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Atividade modelo de contestação, pratica simulada I

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EXCELENTÍSSIMO SR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SALVADOR
Autos nº 1903
CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO ITAPARICA, já qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado infrafirmado, OAB/BA, procuração anexa,com escritório estabelecido na rua da Vitória, N 07,Bairro Horto Florestal, Salvador Bahia ( local onde receberá as intimações), vem, respeitosamente, perante Vsa Excelência, apresentar 
CONTESTAÇÃO 
ao pedido inicial ajuizado por FERNANDO LOPES, também já qualificado nos autos nos seguintes termos: 
I- DAS ALEGAÇÕES DO AUTOR 
argumenta o reclamante, em síntese, que no dia 25 de Agosto de 2017, caminhava pela calçada da rua Dr João Pereira Sodré, no bairro da Graça, no município de Salvador/Bahia, quando, repentinamente, fora atingido na cabeça por um vaso de cerâmica, supostamente lançada da janela do apartamento 301 do edifício Itaparica. 
Aduz, ainda, que, em decorrência do impacto ocasionado pelo vaso de cerâmica, o mesmo desmaiou e foi socorrido pelo serviço de atendimento móvel de Urgência para o Hospital Português, local onde foi submetido a cirurgia por causa de uma hemorragia interna, onde ficou internado por 20 dias. Após alta hospitalar, o reclamante, como declara, sentiu-se mal e voltou ao Hospital Português, oportunidade em que teria ali sido constatada a necessidade de realização de nova cirurgia, em decorrência de uma infecção no crânio causada por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo quando da primeira cirurgia. 
Narra o reclamante, por fim, que é vendedor autônomo que tem como principal fonte de renda a venda de roupas, e quando de sua primeira internação, que durou 20 (vinte) dias, sofreu prejuízo de R$ 10,000,00 (Dez mil reais), pois deixou de entregar as roupas já negociadas com uma cliente. Alega o reclamante, ademais, que, durante o período da segunda internação, que durou mais 20 (vinte) dias, suportou prejuízo cessante, o importe de mais 10,000,00 (Dez mil reais).
Ante o Exposto, o reclamante reque a compensação pelos danos sofridos, alegando que a integralidade deste é consequência do vaso de Cerâmica do edifício, na cifra de R$ 30,000,00 ( trinta mil reais), a nível de danos emergentes, e, ainda, R$ 30,000,00 (trinta mil reais), a título de danos morais, pela suposta violação de sua integridade física. 
II- DA PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA 
Antes de proceder á escorreita impugnação aos argumentos meritórios da presente demanda, cumpre-nos suscitar, preliminarmente, a incapacidade do réu para figurar no polo passivo da ação. 
Isso porque, conforme-se extrai da exordial, o ato ilícito sob o qual se afunda a demanda é a queda de um vaso de cerâmica de um dos apartamentos de um edifício administrado pelo reclamado, objeto que, por infortúnio, teria atingido a cabeça do requerente, razão pela qual este pretende obter, contra o reclamado, reparação civil por ato ilícito. 
Todavia, o direito de pleitear tal reparação, como sabido, deve ser exercido contra o habitante do prédio -ou parte dele- do qual caia ou seja lançada coisa em lugar indevido, e não contra o proprietário deste, ou, sequer, contra o condomínio, que administre o referido prédio. 
A cognição acima decorre de expressa literalidade do código civil:
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. (...) Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido”.
Dessa forma, vê-se prejudicada a presente demanda quanto ao reclamado, em razão de ilegitimidade passiva (NCPC, art. 337, XI), razão pela qual o réu, de antemão, em cumprimento ao art. 339 do NCPC, pleiteia sua substituição do polo passivo da lide por:
José dos Santos de Jesus, brasileiro, divorciado, nascido no dia 28 de Julho de 1970, em Salvador/Ba, filho de Maria do Carmo Santos, e-mail: JosedosSantosdeJesus@Fib.com.br, residente na rua Dr João Pereira Sodré, apartamento 301, Bairro Graça, Salvador/Ba.
O qual, conforme cópia de contrato de locação anexo, é o legitimo possuidor do apartamento do qual caiu ou foi lançado o objeto que teria atingido o autor e lhe causado danos materiais e morais.
III- DO MÉRITO 
Em homenagem ao princípio da eventualidade (NCPC, art. 335, caput), caso não seja acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva acima, o réu passa à impugnação do mérito da demanda e à exposição das razões de fato e de direito com que impugna os pedidos pretendidos pelo autor. 
III.I- DA IMPUGNAÇÃO AO DANO MORAL 
convém, na ocasião, impugnar, o dano moral supostamente sofrido pelo autor.
É que, como assevera Carlos Roberto Gonçalves:
‘’Dano moral é o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando seu patrimônio. É lesão de bem que integra os direitos da personalidade, como a honra, a dignidade, a intimidade, a imagem e que acarreta ao lesado tristeza, vexame e humilhação (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 4: responsabilidade civil – 7. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2012, versão digital, p. 353) ”.
Nesse prisma, percebe-se que, para a configuração do dano moral, há a necessidade de lesão à um dos direitos da personalidade, tais como a honra, a dignidade, a intimidade ou a imagem, o que, data venia, não há no presente caso, notadamente porque o autor, como dito, sequer provou o dano material que sofrera por lucro cessante de sua atividade laboral, não havendo falar, pois, em implicação de dano moral.
III. II – DA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DO DANO MORAL
Ainda em homenagem ao princípio da eventualidade, caso o douto juízo acolha a pretensão de dano moral do autor, impõe-se a minoração do valor do referido dano para 20% (diminuição de trinta, para dez mil reais). 
IV- DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer: 
1. Preliminarmente, o reconhecimento de ausência de legitimidade passiva, com a conseguinte substituição do polo passivo por José dos Santos, qualificação supra, e declaração da extinção do processo quanto ao réu Edifício Itaparica;
2. No mérito, o julgamento improcedente do pedido, quanto ao pagamento de dano emergente e dano moral, porquanto não comprovados, condenando o autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais, ou, sucessivamente:
3. Seja juntado o documento anexo.
Protesta por todos os meios de direito admitidos para comprovar os fatos alegados, especialmente prova documental, testemunhal e depoimento pessoal das partes.
Pretende o autor participar de eventual audiência de conciliação/mediação porventura designada por V. Exa.
Nestes termos, pede deferimento.
Salvador , 28 de Agosto de 2017
WENDELL SODRÉ 
OAB OOOOOO.

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