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DIREITO PENAL IV

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DIREITO PENAL IV (15/02/2017) 
A disciplina Direito Penal IV tem por objeto de estudo os crimes contra a Administração 
Pública e a introdução ao estudo da Legislação Penal Especial. Será objeto de estudo e 
discussão a expansão do Direito Penal e consectário surgimento de novas formas de 
criminalidade, de novos ramos do Direito Penal e, conseqüentemente, de novas formas 
de controle social introduzidas pelo processo de desenvolvimento sócio-político, 
econômico e de globalização da sociedade. Com base na premissa de que é essencial o 
debate a partir dos suportes teóricos pedagógicos apresentados pelo docente e seu 
confronto com suas experiências profissionais, bem como com os temas objeto de maior 
controvérsia no atual contexto social serão selecionadas, ao longo da disciplina, as 
principais figuras típicas afetas aos citados crimes em espécie. Para tanto serão estudados 
critérios de descrição das condutas típicas, fixação de pena em abstrato, em concreto e 
consequente adoção de medidas de política criminal pelo Sistema de Justiça Criminal 
Brasileira para fins de controle social-penal. 
Desta forma, conclui-se que a disciplina Direito Penal IV visa o fomento do raciocínio 
crítico-jurídico acerca da Parte Geral do Direito Penal, das Teorias da Sanção Penal e 
seus reflexos no estudo dos crimes em espécie para, em consonância com os objetivos do 
Curso, sempre sob o foco de sua constitucionalidade de modo a possibilitar ao estudante 
o desenvolvimento de competências e habilidades que o capacitem, graças à criação de 
uma rede de sentidos, a compreender o fenômeno jurídico como um todo para fins de 
atuação acadêmica e profissional. 
Crimes contra a Administração Pública. Crimes praticados por Funcionário Público. 
Crimes praticados por particular contra a Administração Pública. Crimes contra a 
Administração da Justiça. 
Legislação Penal Especial. Lei de Crimes Hediondos e equiparados (Lei n.8072/1990). 
Lei de Tortura (Lei n.9455/1997). Terrorismo (Lei n.13260/2016). Lei de Drogas (Lei n. 
11.343/2006). Organização Criminosa (Lei n. 12850/2013). Estatuto do Desarmamento 
(Lei n.10826/2003). Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9503/1997). Crimes contra a 
Ordem Tributária, Econômica e Relações de Consumo 
http://portaldoaluno.webaula.com.br/portalsava/aluno/view/home/default.asp 2/7 
(Lei n. 80137/1990 e Lei n. 8078/1990). Lavagem de Capitais (Lei n.9613/1998) e Crimes 
de Colarinho Branco (Lei n..7492/1986). Lei Maria da Maria da Penha - Crimes de 
violência doméstica contra a mulher (Lei n.11340/2006). Criminalidade Ambiental (Lei 
n. 9.605/98). 
Objetivos gerais 
Reconhecer a relevância do estudo integrado entre as Teorias do Delito, da Sanção Penal 
e os crimes em espécie, previstos na Parte Especial do Código Penal e na Legislação Penal 
Especial e sua necessária subsunção aos princípios constitucionais. 
· Desenvolver o raciocínio crítico-jurídico acerca dos Crimes contra a Administração 
Pública. 
· Fomentar a leitura, o estudo e a análise crítica acerca dos Crimes contra a Administração 
Pública. 
· Identificar os critérios de seleção dos bens jurídico-penais a serem tutelados pela 
Legislação, Penal Especial e as medidas de política criminal adotadas pelo Sistema de 
Justiça Criminal Brasileira para fins de controle social-penal. 
Objetivos específicos 
Identificar, nos casos concretos apresentados, os delitos contra a Administração Pública 
praticados por funcionário público ou por particular e os crimes praticados contra a 
Administração da Justiça, bem como sua respectiva responsabilidade penal. Reconhecer 
as medidas de política criminal adotadas para a tipificação dos denominados delitos 
hediondos e equiparados. Avaliar as transformações ocorridas no Direito Penal e 
consequente tipificação de condutas que lesionem bens supra individuais, tais como a 
ordem econômica, as relações de consumo e o meio ambiente. 
Conteúdos 
UNIDADE I. Crimes contra a 
Administração Pública. 
1.Considerações gerais: Bem jurídico 
tutelado. Elementos do tipo: objetivos, 
subjetivos e normativos. 
Sujeitos do delito. Classificação do 
delito. Consumação e tentativa. 
Questões controvertidas entendimento 
dos Tribunais Superiores 
2.Figuras típicas. Figuras típicas 
majoradas e qualificadas. 
2.1.Crimes praticados por Funcionário 
Público Conceito de funcionário público 
para efeitos penais. 
2.1.1. Peculato. 
2.1.2. Concussão. 
2.1.3. Excesso de exação. 
2.1.4. Corrupção passiva. 
2.1.5. Facilitação de contrabando ou 
descaminho. 
2.1.6. Prevaricação. 
07/08/2017 Portal do Aluno 
http://portaldoaluno.webaula.com.br/por
talsava/aluno/view/home/default.asp 3/7 
2.1.7. Condescendência criminosa. 
2.1.8. Advocacia administrativa. 
2.1.9. Abandono de função. 
2.1.10. Exercício funcional ilegalmente 
antecipado ou prolongado. 
2.1.11. Violação de sigilo funcional. 
2.2. Crimes praticados por particular 
contra a Administração Pública. 
2.2.1 Usurpação de função pública. 
2.2.2. Resistência. 
2.2.3. Desobediência. 
2.2.4. Desacato. 
2.2.5. Tráfico de influência. 
2.2.6. Corrupção ativa. 
2.2.7. Contrabando e descaminho. 
2.3. Dos Crimes contra a Administração 
da Justiça. 
2.3.1. Denunciação Caluniosa. 
2.3.2. Comunicação falsa de crime ou 
contravenção. 
2.3.3. Autoacusação falsa. 
2.3.4. Falso testemunho ou falsa perícia. 
2.3.5. Coação no curso do processo. 
2.3.6. Exercício arbitrário das próprias 
razões. 
2.3.7. Fraude processual. 
2.3.8. Favorecimento pessoal e real. 
2.3.9. Exploração de prestígio. 
2.3.10. Desobediência a decisão judicial 
sobre perda ou suspensão de direito. 
UNIDADE II. Legislação Penal 
Especial. 
1.Lei de Crimes Hediondos e 
equiparados- Lei n. 8072/1990 
1.1. Critérios de tipificação, controle de 
constitucionalidade e alterações 
legislativas. 
1.2. Conflito de Direito Intertemporal. 
1.3. Considerações gerais: Bem jurídico 
tutelado. Elementos do tipo: objetivos, 
subjetivos e normativos. Sujeitos do 
delito. Classificação do delito. 
Consumação e tentativa. Figuras típicas. 
Figuras 
típicas majoradas e qualificadas. 
Questões controvertidas- entendimento 
dos Tribunais Superiores. 
1.4. Figuras Típicas: 
1.4.1. Homicídio e lesão corporal dolosa 
de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e 
lesão corporal seguida de morte (art. 129, 
§ 3o), quando praticadas contra 
autoridade ou agente descrito nos arts. 
142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da 
Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em 
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo 
até terceiro grau, em razão dessa 
condição. 
1.4.2. Latrocínio 
1.4.3 Extorsão qualificada 
07/08/2017 Portal do Aluno 
http://portaldoaluno.webaula.com.br/por
talsava/aluno/view/home/default.asp 4/7 
1.4.4. Extorsão mediante sequestro. 
1.4.5 Estupro. 
1.4.6. Estupro de Vulnerável. 
1.4.7. Favorecimento da prostituição ou 
de outra forma de exploração sexual de 
criança ou adolescente 
ou de vulnerável. 
1.4.8. Genocídio. 
1.5 Figuras Equiparadas a crimes 
hediondos. 
1.5.1. Lei de Tortura: Lei n. 9455/97. 
1.5.2. Terrorismo: Lei n.13260/2016 
2. Lei de Drogas. Lei n. 11.343/2006. 
2.1. Considerações gerais: Bem jurídico 
tutelado. Política Criminal de Drogas. 
Elementos do tipo: 
objetivos, subjetivos e normativos. 
Sujeitos do delito. Classificação do 
delito. Consumação e tentativa. 
Figuras típicas. Figuras típicas 
majoradas e qualificadas. Questões 
controvertidas -entendimento dos 
Tribunais Superiores. 
2.2. Do uso indevido de Drogas2.2.1 Posse de Droga para consumo 
pessoal. 
2.2.2. O plantio para uso próprio. 
2.2.3. Cessão gratuita a pessoa de seu 
relacionamento. 
2.3. Tráfico de Drogas. 
2.3.1. Figuras Típicas e equiparadas. 
2.3.2. Associação para o tráfico e a Lei n. 
8072/1990. 
2.3.3. Financiar ou custear a pratica de 
qualquer dos crimes previstos nos artigo 
33, caput e §1º, e 34 
da Lei. 
2.3.4. A figura do Informante. 
3. Organização Criminosa: Lei n. 
12850/2013. 
3.1. Considerações gerais: Bem jurídico 
tutelado. Definição e análise das figuras 
típicas. 
3.2. Crimes por natureza e por extensão. 
3.3. Dos crimes em espécie. 
3.4. Transnacionalidade do crime 
organizado. 
3.5. Confronto com os delitos de 
associação criminosa e milícia privada. 
4. Estatuto do Desarmamento: Lei 
n.10826/2003. 
4.1. Sistema Nacional de Armas. 
4.2. Considerações Gerais: Objetividade 
jurídica: imediata e mediata. Crimes de 
perigo. . Elementos do 
tipo: objetivos, subjetivos e normativos. 
Sujeitos do delito. Classificação do 
delito. Consumação e 
tentativa. Figuras típicas. Figuras típicas 
majoradas e qualificadas. Questões 
controvertidas - 
entendimento dos Tribunais Superiores. 
A ADI n.3112/DF. 
07/08/2017 Portal do Aluno 
http://portaldoaluno.webaula.com.br/por
talsava/aluno/view/home/default.asp 5/7 
4.3. Crimes em espécie. 
4.3.1. Posse Irregular de Arma de Fogo 
de uso permitido. 
4.3.2. Omissão de Cautela 
4.3.3. Porte Ilegal de Arma de Fogo de 
uso permitido. 
4.3.4. Disparo de Arma de Fogo. 
4.3.5.Posse ou Porte Ilegal de Arma de 
Fogo de uso restrito. 
4.3.6. Comércio Ilegal de Arma de Fogo. 
4.3.7. Tráfico Internacional de Arma de 
Fogo. 
5. Código de Trânsito Brasileiro - Lei n. 
9503/1997 
5.1. Crimes de Trânsito. Considerações 
gerais: Crimes de perigo e crimes de 
dano. Objetividade 
jurídica: imediata e mediata. Elementos 
do tipo: objetivos, subjetivos e 
normativos. Sujeitos do delito. 
Classificação do delito. Consumação e 
tentativa. Figuras típicas. Figuras típicas 
majoradas e 
qualificadas. Questões controvertidas - 
entendimento dos Tribunais Superiores. 
5.2. Incidência dos institutos 
despenalizadores da lei n.9099/1995 
5.3. Suspensão ou proibição de se obter 
a permissão ou habilitação para dirigir 
veículo automotor – 
hipóteses de cabimento. 
5.4. Multa reparatória. 
5.5. Crimes em Espécie: 
5.5.1. Homicídio Culposo. 
5.5.2. Lesão Corporal Culposa. 
5.5.3. Participação em competição não 
autorizada. 
5.5.4.O delito de Embriaguez ao 
Volante. 
6. Crimes contra a Ordem Tributária, 
Econômica e Relações de Consumo. 
6.1. Lei n.8137/1990. Considerações 
gerais: Objetividade jurídica. Sujeitos. 
Autonomia e 
esgotamento procedimento 
administrativo -controvérsias. Ação 
Penal. Extinção de punibilidade. Da 
pena de Multa. 
6.1.2. Crimes em espécie: art.1º a 3º. 
6.2. Lei n.8078/1990. 
6.2.1. Considerações gerais. 
Objetividade jurídica. Sujeitos. 
6.2.2.Crimes em espécie: (i) lei 
n.8137/1990 , art. 4º e 7; (ii) lei n. 
8078/1990, art.63 a 74. 
7. Lavagem de Capitais e Crimes de 
Colarinho Branco 
7.1. Lei n. 9613/1998. 
7.1.1. Considerações Gerais. Conceitos, 
fases e técnicas. Objetividade Jurídica. 
Relação com o delito de 
organização criminosa. Aplicabilidade 
de sursis processual. Delação Premiada. 
7.1.2. Crimes em espécie Art.1º, da Lei 
n. 9613/1998. Causas de aumento de 
pena. 
07/08/2017 Portal do Aluno 
http://portaldoaluno.webaula.com.br/por
talsava/aluno/view/home/default.asp 6/7 
7.2. Lei n.7492/1986 
7.2.1. Considerações Gerais. Conceito 
de instituição financeira. Objetividade 
Jurídica. Ação Penal. 
Aplicabilidade de sursis processual. 
Delação Premiada. 
7.2.2. Crimes em espécie: art. 2º a 23. 
8. Lei n.11340/2006. Crimes de 
violência doméstica contra a mulher. 
8.1. Considerações Gerais: Política 
criminal e violência de gênero. Distinção 
entre Violência de Gênero 
e Violência Doméstica. 
8.2. Competência para processo e 
julgamento. 
8.3. A ação penal e a ADI 4424. 
8.4. As medidas protetivas de urgência à 
ofendida e as medidas que obrigam o 
agressor. 
9. Lei n.9605/1998. Criminalidade 
Ambiental. 
9.1. As Origens históricas e princípios 
político-criminais norteadores. 
9.2. Princípios da Prevenção e 
Precaução. 
9.3.. A relação entre Direito 
Administrativo Sancionador e Direito 
Penal de Intervenção Mínima. 
9.4.O confronto entre a acessoriedade 
administrativa e o princípio da 
legalidade. 
9.5. A responsabilidade penal da pessoa 
jurídica e sistema da dupla imputação. 
9.6. Principais figuras típicas: (i) dos 
crimes contra a Fauna ; (ii) dos crimes 
contra a Flora; (iii) Da 
Poluição e outros Crimes Ambientais; 
(iv) Dos Crimes contra o Ordenamento 
Urbano e o Patrimônio 
Cultural e (v) Dos Crimes contra a 
Administração Ambiental. 
Indicação do material didático 
Bibliografia básica 
· ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação Penal Especial. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 
2010.9788502089716 
· CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 7.ed. v.4. São Paulo: Saraiva, 
2012 ISBN9788502086272. 
· NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 10.ed. Forense. 
 
 Semana de Aula: 01 
Crimes contra a Administração Pública praticados por funcionário público I. 
O aluno deverá ser capaz de: 
Conhecer o plano de aula. Analisar a aplicação, nos casos concretos apresentados, dos 
princípios constitucionais aos crimes contra Administração Pública, inclusive, o princípio 
da insignificância. Diferenciar os crimes funcionais próprios e impróprios para fins de 
aplicação do preceito estabelecido no art. 30, do Código Penal. 
Identificar, nos casos concretos apresentados, os delitos contra a 
Administração Pública praticados por funcionário público e respectiva 
responsabilidade penal do agente. 
Estrutura do Conteúdo 
O conteúdo será apresentado com base no Material Didático de Direito Penal IV 
Os artigos. 312 a 327, todos do Código Penal. 
Verbete de Súmula n. 147, do Superior Tribunal de Justiça. 
Verbete de Súmula n. 18, do Supremo Tribunal Federal. 
As páginas indicadas de seu material Didático. 
ESTRUTURA DE CONTEÚDO DESTA AULA: 
I - Considerações gerais: Bem jurídico 
tutelado. 
1.1. Conceitos de Administração Pública 
e funcionário público para o Direito 
Penal. 
1.2. Distinção entre funções precípuas e 
concorrentes da administração pública. 
1.3. Distinção entre crimes funcionais 
próprios e impróprios. 
1.4. Conceitos de funcionário público e, 
funcionário público por equiparação, 
previstos no Código Penal; distinção do 
conceito de múnus público (art.327, do 
CP) 
1.5. Distinção entre o conceito de 
funcionário público, previsto no Código 
Penal, e autoridade pública, prevista na 
Lei n 4898/1965: natureza das funções 
exercidas; aplicação do princípio da 
especialidade e derrogação tácita de 
dispositivos do Código Penal. 
1.6. A aplicação do princípio da 
insignificância aos crimes contra 
Administração Pública. 
II. Crimes em espécie praticados por 
funcionário público. 
- Elementos do tipo: objetivos, 
subjetivos e normativos. 
- Sujeitos do delito. 
- Consumação e Tentativa. 
- Modalidades culposas. 
- Figuras qualificadas, majoradas e 
privilegiadas. 
- O concurso de pessoas e a incidência do 
art. 30, do Código Penal: 
comunicabilidade das circunstâncias 
pessoais. 
- Questões controvertidas- entendimento 
dos Tribunais Superiores. 
2.1. Peculato. (art.312, do CP) (i) figuras 
típicas: peculato furto, peculato culposo,peculato desvio, peculato mediante erro 
de outrem; (ii) concurso de pessoas; 
(iii)reparação do dano e extinção da 
punibilidade; (iv)distinção do delito de 
peculato dos delitos de falsificação de 
documento, furto e apropriação indébita. 
2.2 Concussão.(art.316, do CP): (i) 
análise do tipo penal; (ii) confronto com 
o delito de 
extorsão: semelhanças e 
dessemelhanças; concurso de crimes ou 
conflito aparente de 
normas; (iii) confronto com os delitos de 
corrupção ativa e passiva; (iv) excesso de 
exação. 
2.3. Corrupção passiva (art.317, do cp): 
(i)análise do tipo penal;(ii) confronto 
com os 
delitos de concussão e prevaricação;(iii) 
incidência do princípio da 
insignificância; (iv)corrupção passiva 
privilegiada. 
2.4. Facilitação de contrabando ou 
descaminho. (art.318, do CP): (i) análise 
do tipo penal; (ii)distinção entre 
mercadorias absolutamente ou 
relativamente proibidas e mercadorias 
permitidas; (iii) incidência do princípio 
da insignificância; (iv)causas extintivas 
de punibilidade. 
2.5. Prevaricação. (art.319, do CP): (i) 
análise do tipo penal; (ii) confronto com 
os delitos de corrupção passiva 
privilegiada, concussão e desobediência; 
(iii) confronto com os delitos previstos 
nas normas extravagantes: art. 345, da lei 
n 4737/1965; art. 23 da lei n 7492/1986 
e art. 15, §2º, da lei n 6938/1981. 
2.6. Condescendência criminosa. 
(art.320, do CP: (i) Análise do tipo penal. 
2.7. Advocacia administrativa. (art.321, 
do CP) : (i) análise do tipo penal; 
(ii)confronto com os delitos de 
prevaricação, corrupção passiva e 
concussão (iii).confronto com os delitos 
previstos nas normas extravagantes: art. 
3º,iii da lei n 8137/1990 e art. 91, da lei 
n 8666/1993. 
2.8. Abandono de função. (art.323, do 
CP: (i)Análise do tipo penal. 
2.9. Exercício funcional ilegalmente 
antecipado ou prolongado.(art. 324, do 
CP): 
(i)Análise do tipo penal. 
2.10. Violação de sigilo funcional: 
(i)Análise do tipo penal; (ii) Causas 
excludentes de 
ilicitude. 
 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS: 
Para o Direito Penal, entretanto, a expressão Administração Pública deve ser 
compreendida como toda a atividade funcional do Estado, seja subjetivamente (órgãos 
instituídos para a concreção de seus fins), seja objetivamente (atividade estatal realizada 
com fins de satisfação do bem comum).(Neste sentido vide PRADO, Luiz Regis, op.cit.pp 
387/388). Ainda, será analisada a possibilidade de incidência dos princípios da 
insignificância e adequação social aos crimes praticados contra a Administração Pública 
para fins de exclusão da tipicidade material da conduta. Distinção entre crimes funcionais 
próprios e impróprios. Crime funcionais são aqueles perpetrados por funcionário público 
no exercício de suas funções ou em decorrência destas sendo, classificados em próprios 
e impróprios (mistos). Crimes funcionais próprios são aqueles são aqueles em que, caso 
não esteja presente a elementar do tipo ?funcionário público? a conduta será considerada 
atípica, enquanto, delitos funcionais impróprios são aqueles nos quais, uma vez excluída 
a elementar funcionário público a conduta será tipificada como outro crime. O delito de 
peculato, previsto no art.312, do Código Penal, descreve figuras especiais dos delitos de 
apropriação indébita (caput) e de furto (§1º), caracterizando-se, portanto, como delitos 
funcionais impróprios ou mistos. Apresenta como figuras típicas os delitos de peculato 
próprio, impróprio (peculato-furto), peculato culposo e peculato mediante erro de outrem. 
Por outro lado, no caso da conduta culposa, o agente público, por meio da quebra do dever 
objetivo de cuidado, concorre para a prática de peculato doloso por outrem. O delito de 
Concussão, previsto no art.316, do Código Penal, descreve a figura especial do delito de 
extorsão caracterizando-se, portanto, como delito funcional impróprio ou misto. No que 
concerne ao excesso de exação, previsto no §1º, é compreendida como a exigência 
rigorosa de tributos ou contribuição social. Ainda, o §2º prevê a modalidade qualificada 
nos casos em que o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu 
indevidamente para recolher aos cofres públicos. O delito de Corrupção passiva, previsto 
no art.317, do Código Penal, configura-se como tipo penal de ação múltipla ou tipo misto 
alternativo face à possibilidade da prática de mais de uma conduta sem que, com isso, 
seja caracterizada a pluralidade de infrações penais. Nas condutas de receber vantagem 
indevida ou aceitar promessa de tal vantagem haverá bilateralidade de condutas entre os 
delitos de corrupção ativa e passiva, este último praticado por particular contra a 
Administração Pública. Além da figura prevista no caput, comporta as figuras qualificada 
e privilegiada - §§1º e 2º. No delito de facilitação de contrabando ou descaminho, previsto 
no art.318, do Código Penal, o legislador rompeu com a teoria unitária do concurso de 
pessoas na medida em que optou por tipificar a conduta do agente que, na verdade, 
realiza conduta acessória às condutas de contrabando ou descaminho. Trata-se 
de delito formal e plurissubsistente. Insta salientar que, no que concerne aos 
delitos de contrabando e descaminho houve alteração legislativa pela lei n. 13008 de 
26/06/2014. Com relação ao delito de prevaricação, previsto no art.319, do Código Penal, 
caracteriza-se tipo subjetivamente complexo cujo especial fim de agir é o interesse ou 
sentimento pessoal. Configura-se como delito formal e somente admite a modalidade 
tentada nas condutas comissivas. O delito de condescendência criminosa, art.320, do 
Código Penal, configura-se como delito formal, admite condutas comissivas e omissivas 
e consuma-se independentemente da efetiva impunidade do subalterno. O delito de 
advocacia administrativa, art.321, do Código Penal, compreende em sua figura típica a 
conduta de patrocinar interesse privado perante a administração pública, sendo a 
expressão patrocinar compreendida pelas condutas de proteger, beneficiar ou defender, 
direta ou indiretamente, interesse privado, que pode ser legítimo ou não (NUCCI, 
Guilherme de Souza. Material Didático). Saliente-se que a referida conduta configura-se 
como delito formal e não exige a obtenção de qualquer vantagem por parte do funcionário 
público. Por fim, o delito de exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado, 
previsto no art. 324, do Código Penal, configura-se como norma penal do mandato em 
branco por força da expressão à expressão ?exigências legais?. Para enriquecer seus 
conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros 
didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal. 
 
Bibliografia Básica 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 10.ed. Forense, 2014. ISBN 
9788530953898 
Bibliografia Complementar 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 4.ed. São Paulo: Saraiva.v 4, 
2009.ISBN 978-85-02-09149-8. 
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 15. ed São Paulo: Saraiva.v.3,2015. ISBN 
9788502619050. 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Especial. 11.ed. Niterói: RJ: Impetus. 
V.4, 2015. 9788576268178. 
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 13ª. edição revista e ampliada. 
São Paulo. Revista dos Tribunais.2014. ISBN 9788520350683. 
 
 
 
Caso Concreto 
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às 
questões formuladas: 
Em datas e horários diversos, todavia no período compreendido entre meados do mês de 
fevereiro até o mês de maio do ano de 2014,RONALDO ESPERTO, prevalecendo-se 
da condição de perito, nomeado pelo juízo da Xª Vara civil da Comarca da Capital, com 
o fim de obter indevida vantagem econômica solicitou aos advogados de determinado 
processo, o pagamento de determinada quantia em dinheiro para fins de elaboração de 
laudo favorecendo o cliente destes, todavia as vítimas não concordaram em repassar 
qualquer montante a RONALDO ESPERTO. Ante o exposto, com base nos estudos 
realizados sobre os Crimes contra a Administração Pública, responda às questões 
formuladas: 
a) RONALDO ESPERTO é considerado funcionário público para fins penais? 
Responda de forma objetiva e fundamentada. 
b) Qual a correta tipificação de sua conduta? Ainda, responda se a mesma restou 
tentada ou consumada, haja vista as vítimas não terem concordado em repassar qualquer 
montante ao agente. 
Questão objetiva. 
Acerca dos crimes contra a Administração pública, assinale a resposta correta. 
a) O crime de denunciação caluniosa (art. 339 do CP), além de outros requisitos de 
configuração, exige que a imputação sabidamente falsa recaia sobre vítima determinada, 
ou, ao menos, determinável. 
b) Para a configuração do crime de peculato-furto (art. 312, § 1°, CP) é suficiente que 
o sujeito ativo, funcionário público, subtraia um bem móvel particular que esteja sob a 
guarda da Administração pública. 
c) Considera-se funcionário público, para efeitos penais, quem exerce múnus público, 
assim entendido o ônus ou encargo para com o poder público, como no caso do curador. 
d) Nos crimes de inserção de dados falsos em sistemas de informações (art. 313-A do 
CP) e modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (art. 313-B do 
CP) se exige que figure, como sujeito ativo da conduta, o funcionário público 
autorizado. 
e) Ao contrário do que ocorre na extorsão, o crime de concussão é classificado como 
delito material, operando-se quando o agente aufere a vantagem indevida almejada. 
 
Semana de Aula:02 
O aluno deverá ser capaz de: 
Identificar, nos casos concretos apresentados, os crimes praticados por 
particular contra a Administração Pública por meio de seus elementos 
objetivos, subjetivos e normativos. Analisar a incidência, nos casos concretos 
apresentados, de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre os delitos 
praticados por particular contra a Administração Pública e os delitos contra a pessoa e 
contra o patrimônio. Diferenciar, nos casos concretos apresentados, os delitos em espécie. 
O conteúdo será apresentado com base no Material Didático de Direito Penal IV 
Antes da aula, não esqueça de ler: 
Os artigos. 328 a 334-A, todos do Código Penal. 
I. Dos Crimes praticados por particular contra a Administração Pública: disposições 
gerais. II - Figuras típicas. 
2.1 Usurpação de função pública. (ART.328, do CP) (i) análise da figura típica; (ii) 
confronto com o delito de estelionato. 2.2. Resistência. (ART.329, do CP): (i) análise da 
figura típica; (ii) confronto com os delitos de desacato, desobediência e lesão corporal; 
(iii) o delito de furto consumado e posterior delito de resistência: controvérsias - concurso 
de crimes ou crime único de roubo impróprio. 2.3. Desobediência (ART.330, do CP): (i) 
análise da figura típica; (ii) confronto entre o sigilo médico e o delito de desobediência; 
(iii) desobediência e o princípio que veda a autoincriminação compulsória. 2.4. Desacato 
(ART.331, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) confronto com os delitos de 
desobediência e contra a honra. 2.5. Tráfico de influência. (ART.332, do CP): (i) análise 
da figura típica; (ii) confronto com os delitos de corrupção ativa e passiva; (iii) confronto 
com o delito de exploração de prestígio, previsto no art.357, do código penal. 
2.6.Corrupção ativa. (ART.333, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) confrontocom o 
delito de corrupção passiva: hipóteses de ocorrência simultânea ou isolada; (iii) confronto 
com os delitos de concussão; corrupção de testemunha, perito, tradutor ou intérprete; 
extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento; (iv) controvérsia sobre a 
possibilidade de incidência dos princípios da adequação social e insignificância. 
2.7.Descaminho. (ART.334, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) figuras equiparadas; 
(iii) distinção entre contrabando e descaminho; (iv) confronto com os delitos de falsidade 
documental e uso de documento falso: concurso de crimes; (v)controvérsia sobre a 
possibilidade de incidência do princípio da insignificância; (vi) a possibilidade de 
extinção de punibilidade pelo pagamento do tributo no delito de descaminho. analogia, 
súmula vinculante n.24 súmula n. 560 stf ? controvérsia. 2.8. Contrabando (ART.334- A, 
do CP): (i) análise da figura típica; (ii) figuras equiparadas; (iii) confronto entre o delito 
de contrabando e as figuras típicas previstas na lei n. 11343/2006 (tráfico de drogas), na 
lei n.10826/2003 (tráfico internacional de armas); (iv) confronto entre os delitos de 
receptação e contrabando. 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS: 
O delito de usurpação de função pública compreende a conduta de exercício 
indevido, ou seja, a efetiva prática de ato específico de determinada função 
pública e, por tratar-se de delito formal, consuma-se independentemente da 
ocorrência de efetivo prejuízo à administração. Com relação ao delito de resistência, 
previsto no art. 329, do Código Penal, é também denominado resistência ativa, na medida 
em que o agente se opõe ao cumprimento de ato legal mediante o emprego de violência 
ou ameaça. Por outro lado, o delito de desobediência, previsto no art.330, do Código 
Penal, é denominado pela doutrina resistência passiva, pois o agente não emprega 
violência ou ameaça ao se opor ao cumprimento de ato legal. A figura típica de desacato, 
previsto no art.331, do Código Penal, por sua vez contempla como objetos materiais o 
funcionário público e sua honra. Significa dizer que a expressão desacatar compreende as 
condutas de menosprezar, desrespeitar ou humilhar o funcionário público no exercício de 
sua função ou em razão dela (Material Didático, p. 1031). O delito de tráfico de influência, 
previsto no art.332, do CP, configura-se como tipo de ação múltipla (alternativo) podendo 
a conduta do agente comportar desde a solicitação até a exigência ou recebimento da 
vantagem indevida sendo que o elemento normativo do tipo penal vantagem indevida não 
terá, necessariamente, natureza econômica. Com relação ao delito de corrupção ativa, 
previsto no art.333 do CP, configura-se como a conduta de oferecer ou prometer 
vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar 
ato de ofício e, da mesma forma que no delito anterior, elemento normativo do tipo penal 
não terá, necessariamente, natureza econômica. Interessante o confronto entre as condutas 
de corrupção ativa e passiva e sua possibilidade de ocorrência simultânea em um mesmo 
contexto fático. No que concerne aos delitos de contrabando e descaminho, importante 
salientar que, com o advento da lei n.13008/2014, estas condutas passaram a integrar 
tipos penais autônomos, art.334 e 334-A, CP e tem como principal elemento distintivo o 
reconhecimento da mercadoria ser proibida ou não. Desta forma, o descaminho 
configura-se, no tipo fundamental, pela conduta de iludir, no todo ou em parte, o 
pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de 
mercadoria, ao passo que, a figura básica do delito de contrabando acresce a elementar 
normativa mercadoria proibida. Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura 
complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na BibliografiaBásica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. 
Bibliografia Básica 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 10.ed. Forense, 2014. ISBN 
9788530953898 
Bibliografia Complementar 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 4.ed. São Paulo: Saraiva.v 4, 
2009.ISBN 978-85-02-09149-8. 
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 15. ed São Paulo: Saraiva.v.3,2015. ISBN 
9788502619050. 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Especial. 11.ed. Niterói: RJ: Impetus. 
V.4, 2015. 9788576268178. 
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 13ª. edição revista e ampliada. 
São Paulo. Revista dos Tribunais.2014. ISBN 9788520350683. 
Aplicação Prática Teórica 
CASO CONCRETO 
Túlio, Guarda Municipal, encontrava-se em serviço em frente a determinado prédio 
público, quando verificou que José iniciava uma pichação naquele prédio. Em razão 
disso, ordenou a Flaviano Bom de Tinta que parasse de imediato e entregasse o material 
que estava sendo utilizado na pichação. Ocorre que Flaviano Bom de Tinta, para 
garantir sua fuga, desferiu chutes na canela do funcionário e, de imediato, empreendeu 
fuga, não vindo a ser alcançado. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre 
os Crimes contra a Administração Pública, responda às questões formuladas: 
a) Diferencie as condutas de desacato, resistência e desobediência. Responda 
de forma objetiva e fundamentada! 
b) Qual a correta capitulação da conduta de Flaviano Bom de Tinta? 
Responda de forma objetiva e fundamentada! 
Questão objetiva. 
Em relação aos crimes praticados por particulares e funcionários públicos contra a 
Administração Pública, analise as assertivas e assinale a alternativa correta: 
I - Pode-se afirmar que o crime de prevaricação tipifica-se por retardar ou deixar de 
praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
II - O descumprimento, por autoridade administrativa, de sentença proferida em 
Mandado de Segurança, pode configurar, em tese, o crime de prevaricação. 
III - Para configuração do crime de corrupção passiva, na modalidade solicitar 
vantagem indevida, é necessário que a solicitação do funcionário seja correspondida 
pelo particular. 
IV - Se o funcionário deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever funcional, 
cedendo a pedido ou influência de outrem, comete o delito de condescendência 
criminosa. 
V - No crime de concussão, como o particular é ameaçado, caso ceda à exigência do 
funcionário, não incorre em corrupção ativa. 
a) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras. 
b) Apenas as assertivas I, II e V são verdadeiras. 
c) Apenas as assertivas II, IV e V são verdadeiras. 
d) Apenas as assertivas II, III e IV são verdadeiras. 
e) Apenas as alternativas II, III e V são verdadeiras. 
 
Semana de Aula: 03 
Crimes contra a Administração da Justiça 
Objetivos 
Identificar, mediante a análise dos casos concretos apresentados, elementos objetivos, 
subjetivos e normativos crimes praticados por particular contra a Administração da 
Justiça. Analisar a incidência, nos casos concretos apresentados, de conflito aparente de 
normas ou concurso de crimes entre os delitos praticados por particular contra a 
Administração da Justiça. Diferenciar os delitos praticados por particular contra a 
Administração da Justiça dos delitos contra a pessoa, contra o patrimônio bem como 
previstos na Legislação Penal Especial, tais como Leis n.7492/1986, 8137/1990 e 
9.613/1998. 
Os artigos. 339 a 342; 345, 347 a 349-A, 357 e 359, todos do Código Penal. 
1. Dos Crimes praticados contra a 
Administração da Justiça Pública: 
disposições gerais. 
2. Denunciação caluniosa (Art. 339, do 
Código Penal): (i) análise da figura 
típica; (ii) confronto com os delitos de 
calúnia e comunicação falsa de crime ou 
contravenção; (iii) questões 
controvertidas: denunciação caluniosa e 
organização criminosa; confronto entre o 
direito à autodefesa e a denunciação 
caluniosa. 
3.Comunicação falsa de crime ou 
contravenção. (Art. 340, do Código 
Penal): (i) análise da figura típica; (ii) 
questões controvertidas. 
4. Autoacusação falsa. (Art. 345, do 
Código Penal): (i) análise da figura 
típica; (ii) questões controvertidas. 
5. Falso testemunho ou falsa perícia (Art. 
342, do Código Penal): (i) análise da 
figura típica; (ii)questões controvertidas: 
o compromisso de dizer a verdade e a 
caracterização de falso testemunho e o 
concurso de pessoas no crime de falso 
testemunho. 
6. Exercício arbitrário das próprias 
razões. (Art. 345, do Código Penal): (i) 
análise da figura típica; (ii)questões 
controvertidas: concurso de crimes com 
o delito resultante da violência e ação 
penal. 
7. Fraude processual. (Art. 347, do 
Código Penal): (i) análise da figura 
típica; (ii) questões 
controvertidas: confronto com as figuras 
típicas previstas no caput e, parágrafo 
único, do art. 347 e com o delito de 
estelionato - art.171, todos do código 
penal; confronto entre o direito à 
autodefesa e a fraude processual; fraude 
processual prevista na legislação penal 
especial: lei n.9503/1997 e lei 
n.70826/2003. 
8. Favorecimento pessoal (Art. 348, do 
Código Penal): (i) análise do tipo penal; 
(ii) questões controvertidas: distinção 
entre favorecimento pessoal e concurso 
de pessoas no delito antecedente; 
confronto com os delitos de prevaricação 
e corrupção passiva; alcance das escusas 
absolutórias. 
9. Favorecimento real. (Art. 349, do 
Código Penal): (i) análise do tipo penal; 
(ii) questões controvertidas: o art. 349-a 
e sua subsunção à lei n. 9472/1997, art. 
60,§1º; distinção entre favorecimento 
real e concurso de pessoas no delito 
antecedente; confronto com os delitos de 
favorecimento pessoal e receptação; 
inexigibilidade de conduta diversa. 
10. Exploração de prestígio (Art. 357, do 
Código Penal): (i) análise do tipo penal; 
(ii) questão relevante: confronto com o 
delito de tráfico de influência. 
11. Desobediência a decisão judicial 
sobre perda ou suspensão de direito. 
(Art. 359, do Código Penal): (i) análise 
do tipo penal; (ii) questão relevante: 
confronto com o delito de desobediência 
(art.330, código penal) e com as medidas 
previstas nas leis n. 9099/1995, 
9503/1997 e 11340/206. 
 
 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. 
 Na presente semana de aula serão identificadas, demonstradas e relacionadas algumas 
das figuras típicas previstas no rol de crimes praticados contra a Administração da Justiça. 
 Em um primeiro momento, com relação aos delitos de denunciação caluniosa, 
comunicação falsa de crime ou contravenção, autoacusação falsa e falso testemunho ou 
falsa perícia serão identificadas suas semelhanças e elementares distintivas. 
 Saliente-se que nestas condutas o objeto jurídico é a própria administração da justiça, 
logo o Estado e, secundariamente, o particular que possa vir a ter seus direitos e garantias 
lesionados pelo falso, razão pela qual a todo momento há o confronto com o direito à 
autodefesa bem como à vedação da autoincriminação compulsória. No que concerne ao 
delito de exercício arbitrário das próprias razões, relevante salientar que a pretensão 
visada pelo agente é lícita, todavia o meio empregado por ele para alcançá -la transforma 
sua conduta em relevante sob o prisma jurídico-penal. A conduta é descrita como a 
denominada justiça realizada pelas próprias mãos de modo a afastar, portanto, a normal 
administração da justiça. Com relação ao delito de fraude, na medida em que à lesão à 
normal administração da justiça tambémfigura como sujeito passivo indireto a pessoa 
prejudicada com a inovação artificiosa no processo pendente, seja ele no âmbito civil ou 
administrativo, conforme expressa previsão do art. 347, do Código Penal, todavia 
consuma-se independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo. As infrações de 
favorecimento pessoal e favorecimento real, por sua vez, tem como elemento distintivo o 
fato de que na primeira o auxílio é prestado ao criminoso (para sua fuga ou ocultação) e 
não ao crime, como ocorre no favorecimento real. Por outro lado, ambos se configuram 
como delitos subsidiários, ou seja, para sua configuração é imprescindível a prática de 
delito anterior. O delito de exploração de prestígio guarda similitude com o delito de 
tráfico de influência, previsto no art.332, do Código Penal, na medida em este configura 
espécie de tráfico de influência que recai sobre a conduta de magistrado, jurado, órgão do 
Ministério Público, perito, testemunha. Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura 
complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia 
Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. 
 
Bibliografia Básica 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 10.ed. Forense, 2014. ISBN 
9788530953898 
Bibliografia Complementar 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 4.ed. São Paulo: Saraiva.v 4, 
2009.ISBN 978 - 
85-02-09149-8. 
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 15. ed São Paulo: Saraiva.v.3,2015. ISBN 
9788502619050. 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Especial. 11.ed. Niterói: RJ: Impetus. 
V.4, 2015. 
9788576268178. 
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 13ª. edição revista e ampliada. 
São Paulo. Revista 
dos Tribunais.2014. ISBN 9788520350683. 
Caso Concreto. 
ARNALDO, jovem de 17 anos, após praticar o crime de roubo de um veículo automotor, 
procura seu amigo LAURO e o solicita que mantenha o carro guardado em sua casa por 
um tempo. LAURO aceita a incumbência e age conforme o combinado, unicamente com 
a intenção de ajudar ARNALDO. Contudo, a autoria do roubo é descoberta, pois a Polícia 
Civil consegue recuperar o veículo que ainda estava com LAURO. Dos fatos, ARNALDO 
e LAURO são denunciados em processo-crime pelo delito de roubo, sendo LAURO, 
considerado partícipe do delito. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre 
os delitos contra o Patrimônio e Administração Pública, responda de forma objetiva e 
fundamentada às seguintes questões: 
a) A capitulação da conduta de LAURO está correta? Responda de forma objetiva e 
fundamentada. 
b) O fato de ARNALDO ser inimputável possui alguma relevância para a conduta de 
LAURO? 
Questão objetiva. 
Xisto, Vereador de um determinado município do Estado de Sergipe, com o escopo de 
vingar-se do seu desafeto Tácito, também Vereador do mesmo município, faz uma 
denúncia escrita de crime eleitoral perante a Autoridade Policial contra Tácito, sabendo 
da inocência deste, apresentando -se como Moisés para não ser identificado. O Inquérito 
Policial é instaurado pela Autoridade Policial. Neste caso Xisto cometeu crime de 
a) denunciação caluniosa com pena de 2 a 8 anos, aumentada de um terço. 
b) comunicação falsa de crime, com pena de 1 a 6 meses de detenção e multa, aumentada 
de um terço. 
c) denunciação caluniosa com pena de 2 a 8 anos e multa, aumentada da sexta parte. 
d) comunicação falsa de crime, com pena de 1 a 6 meses de detenção e multa, sem 
qualquer majoração. 
e) denunciação caluniosa, com pena de 2 a 8 anos, sem qualquer majoração. 
 
Semana de Aula:04 
Legislação Penal Especial. Crimes Hediondos I. Lei n.8072/1990. 
Aspectos penais e crimes em espécie. 
Objetivos 
O aluno ao final da aula deverá ser capaz de: 
Conhecer o plano de aula. Reconhecer as medidas de política criminal adotadas na Lei 
n.8072/1990 e sua necessária subsunção aos princípios norteadores do Estado 
Democrático de Direito consubstanciado na Constituição da República de 1988. 
Compreender, nos casos concretos apresentados, os conflitos de Direito Intertemporal e 
seus reflexos na Lei de Crimes Hediondos. Identificar, nos casos concretos apresentados, 
a tipificação dos delitos como incursos na Lei de Crimes Hediondos e seus consectários 
penais. 
Os artigos. 1º a 8º, todos da Lei n. 8072/1990. 
Verbete de Súmula n. 471, do Superior Tribunal de Justiça. 
Verbetes de Súmula n. 711 e 719, do Supremo Tribunal Federal. 
Súmula Vinculante n. 26. 
1. Movimento da Lei e da Ordem e 
Crimes Hediondos - confronto com o 
sistema Penal 
Garantista consubstanciado na 
Constituição da República de 1988. 
 2. Crimes Hediondos: Assento 
Constitucional. 
 3. Lei n. 8072/1990. 
 3.1.Controle de constitucionalidade e 
alterações legislativas. 
3.2. Direito Intertemporal e a Lei 
n.11.464/2007 - as denominadas normas 
híbridas. 
3.3. Critérios de tipificação. 
3.4. Consectários Penais e Processuais: 
(i) vedação à indulgência soberana; (ii) 
crimes hediondos e liberdade provisória; 
(iii). individualização das penas, 
progressão de regimes e a possibilidade 
de conversão das penas em penas 
restritivas de direitos;(iv) associação 
criminosa para a prática de delitos 
hediondos. milícia privada e lei de 
crimes hediondos; (v) delação eficaz. 
4. Crimes em Espécie. 
4.1. Homicídio. O delito de homicídio e 
sua tipificação como delito hediondo: 
(i)Homicídio praticado em atividade 
típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio 
qualificado (Art.121, §2º, incisos I a 
VII);(ii) Lesão corporal dolosa de 
natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e 
lesão corporal segui da de morte (art. 
129, § 3o), quando praticadas contra 
autoridade ou agente descrito nos arts. 
142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da 
Força Nacional de Segurança Pública, no 
exercício da função ou em decorrência 
dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo 
até terceiro grau, em razão dessa 
condição; (iii) a (in)aplicabilidade da Lei 
n.8072/1990 ao delito de homicídio 
qualificado-privilegiado. 
4.2. Latrocínio O roubo qualificado pelo 
resultado morte e sua tipificação como 
delito hediondo - Lei n.8930/1994: (i) a 
admissibilidade da tentativa no delito de 
latrocínio: controvérsias; (ii) a 
competência para processo e julgamento 
do delito de latrocínio. 
4.3. Extorsão O delito de extorsão e a lei 
de crimes hediondos: (i) figuras típicas 
consideradas hediondas; (ii) a Lei 
n.11923/2009 e a extorsão qualificada do 
§3º, do art. 158, do Código Penal e sua 
(in)aplicabilidade à Lei n.8072/1990- 
controvérsias. 
4.4 Extorsão mediante sequestro. O 
delito de Extorsão mediante sequestro: 
(i) figuras típicas consideradas 
hediondas. 
4.5. Os delitos de Estupro e Estupro de 
Vulnerável. Figuras típicas consideradas 
hediondas: (i) Estupro de Vulnerável- a 
Lei n.12015/2009 e sua incidência sobre 
a Lei de Crimes Hediondos; (ii) O 
Direito Intertemporal - a Lei 
n.12015/2009 e as causas 
de aumento previstas no art. 9º, da Lei n. 
8072/1990; (iii) O Direito Intertemporal, 
a Lei n.12015/2009 e o delito de atentado 
violento ao pudor. 
4.6. Epidemia com resultado morte. 
4.7. Falsificação, corrupção, adulteração 
ou alteração de produto destinado a fins 
terapêuticos ou medicinais. 
4.8. Favorecimento da prostituição ou de 
outra forma de exploração sexual de 
criança ou 
Adolescente ou de vulnerável. 
4.9. Crimes Hediondos. Crimes em 
espécie previstos na Legislação Penal 
Especial. 
O delito de Genocídio previsto na Lei 
n.2889/1956e a EC n.45/2009: art. 5º, 
§4º e art. 109, inciso V-A, da 
CRFB/1988 
 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. 
Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos 
seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina 
Direito Penal IV. Nesta semana de aula serão analisadas as formas de criminalidade que, 
segundo sua gravidade objetiva, finalidade, modus operandi, lesividade ou 
consequências, são tipificadas como hediondas e equiparadas, bem como, as medidas de 
Política Criminal de Controle a serem adotadas pelo Estado Democrático de Direito. A 
lei de crimes hediondos possui assento constitucional (Art. 5º, XLIII,CRFB/1988) e seu 
texto legal não conceituou crime hediondo ou equiparado, tendo o legislador optado pela 
adoção de um critério taxativo, no qual selecionou figuras típicas previstas no Código 
Penal e as rotulou como hediondas e, algumas previstas na legislação penal especial, 
equiparadas a hediondas. Interessante destacar que, desde sua entrada em vigor, a lei tem 
sido objeto de controle de constitucionalidade face ao tratamento diferenciado mais 
rigoroso imposto aos condenados pelos referidos delitos, razão pela qual na presente 
semana de aula será realizado o confronto constitucional dos dispositivos repressores 
constantes na lei n.8072/1990. Cabe salientar que o art.1º, da lei n.8072/1990, ao 
apresentar o rol taxativo de delitos hediondos, elencou as figuras típicas previstas no 
Código Penal, figuras estas estudadas na disciplina Direito Penal III, quais sejam: 
homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por 
um só agente, e homicídio qualificado, latrocínio, extorsão qualificada pelo resultado 
morte, extorsão mediante sequestro, estupro, estupro de vulnerável, epidemia com 
resultado morte, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a 
fins terapêuticos ou medicinais e o delito de favorecimento da prostituição ou de outra 
forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (esta acrescida 
pela lei n. 12.978, de 2014). No que concerne ao delito de homicídio qualificado, a lei n. 
13.104, de 2015 alterou o Código Penal acrescentando a figura denominada de 
feminicídio, no qual o motivo determinante para a prática do homicídio é a violência 
discriminatória de gênero o que, segundo a referida lei envolve violência doméstica e 
familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Ainda, a lei n. nº 13.142, 
de 2015 acrescentou ao art.1º, da lei de crimes hediondos as condutas de lesão corporal 
dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, 
§ 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. Com 
relação às figuras equiparadas, previstas no art.2º da lei n.8072/1990, rol também 
taxativo, quais sejam: tortura (lei n.9455/1997), o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins (lei n.11343/2006) e o terrorismo, serão analisadas separadamente nas semanas de 
aula seguintes. 
Caso Concreto 
Tentativa de roubo de tênis termina com morte de uma adolescente em SP 
O criminoso queria roubar o tênis do namorado da vítima. Gabriela dos Santos tinha 17 
anos, chegou com vida ao hospital, mas não resistiu. Disponível em: 
http://g1.globo.com/hora1/noticia/2016/11/tentativa-de-roubo-de-tenis-termina-com-
mortede-uma-adolescente-em-sp.html 
(Atualizado em 16/11/2016 08h44) 
A polícia de São Paulo procura um motoqueiro suspeito de matar uma adolescente, na 
capital. Tudo aconteceu porque o criminoso queria roubar o tênis do namorado dela. O 
crime aconteceu por volta das 20h de segunda-feira (14). Uma câmera de segurança 
gravou a aproximação de uma moto preta, em baixa velocidade na avenida Arraias do 
Araguaia, em Sapopemba. A polícia suspeita que o rapaz que aparece nas imagens, de 
capacete preto e blusa vermelha, procurava uma vítima pelo bairro – e encontrou assim 
que entrou na travessa Alessandro Tassoni. Era um casal que saiu de uma padaria 
caminhando e foi parado quase na porta de casa. O namorado contou à polícia que o 
ladrão desceu da moto, apontou uma arma para o casal e exigiu que ele entregasse o tênis. 
Quando o rapaz se abaixou para tirar o calçado dos pés, o motoqueiro fez um disparo que 
atingiu a cabeça da namorada, que estava ao lado. O bandido fugiu sem levar nada. Os 
namorados tinham saído de casa só para trocar dinheiro e já estavam voltando quando 
foram abordados. O rapaz contou aos policiais que tudo foi muito rápido e quando ele 
pediu calma, o ladrão atirou. Gabriela dos Santos, de 17 anos, foi socorrida pelos parentes. 
Chegou com vida ao pronto socorro, mas algumas horas depois os médicos constataram 
a morte cerebral da adolescente. A vizinhança passou o dia tentando acalmar a família da 
jovem. Revoltados, os amigos e os parentes não quiseram falar sobre o crime. Até agora 
ninguém foi preso. A polícia disse que o suspeito aparenta ter menos de 20 anos e cerca 
de um 1,80m de altura. Com base nos estudos realizados sobre os crimes em espécies e 
delitos hediondos, responda às questões formuladas: 
a) Qual a correta capitulação da conduta do motoqueiro? Ainda, o delito restou tentado 
ou consumado? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
b) Caso o motoqueiro venha a ser preso e posteriormente condenado pelo delito praticado, 
sendo no curso do processo-crime descoberto que o mesmo é reincidente, qual será o 
prazo mínimo de cumprimento de pena para a progressão de regimes? Responda de forma 
objetiva e fundamentada. 
Questão objetiva 
A respeito do que dispõe a Constituição Federal de 1988 e a Lei n.º 8.072/1990, 
assinale a opção correta. 
a) O agente que pratica homicídio simples, consumado ou tentado, não comete crime 
hediondo. 
b) A prática de racismo constitui crime hediondo, inafiançável e imprescritível. 
c) A tortura é crime inafiançável, imprescritível e insuscetível de graça ou anistia. 
d) O crime de lesão corporal dolosa de natureza gravíssima é hediondo quando 
praticado contra parente consanguíneo até o quarto grau de agente da segurança 
pública, em razão dessa condição. 
e) A lei penal e a processual penal retroagem para beneficiar o réu. 
 
Semana de Aula:05 
Crimes equiparados a hediondos. Lei de Tortura. Terrorismo 
Objetivos 
Identificar as figuras típicas de tortura, previstas na lei n.945/1997 e sua necessária 
interpretação constitucional. Diferenciar o delito de tortura de outras figuras típicas 
previstas no Código Penal e na Legislação Penal Especial. Identificar as figuras típicas 
de terrorismo, previstas na lei n.13260/2006. Analisar as controvérsias existentes acerca 
do delito de terrorismo, seu iter criminis e respectiva responsabilização penal. 
O Art. 5º, inciso XLIII CRFB/1988. 
Os artigos 1º a 4º, todos da Lei n. 9455/1997. 
Parte I, art. 1º da Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes (1984). 
Os artigos 1º a 11, 16 a 18, todos da Lei n.13260/2006. 
Os artigos 1º a 3º, do Decreto n. 5639/2005 que ratificou a Convenção Interamericana 
contra o Terrorismo. 
 
 
 
 
 
 
1. A Lei n. 9455/97. 
1.1. Bem jurídico-penal tutelado - art. 5°, 
III e XLIX, XLIII da Constituição da 
República de 1988. 
1.2.. A Lei n. 9455/1997 e o art. 4°, da 
Convenção das Nações Unidas contra a 
Tortura. 
1.3 Conceito de Tortura: alcanceda 
expressão sofrimento físico e mental. 
1. 4. A incidência dos institutos 
repressores previstos na Lei n. 
8072/1990. 
1.5. Figuras típicas: controle de 
constitucionalidade: (i)figura 
Equiparada - art. 1°, §1°; (ii) a 
responsabilidade do omitente prevista no 
art. 1°, §2° - confronto com os art.13, §2º 
e 29, ambos do Código Penal; (iii) 
confronto com as figuras típicas da Lei n. 
4898/1965 - Lei de Abuso de 
Autoridade; (iv) confronto entre a figura 
típica prevista no art. 1°, II, da Lei n. 
9455/1997 e o art. 136, do Código Penal; 
(v)a figura qualificada e o confronto com 
a figura prevista no art. 121, §2°, III, do 
Código Penal. 
1.6. Consectários Penais e Processuais: 
(i) alterações legislativas e o Direito 
Intertemporal; (ii) causas de aumento de 
pena; (iii) questões controvertidas. 
2. A Lei n. 13260/2006 
2.1. Bem jurídico-penal tutelado - art. 5°, 
XLIII da Constituição da República de 
1988. 
2.2. A Lei n. 13260/2006 e os arts. 1° e 
2º , doDecreto n. 5639/2005. 
2.3. Conceitos de Terrorismo: alcance da 
expressão e características. 
2.4. Alterações legislativas no Código 
Penal e Lei de Crimes Hediondos. 
2.5. Figuras típicas: atos de terrorismo, 
atos preparatórios, iter criminis. 
2.6. Exclusão da tipicidade e iter 
criminis. 
 UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. 
 Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos 
seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina 
Direito Penal IV. Tortura. A lei de tortura, ainda que tenha por fonte normativa a definição 
constante no art.1º, da Convenção da ONU de 1984, em muitos aspectos desvencilhou-se 
desta para fins de tipificação das condutas de tortura. Antes do advento da lei de tortura, 
a mesma só e ratipificada expressamente pelo Estatuto da Criança e Adolescente (lei 
n.8069/1990, art.233). A lei n.9455/1997, por questões de política criminal, não restringiu 
a tipificação da prática da tortura a qualquer condição pessoal do agente, sendo, portanto, 
um delito comum e tem por objetivo imediato a proteção da dignidade humana. 
Crime equiparado a hediondo e, portanto, sujeito aos institutos repressores da lei 
n.8072/1990, apresenta como figuras típicas: tortura prova, tortura meio e tortura dis 
criminatória, estas com especial fim de agir ou motivação. As demais figuras, previstas 
no art.1º, II e §1º do art.1º, aplicam -se aos agentes que exercem sobre as vítimas sob sua 
guarda, poder ou autoridade. Cabe salientar que a conduta prevista no §2º do art.1º, não 
é equiparada a delito hediondo e configura-se como delito omissivo próprio. Por fim, 
insta salientar a existência da figura qualificada pela lesão corporal de natureza grave ou 
gravíssima ou morte, prevista no §3º, do art.1º e as causas de aumento previstas no §4º, 
do mesmo artigo. Terrorismo. A Convenção Interamericana contra o Terrorismo, 
ratificada pelo Brasil pelo Decreto 5639/2005, estabelece que o terrorismo constitui uma 
grave ameaça para os valores democráticos e para a paz e a segurança internacionais 
(?)?.(Organização dos Estados Americanos ? OEA. Convenção Interamericana contra o 
Terrorismo). As tentativas de sua conceituação partem dos meios empregados e dos 
resultados produzidos, bem como da finalidade política dos atos, da qualidade 
organizacional e cujos efeitos são indiscriminados. Para os atos de terrorismo ou 
?preparatórios de terrorismos? os bens jurídicos penais tutelados são tanto individuais, 
quanto meta individuais, tais como a paz pública e a própria democracia. 
CASO CONCRETO 
Leia a situação hipotética abaixo e responda às questões formuladas: 
ROMOALDO, padrasto de L.T, de 11 anos de idade, foi denunciado pelos vizinhos por 
ter submetido a criança a intenso sofrimento físico e mental com o fim de castigá-la ao 
agredi-la por diversas vezes com a utilização de seu cinto, pois esta estava brincando na 
sala de sua casa no momento em que ROMOALDO assistia ao jogo final do campeonato 
estadual de futebol e o barulho da brincadeira atrapalhava sua concentração no jogo. Dos 
fatos, ROMOALDO restou denunciado pelo delito de maus -tratos, previsto no 
art.136,§1º, do Código Penal. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os 
crimes em espécie e crimes hediondos e equiparados, responda de forma objetiva e 
fundamentada se a capitulação da conduta de ROMOALDO está correta. 
QUESTÃO OBJETIVA 
Crisóstomo, policial militar, e Elesbão, agente da Polícia Civil, agindo em comunhão de 
esforços e desígnios, buscando a confissão de um crime, provocaram intenso sofrimento 
físico a Nicanor. Posteriormente, Vitorino, delegado de polícia, ao saber do ocorrido, 
mesmo possuindo atribuição investigativa, opta por não apurar o caso, visando a abafá-
lo. Nesse contexto é correto afirmar que: 
a) todos praticaram crimes da Lei nº 9.455, contudo a conduta do delegado não é 
equiparada a crime hediondo. 
b) o policial militar cometeu crime militar, equiparado a hediondo; o agente cometeu 
crime previsto na Lei n° 9.455, também equiparado a hediondo; e o delegado cometeu 
crime de prevaricação, não hediondo. 
c) O policial militar e o agente cometeram crime previsto na Lei n° 9.455, equiparado a 
hediondo; e o delegado cometeu crime de prevaricação, não hediondo. 
d) todos praticaram crimes equiparados a hediondo, previstos na Lei n° 9.455. 
e) o policial militar cometeu crime militar, não hediondo; o agente cometeu crime previsto 
na Lei n° 9.455, equiparado a hediondo; e o delegado cometeu crime de prevaricação, não 
hediondo. 
 
 
Semana de Aula: 06 
Lei de Drogas I. Lei n.11343/2006. 
Politica Criminal de Drogas – Prevenção e Tratamento usuário. 
Objetivos 
Conhecer o plano de aula. Reconhecer os diferenciados modelos de política criminal 
adotados para as condutas típicas de uso indevido e tráfico ilícito de drogas. Identificar 
as condutas típicas de uso indevido de drogas e seus consectários penais e processuais 
penais. Compreender os conflitos de Direito Intertemporal para fins de tipificação Das 
condutas previstas na lei n.11343/2006 
Os artigos. 1º a 4º, 27 a 30, 48 e 66, todos da Lei n. 11343/2006. 
Verbete de Súmula n. 711, do Supremo Tribunal Federal. 
Verbete de Súmula n. 501, do Superior Tribunal de Justiça. 
1. Lei n. 11.343/2006. Política Criminal 
de Drogas. 
1.1. Movimento da Tolerância Zero e 
Política da Redução de Danos - 
distinção. 
1.2. A Lei n.11.343/2006 e o Princípio da 
Alteridade. 
1.3. A Lei n.11.343/2006 e o Direito 
Intertemporal. 
2.Distinção entre as condutas de uso 
indevido de drogas e tráfico ilícito de 
drogas - critérios. 
3. Do uso indevido de drogas: atividades 
de prevenção. 
3.1. Posse de Droga para consumo 
pessoal. Art. 28, da Lei n. 11.343/2006 - 
natureza jurídica: Crime ou infração 
administrativa. 
3.2. Consumo pessoal ou tráfico ilícito 
de drogas - critérios de diferenciação. 
3.3. A figura típica do plantio para uso 
próprio. 
3.4. Cessão gratuita a pessoa de seu 
relacionamento - controvérsias. 
4. Questões controvertidas: direito 
material e processual - entendimento dos 
Tribunais Superiores. 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. 
Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos 
seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina 
Direito Penal IV. Nesta semana de aula serão identificadas as medidas de política criminal 
adotadas pela lei n.11343/2006 para o uso indevido de drogas. 
Com a entrada em vigor da lei n.11343/2006 uma das principais questões debatidas foi 
acerca da natureza jurídicada figura prevista no art.28, qual seja: nesse dispositivo teria 
o legislador contemplado um crime, uma infração penal sui generis ou uma infração 
administrativa? Consoante entendimento pacificado nos Tribunais Superiores e Estaduais 
ocorreu apenas a despenalização, na medida em que a conduta de porte para uso próprio 
tornou-se infração penal de menor potencial lesivo. A partir desta premissa e, em 
consonância com a política criminal de redução de danos, a lei 11.343/2006 em título 
específico tratou não apenas do caráter retributivo do controle social penal, mas também 
das medidas de prevenção do uso indevido e reinserção social de usuários ou dependentes 
de drogas. Para tanto, a utilização do procedimento previsto nos art.60 e seguintes, da lei 
n.9099/1995 – Lei dos Juizados Especiais Criminais, não podendo ser imposta prisão em 
flagrante ao autor do fato, mas termo circunstanciado sendo este encaminhado ao JECrim 
para a adoção do respectivo procedimento. 
CASO CONCRETO 
LEONARDO foi surpreendido por policiais militares, na noite de sábado, 11 de janeiro 
de 2014, às 00h30min, próximo a um bar localizado na Asa Norte de Brasília, trazendo 
consigo uma porção de cocaína totalizando massa líquida de 26,45g. No carro em que ele 
estava foi encontrada a droga em um saco plástico e dinheiro. Dos fatos restou denunciado 
e condenado pelo delito de tráfico de drogas, previsto no art.33, caput, da Lei 
n.11343/2006. Em sede de apelação criminal suscitou sucessivamente: (i) atipicidade 
material da conduta pelo princípio da insignificância; (ii) desclassificação para o delito 
de porte de drogas para uso. Ante o exposto, sendo certo que no momento da abordagem, 
seus atos não poderiam qualificar sua conduta como sendo a de vendedor de drogas, 
analise a possibilidade de aplicação das teses defensivas. Responda de forma objetiva e 
fundamentada. 
QUESTÃO OBJETIVA 
Se determinada pessoa, maior e capaz, estiver portando certa quantidade de droga para 
consumo pessoal e for abordada por um agente de polícia, ela 
a) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for reincidente por este mesmo fato. 
b) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for condenada a prestar serviços à 
comunidade e, injustificadamente, recusar a cumprir a referida medida educativa. 
c) estará sujeita à pena, imprescritível, de comparecimento a programa ou curso 
educativo. 
d) poderá ser submetida à pena de advertência sobre os efeitos da droga, de prestação de 
serviço à comunidade ou de medida educativa de comparecimento a programa ou curso 
educativo. 
e) deverá ser presa em flagrante pela autoridade policial. 
 
Semana de Aula: 07 
Lei de Drogas II. Lei n.11343/2006. Tráfico ilícito de drogas 
Confrontar as medidas de Política Criminal adotadas pela Lei n. 11343/2006 e 
consequente interpretação constitucional dos tipos penais. Identificar as condutas típicas 
de tráfico ilícito de drogas, a incidência dos institutos repressores previstos na Lei 
n.8072/1990 e seus consectários penais. Solucionar, mediante a análise dos casos 
concretos apresentados, os conflitos de Direito Intertemporal face ao denominado "tráfico 
privilegiado". Diferenciar a conduta de associação para o tráfico das demais figuras 
típicas de associação para a prática de crimes previstas no art.288, do Código Penal e no 
art. 8º da Lei n. 8072/90. 
Os artigos 33 a 47 e 49, todos da Lei n. 11343/2006. 
Verbetes de Súmula n. 145, 522 e 711, do Supremo Tribunal Federal. 
Verbetes de Súmula n. 492, 501 e 528, do Superior Tribunal de Justiça. 
Resolução n. 5 de 2012 do Senado Federal. 
1. Lei n. 11.343/2006. Tráfico de 
Drogas. 
1.1. Política Criminal. 
1.2. Normal penal do mandato em 
branco, Direito Intertemporal e o 
Enunciado 711 da Súmula do Supremo, 
Tribunal Federal. 
2. Figuras Típicas e equiparadas 
2.1.Distinção entre as condutas de uso 
indevido e tráfico ilícito de drogas. 
2.2. A figura do tráfico privilegiado – 
questões controvertidas. 
2.2. Associação para fins de tráfico- 
distinção das figuras típicas previstas no 
art. 288, do Código Penal e no art. 8, da 
Lei n. 8072/1990. 
2.3.Financiamento ou custeamento do 
tráfico ilícito de drogas e as teorias 
adotadas acerca do concurso de pessoas 
- controvérsias. 
2.4. A figura do informante - confronto 
com o delito de corrupção passiva. 
 3. As causas de aumento de pena - 
análise de sua incidência. 
 4. Tráfico Transnacional de drogas. 
 5. Questões controvertidas: direito 
material e processual - entendimento dos 
Tribunais Superiores. 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. 
Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos 
seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina 
Direito Penal IV. Nesta semana de aula serão identificadas as medidas de política criminal 
adotadas pela lei n.11343/2006 para o tráfico de drogas e seus consectários penais. Da 
mesma forma que nas condutas de uso indevido, as figuras típicas e equiparadas de tráfico 
de drogas caracterizam-se como critérios de tipificação de condutas pela utilização de 
tipo misto alternativo e norma penal do mandato em branco. Com a entrada em vigor da 
lei 11343/2006 algumas alterações relevantes ocorreram face à revogação expressa das 
leis n.3636/1976 e 10409/2002, dentre elas: - a figura privilegiada do §4º, do art.33, 
segundo a qual a pena pelo tráfico de drogas será reduzida de um sexto a dois terços, 
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades 
criminosas nem integre organização criminosa; - a figura do art.36, como figura autônoma 
em rompimento à teoria monista do concurso de pessoas para a conduta de financiar ou 
custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34. - a 
figura do informante, prevista no art.37 da lei para a conduta do agente que colaborar, 
como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer 
dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34. - a figura do uso compartilhado, 
segundo a qual o agente oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa 
de seu relacionamento, para juntos a consumirem que, embora prevista no §3º do art.33, 
configura-se infração penal de menor potencial ofensivo. - as vedações previstas no 
art.44, objeto de controle difuso de constitucionalidade. 
 
 
 
 
CASO CONCRETO 
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às 
questões formuladas: 
Astolfo, nascido em 15 de março de 1940, sem qualquer envolvimento pretérito com o 
aparato judicial, no dia 22 de março de 2014, estava em sua casa, um barraco na 
comunidade conhecida como Favela da Zebra, localizada em Goiânia/GO, quando foi 
visitado pelo chefe do tráfico da comunidade, conhecido pelo vulgo de Russo. Russo, que 
estava armado, exigiu que Astolfo transportasse 50 g de cocaína para outro traficante, que 
o aguardaria em um Posto de Gasolina, sob pena de Astolfo ser expulso de sua residência 
e não mais poder morar na Favela da Zebra. Astolfo, então, se viu obrigado a aceitar a 
determinação, mas quando estava em seu automóvel, na direção do Posto de Gasolina, 
foi abordado por policiais militares, sendo a droga encontrada e apreendida. Astolfo foi 
denunciado perante o juízo competente pela prática do crime previsto no Art. 33, caput, 
da Lei nº 11.343/06. Em que pese tenha sido preso em flagrante, foi concedida liberdade 
provisória ao agente, respondendo ele ao processo em liberdade. Astolfo, em suas 
alegações finais, confirmou que fazia o transporte da droga, mas alegou que somente agiu 
dessaforma porque foi obrigado pelo chefe do tráfico local a adotar tal conduta, ainda 
destacando que residia há mais de 50 anos na comunidade da Favela da Zebra e que, se 
fosse de lá expulso, não teria outro lugar para morar, pois sequer possuía familiares e 
amigos fora do local. (XX Exame OAB Unificado. PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Aplicada em 18/09/2016. MODIFICADA). Ante o exposto, com base nos estudos 
realizados sobre os delitos previstos na Lei n.11343/2006, responda de forma objetiva e 
fundamentada às seguintes questões: 
a) A partir da premissa de que Astolfo é primário e não possui antecedentes, apresente as 
possíveis teses defensivas. 
b) À conduta de Astolfo aplicam-se os institutos repressores da lei de crimes hediondos? 
c) Uma vez condenado, será possível a substituição de pena privativa de liberdade? 
QUESTÃO OBJETIVA 
Jeremias integra de forma estável e permanente a estrutura da facção criminosa instalada 
em determinada comunidade, exercendo dupla função: é responsável por manter droga 
em depósito para revenda e, em outras oportunidades, serve como “fogueteiro”, em razão 
do que aciona fogos de artifício toda vez que percebe a ação de policiais ou de grupos 
rivais naquela localidade, a fim de alertar os demais integrantes de sua facção. Nesse 
contexto, é correto afirmar que Jeremias pratica o(s) crime(s) previsto(s) no(s)artigo(s): 
a) 33, da Lei n° 11.343. de 2006. 
b) 33. 35 e 37, da Lei n° 11.343. de 2006 
c) 33 e 35, da Lei n° 11.343. de 2006. 
d) 33 e 37, da Lei n° 11.343. de 2006. 
e) 35, da Lei n° 11.343. de 2006 
 
Semana de Aula:08 
Organização Criminosa. Lei n. 12850/2013 
Conhecer o plano de aula. Identificar as características do instituto “organização 
criminosa”. Diferenciar organização criminosa dos delitos de associação criminosa e 
milícia privada. 
Organização Criminosa: Lei n. 12850/2013. 
1. Considerações gerais: Bem jurídico 
tutelado. Definição e análise das figuras 
típicas. 
2. Crimes por natureza e por extensão. 
3. Dos crimes em espécie. 
4. Transnacionalidade do crime 
organizado. 
5. Confronto com os delitos de 
associação criminosa e milícia privada. 
6.. Questões controvertidas: direito 
material e processual - entendimento dos 
Tribunais Superiores. 
CASO CONCRETO 
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas. 
Membro de organização criminosa é condenado a 16 anos de prisão no CE. Acusado foi 
preso com maconha, crack e uma escopeta calibre 12. Justiça negou habeas corpus a outro 
membro de uma quadrilha. Disponível em: 
http://g1.globo.com/ceara/noticia/2016/12/membro-de-organizacao-criminosa-
econdenado-16-anos-de-prisao-no-ce.html (atualizado em 15/12/2016). A Justiça 
condenou a 16 anos de prisão um dos integrantes de uma organização criminosa preso 
com drogas e uma escopeta em Fortaleza. O acusado foi condenado pelos crimes de 
tráfico de drogas, associação para o tráfico e posse ilegal de arma de fogo. O juiz Ernani 
Pires Paula Pessoa Júnior, titular da 1ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas de Fortaleza, 
estabeleceu o cumprimento da sentença inicialmente em regime fechado. O magistrado 
negou ainda o direito de recorrer em liberdade. “A gravidade dos crimes imputados ao 
réu e a quantidade dos entorpecentes apreendidos, de patente nocividade à saúde pública, 
justificam a segregação antecipada do mesmo, a fim de evitar novos atentados à ordem 
pública e a aplicação da lei penal, em caso de confirmação desta condenação”, Destacou 
o juiz. Segundo os autos do processo, Mayandreson Araújo Albuquerque foi preso em 
flagrante no dia 18 de abril de 2016 no Bairro Granja Lisboa. Policiais militares notaram 
uma movimentação suspeita em frente a uma residência e abordaram o réu. Com ele foi 
apreendido 116.650 gramas de maconha, 910 gramas de crack, uma escopeta calibre 12, 
munição e uma balança digital. Em depoimento, o acusado confessou ser responsável por 
receber, guardar e distribuir no Ceará os entorpecentes que eram trazidos do estado da 
Paraíba. Habeas corpus negado: A Justiça do Ceará também negou habeas corpus para 
Marcos Aurélio de Sousa, acusado de corrupção de menores, posse de arma de fogo, 
tráfico de entorpecentes, associação ao tráfico. Ele é apontado pela polícia com integrante 
de uma outra organização criminosa com atuação no Ceará e em outros estados 
brasileiros. O acusado foi preso junto com outros 31 suspeitos em um sítio localizado no 
parque Tijuca, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza. No momento da 
operação, ele estava em uma moto à frente da residência. A prisão foi realizada por 
policiais civis que estavam investigando, há vários meses, a existência e atuação da 
organização criminosa no Ceará. Ante o exposto, com base nos estudos realizados 
responda de forma objetiva e fundamentada às seguintes questões: 
a) Diferencie as condutas de organização criminosa, associação criminosa e associação 
criminosa para fins de tráfico de drogas. 
b) Identifique a correta capitulação das condutas de Mayandreson Araújo Albuquerque. 
QUESTÃO OBJETIVA. 
O Delegado de Polícia, no ano de 2015, toma conhecimento da existência de organização 
criminosa que atua na área da circunscrição de sua Delegacia, razão pela qual instaura 
inquérito policial para apurar a prática de delitos considerados de grande gravidade. No 
curso das investigações, determinado indiciado procura o Ministério Público, 
acompanhado de seu advogado, manifestando interesse em realizar um acordo de 
colaboração premiada, de modo a auxiliar na identificação dos demais coautores. Para 
tanto, solicita esclarecimentos sobre os requisitos, pressupostos e consequências dessa 
colaboração. No caso, o Promotor de Justiça deverá esclarecer, de acordo com as 
previsões da Lei nº 12.850/13, que: 
a) considerada meio de prova, poderá uma sentença condenatória ser proferida com 
fundamento, apenas, nas declarações do agente colaborador; 
b) em observância ao princípio da obrigatoriedade, a Lei nº 12.850/13 não admite que o 
Ministério Público requeira ao magistrado a concessão de perdão judicial ao colaborador, 
apesar de ser possível o requerimento pelo reconhecimento de causa de diminuição de 
pena; 
c) a colaboração premiada somente pode ser realizada até a publicação da sentença, de 
modo que qualquer auxílio após poderá apenas ser considerado como atenuante 
inominada; 
d) de modo a garantir o contraditório, as negociações para formalização do acordo de 
colaboração contarão com a participação do magistrado, do Ministério Público e do 
acusado com seu defensor, podendo, ainda, haver contribuição do delegado de polícia; 
e) após o acordo de colaboração, nos depoimentos que prestar, o colaborar renunciará, na 
presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de 
dizer a verdade. 
 
Semana de Aula:09 
Estatuto do Desarmamento. Lei n.10826/2003 Sistema Nacional de Armas. Crimes 
em espécie. 
Conhecer o plano de aula. Confrontar as condutas típicas previstas na lei n.10826/2003 
com os princípios limitadores do poder punitivo estatal. Diferenciar armas de fogo de uso 
proibido, restrito, permitido, obsoleto ou de valor histórico, para fins de correta tipificação 
da conduta, ou ao contrário, considerá-la atípica. Identificar as condutas típicas previstas 
na lei n.10826/2003 e a incidência de concurso de crimes ou conflito aparente de normas 
com outras figuras típicas previstas no Código Penal e nas demais Legislações Especiais. 
Os artigos. 1º a 3º; 6º e 12 a 21, da Lei n.10826/2003. 
Verbete de Súmula n. 513, do Superior Tribunal de Justiça. 
Lei n.10826/2003 - Estatuto do Desarmamento. 
 1. Disposições Gerais. 
 1.1. Política Criminal e a criação do

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