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tcc pronto A FUNÇÃO PEDAGÓGICA DAS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PEDAGOGIA
BRUNA VALERIO GARCIA DA SILVA DOS SANTOS
A FUNÇÃO PEDAGÓGICA DAS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
CURITIBA
2017
BRUNA VALERIO GARCIA DA SILVA DOS SANTOS
 
A FUNÇÃO PEDAGÓGICA DAS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Pesquisa apresentado como exigência da disciplina Pesquisa e Prática de Educação VI.
Orientador : Maria Alejandra Iturrieta Leal
CURITIBA
2017
“Аоs meus pais, irmãos, meu marido Lucas, minha filha Beatriz e meu filho Henrique е a toda minha família que, cоm muito carinho е apoio, nãо mediram esforços para qυе еυ chegasse аté esta etapa dе minha vida.”
“O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas.” (Jean Piaget)
1 INTRODUÇÃO	6
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA	6
1.2 QUESTÕES NORTEADORAS	7
1.3 OBJETIVOS	7
1.3.1 Objetivo Geral	7
1.3.2 Objetivo Específico	7
1.4 JUSTIFICATIVA	7
2 A EDUCAÇÃO INFANTIL ATUALMENTE	9
3	 CONTRIBUIÇÕES DAS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL	11
4 USO DAS BRINCADEIRAS COMO AUXILIADORA DO APRENDIZADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL	15
4.1 Desenvolvimento cognitivo	15
4.2 Desenvolvimentos afetivo	15
4.4 Desenvolvimento físico-motor	15
4.5 Desenvolvimento Intelectual	16
4.6 Desenvolvimento Moral	17
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS	18
CONSIDERAÇOES FINAIS	19
REFERENCIAS	20
1 INTRODUÇÃO	
O trabalho tem por objetivo investigar a importância do brincar no processo de desenvolvimento da criança, especialmente na Educação Infantil, tendo em vista à ludicidade como acesso para a aprendizagem e a formação do conhecimento através de brincadeiras, jogos e brinquedos. Meu interesse pelo tem surgiu a partir dos estágios vivenciados no curso de Pedagogia.
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
O brincar promove o desenvolvimento e a interação entre as crianças, não se trata somente de um instrumento didático que ajuda na aprendizagem em sala de aula, mas também no seu cotidiano, visto que os jogos, brincadeiras e brinquedos intervêm em diversas áreas do desenvolvimento infantil como: motricidade, inteligência, sociabilidade, afetividade e criatividade. 
Já quando falamos dos jogos como ferramenta pedagógica na Educação Infantil, Brougère (2002) destaca que o jogo não é naturalmente educativo, mas transforma-se educativo pelo processo metodológico utilizado, isto é, por meio de jogos e brincadeiras o professor consegue desenvolver metodologias que auxiliem no desenvolvimento e na aprendizagem. 
Diante disto, sabemos que jogos, brinquedos e brincadeiras não podem ser considerados simplesmente entretenimento, se tornando uma atividade que oportuniza a aprendizagem de múltiplas habilidades, e, sendo assim, o educador deverá relacionar o desenvolvimento prazeroso juntamente com o lúdico, realizando os jogos e brincadeiras não somente como ferramentas pedagógicas.
Segundo Fortuna (2003), é essencial que o educador introduza o brincar em um projeto educativo, com objetivos e metodologia estabelecidos, o que pressupõe ter percepção da importância de sua ação em relação ao desenvolvimento e à aprendizagem das crianças.
E conforme considera Ramos (2002, p. 6), “nem tão largada que dispense o educador, dando margem às praticas educativas espontaneístas que sacralizam o ato de brincar, nem tão dirigida que deixa de serem brincadeiras.”, os educadores devem cumprir seu papel de auxiliadores para que os jogos e brincadeiras tenham significados na aprendizagem dos alunos. 
Compreende-se que, através do brinquedo, a criança constitui o seu universo, manuseando-o e trazendo para a sua existência situações inusitadas do seu mundo imaginário, que a ajuda no entendimento de mundo, portanto, nos questionamos: Qual a função pedagógica dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil e qual a contribuição destas para a aprendizagem?
1.2 QUESTÕES NORTEADORAS
Como é entendida a Educação Infantil?
Como as brincadeiras contribuem na Educação Infantil?
Como o uso das brincadeiras contribuem no aprendizado na Educação Infantil?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Compreender qual a função pedagógica dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil e qual a contribuição destas para a aprendizagem?
1.3.2 Objetivo Específico
Definir como é entendida a Educação Infantil
Identificar como as brincadeiras contribuem na Educação Infantil
Especificar como as brincadeiras contribuem para o aprendizado na Educação Infantil
1.4 JUSTIFICATIVA
	O interesse pelo tema surgiu a partir das vivências dos meus estágios na educação infantil. Ao observar a prática das professoras e o constante uso de jogos e brincadeiras em suas aulas, me questionei qual seria a real função dos mesmos.
	A vivência com crianças o tempo todo e desde muito nova, me fez refletir sobre como contribuir para a formação escolar dos alunos, ajudando-os a compreender diversos conteúdos, de uma maneira agradável e prazerosa, e passei a me interessar em buscar meios para isto, chegando ao tema escolhido.
2 A EDUCAÇÃO INFANTIL ATUALMENTE
Hoje sabemos que, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), a educação infantil é entendida como a educação de crianças de 0 a 6 anos de idade, e que é dever do Estado ofertar estudos em creches e pré-escolas e um direito de toda criança.
No Brasil, segundo a LDB, a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica, e deve ser oferecida em período diurno, em período parcial ou integral. Servindo como um complemento à ação da família, ajudando no desenvolvimento pleno da criança, sendo os: aspectos físicos, psíquicos, emocionais e sociais.
O direito à educação, conforme estabelece a Lei 9394/96, prevê que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade, pautada no princípio de liberdade, sem distinções de classe social, sexo, raça ou credo, respeitando suas singularidades.
Segundo o Referencial Curricular para a Educação Infantil, um documento que embasa os demais segmentos da Educação Básica, o papel da Educação Infantil é o cuidar da criança em espaço formal e também educar, sempre respeitando o caráter lúdico das atividades, enfatizando o desenvolvimento integral da criança.
A ênfase na Educação Infantil não é alfabetizar, por que nesta idade a criança não está neurologicamente preparada para isto, mas sim ESTIMULAR as diversas áreas do desenvolvimento infantil, aguçar sua curiosidade, sendo que, para isso, é indispensável que a criança esteja feliz no ambiente escolar. 
Celéstin Freinet nos ensina que:
 “Cultivaremos antes de tudo esse desejo inato da criança de se comunicar com outras crianças, de fazer conhecer ao redor de si seus pensamentos, seus sentimentos, seus sonhos e suas esperanças. Assim, aprender a ler, a escrever, a se familiarizar com o essencial daquilo que chamamos de cultura será para ela.”
 A criança quando estimulada se torna mais ativa, dinâmica, criativa, emocionalmente equilibrada e saudável, e passa a realizar melhor as atividades propostas, a encontrar soluções e a apresentar uma boa socialização.
Barros (2009, p. 36) conceitua que “O espaço da Educação Infantil não pode ter a percepção de espaço escola, mas sim de espaço para a infância, envolvidas por um currículo emergente [...]”. Diante desse exposto, somos levados à reflexão de que a Educação Infantil junto com o brincar deve ganhar um espaço privilegiado no ambiente escolar, bem como na vida cotidiana do aluno. 
“O brincar, atividade essencial para o desenvolvimento infantil, não pode ser visto somente como fins didáticos para a alfabetização. Tem que ser percebido como uma atividade essencial e potencializadora do desenvolvimento, e que proporciona à criança durante seu processo a capacidade de ler o mundo adulto, opinando e criticando.” (BARROS, 2009, p.38).
3 CONTRIBUIÇÕES DAS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Na educação de modogeral, e principalmente na Educação Infantil, o brincar é visto como atividade dominante da infância, que permite por meio do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. Dessa forma, o brincar define-se como uma das maneiras em que a criança encontra de representar suas experiências, interpretar o mundo, a cultura e suas relações (WAJSKOP,1995).
 De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010, p. 12) a definição de criança é caracterizada como:
 “Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.”
 Tendo em vista a importância da brincadeira na Educação Infantil, considera-se que ao realizar tal atividade a criança desenvolve sua imaginação, além de elaborar regras de organização e convivência (WAJSKOP, 2009). 
Levando em consideração esses aspectos a autora afirma que “Ao brincarem, as crianças vão construindo a consciência da realidade, ao mesmo tempo em que já vivem uma possibilidade de modificá-la” (WAJSKOP, 2009, p. 33). 
Nesse sentido, para brincar é necessário apropriar-se de elementos da realidade, e assim atribuir-lhe novos significados. Esse processo da brincadeira ocorre por meio da combinação entre imaginação e imitação. Isto é, “Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada” (BRASIL, 1998, p. 27). 
Oliveira (2000) pontua a brincadeira como instrumento que auxilia o desenvolvimento individual da criança, além de ajudá-la a internalizar normas sociais e de assumir comportamentos vivenciados em seu cotidiano. 
“O brincar, por ser uma atividade livre que não inibe a fantasia, favorece o fortalecimento da autonomia da criança e contribui para a não formação e até quebra de estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da boneca, por exemplo, a menina não apenas imita e se identifica com a figura materna, mas realmente vive intensamente a situação de poder gerar filhos, e de ser uma mãe boa, forte e confiável. (2000, p. 19).”
De acordo com Moyles (2002) o brincar é sem dúvida, uma das maneiras em que a criança encontra de explorar uma variedade de experiências adquiridas nas mais diferentes situações do dia a dia. Nesse sentido, a brincadeira é uma atividade social que proporciona a inserção das crianças no grupo a qual pertence, contribuindo para ampliação dos seus conhecimentos por meio da prática.
 Na opinião de Brougére (2002, p. 20) “Brincar não é uma dinâmica interna do indivíduo, mas uma atividade dotada de uma significação social precisa que, como outras, necessita de aprendizagem”. Dessa forma, ao passo que a criança brinca ela interage, explora e constrói conhecimento possibilitando a sua própria construção do pensamento. 
Partindo desse pressuposto Wajskop (2009, p.33) aponta que:
 “É portanto, na situação de brincar que as crianças se podem colocar desafios e questões além de seu comportamento diário, levando 6 hipóteses na tentativa de compreender os problemas que lhes são propostos pelas pessoas e pela realidade com a qual interagem. Quando brincam, ao mesmo tempo em que desenvolvem sua imaginação, as crianças podem construir relações reais entre elas e elaborar regras de organização e convivência. Concomitantemente a esse processo, ao reiterarem situações de sua realidade, modificamos de acordo com suas necessidades.” 
Do ponto de vista do desenvolvimento, os jogos e brincadeiras trazem vantagens sociais, cognitivas e afetivas. É a partir dessa realidade, que a criança compreende o mundo e as ações humanas nas quais se inserem cotidianamente (WAJSKOP, 2009). Partindo desse pressuposto a autora acrescenta que: 
“A brincadeira pode ser um espaço privilegiado de interação e confronto de diferentes crianças com diferentes pontos de vista. Nessa experiência elas tentam resolver a contradição da liberdade de brincar no nível simbólico em contraposição às regras por elas estabelecidas, assim como o limite da realidade ou das regras dos próprios jogos aos desejos colocados. Na vivência desses conflitos, as crianças podem enriquecer a relação com seus coetâneos, na direção da autonomia e cooperação, compreendendo e agindo na realidade de forma ativa e construtiva” (WAJSKOP, 2009, p. 33). 
De fato, é possível entender que o brincar auxilia a criança no processo de imaginação, interação e convivência. Diante disso Wajskop (2009, p. 34) cita que “A brincadeira como atividade dominante da infância tendo em vista as condições concretas da vida da criança e o lugar que ela ocupa na sociedade, é primordialmente, a forma pela qual esta começa a aprender”. 
Dessa forma, o brincar instiga a imaginação, promove interação e aprimora o conhecimento infantil. Por tanto, nas atividades com jogos e brincadeiras, ou seja, nas atividades lúdicas, ocorre uma troca de saberes, do mesmo modo que determina o comportamento de cada indivíduo (KISHIMOTO, 2011).
 Ainda nessa perspectiva, de acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (RCNEI): 
“Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais” (BRASIL, 1998, p. 22). 
Um fator importante a ser examinado na brincadeira infantil refere-se aos níveis de desenvolvimento citados por Vigotski. O autor afirma que o nível de desenvolvimento real implica naquilo que a criança sabe fazer sozinha até aquele momento. Enquanto o nível de desenvolvimento proximal se constitui por aquilo que ela ainda não consegue realizar sozinha, necessitando assim da ajuda de alguém.
 Decorrente dessas possibilidades, Vigotski (2007, p. 122) assegura que o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal, onde “[...] a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo, é como se ela fosse maior do que é na realidade”, assim entende-se que este é um fator importante no desenvolvimento e na evolução do conhecimento infantil, capaz de proporcionar mudanças no processo de construção e criação de sua identidade. 
Partindo desse pressuposto, o autor acrescenta que “[...] a zona proximal de hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã”, isto é, aquilo que nesse momento a criança só consegue fazer com o auxilio de alguém, mais adiante ela conseguirá fazer sozinha, e assim construir sua autonomia.
 Vigotski (2007, p. 124) defende que “A essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre situações no pensamento e situações reais”. 
Assim, percebe-se que na situação imaginária a criança pode estar representando, ou simplesmente inventando algo nunca vivenciado por ela. “Como a criança pequena não tem a capacidade de esperar, cria um mundo ilusório, onde os desejos irrealizáveis podem ser realizados. Esse mundo é que Vygotsky chama de brincadeira” (BOMTEMPO, 2011, p. 67). 
O brincar, por sua vez está diretamente ligado ao processo de desenvolvimento e aprendizagem infantil. Assim, na medida em que a criança brinca, ela relaciona ideias, forma conceitos, reforça habilidades sociais e constrói seu próprio conhecimento. Na visão de Dornelles (2001, p.104) “Através do brincar a criança experimenta, organiza-se, regula-se, constrói normas para si e para o outro. Ela cria e recria, a cada nova brincadeira, o mundo que a cerca”.Considerando esses aspectos, pode-se definir que a brincadeira integra a vida social da criança, podendo ser transmitida de forma expressiva de uma geração para a outra.
4 USO DAS BRINCADEIRAS COMO AUXILIADORA DO APRENDIZADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Não há como negar a importância das brincadeiras para o desenvolvimento infantil (envolvendo os aspectos cognitivo, afetivo, físico‐motor e moral) bem como os jogos educativos como ferramenta pedagógica para o processo de ensino e de aprendizagem.
4.1 Desenvolvimento cognitivo 
Fazendo alusão à epistemologia genética de Piaget, Friedman (1996) aponta o desenvolvimento cognitivo que se dá pela passagem de um processo espontâneo relacionado com o processo de embriogênese em relação ao desenvolvimento do corpo, do sistema nervoso e das funções mentais. O desenvolvimento é marcado pela interação da formação dos conhecimentos entre o sujeito e o meio. 
4.2 Desenvolvimentos afetivo
 No desenvolvimento afetivo, a criança interage com o meio e com o grupo, promovendo a construção da sua identidade e personalidade. Ainda de acordo com o autor, o jogo assume importante papel nos intercâmbios afetivos, envolvendo a criança com seus pares e também com adultos significativos (pais e professores). Portanto, o jogo é uma ‘janela’ da vida emocional das crianças (FRIEDMANN, 1996, p. 66).
4.3 Desenvolvimento físico-motor
      Com relação ao desenvolvimento físico‐motor, a parte mais envolvida é a do sistema corporal, tendo como parceira a psicomotricidade exigindo da criança alguns movimentos para se desenvolver.
Portanto, a exploração do corpo e do espaço levam a criança a se desenvolver.
“O jogo é um meio básico para promover o desenvolvimento físico‐ motor. O equipamento utilizado e os espaços pensados para o jogo são fundamentais na motivação de diferentes tipos de jogos motores. A introdução de jogos estruturados para o estímulo ao desempenho físico‐motor nunca foi tão importante quanto hoje em dia, em que o tempo para o jogo infantil se vê comprometido por atividades sedentárias, como assistir televisão e brincar com jogos no computador”. (FRIEDMANN, 1996, p.67).
         Complementando, Aberastury (1992, p. 15) coloca que “[...] a necessidade de se deslocar no espaço, acarretava por sua vez, uma nova série de exigências, movimentar‐se, exercitar a força, e manipular objetos [...]”, sinalizando a importância dos jogos para o aspecto físico‐motor.
4.4 Desenvolvimento Intelectual
Para Fialho, (2008) em seu artigo ‘’Os jogos pedagógicos como ferramenta de ensino’’ diz que ‘’[...] os jogos educativos com finalidades pedagógicas revelam a sua importância, pois promovem situações de ensino‐ aprendizagem e aumenta a construção do conhecimento’’.              
 Nesse sentido, um ponto importante é a maneira com que os jogos influenciam no desenvolvimento da agilidade, concentração e do raciocínio, contribuindo para que haja um desenvolvimento intelectual. Para isto necessita de ações como o pensar, tomar decisões, criar, inventar, aprender a arriscar e experimentar, estabelecendo um bom comportamento em grupo e também nas relações pessoais com o meio cultural na qual o sujeito está inserido.   
Sabemos que os jogos despertam o interesse seja para aprender ou por diversão, desse modo, para Kishimoto (1994, p.16) o jogo é caracterizado como ‘’[...] o resultado de um sistema lingüístico que funciona dentro de um contexto social; um sistema de regras; e um objeto’’. Porém, os jogos também podem ser utilizados como uma ferramenta para a aprendizagem e o ensino.  
 De acordo com Macedo, Petty, Passos (2005 p. 105):
“Jogar não é simplesmente apropriar‐se das regras. É muito mais do que isso! A perspectiva do jogar que desenvolvemos relaciona‐se com a apropriação da estrutura das possíveis implicações e tematizações. Logo não é somente jogar que importa (embora seja fundamental), mas refletir sobre as decorrências da ação de jogar, para fazer do jogo um recurso pedagógico que permite a aquisição de conceitos e valores essenciais à aprendizagem.”  
4.5 Desenvolvimento 	Moral
O desenvolvimento moral também é caracterizado como um fator essencial para o processo de desenvolvimento, ou seja, algo que surge internamente, onde a criança faz a sua própria regra moral. Os jogos e brincadeiras em grupos têm um papel muito importante para esse fator por que estabelece a cooperação entre os indivíduos. “Para Piaget, os jogos são importantes para o desenvolvimento moral, ou seja, os jogos coletivos de regras são paradigmáticos para a moralidade humana.” ( LA TAILLE, 1992, p. 49).
Ainda do autor, a evolução das regras ocorre em três etapas, sendo a primeira da anomia, encontrada em crianças de até cinco anos de idade, as quais não seguem regras coletivas. A segunda etapa, chamada de heteronomia, em crianças de nove e dez anos de idade, onde as regras permanecem externas ao sujeito, prevalecendo o temor e o respeito ao sagrado. Ocorre também, o interesse em participar de atividades coletivas e regradas. A terceira etapa, a da autonomia, corresponde à concepção adulta do jogo, ou seja, as crianças jogam seguindo e respeitando as regras no decorrer do jogo, fazendo a criação de novas regras. Sendo assim, as regras se apresentam dentro do sujeito, gerando o sentimento de necessidade de respeito à estas.
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
 	Para investigação do tema proposto, foram realizadas pesquisas exploratórias utilizando referencias bibliográficas de autores como: (BARROS, 2009), VIGOTSKY (2007), OLIVEIRA (2000), Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998) e Kishimoto (1994-2002), com o objetivo de conhecer o posicionamento, conhecimento e aceitação em relação ao brincar na educação infantil. Com a possibilidade de nortear esta pesquisa, é necessário contextualizar o processo de ensino aprendizagem na educação infantil a partir da importância da utilização das brincadeiras com as crianças. Sendo assim, questionar-se: como a brincadeira tem contribuído com a aprendizagem da criança na educação infantil? 
Após observação realizada com crianças na faixa etária de educação infantil, percebeu-se que estas apresentam maior facilidade para desenvolver atividades diversas, depois de terem vivenciado primeiro com o corpo, deixando claro que a brincadeira favorece os desenvolvimentos cognitivos, afetivo e motor, mostrando-se um excelente auxiliar no processo de aquisição do conhecimento. 
CONSIDERAÇOES FINAIS
As brincadeiras são recursos auxiliadores importantes para serem utilizados em sala de aula, fazendo com que o aluno se interesse pelos conteúdos didáticos, caminhando por meio da curiosidade do aprender. 
Entendemos que os jogos e brincadeiras servem como importante ferramenta pedagógica, favorecendo também aspectos como a socialização, atenção e concentração, trazendo grande benefício para o desenvolvimento e a aprendizagem, fazendo com que os alunos se sintam atraídos e capazes de aprenderem os conteúdos didáticos de uma forma diferenciada e lúdica.
Com o trabalho percebemos que as brincadeiras podem ser um ótimo recurso para os professores usarem como ferramenta pedagógica na Educação Infantil. A partir desta pesquisa conseguimos analisar os benefícios de uma aprendizagem prazerosa quando as brincadeiras são inseridas na sala de aula.
REFERÊNCIAS
ABERASTURY, A. A criança e seus jogos. Tradução de Marialzira Perestrello. Porto Alegre, 1992.  
BARROS, Flávia Cristina Oliveira Murbach de. Cadê o brincar? Da educação infantil para o ensino fundamental. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.
BOMTEMPO, Edda. Metáfora e pensamento: considerações sobre a importância do jogo na aquisição do conhecimento e implicações para a educação pré-escolar. In: KISHIMOTO, TizukoMorchida (Org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2011.
BRASIL.Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1998, volume, p. 30, v.01.
BROUGÉRE, Gilles. A criança e a cultura lúdica. In: KISHIMOTO, TizukoMorchida(Org). O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
FRIEDMANN, A. Brincar: crescer e aprender, o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996.  
KISHIMOTO, Tizuco Morchida O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1994. 
______, Tizuko Morchida. Froebel e a concepção de jogo infantil. In: ___.(Org). O brincar e suas teorias.São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
LA TAILLE, Y..; OLIVEIRA, M.,K. de.; DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão.16.ed. São Paulo: Summus, 1992.
MACEDO, l; PETTY, A, L, S; PASSOS, N, C. Os jogos e o lúdico na aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002. 
OLIVEIRA, Vera Barros de (org). O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. 
PIAGET, J. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1987.  
 _______  A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971. 
PIAGET, J; INHELDER, B. Psicologia da criança. Rio de Janeiro: Forense, 1975
VIGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 7 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2009

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