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Aula 3 - Habilidades Básicas em Gastronomia: Cortes, Equipamentos e Utensílios Disciplina: Gastronomia Aplicada à Nutrição Clínica Profª. Marília Porto Contribuição: Profª. Iramaia Bruno/ Prof. Fernando César / Paula Salmito Objetivos do estudo • Identificar os principais recursos da Gastronomia aplicáveis à Nutrição Clínica • Diferenciar os tipos de cortes em alimentos • Compreender os tipos de utensílios utilizados em Gastronomia Como o corte pode influenciar na ingestão alimentar de pacientes? • Valorização de Sabores O tamanho do corte da preparação influencia DIRETAMENTE o sabor final da preparação! Utilização de cortes I – A maioria deve ser feita a mão porque os equipamentos que o fazem possuem elevados custos III – Alimentos de mesmo tamanho cozinham de forma homogênea II – Agrega valor ao prato (preparação, tempo de cocção e modulagem) “ Não adianta prepararmos itens com requinte, para quem não os saiba identificar” Esquema de Cortes • Se diferenciam pela espessura: Finas: Chips Média: Vichy Grossa: Português O corte em forma de Chips e Vichy sempre são em rodelas; já o corte português geralmente apresenta-se em forma de cubos, embora também possa ser usado em rodelas. Tipos de cortes mais comuns • Chiffonnade • Brunoise • Julienne • Mirepoix • Macedônia • Paisane ou Campesina Corte Chiffonnade É um corte em tiras, onde as folhas são enroladas e fatiadas finamente. Corte Chiffonnade • Melhor forma de utilizar esse corte é para vegetais folhosos; • Quando refogado com pouca gordura e um pouco de alho ressalta-se o sabor do alimento; • Também pode ser feito no vapor para ressaltar a cor do alimento, com acréscimo de algumas ervas (orégano, manjericão, alecrim, etc) ao final do processo de cocção; • Alimentos que tem boa utilização deste corte em hospitais: Acelga, couve manteiga, repolho e espinafre Corte à Julienne • Corte em forma de tiras de 4 a 5 cm de comprimento; • Pode ser usado em consomes, sopas e saladas; Esse tipo de corte também pode ser utilizado em algumas carnes, embora seja mais comum em vegetais. Corte Brurnoise • Legumes cortados em forma de pequenos cubos minúsculos de 4 a 5 mm de lado; • Os alimentos cortados neste estilo são frequentemente cozidos na manteiga e usados em caldos, molhos e consumês; • Utilizado em vegetais como cebola, pimentão, nabo, aipo e cenoura. Corte Brurnoise Esse corte pode ser utilizado em sopas, molhos e recheios. Para evitar a perda de nutrientes pode-se colocar os legumes como finalização do prato. O corte Brunnoise é exatamente como o corte Julienne, porém com um passo adicional. Agrupar os pedaços já em Julienne de forma organizada e então cortar em cubos de 4 a 5mm. Corte à Macedônia • Também conhecido como “cubo” ou “dados”, esse corte se resume a cubinhos um pouco maiores que o Brunoise; • Possui mais ou menos 3 variações de tamanhos: pequeno, médio e grande. • Cubos pequenos: 0,6cm X 0,6cm X 0,6cm. • Cubos Médios: 1 cm X 1 cm X 1 cm. • Cubos Grandes: 2 cm X 2 cm X 2 cm. No Brasil esse tipo de corte é muito utilizado em saladas de frutas Corte à Macedônia • O corte a Macedônia pode ser utilizado como guarnição e em sopas ou ensopados; • No caso de frutas pode-se optar por uma apresentação mais sofisticada e oferecer o alimento separadamente. Corte Mirepoix • Corte IRREGULAR EM CUBOS MÉDIOS, de aproximadamente 1cm; • O mirepoix é a base de cocção para inúmeras preparações; • Serve principalmente para dar sabor e como elemento de guarnição, sopas e molhos; • Também pode ser utilizado em arroz e carnes; Corte Mirepoix • O tamanho do corte do mirepoix dependerá principalmente do tempo de cocção. Proporção usual: • Cebola 50% • Cenoura 25% • Salsão 25% Corte à Paisane • É um corte em formato irregular, mas de tamanhos semelhantes; • Pode ter formato quadrado, losango, ovalado, etc; • Geralmente são cortes planos de 2 a 3mm de largura; • Muito utilizado em sopas e ensopados. Cuidado durante esses tipos de corte Agora responda quais são estes cortes? Utensílios Para Corte Os principais utensílios para efetuar-se cortes perfeitos são: • As placas de corte: Polietileno (cores variadas) • Facas afiadas • Mandolin • Boleador Placas de corte - Polietileno • Material mais adequado para cortes; • Relativamente barato; • O ideal é que se use uma placa para cada tipo de alimento. Mandolin Mandolin • O mandolin (ou mandoline) é um fatiador de frutas e legumes, que permite fazer cortes exatos e de várias espessuras; • Cortes mais uniformes; • Agilidade de tempo na cozinha; • Possui graduações para a espessura desejada; • No entanto possui um custo relativamente alto; Boleadores • Utensílio utilizado para fazer “bolas”, modificando a forma do alimento; • Melhora a aparência do prato; • Pode ser de plástico ou metal; • Não funciona bem em alimentos muito duros. Chaira • Mais conhecido como “afiador” de faca; • Serve para alinhar o fio da faca; • Apesar de alinhar o fio, não necessariamente tem capacidade para amolar a faca. Para amolar utensílios de corte Tipos de Lâminas • Corte Liso • Corte de Serra • Corte Liso e de Serra Facas French knife (Faca Chef): • Facas de lâminas largas e rígidas, que podem ser longas ou curtas; • Corte liso utilizada para os mais diversos tipos de cortes em alimentos crus ou cozidos; • Seu manejo é relativamente fácil, mas exige certa técnica; • Existem facas semelhantes nas culinárias asiáticas que substituem bem a faca chef. Facas de Legumes Faca de lâmina lisa ou serrilhada utilizada principalmente para legumes e frutas, torneando ou descascando conforme a necessidade; Nesta subdivisão de tipos encontram-se também as facas especiais de “Carving Vegetables”, ou seja, aquelas facas de lâminas mais finas, estreitas e curvas, utilizadas para esculpir vegetais. Faca de Serra ou Faca de Pão • Faca de lâmina alongada e com corte de serra (serrilhada) utilizada como o nome diz para cortar pães; • Entretanto pode-se utilizá-la para cortar com maior firmeza e segurança vegetais e ou frutas de cascas duras, mas não deve ser utilizada em cortes em carnes. Faca de Desossar • Faca de lâmina longa ou curta; • É semiflexível e possui corte liso; • Utilizada para desossar (remoção de ossos e espinhos) carnes em geral. Faca Utilitária ou Lisa • Faca de lâmina rígida ou semiflexível; • Estreita e alongada (geralmente quase do tamanho em comprimento de uma faca chef); • Utilizada nos processos onde a faca chef é muito robusta ou demasiada larga, exemplo: Lardear (Rechear) uma carne. Faca de Queijo • Existem vários tipos e tamanhos; • Geralmente possuem furos que evitam que o queijo grude na lâmina Cutelo • Faca de lamina rígida tipo machado com lâmina grossa e pesada • Usada para abertura de carcaças e cortes de carnes com ossos e congeladas; • Na culinária asiática, especialmente na China, é usada uma versão com lamina mais fina e leve que substitui a faca chef. Outros utensílios em gastronomia espátulas Colheres de servir e pegadores chinoá Maçarico culinário Outros utensíliosem gastronomia fuê Sifão culinário Unidades de medidas e outras especificações Unidades de medidas Porção: quantidade média de alimento que deveria ser consumida por pessoas sadias, maiores de 36 meses de idade, em cada ocasião de consumo Unidades de medidas Medida caseira: utensílio utilizado pelo consumidor para medir o alimento – Deve corresponder ao planejamento dietético Unidades de medidas Água acidulada: água com adição de ácido. Utilizada para manter a coloração de itens cortados, especialmente daqueles que oxidam facilmente como maçã, peras, bananas Alongar: Acrescentar líquido à determinada preparação, visando torná-la mais fluida Escalope: Corte de carne baixo, com cerca de 0,5 a 1 cm de altura Alguns termos técnicos.... • Ponto de fumaça: temperatura em que determinada gordura começa a se quebrar quimicamente de maneira acelerada, fazendo com que uma fumaça branca comece a sair dela. • Posta: Corte transversal de pescados através da coluna, com pele e espinhas • Reduzir: Concentrar determinada preparação líquida por meio da fervura Alguns termos técnicos.... • Selar: Normalmente aplicado a carnes, visa selar os poros da superfície, manter o sucos da carne dentro da mesma, evitando perdas para os meios Alguns termos técnicos.... FICHA TÉCNICA DE PREPARAÇÃO Tipos de cocção O calor • O calor é um tipo de energia que faz com que as moléculas dos alimentos se agitem, vibrem e se choquem umas com as outras, dessa maneira há a transferência de calor entre elas e quanto maior esse agito de moléculas, mais calor é liberado e mais quente o alimento fica. • Em temperatura acima de 75ºC as bactérias patogênicas começam a serem eliminadas. • O calor é o princípio básico utilizado na cocção de alimentos, sendo calor direto ou indireto e gerado a partir de diversas fontes como gás, eletricidade, ondas eletromagnéticas, radiação solar. • É necessário conhecer os tipos de cocção e as transformações pelas quais os alimentos passam durante o processo e escolher a melhor maneira de prepará-lo a fim de obter o resultado desejado. Transmissão de calor • Todos os métodos de cocção ocorrem através da transmissão de calor que podem ser: Condução, convecção ou radiação. • Condução: Condução é a transferência de calor por contato direto das partículas da matéria • A transmissão é feita através do contato entre as moléculas, o corpo mais quente cede calor ao corpo mais frio. É o meio mais lento de transmissão de calor. • Por exemplo: uma linguiça colocada na chapa quente. A chapa transmite calor para o alimento e, dessa maneira, ocorre a cocção do alimento. • Existe melhores condutores de calor, a água é melhor condutor do que o ar, os metais como o cobre e o alumínio são excelentes condutores. Convecção • Convecção é a transferência de energia térmica pelo movimento de moléculas de uma parte do material para outra. À medida que aumenta o movimento dos fluidos, ocorre a transferência de calor convectiva. • É transferência de calor através de um fluído líquido ou gasoso, circulação de ar ou água, em que acontece a movimentação das moléculas de uma área mais quente para uma área mais fria. Convecção - líquidos • Líquido fervendo: a transmissão é feita através do deslocamento de moléculas aquecidas (menos densas) que sobem á superfície e substituem as mais frias (mais densas) que são deslocadas para o fundo, formando as correntes de convecção. Convecção - ar • No ar: a transmissão também é feita através do deslocamento de moléculas aquecidas (menos densas) que sobem á superfície e substituem as mais frias (mais densas) são deslocadas para baixo, formando as correntes de convecção. Radiação • Radiação ou irradiação é a transferência de energia térmica através do espaço vazio • Radiação Eletromagnética - Através de ondas eletromagnética as moléculas de água do alimento são agitadas em alta velocidade o que gera calor que cozinha o alimento. • O forno de micro-ondas é um exemplo desse tipo de cocção. Radiação Infravermelha • Aquecimento de materiais com alta retenção de calor a alta temperatura. • Exemplo: salamandra e torradeira. Métodos de cocção – Calor Seco • Os meios utilizados são o ar e/ou óleo. É um método concentrante em que as substâncias sensoriais, os nutrientes e os elementos solúveis, em presença do calor seco, se concentram no interior do alimento, intensificando suas características sensoriais, principalmente em relação ao sabor, à consistência e à textura. Atua direta ou indiretamente no alimento. • A transmissão de calor é por condução (panela – alimento e interior do alimento) ou por convecção (fornos) (ARAUJO, 2007). • Importante salientar que, preferencialmente, a aplicação de calor seco deve ser lenta e a baixas temperaturas, pois, como a condução é mais lenta do que os demais métodos de transmissão de calor, se altas temperaturas forem aplicadas o alimento ficará cozido na superfície e cru em seu interior. • No caso de frituras em imersão, o alimento absorverá mais gordura se o óleo estiver em baixas temperaturas, o que não é recomendável quando se deseja manter a crocância externa do mesmo Calor Úmido • Utiliza o meio aquoso em seus diferentes estados, possuindo ação de hidratar o alimento e dissolver as substâncias químicas responsáveis pelos parâmetros organolépticos, pelos nutrientes e outros elementos hidrossolúveis que participam do sabor da preparação (ARAUJO, 2007). • Esse tipo de calor pode ser utilizado para praticamente todos os alimentos, variando o tempo e a temperatura de acordo com a consistência do produto. • A quantidade de água deve ser mínima, para evitar perdas excessivas de substâncias hidrossolúveis (ARAUJO, 2007). Pelo mesmo motivo, os alimentos devem ser preferencialmente, submetidos à cocção inteiros e não devem ser deixados submersos em água, por tempo prolongado. • Em todos os métodos que utilizam calor úmido, a troca de energia ocorre por condução, da fonte de calor para a panela, e da panela para a água; por convecção, por meio de correntes de calor na água; e novamente por condução no interior do alimento (ARAUJO, 2007). Calor Misto • É a combinação dos dois anteriores. Realiza-se em duas etapas: inicialmente com calor seco, com um pouco de gordura, com a finalidade de criar uma crosta protetora em volta do alimento (selar), impedindo, assim, a saída dos sucos do alimento, e, em seguida, acrescenta algum líquido aromatizado, em maior ou menor quantidade, dependendo do método. • Estufar - é o procedimento no qual se coloca muito líquido na cocção. Este líquido, geralmente um fundo composto de gordura, água e substâncias aromáticas, penetra no alimento e o cozinha, depois de salteado, como na cocção com água. • Guisar - é um processo misto de ferver em água e estufar. • Brasear - consiste em cozer o alimento parcialmente num fundo e parcialmente no vapor de água, produzido por este, depois de dourado. O braseado aplica-se especialmente a peças grandes de carne que se cozem em recipientes semi- herméticos ao forno. Decoração minimalista
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