. Conceito de arma de fogo.
- Distinção entre arma de fogo de uso proibido, restrito, permitido, obsoleto ou de valor histórico - Dec.
n.5123/2004.
2. As figuras típicas.
 2.1. Posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
 2.2. Omissão de cautela
 2.3. Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
 2.4. Disparo de arma de fogo
 2.5.Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
 2.6. Comércio ilegal de arma de fogo
 2.7. Tráfico internacional de arma de fogo
3. Questões controvertidas
 3.1. Arma de brinquedo ou simulacro.
 3.2. Arma de fogo desmuniciada e adequação típica.
 3.3. Abolitio criminis temporária; art. 30 a 32 Lei n.10826/2003 e o Verbete de Súmula n.513, do Superior Tribunal de Justiça.
 3.4. Porte de Arma e perícia sobre a Potencialidade Lesiva; confronto entre as figuras típicas previstas
na Lei n. 9437/1997.
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS.
 Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. O Estatuto do Desarmamento, da mesma forma que a revogada Lei n.9437/1997, tutela de forma imediata a incolumidade pública e que, portanto, expõem a perigo de lesão toda a coletividade – número indeterminado de pessoas. Desta forma, o referido estatuto volta-se à proteção não só de direitos individuais, mas, também da própria coletividade, ao tipificar condutas que exponham os bens jurídicos a perigo de lesão. Questão relevante a ser analisada versa sobre a caracterização das condutas como de perigo abstrato, bem como a tipificação de condutas que possuem como objeto material acessórios ou munições. Ainda, da mesma forma que a lei n. 9437/1997, Estatuto do Desarmamento diferenciou as condutas relacionadas às denominadas armas de fogo de uso permitido, restrito e proibido para fins de tipificação e cominação de sanções penais. Tal distinção também possui relevância quando da análise da ocorrência de conflito aparente de normas ou concurso de crimes em relação à outras figuras típicas previstas no Código Penal ou na Legislação Penal Especial. Cabe salientar que, em 02 de maio de 2007 foi declarada a inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 e do art. 21 da Lei 10.826/2003 através da ADIN n.3112 de modo a afastar a inafiançabilidade dos delitos de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo,
vedação à concessão da liberdade provisória aos delitos de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, comércio ilegal de arma de fogo e tráfico internacional de arma de fogo, previstos nos art.16, 17 e 18 da Lei n.10826/2003.
CASO CONCRETO
Mediante denúncia anônima, foi descoberto que ROBERTO possuía no interior de sua residência, armas de fogo e munições de uso permitido com os respectivos registros vencidos. Indagado por policiais, informou que tinha conhecimento das regras estabelecidas pelo Estatuto do Desarmamento, mas que não tinha a intenção de utilizá-las, mas, de tornar-se um colecionador de armas, pois acreditava ser esta conduta permitida por lei. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o Estatuto do Desarmamento, responda de forma objetiva e fundamentada às questões:
a) Qual a tipificação dada à conduta de ROBERTO?
b) Uma vez denunciado, quais teses defensivas a serem apresentadas?
QUESTÃO OBJETIVA.
Sobre os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, assinale a resposta correta.
a) O crime previsto no art. 14 do Estatuto (porte ilegal de arma de fogo de uso permitido) versa sobre armas de fogo e munições, não contem plando os acessórios entre suas elementares.
b) Entende-se como posse de arma de fogo a conduta de possuir ou manter arma em casa ou local de trabalho, qualquer que seja ele, em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
c) Comete o crime do art. 14 do Estatuto o praticante de tiro esportivo que transporta arma de fogo municiada, quando a guia de tráfego autoriza apenas o transporte de arma desmuniciada.
d) Para a consumação da infração penal prevista no art. 13 do Estatuto, basta que o sujeito ativo omita as cautelas necessárias para impedir que pessoas menores de 18 anos ou portadores de deficiência mental se apoderem de munições.
e) O porte de simulacro de arma de fogo de uso restrito caracteriza o crime previsto no art. 16 do Estatuto. 
Semana de Aula:10
Código de Trânsito Brasileiro. Lei n. 9503/1997. Crimes em espécie.
Conhecer o plano de aula. Compreender os princípios norteadores do Código de Trânsito. Reconhecer a existência de condutas ilícitas de natureza administrativa e penal e suas
respectivas sanções. Analisar a incidência das medidas despenalizadoras previstas na Lei n. 9099/1995 às condutas típicas previstas na Lei n.9503/1997. Analisar os crimes em espécie previstos na Lei n.9503/1997, seus elementos distintivos e a incidência de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre

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