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Pró-reitoria de EaD e CCDD 
1 
Contabilidade Societária
Aula 3 
Prof. Guilherme Teodoro Garbrecht
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
2 
Conversa inicial 
Nesta nossa terceira aula da disciplina de Contabilidade Societária, o 
tema a ser estudado é Balanço Patrimonial (BP), que consiste em um 
importante demonstrativo elaborado obrigatoriamente por todas as empresas e 
que evidencia como estão organizados seus bens, direitos e obrigações. 
Vamos estudar também a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados 
e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Embora tais 
demonstrações se distingam do BP, elas objetivam ampliar a visão sobre um 
dos grupos do BP, qual seja: o Patrimônio Líquido. 
Acompanhe na sequência todos os aspectos do BP, seus grupos e 
contas contábeis. 
Contextualizando 
Em 2015, ocorreram no Brasil 742 transações de fusões e aquisições de 
empresas, de acordo com pesquisa da PricewaterhouseCoopers (2015). Esse 
número foi inferior tanto ao de 2014 (879 operações) quanto ao de 2013 (812 
operações). 
Tais operações de fusões e aquisições envolvem união e compra de 
empresas. Têm como objetivos, entre outros, o aumento do poder de mercado 
das empresas, a melhoria nos seus resultados, a sinergia entre as operações e 
a ampliação da competitividade. 
Como as empresas analisam os números dos ativos e das obrigações e 
estabelecem os valores para as transações? Uma das ferramentas utilizadas 
para esse tipo de análise é o BP, que evidencia os ativos da empresa e 
demonstra as obrigações de curto e de longo prazos. Essas informações 
podem servir de base para diversas análises, por exemplo: quanto ao tamanho 
dos ativos da empresa, quanto à liquidez para o pagamento das obrigações, ao 
nível de endividamento, entre outros indicadores econômicos e financeiros. 
A comparação do valor contábil pode auxiliar na determinação do valor 
de mercado da empresa, possibilitando a realização das transações de fusões 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
3 
e aquisições. 
O BP é uma demonstração obrigatória, que deve ser elaborada por 
todas as empresas no Brasil. Fornece aos usuários externos e internos 
informações úteis para fundamentar suas diversas tomadas de decisão, sejam 
elas concernentes à gestão dos negócios das empresas ou à compra e venda 
de ações. 
Nesta aula, estudaremos a estrutura do BP, bem como as contas que o 
compõem e as finalidades de cada uma. De posse dessas informações, você 
poderá entender não só o BP, como também as suas funções. 
 
Tema 1: Balanço Patrimonial – Conceito e Estrutura 
Nas aulas anteriores, estudamos os registros das operações da empresa 
que provocam alterações na composição dos bens, direitos e obrigações. A 
análise desses registros, tomados individualmente ou em grupos, com o 
objetivo de identificar e avaliar as variações no patrimônio da empresa, torna-
se uma tarefa muito trabalhosa. 
Iudícibus et al. (2010, p. 162) destacam que essa dificuldade gerou a 
necessidade de resumir e apresentar os dados de forma adequada, de modo a 
permitir aos interessados que conhecessem a situação patrimonial da empresa 
e as variações ocorridas no patrimônio em determinado período. A demonstração 
contábil que objetiva resumir a situação patrimonial é o BP. 
Acompanhe na sequência três conceitos do BP: 
Autor(es) Conceito 
Ribeiro (2013, p. 358) O BP é a demonstração contábil destinada a evidenciar, 
qualitativa e quantitativamente, em determinada data, o 
patrimônio e o Patrimônio Líquido da Entidade. 
Borinelli e Pimentel 
(2010, p. 103) 
O BP é um relatório composto pelos elementos destinados a 
mensurar e explicitar a posição patrimonial e financeira da 
entidade num determinado momento, ou seja, ele mostra a 
composição do patrimônio da entidade naquela data. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
4 
Crepaldi (2010, p. 187) É um demonstrativo contábil que, em dado momento, apresenta 
de forma sintética e ordenada as contas patrimoniais agrupadas 
de acordo com a natureza dos bens, direitos e obrigações que 
representam. 
 
Se decompusermos esses três conceitos em ideias-chave, os seguintes 
termos devem ser destacados: 
 Trata-se de uma das demonstrações contábeis obrigatórias a todas as 
empresas. 
 Provê evidências qualitativas e quantitativas: qualitativamente, 
demonstra as contas e grupos contábeis, como Estoques, Clientes a 
Receber, Imobilizado etc. Quantitativamente, demonstra as contas e 
grupos contábeis com seus respectivos valores. 
 Apresenta as informações de forma sintética e ordenada: o Balanço 
Patrimonial demonstra de forma resumida as contas contábeis, 
evidenciando as principais contas e grupos, organizados de acordo 
com as normas contábeis. 
 Data determinada: é uma demonstração estática, evidenciando os 
saldos das contas e grupos na data de elaboração do Balanço. Pode 
ser considerada uma fotografia da empresa. 
 Demonstra a posição patrimonial e financeira: é composto pelos bens, 
direitos e obrigações pertencentes à Entidade. 
O grande objetivo do Balanço Patrimonial é fornecer informações sobre 
os elementos que compõem o patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. 
Ele permite que os usuários conheçam a situação da empresa, utilizando seus 
dados para analisar e interpretar a condição patrimonial e financeira em que ela 
se encontra. 
Quanto aos objetivos, Crepaldi (2010, p.187) destaca quatro finalidades 
do BP: 
1) Atendimento de disposição legal empresarial: o Código Civil Brasileiro 
exige que se realize o levantamento das demonstrações contábeis. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
5 
2) Atendimento à legislação tributária: esta exige que as empresas 
tributadas pelo lucro real efetuem, no mínimo anualmente, o 
levantamento das demonstrações contábeis. 
3) Subsídios à administração: os administradores utilizam-se dos dados 
fornecidos pelo balanço para avaliar o desempenho de suas 
empresas e redirecionar os planos futuros, se for o caso. Trata-se da 
finalidade de controle e planejamento. 
4) Informações econômico-financeiras ao mercado: os fornecedores, 
investidores, financiadores, governo, clientes etc., têm interesse em 
saber da “saúde” da empresa e esse diagnóstico poderá ser feito 
mediante a análise do balanço. 
A seguir, vamos analisar a Figura 1, que apresenta a Estrutura 
Patrimonial e suas principais informações: 
 
Figura 1 – Estrutura patrimonial 
 
Fonte: Adaptado de Bazzi (2014, p. 215). 
 
Já vimos alguns desses conceitos na nossa primeira aula. Vamos, 
agora, reforçar algumas explicações importantes referentes ao BP. 
 
Divisão: 
O BP divide-se em Ativo, no lado esquerdo, e Passivo e Patrimônio 
(+) Ativo (-) Passivo + P.L.
Bens e 
Direitos
APLICAÇÃO DE RECURSOS
Obrigações
FONTES DE RECURSOS
Total igual Total igual
Capital de 
Terceiros
Capital 
Proprio
Saldo de 
natureza 
devedora 
(DÉBITO)
Saldo de 
natureza 
credora 
(CRÉDITO)LIQU
IDEZ
EXIGIBILIDADES
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
6 
Líquido, no lado direito, que contêm, respectivamente, os seguintes elementos: 
 Ativo: Bens e direitos; 
 Passivo: Obrigações com terceiros; 
 Patrimônio Líquido: Obrigações com os sócios e acionistas, 
denominadas de Capital Próprio. 
 
Fonte e Aplicação de Recursos: 
Os elementos do Passivo e do Patrimônio Líquido são considerados 
Fontes de Recursos. Por exemplo, quando uma empresa é constituída, os 
sócios injetam recursos na empresa; ou seja, trata-se da origem dos recursos 
da empresa. Os recursos aportados pelos sócios são registrados no Ativo, na 
forma de dinheiro, bens ou direitos, representando a Aplicação dos Recursosda empresa. 
 
Saldo das contas: 
As contas do Ativo possuem saldo a débito ou devedor. As contas do 
Passivo e Patrimônio Líquido possuem saldo a crédito ou credor. Porém, vimos 
anteriormente que existem contas redutoras no Ativo (com saldo a crédito) e 
contas redutoras do Passivo e PL (com saldo a débito). 
 
Igualdade do Ativo e do Passivo e PL: 
“Balanço” remete a “balança”, ou seja, a igualdade, pois o total do Ativo 
sempre será igual ao Total do Passivo e do PL, somados. Essa lógica é 
enfatizada pelo método de lançamento contábil das Partidas Dobradas, de 
acordo com o qual para cada débito existirá um crédito de igual valor. 
 
Liquidez e Exigibilidade: 
A ordem das contas dentro do Ativo obedece à ordem de liquidez, de 
modo que as contas que são mais rapidamente convertidas em dinheiro são as 
primeiras a serem relacionadas na elaboração do BP. Já as contas do Passivo 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
7 
e PL, são ordenadas de acordo com a exigibilidade, de forma que as contas 
que primeiro precisarão ser pagas são relacionadas em primeiro lugar. 
A seguir, temos um modelo de Balanço Patrimonial. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL - MODELO 
EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/2015 
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
CIRCULANTE 352.000,00 CIRCULANTE 243.822,00 
 Disponível 35.400,00 Empréstimos a pagar 60.000,00 
 Caixa 5.400,00 Fornecedores 98.250,00 
 Bancos - Conta Movimento 30.000,00 Obrigações Sociais e Trabalhistas 29.472,00 
 Cliente 280.000,00 Salários a pagar 18.420,00 
 Estoques de Mercadorias 28.000,00 Encargos sociais a recolher 11.052,00 
 Impostos a Recuperar 0,00 Obrigações Fiscais 37.400,00 
 ICMS a Recuperar 0,00 ICMS a recolher 18.500,00 
 Despesas Antecipadas 8.600,00 PIS a recolher 4.180,00 
NÃO CIRCULANTE 411.760,00 COFINS a recolher 8.350,00 
 REALIZÁVEL NO LONGO 
PRAZO 
50.000,00 IR a recolher 4.180,00 
 Adiantamento a sócios 50.000,00 CS a recolher 2.190,00 
 INVESTIMENTOS 70.000,00 Comissões a Pagar 6.700,00 
 Ações coligadas 70.000,00 Financiamento veículos a pagar 12.000,00 
 IMOBILIZADO 291.760,00 NÃO CIRCULANTE 519.938,00 
 Veículos 42.000,00 EXIGÍVEL NO LONGO PRAZO 80.000,00 
 Moveis e Utensílios 22.000,00 Empréstimos de Coligadas 80.000,00 
 Equipamentos de Informática 18.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 439.938,00 
 Prédios e Construções 180.000,00 Capital Social 400.000,00 
 Terrenos 38.000,00 Reservas de lucros 18.338,00 
 (-) Depreciação Acumulada -8.240,00 Lucros Acumulados 21.600,00 
INTANGÍVEL 0,00 
 
TOTAL DO ATIVO 763.760,00 
 
763.760,00 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
8 
Tema 2: Ativo 
Após estudarmos os conceitos gerais do Balanço Patrimonial, vamos 
conceituar o Ativo e estudar suas divisões, que representam os bens e direitos 
da empresa. Iniciaremos com o conceito. Iudícibus e Marion (2010, p. 215) 
assim definem os Ativos: “São todos os bens e direitos de propriedade da 
empresa que são avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios 
presentes ou futuros para a empresa.” 
Segundo tal conceito, são observados quatro requisitos para que ocorra 
o enquadramento como Ativo: 
 
 
A apresentação das contas no Ativo é disciplinada pela Lei nº 6.404/76, 
indicando que as contas são dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos registrados no Ativo. 
O que é ordem decrescente de grau de liquidez? É o prazo em que 
bens e direitos são transformados em dinheiro. A ordem decrescente de grau 
de liquidez indica que primeiro serão demonstradas as contas com maior grau 
de liquidez — por exemplo, o caixa. Depois, são demonstradas as contas com 
•Os bens correspondem às máquinas, às constuções, 
aos estoques, ao dinheiro, aos veículos, aos terrenos, 
entre outros.
•Os direitos consistem nos valores a receber de clientes, 
em ações, depósitos em contas correntes, aplicações, 
investimentos em outras empresas, entre outros.
Bens e direitos
•Os bens pertencem à empresa, com exceção daqueles 
nas operações de arrendamento mercantil que 
transfiram à empresa os benefícios, riscos e controle 
desses bens.
Propriedades da empresa
•Para que os bens possam ser enquadrados como 
Ativos, deve ser possível quantificar o seus valores.
Mensuráveis monetariamente
•Consistem no potencial do Ativo para contribuir, direta 
ou indiretamente, ao fluxo de caixa ou equivalentes de 
caixa para a entidade.
Benefícios presentes ou futuros
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
9 
menor grau de liquidez — por exemplo, os estoques, que se transformam em 
dinheiro após a produção, venda e recebimento dos recursos no caixa da 
empresa. 
O Ativo é dividido em dois grupos: Ativo Circulante e o Ativo Não 
Circulante. 
Como se dá a classificação dos bens em Ativo Circulante e Não 
Circulante? 
De acordo com o art. 179, inciso I da Lei no 6.404/76, no Ativo Circulante 
são registradas “as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do 
exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do 
exercício seguinte” (Brasil, 2016). 
Conforme o Comitê de Pronunciamentos Contábeis 26 (CPC 26), item 
66, um Ativo é classificado no Circulante quando satisfizer quaisquer destes 
critérios: 
a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido 
no decurso normal do ciclo operacional da entidade; 
b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; 
c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou 
d) é caixa ou equivalente de caixa [...]. (Comitê de Pronunciamentos Contábeis, 
2016, p.20) 
E no Ativo Não Circulante, de acordo com a Lei no 6.404/1976, os 
ativos realizáveis são registrados após o término do exercício seguinte, e os 
bens de longo prazo, como investimentos, imobilizados e intangíveis. 
Em resumo: 
 Circulante corresponde a bens e direitos de curto prazo. 
 Não Circulante corresponde a bens e direitos de longo prazo. 
 
Após tais definições e classificações, veremos quais são as principais 
contas que compõem o Ativo Circulante e o Ativo Não Circulante. 
Ativo Circulante 
 Disponibilidades ou Caixa e Equivalentes de Caixa: compõem-se de 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
10 
Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras. 
 Contas a Receber: também denominadas Clientes ou Duplicatas a 
receber. Consistem no montante que a empresa tem a receber, 
originário das suas vendas a prazo. 
 Perdas de Crédito de Liquidação Duvidosa: correspondem ao 
montante de valores a receber de clientes, o qual a empresa calcula 
como passível de não recebimento. 
 Estoques: são os ativos tangíveis compostos por produtos do 
almoxarifado, pelas mercadorias para revenda (no caso de empresa 
comercial) ou insumos/matérias-primas, produtos em elaboração e 
produtos acabados (se empresa industrial). 
 Impostos a Recuperar: representam os valores de impostos pagos. 
 Despesas Antecipadas: são despesas que beneficiarão a empresa 
por mais de um exercício, tais como as assinaturas de livros, jornais e 
revistas e os seguros, que são contratados por mais de um mês 
(geralmente por um ano). 
Obs.: são exemplos de outras contas que compõem o ativo circulante os 
adiantamentos a fornecedores, adiantamentos a funcionários, dividendos a 
receber, dente outras. 
 
Ativo Não Circulante 
O Ativo Não Circulante divide-se em Realizável no Longo Prazo, 
Investimentos, Imobilizado e Intangível. 
No Ativo Realizável no Longo Prazo, conforme o inciso II do art. 179 da 
Lei no 6.404/1976, registram-se: 
os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os 
derivados de vendas,adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou 
controladas [...], diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, 
que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia 
(Brasil, 2016). 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
11 
Nos Investimentos, por sua vez, de acordo com o inciso II do art. 179 da 
Lei no 6.404/1976, “as participações permanentes em outras sociedades e os 
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo Circulante, e que não 
se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa” (Brasil, 
2016). 
Já o Ativo Imobilizado corresponde aos “direitos que tenham por objeto 
bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da 
empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de 
operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses 
bens” (Brasil, 2016). São exemplos: terrenos, benfeitorias, prédios, 
construções, máquinas, equipamentos, veículos, móveis, equipamentos de 
informática etc. Também são registradas no Imobilizado as contas redutoras 
(contas credoras), denominadas Depreciação Acumulada e Exaustão, que 
registram a perda da capacidade dos bens, por desgaste, obsolescência ou 
ação da natureza. 
Nos Ativos Intangíveis, incluem-se “os direitos que tenham por objeto 
bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com 
essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.” (Brasil, 2016) São 
exemplos: marcas, patentes, direitos de concessão e direitos de exploração. 
Esses Ativos sofrem amortização, que é o reconhecimento da perda dos 
direitos (conta redutora é igual a saldo credor). 
 
Tema 3: Passivo 
Se o Ativo representa os bens e direitos pertencentes à empresa, o 
Passivo representa as obrigações da empresa para com terceiros. São os 
valores que a empresa deverá pagar para quitar suas dívidas. De acordo com o 
CPC 26, item 4.4, passivo "é uma obrigação presente da entidade, derivada de 
eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos 
da entidade capazes de gerar benefícios econômicos” (Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis, 2016, p. 23). 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
12 
Vamos abrir esse conceito e analisar alguns termos individualmente. 
 
Obrigação presente 
A obrigação “é um dever ou responsabilidade de agir ou de 
desempenhar uma dada tarefa de certa maneira” (Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis, 2016, p. 25). A condição para a existência de um Passivo é que 
tenha uma obrigação presente, que decorre da entrega de um bem ou de um 
acordo irrevogável para adquirir um ativo. 
A simples decisão de adquirir algo no futuro não gera a obrigação, há a 
necessidade de o evento ter sido realizado ou ter um contrato/acordo que 
obrigue a empresa ou gere penalidades, se não for cumprido o acordado em 
contrato. 
 
Eventos passados 
Os eventos que geram uma obrigação devem ter ocorrido na entidade. 
Uma compra já realizada ou uma assinatura de um contrato é um evento 
realizado (evento passado) e que gera uma obrigação (obrigação presente). 
Por exemplo, quando existir a necessidade de registro de uma obrigação em 
decorrência de garantias na indústria automobilística, esse registro será 
embasado no fato de que os veículos foram vendidos, e um percentual dos 
mesmos acionará a garantia em decorrência de algum defeito. O fato, que é a 
venda dos veículos, já ocorreu; e a obrigação com a garantia, que ainda será 
acionada pelos consumidores (por exemplo, para o conserto de veículos com 
problemas), é um evento que possui incerteza vinculada, mas que, pelo 
histórico da empresa, exigirá saídas de recursos para a sua quitação. Esse 
passivo é denominado Provisão. 
 
Liquidação 
A liquidação de uma obrigação implica a saída de recursos da entidade. 
Caso não haja necessidade de saída de recursos da entidade, não existirá uma 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
13 
obrigação e o registro de um passivo. De acordo com o CPC, a liquidação de 
uma obrigação pode ocorrer de diferentes formas. Por exemplo, mediante: 
a) pagamento em caixa; 
b) transferências de outros ativos; 
c) prestação de serviços; 
d) substituição de uma obrigação por outra; ou 
e) conversão de uma obrigação em item do patrimônio líquido. (Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis, 2016, p. 25) 
 
A apresentação das contas contábeis no Passivo obedece à ordem 
decrescente de grau de exigibilidade das obrigações; ou seja, as contas que 
possuem prazos de vencimento mais curtos devem ser demonstradas antes. Por 
exemplo, uma conta de fornecedores que possui vencimento para 30 dias deverá 
aparecer antes de uma conta de empréstimo com vencimento para 180 dias. 
O Passivo também é dividido em Circulante e Não Circulante. 
De acordo com a Lei nº 6.404/1976, art. 180, serão registradas no grupo 
Passivo Circulante as obrigações que têm vencimento até o final do exercício 
seguinte. O CPC 26 amplia essa classificação, indicando que no Circulante 
serão classificadas as obrigações que satisfizerem quaisquer dos seguintes 
critérios: 
a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional da entidade; 
b) está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado; 
c) deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou 
d) a entidade não tem o direito incondicional de diferir a liquidação do passivo 
durante pelo menos doze meses após a data do balanço [...]. (Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis, 2016a, p. 20) 
 
No grupo Passivo Não Circulante, por sua vez, serão classificadas as 
obrigações com prazo de vencimento superior ao final do exercício seguinte ou 
doze meses após a data do balanço. 
Veremos na sequência quais são as principais contas que compõem o 
Passivo Circulante e o Passivo Não Circulante. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
14 
 
Passivo Circulante 
 Fornecedores: registram as obrigações referentes a compras de 
mercadorias para revenda, matérias-primas, insumos ou outros 
materiais. 
 Salários a Pagar: registram as obrigações referentes à folha de 
pagamento da entidade. 
 Obrigações Sociais: registram as obrigações referentes aos encargos 
trabalhistas com a folha de pagamentos, tais como INSS, FGTS, entre 
outros. 
 Obrigações Tributárias: utilizadas para o registro das obrigações com 
impostos, taxas e contribuições, a serem pagas para a União, Estados 
ou Municípios. Exemplos: ICMS, ISS, PIS, COFINS, IPI, IRPJ, CSLL, 
entre outros. 
Empréstimos e Financiamentos: registram as obrigações contraídas pela 
empresa para com instituições financeiras. Registram-se no Passivo Circulante 
os empréstimos e financiamentos de curto prazo (vencíveis em doze meses) 
tomados pelas empresas ou, se os empréstimos e financiamento forem de 
longo prazo, registram-se as parcelas de curto prazo dos mesmos. 
 
Provisões: 
As provisões, de acordo com Iudícibus et al. (2010, p. 335) são 
obrigações da empresa, mas há incertezas sobre os prazos e valores que 
serão desembolsados ou exigidos para sua liquidação. Mesmo não havendo 
uma data fixada para o pagamento ou que não tenhamos conhecimento exato 
dos valores a serem desembolsados, eles devem ser contabilizados. 
Exemplos: provisões para garantias, provisões trabalhistas, cíveis, fiscais, 
provisões ambientais, entre outras. Para que ocorra o registro contábil, 
segundo Iudícibus et al. (2010), a provisão deve atender todos os seguintes 
itens: a entidade tem uma obrigação legal ou não formalizada presente como 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
15 
consequência de um evento passado; é provável a saída de recursos para 
liquidara obrigação; e pode ser feita estimativa confiável do montante da 
obrigação. 
 
Obs.: outras contas podem ser incluídas no Passivo Circulante, 
decorrentes de obrigações de curto prazo da entidade. 
 
Passivo Não Circulante 
 Fornecedores: registram as obrigações da entidade para com 
aquisição de mercadorias, matérias-primas e outras compras de longo 
prazo. 
 Empréstimos e Financiamentos: registram as obrigações com 
instituições financeiras ou outros credores, decorrentes de operações 
de longo prazo, cujo prazo de liquidação seja superior a doze meses. 
 Outras contas a pagar: praticamente todas as contas que compõem o 
Passivo Circulante podem ter o seu registro no Passivo Não 
Circulante, desde que o prazo assumido para o pagamento da 
obrigação seja de longo prazo. 
 
Tema 4: Patrimônio Líquido 
Em nossa primeira aula, estudamos o patrimônio, que é composto de 
bens, direitos e obrigações. O valor que corresponde aos sócios é a diferença 
entre os bens e direitos e as obrigações, ou seja, é o montante que sobrará dos 
bens e direitos, após o pagamento das obrigações. É o valor residual. 
No Balanço Patrimonial, esse valor é representado pelo grupo de 
Patrimônio Líquido, que, junto com o Passivo, representa as obrigações da 
empresa. Se o Passivo corresponde ao capital de terceiros (por exemplo: 
fornecedores, salários a pagar, empréstimos e financiamentos), o Patrimônio 
Líquido consiste no capital próprio. É o capital dos sócios disponibilizado para a 
empresa. 
 
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Vamos analisar alguns conceitos do Patrimônio Líquido, de acordo com 
diferentes autores. 
 
Autor Conceito 
Ribeiro (2010, p. 328) 
O Patrimônio Líquido é a parte do Balanço Patrimonial que 
corresponde aos capitais próprios. Os elementos que o 
compõem representam a origem dos recursos próprios, 
derivados dos proprietários (titular, sócios ou acionistas) ou 
derivados da gestão normal do patrimônio (lucros ou prejuízos 
apurados). 
Assaf Neto (2010, p. 59) 
Representa a identidade contábil medida pela diferença entre 
o total do Ativo e os grupos do Passivo. Indica, em outras 
palavras, o volume dos recursos próprios da empresa, 
pertencente a seus acionistas ou sócios. 
Iudícibus e Marion (2010, 
p. 221) 
O Patrimônio Líquido representa os investimentos dos 
proprietários (capital) mais o lucro acumulado no decorrer dos 
anos, retido na empresa — ou seja, não distribuído. 
Bazzi (2014, p. 2.013) 
O Patrimônio Líquido é constituído basicamente pelos 
recursos fornecidos pelos sócios para a empresa e pelo lucro 
auferido que permanece na operação. O PL é o resultado da 
diferença entre o Ativo e o Passivo e representa o valor 
contábil dos acionistas ou sócios da empresa. 
 
Em resumo, o Patrimônio Líquido pode ser conceituado como o valor 
residual, a diferença entre o Ativo e o Passivo, o montante disponibilizado pelos 
sócios. Representa a origem dos recursos vindos dos sócios ou de lucros 
acumulados, decorrentes das atividades da empresa. 
A Lei nº 6.404/76, em seu artigo 182, estabelece as contas que 
compõem o PL: 
 Capital Social; 
 Reserva de Capital; 
 Ajuste de Avaliação Patrimonial; 
 Reserva de Lucros; 
 
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 Ações em Tesouraria; 
 Prejuízo Acumulado. 
Vamos estudar agora as definições das contas que compõem o PL. 
 
Capital Social 
Corresponde ao montante dos recursos que os sócios ou acionistas 
colocaram na empresa. Conforme explica Assaf Neto (2010, p. 59) “o capital 
social deve ser registrado por seu valor efetivamente integralizado, sendo 
diminuído de toda parcela ainda não realizada”. 
Os sócios ou acionistas podem disponibilizar para a empresa dinheiro ou 
bens. Isso se denomina integralização de capital. Se no decorrer da vida da 
empresa os sócios integralizarem mais recursos, o capital é aumentado, 
configurando um novo aporte de capital. 
Podem aparecer nesse grupo as contas de Capital Social, Capital 
Integralizado e Capital a Integralizar. A conta de Capital a Integralizar constitui 
o montante que ainda falta ser colocado na empresa pelos sócios, e será uma 
conta redutora (com saldo a débito) no Patrimônio Líquido. 
 
Reservas de Capital 
Segundo Ribeiro (2010, p. 328), as Reservas de Capital são um 
subgrupo do PL composto por contas representativas de algumas receitas que 
não devem transitar pelo Resultado do Exercício. 
São exemplos de contas que compõem a Reserva de Capital: 
 Reservas de Ágio na Emissão de Ações; 
 Reservas de Alienação de Partes Beneficiárias; 
 Reservas de Alienação de Bônus de Subscrição. 
 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Serão classificadas como Ajustes de Avaliação Patrimonial, enquanto 
não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
 
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competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos 
a elementos do Ativo e do Passivo, em decorrência da sua avaliação a valor 
justo. Por exemplo, se um Ativo financeiro for avaliado a valor de mercado, os 
aumentos ou diminuições que sofrer são registrados na conta de Ajuste de 
Avaliação Patrimonial. O resultado dessa conta será transferido para a 
Demonstração do Resultado, quando a empresa realizar (vender) o Ativo 
financeiro. 
 
Reservas de Lucros 
Iudícibus et al. (2010, p. 168) explicam que Reservas de Lucros são as 
contas constituídas pela apropriação de lucros da empresa. Essas Reservas 
podem ser constituídas por imposição legal (Reserva Legal), por determinação 
estatutária (Reserva Estatutária) e por propostas aprovadas pelos proprietários 
com finalidades específicas (Reserva para Contingências, Reservas de 
Expansão etc.). 
 
Ações em tesouraria 
São registradas nessa conta as aquisições de ações da própria 
empresa. Quando esta realiza aquisições de suas ações no mercado, o registro 
dessas ações é destacado no Patrimônio Líquido, sendo uma conta redutora 
(saldo a débito) desse grupo. 
 
Prejuízo do exercício 
A Lei nº 6.404/1976 estabelece que as empresas constituídas como 
sociedade anônimas não podem manter Lucros Acumulados no Patrimônio 
Líquido. Os lucros das sociedades por ações devem ser distribuídos como 
dividendos ou destinados à constituição de Reservas de Lucros. 
Permanecerão no Patrimônio Líquido das sociedades por ações 
somente os prejuízos acumulados pelas entidades, sendo registrados como 
conta redutora (conta a débito). 
 
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19 
Obs.: as demais empresas podem manter valores em Lucros 
Acumulados, sem estabelecer uma destinação específica. 
 
Tema 5: Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados 
(DLPA) e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
(DMPL) 
O Patrimônio Líquido representa o valor aplicado pelos sócios ou o valor 
gerado pela entidade na forma de lucros obtidos nas operações. Se uma 
empresa fosse liquidada ou vendida pelos sócios, os valores por eles recebidos 
seriam os constantes no PL da empresa, após a utilização de todos os bens e 
direitos para quitar as obrigações registradas no Passivo. 
Esse grupo no Balanço Patrimonial é muito importante, pois evidencia 
para os sócios e acionistas o montante do seu investimento e do seu retorno. É 
natural que exista um demonstrativo que evidencie esses valores, expondo os 
saldos e movimentações. As demonstrações contábeis que visam a essa 
evidenciação são a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados 
(DLPA) e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). 
Obs.: antes de analisarmos os conceitos dessas duas demonstrações, 
cabe destacar que a demonstraçãoobrigatória descrita na Lei nº 6.404/76, 
artigo 186, é a DLPA. Mas, o mesmo artigo da referida lei indica que a DLPA 
poderá ser incluída dentro da DMPL, ou seja, se a empresa elaborar a DMPL, 
estará evidenciando também a DLPA. Já o CPC 26, no seu item 10, estabelece 
a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido como obrigatória para as 
entidades. 
 
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados 
A DLPA demonstra as mutações que ocorrem na conta de Lucros ou 
Prejuízos Acumulados em determinado período. Assaf Neto (2010, p. 75) 
explica que essa demonstração promove a integração entre o Balanço 
 
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Patrimonial e a Demonstração do Resultado. A Demonstração do Resultado 
apura o lucro líquido ou prejuízo do exercício, que é transferido para o 
Patrimônio Líquido, e a DLPA evidencia o que foi feito com esse lucro. 
De acordo com Ribeiro (2010, p. 351), “a Demonstração de Lucros ou 
Prejuízos Acumulados é um relatório contábil que tem por finalidade evidenciar 
a destinação do Lucro Líquido apurado no final de cada exercício social”. 
Os componentes da DLPA são determinados pela Lei no 6.404/76, em 
seu artigo 186: 
[...] A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: 
I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção 
monetária do saldo inicial; 
II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; 
III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros 
incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.(Brasil, 2016) 
 
A seguir, demonstramos um modelo da DLPA, com algumas operações 
realizadas na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. 
 
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados da Empresa ABC S.A., segundo 
exercícios findos em 31 de dezembro de 2009. 
Descrição Exercício atual Exercício anterior 
1. Saldo no início do período 0,00 0,00 
2. Ajustes de exercício anteriores 100,00 0,00 
3. Incorporação ao capital 0,00 0,00 
4. Lucro ou prejuízo do exercício 2.000,00 800,00 
5. Reversão de reservas 0,00 0,00 
6. Destinação do exercício 
 Transferência para reserva legal (100,00) (40,00) 
 Transferência para reservas estatutárias (500,00) (400,00) 
 Transferência para Reserva de Contingência (300,00) (100,00) 
Outras Reservas 0,00 0,00 
Dividendos Declarados (1.200,00) (260,00) 
7. Saldo final do período 0,00 0,00 
 
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Fonte: Adaptado de Ribeiro (2010, p.353) e Iudícibus et al. (2010, p. 180). 
 
A DPLA evidencia os saldos no início do período e as movimentações 
(entradas e saídas) da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. O saldo final 
deverá ser o mesmo constante da conta dentro do Patrimônio Líquido. 
Importante: a Lei no 11.638/2007 excluiu a conta de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados, permanecendo somente a conta de Prejuízos Acumulados. Os 
lucros do período devem ser destinados para dividendos ou para constituição 
de reservas. 
 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
Se a DLPA evidencia a movimentação de uma conta do PL, a 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido explicita a movimentação 
de todas as contas. Iudícibus e Marion (2010, p. 246) explicam que a DMPL 
“evidencia a movimentação de diversas (todas) contas do PL ocorrida durante 
o exercício. Assim, todo acréscimo e diminuição do Patrimônio Líquido são 
evidenciados através dessa demonstração, bem como da formação e utilização 
das reservas (inclusive aquelas não originadas do lucro)”. 
Qual demonstração deve ser elaborada? De acordo com Ribeiro (2010, 
p. 180), a elaboração da DMPL é facultativa para a maioria das companhias e, 
quando apresentada, substitui a obrigatoriedade da Demonstração dos Lucros 
ou Prejuízos Acumulados. É obrigatória para as companhias abertas, 
instituições financeiras, seguradoras e algumas outras empresas. 
As movimentações evidenciadas na DMPL podem ser de dois tipos: 
 Movimentações Globais, as quais afetam o saldo final do PL. São 
exemplos de movimentações que diminuem o valor do PL: registro do 
prejuízo de um determinado período; distribuição de dividendos; 
aquisição de ações da própria empresa, registradas em Ações em 
Tesouraria; valores de perdas de ativos e passivos avaliados a valor 
justo (registrados na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial). Como 
 
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exemplos de movimentações que aumentam o valor do Patrimônio 
Líquido, podemos citar: registro do lucro de um determinado período; 
aumento de capital por integralização de recursos dos sócios ou 
acionistas; registro de operações em Reservas de Capital, como Ágio 
na Emissão de Ações, Alienação de Partes Beneficiárias; e montantes 
de perdas de ativos e Passivos avaliados a valor justo (registrados na 
conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial). 
 Movimentações Internas são aquelas que não afetam o saldo final do 
PL, pois somente ocorre a transferência entre contas do próprio 
grupo. São exemplos de movimentações que não afetam o PL: 
aumento do Capital com utilização de Reservas; destinação do lucro 
para reserva legal, reserva para contingência etc.; reversão de 
reservas de períodos anteriores. 
Antes de examinarmos um modelo de DMPL, vamos analisar a 
integração da DLPA com a DMPL, de acordo com o exposto por Araújo e Assaf 
Neto (2010, p. 36). 
DLPA 
Saldo Inicial da Conta Lucros ou Prejuízos Acumulados R$ 
(+-) Ajustes R$ 
Lucro Líquido do Exercício R$ 
(=) Saldo Disponível R$ 
(-) Destinação do Lucro R$ 
(=) Saldo Final R$ 
 
DMPL 
Movimentações 
Capital 
Social 
Reservas 
de Capital 
Reservas 
de Lucros 
Lucros ou Prejuízos 
Acumulados 
Total 
 
 
 
 
 
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Obs.: a DLPA é uma coluna da DMPL. 
Finalizamos esse tema apresentando um Modelo da Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido: 
 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido na Empresa ABC S.A., segundo 
exercícios findos em 31 de dezembro de 2015 
Descrição 
Capital 
Social 
Reserv
a de 
Capital 
Reserv
a de 
Lucros 
Ajustes 
de 
Avaliação 
Patrimoni
al 
(-) Ações 
em 
Tesourari
a 
(-) 
Prejuízos 
Acumulad
os 
Lucro 
do 
Exercíci
o 
Total 
Saldo em 
31.12.2013 
1.000,00 200,00 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 
1.300,
00 
Aumento de 
Capital 
 0,00 
Lucro do 
Exercício 
 500,00 500,00 
Destinação do 
Lucro 
 
Dividendos (300,00) 
(300,0
0) 
Constituição 
de Reservas 
 200,00 (200,00) 0,00 
Saldo em 
31/12/2014 
1.000,00 200,00 300,00 0,00 0,00 0,00 0,00 
1.500,
00 
Ajustes de 
Exercícios 
Anteriores 
 0,00 
Aumento de 
Capital 
 
Integralização 
dos Sócios 
500,00 500,00 
Com 
Reservas de 
Capital 
200,00 
(200,0
0) 
 0,00 
 
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24 
Lucro do 
Exercício 
 700,00 700,00 
Destinação do 
Lucro 
 
Dividendos (500,00) 
(500,0
0) 
Constituição 
de Reservas 
 200,00 (200,00) 0,00 
Saldo em 
31/12/2015 
1.700,00 0,00 500,00 0,00 0,00 0,00 0,00 
2.300,
00 
 
Trocando ideias 
O Balanço Patrimonial constitui um dos principais demonstrativos de 
uma empresa, explicitando a situação patrimonial de uma entidade. 
Você já analisou o Balanço Patrimonial da empresa em que trabalha? 
Com a análise das contas e variações de um período para outro, é 
possível ter uma ideia da situação em que a empresa se encontra? 
 
Síntese 
Nesta aula, concentramo-nos na apresentaçãodo Balanço Patrimonial. 
O BP, como a própria nomenclatura sugere, evoca uma balança em cujos 
pratos são colocados os bens, os direitos e as obrigações da entidade. 
Vimos que o BP é dividido em dois grandes grupos. Compreende, de um 
lado, o Ativo, que corresponde aos bens e direitos da empresa; e do outro lado, 
as obrigações, que estão divididas em Passivo e em Patrimônio Líquido. 
O Ativo, por sua vez, é subdividido em dois grupos, que são o Circulante 
e o Não Circulante. O que indica se um bem ou direito pertence ao Circulante 
ou ao Não Circulante é o prazo da sua realização, ou seja, o prazo em que os 
bens e direitos são convertidos em dinheiro. Se o bem ou direito for convertido 
em dinheiro até o final do exercício seguinte, tratando-se de um recurso de 
curto prazo, o registro é feito no Circulante. Mas, caso o prazo seja superior ao 
 
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25 
final do exercício seguinte, o registro é lançado no Não Circulante. No Ativo 
Não Circulante são registrados, por exemplo, os bens de natureza permanente 
da empresa, como prédios, instalações e máquinas utilizadas nas suas 
atividades. 
O Passivo também é subdivido em Circulante e Não Circulante, com a 
diferença que, neste caso, o curto e o longo prazo referem-se aos períodos em 
que as obrigações deverão ser pagas. Caso se trate de uma obrigação a ser 
paga após o exercício seguinte, o registro é feito no longo prazo, ou Não 
Circulante. Se ela for de curto prazo, o registro é feito no Circulante. 
Os temas 4 e 5 referiram-se ao Patrimônio Líquido e às demonstrações 
que evidenciam o que ocorre nesse grupo, o qual representa os valores que os 
sócios colocaram na empresa, assim como os lucros gerados. É um grupo 
importante para os sócios e acionistas, pois representa a parte da empresa que 
lhes pertence. 
 
Referências 
 
ARAUJO, A. M. P. de; ASSAF NETO, A. Aprendendo contabilidade. Ribeirão 
Preto: Inside Books, 2010. 
 
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-
financeiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
BAZZI, S. Contabilidade em ação. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
 
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as 
Sociedades por Ações. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm>. Acesso em: 6 ago. 
2016. 
 
 
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26 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento 
Conceitual Básico (R1): Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação 
de Relatório Contábil-Financeiro. CPC, 2011. Disponível em: 
<http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf>. 
Acesso em: 6 ago. 2016. 
 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 
26: Apresentação das Demonstrações Contábeis. CPC, 2011. Disponível em: 
<http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2003.pdf
>. Acesso em: 6 ago. 2016a. 
 
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
IUDÍCIBUS, S. (Org.). Contabilidade introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
RIBEIRO, O. M. Contabilidade comercial fácil. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
SANTOS, J. L. dos et al. Introdução à contabilidade: atualizada pela Lei nº 
11.941/09 e pelas normas do CPC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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