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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR J UIZ DE DIREITO DA 1ª VARA
SISTEMA DE JUIZADOS ESPECIAS DE DEFESA DO CONSUMIDOR DA COMARCA DE SALVADOR BAHIA
Processo n° XXXXXXXXX
POUSADAPOUSO FIRME LTDA, já qualificados, processo em epígrafe, por seu
advogado, com endereço profissional na rua das araras nº1022, bairro: Imbui, cidade,Salvador Bahia, CEP:40.420.198, nos autos da AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS, movida porLOPES TURISMO LTDA, vem a este juízo, em
CONTESTAÇÃO,
expor e requerer o que segue:
I- DAS ALEGAÇÕES DO AUTOR
LOPES TURISMO LTDA, alega nos autos em questão que firmou contrato com a POUSADA POUSO FIRME LTDA já devidamente qualificada nos autos emepigrafe hospedagem para vinte pessoas entre os dias 14/04/2017 à 16/04/2017, no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais).E que o REU não cumpriu com o acordado e requer que nesse juízo seja o valor pago em dobro 24.000.00 reais por reparação de danos sofridos e também indenização por danos morais no valor de 20,000 mil reais, vamos aos verdadeiros fatos.
FATOS
Ocorre que no dia 13 de marco de 2017 toda salvador e também região metropolitana foi acometida de fortes chuvas que causaram diversos prejuízos adiversos moradores e tambem a pousada POUSO FIRME.;Ocorre que pelas fortes chuvas e ventos, varias dependências da pousadas foram destruídas e chegaram a desabar raios também atingiram o local destruindo toda a rede elétrica e equipamentos de tv,som e geladeiras impossibilitando de receber os clientes na data especifica do contratado.De forma desesperada o dono da pousada tentou por diversas vezes entrar em contato com a empresa LOPES E TURISMO para relatar o ocorrido mais não obtivera sucesso nas ligações.Diante dos fatos excelência, fica evidente que não há culpa pela parte contestante pois o que temos em questão foi um evento surpresa da natureza que prejudicaram não só a pousada contratada mais também a varias pessoas de salvador, e vale resaltar que não houve negligencia e nem imprudência por parte da pousada pois esta nitidamente caracterizado caso fortuito e de força maior então vejamos:
Não tendo havido, como não houve, um agir ou um omitir intencional
por parte da contestante, nem ato qualquer quese amolde aos
conceitos de negligência e de imprudência, não há como se aplicar ou
se impor à contestante a responsabilidade indenizatória a que alude o
art. 186 do novo Código Civil.Quanto à culpa, colhe-se a seguinte lição doutrinária de Aníbal Bruno(Direito Penal, parte geral, tomo II, 3ª edição, páginas 79 e
seguintes, Forense):“A culpa é a forma mais atenuada do elemento psicológico-normativo
da culpabilidade. Aí a previsão e a vontade não informam todo o
processo delituoso. O resultado de dano ou deperigo que configura o
crime não é querido nem previsto, ou, se previsto, o agente não anui a
que ele ocorra. Esse grau atenuado do momento psíquico nos fatos
culposos faz que sua punibilidade só seja admitida por exceção, isto é,
só ocorra em relação àqueles crimes para os quais a lei prevê a
punibilidade a esse título.Consiste a culpa em praticar voluntariamente, sem a atenção ou
cuidado devido, um ato do qual decorre um resultado definido na lei
como crime, que não foi querido nem previsto pelo agente, mas que
era previsível. O processo do crime culposo se desenvolve nestes dois
momentos: a) uma conduta voluntária contrária ao dever; b) um
resultado involuntário, definido na lei como crime, que não foi, mas
deveria e poderia ser previsto pelo agente. Referimo-nos aqui à forma
típica da culpa, que é a culpa inconsciente. Da forma de exceção,
culpa com previsão ou culpa consciente, trataremos adiante.
A cada homem, na comunidade social, incumbe o dever de praticar os
atos da vida com as cautelas necessárias,para que do seu atuar não
resulte dano a bens jurídicos alheios. Dever geral, que se torna mais
imperioso, quando o bem jurídico de possível lesão é tutelado pela lei
penal. O atuar sem as cautelas e prevenções devidas segundo as
circunstâncias viola essedever e põe o agente no caminho do fato
culposo. Assim se põe em movimento o processo da culpa, que,
entretanto, só se completa e se configura em crime com o resultado
punível. O agente não quis esse resultado, nem sequer o previu (culpa
inconsciente), mas podia e devia prevê-lo, e essa falta de previsão do
previsível forma o nexo psíquico que prende o agente ao resultado.
Concorda-se que em que no crime culposo há sempre um ato inicial
contrário ao dever, uma ação ou omissão praticada pelo agente sem a
atenção ou o cuidado que, nas circunstâncias, as normas de
convivência social impunham e que lhe teriam permitido evitar o
resultado. Mas isso não basta para estabelecer uma relação eficaz
entre o agente e o resultado punível. Seria, então, uma espécie de
versari in re illicita, embora um versari in re illicita em que o
resultado não seria mero fortuito, mas uma consequência previsível do
ato voluntário inicial.É o fato de não ter o agente previsto o resultado, para evitá-lo,
podendo e devendo fazê-lo, que faz que este se inclua na sua
responsabilidade. É necessário que o resultado seja previsível pelo
agente, previsível, mas não previsto (culpa inconsciente), ou se
previsto, crendo o agente que o mesmo não ocorrerá (culpa
consciente). Fora da previsibilidadenão há culpa.O que é essencial na culpa é o momento consciente inicial, é a posição contrária ao dever que aí assume o agente, não se pode assentar uma construção que pretende incluir-se dentro da culpabilidade sobre um
elemento estranho à vontade, como afalta de previsão do resultado,
mas sobre um momento positivo em relação com o querer do agente,
como a conduta consciente contrária ao dever, de que provém o
resultado danoso.A culpa do agente deve referir-se ao resultado
e essa referência é através da previsibilidade que se estabelece. É o
fato de o agente dever e poder prever o resultado e de não o ter feito,
que estende até ele a sua responsabilidade.Essa falta ao dever de diligência, de que provém o resultado punível no fato culposo, o nosso código exprime nas espécies de imprudência,
negligência ou imperícia.Consiste a imprudência na prática de um ato perigoso, sem os
cuidados que o caso requer. A negligência, na falta de observância de
deveres exigidos pelas circunstâncias. Uma é fato de comissão, é
culpa in agendo; outra é, em geral, fato de omissão, é atuar negativo,
um não fazer. Note-se, porém, que, em algum momento do processo
inicial da culpa, existe sempre uma omissão da diligência necessária
para evitar o resultado típico.A imperícia consiste na falta de aptidão técnica, teórica ou prática,para o exercício de uma profissão.”Não se houve a contestante com descumprimento dos deveres legais e contratuais ou sociais que lhe eram exigíveis no momento.
O é fenômeno natural imprevisível, e dele não sesabiam na época da contratação entre as partes. Esse conhecimento não se fazia presente seja pelos noticiários em geral, seja porque houve a menção expressa pelo preposto da requerida, seja pelos comentários entre os passageiros que se dirigiam à mesma região
DO DIREITO
Quando se fala em reparação de danos é necessário que haja um ato ilícito a ser reputado aoagente causador deste, para que então se desencadeie a obrigação de indenizar por tais danos. A explicação do que é ato ilícito pode ser encontradano Código Civil em seu artigo 186, senão vejamos:Art. 186. Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.Na responsabilidade civil, o centro de exame é o ato ilícito. O dever de indenizar vai repousar justamente no exame da transgressão ao dever de conduta que constitui o ato ilícito. Com isso, constata-se que não houve qualquer prática deato por parte do requerido que pudesse caracterizar como ato ilícito, considerando que,o mesmo esta disposto a devolução integral dos valores pertencentes à autora.Tendo efetuado a devolução integral do valorà autora tem-se que não resta caracterizado o dano, como pressuposto para a responsabilidade civil.A conduta do agente para acarretar responsabilidade civil deve comprovadamente causar dano ou prejuízo a vítima. Sem o dano não há que se falar em responsabilidade civil, pois sem ele não há o que reparar. Maria helena Diniz (2003, pag. 112) conceitua dano como a “lesão (diminuição ou destruição) que, devido a certo evento, sofre uma pessoa, contra sua vontade, em vontade, em qualquer bem ou interesse jurídico, patrimonial ou moral.”A Constituição Federal assegura no caput do artigo 5º e inciso X o direito a reparação do dano, seja ele moral ou material:
“Art. 5ºtodos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito á vida, à igualdade, à segurança e a propriedade, nos termos seguintes:[...]X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”Sendo assim, o dano é o prejuízo resultante da lesão a um bem ou direito. É a perda ou redução do patrimônio material ou moral do lesado em decorrência da conduta do agente, gerando para o lesado o direito de ser ressarcido para que haja o retorno desua situação ao estado em que se encontrava antes do dano ou para que seja compensado caso não exista possibilidade de reparação.
DANO MATERIAL
Da mesma forma os danos materiais dependem da existência dos requisitos acima citados, que não estãopresentes no presente feito.Ademais, verifica-se que a autora vindica pedidos de recebimento do valor em dobro do acordado ou seja 24,000,00 reais pela reparação material.Dessa forma, não há que se falar em danos materiais, consistentes pleiteados pela autora.Assim, mostra-se improcedente o pedido de danos materiais.
DOS DANOS MORAIS
Quanto ao pleito de indenização por DANOS MORAIS, sustenta a autora que passou a sofrer dano moral, pois com o descumprimento do acordo pela pousada e a chegada dos turistas aimagem da empresa ficaria suja no mercado, requerendo uma reparação de tal dano. No entanto, a requerente não passou por qualquer desgaste a imagem da empresa, vez que o caso foi fato decorrido de fato surpreendedor ou seja fenômeno ocorrido pela naturezae sem previsão,e vale resaltar que será devolvido o montante contratado. Destaca-se que por dano moral entende-se o dano que atinge os atributos da personalidade, como imagem, bom nome, a qualidade ou condição de ser de uma pessoa, a intimidade e a privacidade. E para haver a reparação de danos morais, essa deve ser concedida em hipóteses em que o evento cause grande desconforto espiritual, causando sofrimento demasiado à vítima, ora Requerente.Além disso, o direito à reparação do dano depende da concorrência de três requisitos, que estão delineados no artigo 186 do Código Civil, sendo que, para se configurar o ato ilícito, será imprescindível que haja: (a) fato lesivo voluntário, causado pelo agente, poração ou omissão voluntária, negligência, imperícia ou imprudência; (b) ocorrência de um dano patrimonial e/ou moral; (c) nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente.
Os quais não estão presentes no caso trazido à baila. Destaca-se que arequerente não demonstrou qualquer abalo sofrido em razão do fato alegado, destacando ainda que os fatos alegados na exordial não são confirmados por quaisquer elementos probatórios reunidos no processo, ainda que mínimos. Não pode, assim, ser acolhido o pleito deduzido pela Requerente, pois não há prova de qualquer abalo ou dano material sofrido e não pode ser confundido como dano moral puro, que independe de prova. Até porque o requerido não praticou ato ilícito algum, capaz de ensejar tal prejuízo à autora.
A propósito, Sílvio de Salvo Venosa explica o que considera o dano moral: Dano moral é o prejuízo que afeta o ânimo psíquico, moral e intelectual da vítima.Ademais, deve-se analisar cuidadosamente o caso concreto, a fim de vedar o enriquecimento ilícito e o oportunismo com fatos que não são capazes de causar sofrimentos morais, de ordem física ou psicológica, aos cidadãos.
Se assim não se entender, acabaremos por banalizar os danos morais, ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais aborrecimentos. Contudo, não tendo sido objetivamente demonstrados os danos supostamente sofridos, não há que se falar em indenização, sob pena de dar-se margem ao enriquecimento ilícito e às demandas oportunistas, como no caso sub judice.
Assim, inexiste dano moral a ser indenizado, seja pela ausência de culpa da Requerida no evento danoso, seja pela ausência do abalo moral aduzido na petição inicial. Portanto, os elementos essenciais e necessários para o nascimento da obrigação de indenizar estão ausentes, e por tais razões, deve a ação ser julgada totalmente improcedente.
DOS REQUERIMENTOS FINAIS
Diante do exposto requer:
a) Que a presente demanda seja julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE, absolvendo o requerido dos pedidos pleiteados pela autora;
b) Acondenação da autora ao pagamento das custas e honorários sucumbências, de acordo com o artigo 85, § 2º do Código de Processo Civil;
Protesta o requerido por todos os meios legais e legítimos paracomprovar a veracidade de suas alegações, notadamente depoimento pessoal, juntada de documentos novos e oitiva de testemunhas, em consonância com o art. 369 do CPC.
Termos em que,
Pede Deferimento.
Salvador Bahia,31 de outubro de 2017.
Advogado OAB xxx.xxx..xxx
ALUNO: SERGIO LUIZ
MAT:201301287891

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