DIREITO EMPRESARIAL IV

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DIREITO EMPRESARIAL IV
RECUPERAÇÃO JUDICIAL, EXTRAJUDICIAL E FALÊNCIA.
Dificuldade patrimonial que impede o adimplemento de obrigações. Estado de insolvência.
Origem histórica
1º Período: costumes e normas que visam punir o agente em estado de insolvência (delito). 
Alcance da liberdade – prisão.
Privação da vida
“Lex Paetelia Papiria” – Roma aboliu responsabilidade corporal por dívida.
Cód. Comerc. Napoleão (1808) prevê morte do falido
2º Período: Busca proteção dos credores
Marcos: processo falimentar torna-se judicial
Surge CONCURSO DE CEDORES que deve respeito a ordem legal
Possibilidade de concordata = possibilidade de pagamento aos credores em várias prestações.
No Brasil – decreto Lei 7661/45
3º Período: visa PRESERVAR A EMPRESA
Inaugurado no BR pela lei 11.101/05
Tentativa de recuperação precede a opção de dissolução
A preservação da EMPRESA NÃO equivale à preservação do EMPRESÁRIO
LREF – estabelece 2 critérios de processamento do empresário em crise
*Recuperação extrajudicial = negociação direta devedor X credores. Elaboração e assinatura de acordo (homologação judicial).
*Recuperação judicial = em juízo, a partir de proposta do devedor que depende de aprovação dos credores.
*Falência = processo judicial de execução coletiva contra empresário e voltado a promover o afastamento do devedor de suas atividades, visando preservar a utilização produtiva do ativo.
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia processual
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Lei 11.101/05:
recuperação judicial 
recuperação extrajudicial 
falencia 
revoga decreto lei 7661/45, permitindo a conclusão dos processos iniciados em sua vigencia (ultra atividade, ou seja, a lei velha continuou a ser aplicada a casos em que ja se tinha decretado a falencia, por exemplo)
 a nova lei regulamenta após a decretação da falencia ainda que o requerimento tenha sido antes.  
LEGITIMIDADE PASSIVA:
Empresário individual: 966 CC 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Sociedade Empresária: 982 CC 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
Empresa Individual de responsabilidade Ltda: 980-A CC 
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. 
 
Obrigação de inscrição no Registro Público de empresas mercantis (junta Comercial) - E a lei LREF ???(967CC) - PARA SE VALER DA LREF NÃO É NECESSÁRIO O REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL. PARA SER SUJEITO PASSIVO DA LEI BASTA SER EMPRESÁRIO, SEM SER NECESSÁRIO O SEU REGISTRO. Art. 105, IV LREF 
Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais;
Personalidade jurídica decorre da inscrição de ato constitutivo - 985 CC 
Trabalhador/Sociedade rural - faculdade de inscrição (971 e 984 CC) 
- Se optar por não se inscrever na Junta, não será equiparado a empresário e portanto não poderá se valer da LREF
Sociedade simples e cooperativas - não alcançadas pela LREF 
Pela definição do CC a cooperativa sempre será simples, não sendo atingida pela LREF 
Sociedade em conta de participação - não alcançada pela LREF 
Advogados/sociedade de advogados - não LREF - não podem adotar a forma empresarial - 16; 8906/94 
ATIVIDADES ECONOMICAS SUJEITAS À LREF
Empresa cujo titular é:  
Empresario 
Sociedade Empresaria 
Sociedade anônima (SEMPRE) 
Trabalhador/sociedade rural QUANDO inscritos na Junta Comercial 
Empresa Individual de responsabilidade Ltda. 
ATIVIDADES ECONÔMICAS NÃO SUJEITAS À LREF
Profissionais liberais/autônomos e sociedade simples  
Sociedade Cooperativa 
Trabalha/sociedade rural não registrados na Junta Comercial 
Advocacia 
Sociedade em conta de participação 
LEGITIMIDADE PASSIVA PARA A FALENCIA
menor/incapaz pode falir. (o menor não pode praticar a empresa mas pode herdar e, neste caso, falir) 
sócio com responsabilidade ilimitada (por exemplo na sociedade em comandita, em nome coletivo, etc. ) tem sua falência decretada com a sociedade (81) 
Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem.
       
empresário que tenha dado baixa no registro até 2 anos antes do pedido (96, VIII) 
empresário individual e sócio ilimitado falecido até 1 ano após o óbito. 
sociedade anônima que tenha liquidado seu patrimônio NÃO poderá falir, depois de distribuído o saldo (96, §1º) 
(sócio não é empresário e portanto não vai falir exceto se sua responsabilidade for ilimitada)
SUJEITOS PASSIVOS DA FALENCIA:
empresário com ou sem registro; EIRELI 
sócio de responsabilidade ilimitada, inclusive o que deixou a sociedade até dois anos 
empresários com baixa na junta até 2 anos 
sociedade anônima enquanto não liquidado o ativo 
espólio do devedor empresário até 1 ano 
SÓCIOS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA, ADMINISTRADOR DA SOCIEDADE FALIDA: poderão responder em processo que vise apurar sua responsabilidade pessoal:
ação de responsabilização (82) 
sócios de responsabilidade limitada 
rito ordinário 
tramita no juízo falimentar 
prescreve em 2 anos 
independe de prova de insuficiência patrimonial 
pode impor indisponibilidade de bens 
Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, será apurada no próprio juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para cobrir o passivo, observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil.
    § 1o Prescreverá em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência, a ação de responsabilização prevista no caput deste artigo.
        § 2o O juiz poderá, de ofício ou mediante requerimento das partes interessadas, ordenar a indisponibilidade de bens particulares dos réus, em quantidade compatível com o dano provocado, até o julgamento da ação de responsabilização.
NA RECUPERAÇÃO NÃO TEM POLOPASSIVO
Os credores não são réus. São julgadores, aprovadores da proposta.  
judicialmente todos os credores serão atingidos, mesmo não vencidos, salvo créditos fiscais (57) (para pedir recuperação deve estar em dia com o fisco - apresentando certidões negativas) 
Para recuperação é necessário exercício regular por dois anos 
LEGITIMIDADE ATIVA
qualquer devedor 
quotista ou acionista 
inventariante, cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor 
qualquer credor 
administrador judicial 
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LEGITIMIDADE ATIVA NA FALÊNCIA
- Juiz NÃO decreta de ofício
- credor empresário = regularidade = Para ser polo passivo numa ação de falência o empresário NÃO precisar estar regularmente registrado. De outro lado, para ser polo ativo e ter o condão de requerer a falência de outro empresário é necessário o registro.
Ausência de registro = permite o pedido por 3º e também a auto falência (105, IV, LRE).
Ausência de registro = impede o pedido de falência de devedor empresário.
- credor não domiciliado no Brasil = caução das custas e pagto indenização. 
AUTO FALÊNCIA
- não necessário registro para requerer a própria falência
- sócio de responsabilidade ilimitada pode requerer (81) = Pode requerer a falência da sociedade que participe.
- Quotistas/acionistas 
- inventariante, cônjuge, sobrevivente, qualquer herdeiro = tanto para auto falência, quanto para requerer a falência de devedor empresário do falecido.
- Qualquer credor: 
*credor empresário = registro
*credor único?
*Não há impedimento legal, visto que a fase preliminar investiga o estado jurídico (hipóteses do art. 94).
*Credor com crédito vincendo = possibilidade, pois as medidas tomadas pelo empresário ensejam que ele está pretendendo acabar com o patrimônio.
*Credor fiscal? Não tem interesse de agir
FALÊNCIA NÃO É ESTADO DE FATO, ECONOMICO, FINANCEIRO
É SIM UM ESTADO DE DIREITO, JURIDICO, LEGAL
- recuperação fiscal = não é suspensa (6º, § 7)
- juízo falimentar não atrai execução fiscal (76)
- crédito fiscal não submete-se a concurso de credores (178 ctn)
	Enunciado 56, I jornada direito comercial do conselho da justiça federal.
- ADMINISTRADOR JUDICIAL (22, II, B)
	*Função de fiscalização na recuperação judicial
	*Verificando descumprimento de obrigação do plano, deverá requerer CONVOLAÇÃO em falência.
- LEGITIMIDADE ATIVA NA RECUPERAÇÃO (48)
	*Empresário regular há mais de 2 anos
	*Inventariante, cônjuge, sobrevivente, qualquer herdeiro, sócio remanescente.
	*Empresários que tiveram sua falência requerida, no prazo para defesa (10 dias da citação). 
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- EMPRESÁRIOS NÃO ALCANÇADOS PELA LEI – art. 2º
	*Atividades especiais ou que se organizem à partir de capital do Estado.
- COMPETÊNCIA
	*Processar e julgar as recuperações e falências = juiz estadual cível do local do principal estabelecimento da empresa – ART. 3º. É competente para homologar o plano de recuperação judicial; deferir a recuperação judicial; decretar a falência.
	*Processar e julgar crimes falimentares = juiz estadual criminal do local de concessão das recuperações/falência – ART. 183.
	*JUSTIÇA ESTADUAL = 109, I, CF.
	*Principal estabelecimento empresarial = QUAL O CRITÉRIO? Prevalece entendimento do local da administração, em detrimento da sede; maior concentração de atividades; concentração patrimonial.
	*Juízo universal da falência (art. 76): Quando decretada a falência, ações e execuções que interessam a massa falida serão processadas e julgadas no juízo falimentar, SALVO EXCEÇÕES = trabalhistas, fiscais, devedor seja autor = o pagamento será feito no juízo falimentar.
	*SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO/AÇÕES/EXECUÇÕES – ART. 6º.
*Execuções em andamento serão suspensas pelo decreto de falência, devendo o EXEQUENTE habilitar-se.
	*Novas ações = juízo falimentar.
	*Novas execuções = NÃO serão admitidas. 
	
- CRÉDITOS ILEGÍTIMOS – ART. 5º
- MINISTÉRIO PÚBLICO – 99, XIII, 187, §2º
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VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO
Elaborada pelo administrador judicial – Art. 7º da lei 11101, caput. Tem a tarefa de levantar quem são os credores do devedor. Porém não é representante nem de credores, nem de devedores. 
*Habilitação = 15 dias da publicação do edital com a relação de créditos apurados pelo adm. judicial – Art. 7º. § 1º.
Depois da habilitação; novo edital com a relação consolidada de credores – Art. 7º, §2º.
Surgirá um quadro geral de credores.
*Impugnação de crédito = Qualquer credor, MP, o próprio devedor poderão impugnar a relação de credores em 10 dias do 2º edital (art. 8º). Autuada em separado (13, §ú)
*Créditos retardatários:
Se habilitam após o prazo de 15 dias, após isso considera-se retardatário.
Habilitados após período de habilitação (10). 
Implicações: 
	*Na recuperação = perde direito a voto na assembleia geral de credores.
	*Na falência = perda de direito a rateio eventualmente realizado.
ADMINISTRADOR JUDICIAL
Auxiliar qualificado do juiz;
Nomeado pelo juiz;
Pode contratar profissionais para auxiliá-lo (33).
Deveres
Comuns = recuperação e falência = 22, I.
Recuperação = 22, II – Fiscalizar a gestão.
Falência = 22, III – Gestor efetivo.
Destituição/Renúncia
Descumprindo suas atribuições, será destituído motivadamente, com possibilidade de defesa, pelo juiz que, nomeará outro – Art. 23, caput.
Remuneração = fixada pelo juiz (24 – crédito extraconcursal = pago ao adm. antes de pagar os credores)
COMITÊ DE CREDORES
Representa os credores; poderes legais de decisão.
Composição – Art. 26:
1 crédito trabalhista
1 crédito com direito real de garantia
1 crédito credores quirografários
1 crédito credores microempresários e empresas de pequeno porte.
Atribuições
Comuns – 27, I
Recuperação – 27, II
Termo de compromisso (33)
Impedidos (30, caput e §1º)
Responsabilidade por prejuízos.
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MEIOS DE RECUPERAÇÃO – ART. 50
Rol exemplificativo, meios de recuperação típicos.
PEDIDO E PROCESSAMENTO – ART. 51
Petição inicial instruída com informações e documentos
Após apresentação do pedido, juiz defere o processamento e:
*Nomeia administrador judicial
*Ordena suspensão ações/execuções
*Determina edital: resumo do pedido; relação de credores; prazo para habilitação; possibilidade de objeção.
*Devedor não pode desistir do pedido sem anuência – 52, §4º.
Plano de recuperação – 53
*60 dias da decisão do processamento, sob pena de CONVOLAÇÃO EM FALÊNCIA.
*Requisitos: meios do art. 50; laudo econômico financeiro; viabilidade.
Objeção, modificação, rejeição
*Publicado o plano e havendo objeção, convoca-se assembleia geral para deliberar
*Poderá ser modificado se o devedor anuir
*Se assembleia rejeitar = juiz decreta falência.
*Plano = sem objeção; aprovado; cram down – art. 58, §1º. = juiz concede recuperação = cabe agravo – art. 59, §2º.
Prazo
*Pagamento de credores trabalhistas/acidentário = 1 ano
*Salário vencidos nos 3 meses anteriores = 30 dias (limite de 5 salários mínimos)
*A partir da concessão, o devedor estará em recuperação por 2 anos.
*Descumprimento do plano = convolação em falência
*Nome empresarial + “em recuperação judicial” – art. 69
*Anotação na junta.
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FALÊNCIA = Extinção de empresário
- Fases = declaratória; realização de ativo; encerramento.
- Causas de pedir:
1 – impontualidade injustificada = título executivo; dívida maior que 40 salários mínimos; protesto.
2 – execução frustrada;
3 – prática de atos de falência;
- Petição inicial: ajuizada a ação, juiz manda CITAR o réu para apresentar RESPOSTA em 10 dias.
- Confissão
- Depósito elisivo
- Contestação
- Pedido de recuperação
- Sentença = procedência: decreta falência(CABE AGRAVO). Improcedência: denegatória da falência (CABE APELAÇÃO).
- Juiz decreta a falência = nomeia administrador judicial; habilitação dos créditos; registro na junta comercial.
- Administrador judicial = arrecadação de bens para avaliação e venda judicial dos bens.
- Produto da arrecadação vai para o pagamento em ordem de classificação:
1 – trabalhista
2 – garantia real
3 – tributários
4 – privilégio especial
5 – privilégio geral
6 – quirografários
7 – multas
8 – subordinados
- Pagamento dos credores:
*30 dias para contas do administrador
*10 dias para impugnação
*Relatório final
*Sentença de encerramento da falência
- Decretação da falência = inabilitação a exercer atividade empresarial.
Reabilitação
- Se extintas todas as obrigações
- Pagamento da metade dos quirografários
- Decurso do prazo de 10 anos, se crime falimentar
- 5 anos só falência.